— Eu vou assumir a responsabilidade por você, eu prometo que vou. — Disse Charles com determinação.— Eu não preciso que você assuma responsabilidade por mim... Eu só quero que me deixe ir. — As lágrimas de Olívia caíam sobre o ombro dele, quentes como se pudessem deixar marcas. — Charles, eu te odeio, te detesto... Não me toque!— Se eu não puder tocar você, em quem mais eu vou tocar? — A voz de Charles estava rouca e trêmula.— Charles, se você queria assumir responsabilidade... Por que se divorciou de mim? Por que não disse isso naquela época?— O quê? — O homem ficou atônito.— Quando era hora de assumir responsabilidade, você me afastou... Agora, que eu não preciso mais, por que você não pode simplesmente ir embora?Aproveitando o momento de distração dele, Olívia mordeu o braço de Charles com toda a força, como se quisesse arrancar-lhe a carne.Charles sentiu a dor e afrouxou um pouco o aperto. Como um coelho escapando de uma armadilha, Olívia se desvencilhou dos braços dele e, e
— Vivia, como você está? Se machucou? — Gilbert abriu a porta do carro e se inclinou para dentro, procurando sinais de fratura nos braços e nas pernas de Olívia.— Estou bem... Não é nada, irmão. — Respondeu Olívia, com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas, o rosto pálido como papel.Mas Gilbert ficou chocado ao vê-la assim, sentindo que algo muito sério havia acontecido.Ele conhecia Vivia muito bem; ela nunca foi de chorar facilmente. Ela já havia enfrentado situações de vida ou morte no campo de batalha, como uma simples colisão poderia fazê-la chorar?Algo mais devia ter acontecido. Algo muito grave.— Embora pareça apenas ferimentos superficiais, é melhor levá-la ao hospital para um exame mais detalhado. Devemos fazer uma tomografia para verificar se não houve concussão. — Gabriel sugeriu, desta vez com seriedade, deixando de lado seu habitual tom brincalhão.Gilbert franziu as sobrancelhas com preocupação e, sem hesitar, levantou Olívia nos braços, colocando-a de volta no Roll
Benjamin foi chamado por Osvaldo para uma reunião no grupo, mas no meio do encontro, recebeu uma ligação de Charles, que ordenou que ele fosse imediatamente à Vila dos Sonhos, a menos que estivesse morto. Isso o fez deixar a reunião inacabada, saindo sob os olhares curiosos de todos no Grupo Júnior.Benjamin acelerou até a mansão de Charles.— Mas que diabos?Antes mesmo de entrar pelos portões, avistou uma nuvem densa de fumaça pairando sobre a casa, como se um vulcão estivesse prestes a entrar em erupção. O susto fez seu rosto perder toda a cor, e ele correu desesperadamente para dentro.No final, encontrou Charles no jardim dos fundos, queimando algo em um barril de ferro.O homem estava ao lado das chamas, o rosto pálido e a expressão profundamente preocupada. A luz do fogo refletia em sua face, conferindo-lhe uma beleza melancólica, como se fosse uma estátua solitária em meio às ruínas de uma guerra devastadora.Benjamin, completamente desorientado, apressou-se até ele e pergunto
— Chad! — Gritou Benjamin, correndo para ajudar Charles a se levantar. — O que está acontecendo... Por que você está tremendo tanto? Está com frio, Chad?— Benjamin... Você sabe... — Charles apertou as mãos contra o chão, os olhos negros se enchendo de lágrimas, completamente desolado. — A coisa que mais partiu o coração da Vivia... foram aqueles momentos que eu e Rafaela a magoamos... Quando ela viu aquela foto, eu soube... Acabou... Nós acabamos...— Não acabou! Não acabou! Quem disse isso? — Benjamin, vendo o amigo se consumindo de dor, sentiu uma dor profunda no peito. — Isso é tudo culpa minha, minha! Você já está tão ocupado, com a saúde debilitada, como poderia lidar com essas coisas? Toda essa merda é culpa minha! Vou agora mesmo falar com a Olívia... Vou explicar tudo para ela!Charles segurou-o firmemente, esboçando um sorriso amargo e balançando a cabeça. — No fim das contas... Fui eu quem causou tudo isso, de que adianta explicar? Explicando... Tudo o que fiz para machucá-
— Benjamin!Ao vê-lo chegar, Samara correu até ele e se jogou em seus braços, envolvendo-o com braços e pernas, como um pequeno e adorável coala.— Me chama de amor. — Corrigiu Benjamin com suavidade.— Hum... Amor. — Samara obedeceu, com o rosto corado.— Isso, amorzinha... Agora me dá um beijo.Benjamin segurou o pequeno bumbum dela com uma das mãos e, com os lábios frios, beijou seus lábios rosados, fazendo um som estalado.Depois de passarem um tempo juntos no sofá da sala, Benjamin a pegou no colo e a levou para o quarto, onde começou a ajudá-la a tirar a roupa, levando-a em seguida para o banheiro.— Hum... Eu quero tomar banho sozinha. — Samara abraçou seu pescoço, fazendo manha.— Tomar banho sozinha dá muito trabalho, deixa que eu te ajudo. — Benjamin ergueu as sobrancelhas, sorrindo de maneira travessa.— Não, não, tomar banho com você é muito cansativo, a gente acaba fazendo muito... Exercício...— Ah é? Você não quer fazer exercício comigo? Não gosta? — Benjamin fingiu um o
— Cunhada... Ela já dormiu com meu irmão. — Samara soltou essa frase