Olívia encontrou o olhar rubro do homem e sentiu seu coração acelerar. Ela percebeu a fragilidade que ele tentava esconder, misturada a uma loucura que parecia prestes a explodir.Aquele olhar era o mesmo que ele tinha dois anos atrás, na noite em que a possuíra com uma intensidade incontrolável, quando os dois se perderam um no outro até o amanhecer.— Charles... Calma, você precisa... — As palavras de Olívia foram abruptamente interrompidas por um beijo feroz, quase desesperado, que silenciou qualquer resistência. Os lábios dele, quentes e ávidos, encontraram os dela, explorando, exigindo, como se quisesse extrair até o último sopro de vida dela.Ele a desejava, mais do que tudo. Precisava dela, ao ponto de enlouquecer. A cada dia sem vê-la, ele se arrastava, uma mera sombra de si mesmo.Olívia deixou escapar um gemido suave enquanto sua respiração se tornava errática, e sua pele parecia incendiar sob o toque dele. Suas mãos trêmulas tentaram empurrá-lo, mas seus esforços fracos só
Quando era esposa dele, Olívia costumava se vestir com as camisas de Charles quando ele não estava em casa, apenas para sentir o cheiro e o calor que eram exclusivamente dele. Ela não imaginava que, naquele momento, seu estado emocional fosse tão semelhante ao que sentia naquela época.Ela achava que ele não acordaria tão cedo e decidiu buscar um pouco de água. Depois de se refrescar e tomar a água, ela planejava sair discretamente, como se nada tivesse acontecido.Olívia saiu do quarto com passos leves, dirigiu-se a cozinha no segundo andar e bebeu um pouco de água fria para acalmar o coração que ainda batia forte.Que tipo de homem era Charles? Seria que ele estava tão desesperado por uma mulher? O que aconteceu naquela noite não foi apenas sexo, parecia uma tentativa de destruí-la, de devorá-la por completo. Com esse pensamento, Olívia levantou os lábios, que ainda estavam manchados do beijo, e sentiu a água fria descer pela garganta, como se estivesse quente.O lugar que sempre a
Com um estalo agudo, Olívia sentiu o coração apertar e, com um leve tremor nas mãos, deixou o porta-retratos cair no chão, estilhaçando-se em mil pedaços.Os cacos de vidro voaram, e um deles cortou o tornozelo dela, deixando um fino rastro de sangue escorrer.— O que você... Está fazendo aqui? — A voz grave e magnética de Charles ecoou por trás dela, atravessando-lhe a espinha.Olívia não se virou, apenas respondeu friamente:— Desculpe por incomodar. Eu já estou de saída.Charles olhava para as costas dela, vestida com a sua camisa. À luz suave, o corpo delicado e curvilíneo de Olívia se insinuava sob o tecido largo, emanando uma sedução sutil que fazia qualquer um querer abraçá-la e protegê-la.Ele engoliu em seco, a garganta subitamente seca.Pouco antes, havia despertado de um sono profundo, suando frio. Instintivamente, estendeu a mão ao lado, mas o espaço estava vazio. Olívia não estava lá.Mas ao ver que as roupas dela ainda estavam no chão, junto com os sapatos, Charles deduzi
— Eu vou assumir a responsabilidade por você, eu prometo que vou. — Disse Charles com determinação.— Eu não preciso que você assuma responsabilidade por mim... Eu só quero que me deixe ir. — As lágrimas de Olívia caíam sobre o ombro dele, quentes como se pudessem deixar marcas. — Charles, eu te odeio, te detesto... Não me toque!— Se eu não puder tocar você, em quem mais eu vou tocar? — A voz de Charles estava rouca e trêmula.— Charles, se você queria assumir responsabilidade... Por que se divorciou de mim? Por que não disse isso naquela época?— O quê? — O homem ficou atônito.— Quando era hora de assumir responsabilidade, você me afastou... Agora, que eu não preciso mais, por que você não pode simplesmente ir embora?Aproveitando o momento de distração dele, Olívia mordeu o braço de Charles com toda a força, como se quisesse arrancar-lhe a carne.Charles sentiu a dor e afrouxou um pouco o aperto. Como um coelho escapando de uma armadilha, Olívia se desvencilhou dos braços dele e, e
— Vivia, como você está? Se machucou? — Gilbert abriu a porta do carro e se inclinou para dentro, procurando sinais de fratura nos braços e nas pernas de Olívia.— Estou bem... Não é nada, irmão. — Respondeu Olívia, com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas, o rosto pálido como papel.Mas Gilbert ficou chocado ao vê-la assim, sentindo que algo muito sério havia acontecido.Ele conhecia Vivia muito bem; ela nunca foi de chorar facilmente. Ela já havia enfrentado situações de vida ou morte no campo de batalha, como uma simples colisão poderia fazê-la chorar?Algo mais devia ter acontecido. Algo muito grave.— Embora pareça apenas ferimentos superficiais, é melhor levá-la ao hospital para um exame mais detalhado. Devemos fazer uma tomografia para verificar se não houve concussão. — Gabriel sugeriu, desta vez com seriedade, deixando de lado seu habitual tom brincalhão.Gilbert franziu as sobrancelhas com preocupação e, sem hesitar, levantou Olívia nos braços, colocando-a de volta no Roll
Benjamin foi chamado por Osvaldo para uma reunião no grupo, mas no meio do encontro, recebeu uma ligação de Charles, que ordenou que ele fosse imediatamente à Vila dos Sonhos, a menos que estivesse morto. Isso o fez deixar a reunião inacabada, saindo sob os olhares curiosos de todos no Grupo Júnior.Benjamin acelerou até a mansão de Charles.— Mas que diabos?Antes mesmo de entrar pelos portões, avistou uma nuvem densa de fumaça pairando sobre a casa, como se um vulcão estivesse prestes a entrar em erupção. O susto fez seu rosto perder toda a cor, e ele correu desesperadamente para dentro.No final, encontrou Charles no jardim dos fundos, queimando algo em um barril de ferro.O homem estava ao lado das chamas, o rosto pálido e a expressão profundamente preocupada. A luz do fogo refletia em sua face, conferindo-lhe uma beleza melancólica, como se fosse uma estátua solitária em meio às ruínas de uma guerra devastadora.Benjamin, completamente desorientado, apressou-se até ele e pergunto
— Chad! — Gritou Benjamin, correndo para ajudar Charles a se levantar. — O que está acontecendo... Por que você está tremendo tanto? Está com frio, Chad?— Benjamin... Você sabe... — Charles apertou as mãos contra o chão, os olhos negros se enchendo de lágrimas, completamente desolado. — A coisa que mais partiu o coração da Vivia... foram aqueles momentos que eu e Rafaela a magoamos... Quando ela viu aquela foto, eu soube... Acabou... Nós acabamos...— Não acabou! Não acabou! Quem disse isso? — Benjamin, vendo o amigo se consumindo de dor, sentiu uma dor profunda no peito. — Isso é tudo culpa minha, minha! Você já está tão ocupado, com a saúde debilitada, como poderia lidar com essas coisas? Toda essa merda é culpa minha! Vou agora mesmo falar com a Olívia... Vou explicar tudo para ela!Charles segurou-o firmemente, esboçando um sorriso amargo e balançando a cabeça. — No fim das contas... Fui eu quem causou tudo isso, de que adianta explicar? Explicando... Tudo o que fiz para machucá-
— Benjamin!Ao vê-lo chegar, Samara correu até ele e se jogou em seus braços, envolvendo-o com braços e pernas, como um pequeno e adorável coala.— Me chama de amor. — Corrigiu Benjamin com suavidade.— Hum... Amor. — Samara obedeceu, com o rosto corado.— Isso, amorzinha... Agora me dá um beijo.Benjamin segurou o pequeno bumbum dela com uma das mãos e, com os lábios frios, beijou seus lábios rosados, fazendo um som estalado.Depois de passarem um tempo juntos no sofá da sala, Benjamin a pegou no colo e a levou para o quarto, onde começou a ajudá-la a tirar a roupa, levando-a em seguida para o banheiro.— Hum... Eu quero tomar banho sozinha. — Samara abraçou seu pescoço, fazendo manha.— Tomar banho sozinha dá muito trabalho, deixa que eu te ajudo. — Benjamin ergueu as sobrancelhas, sorrindo de maneira travessa.— Não, não, tomar banho com você é muito cansativo, a gente acaba fazendo muito... Exercício...— Ah é? Você não quer fazer exercício comigo? Não gosta? — Benjamin fingiu um o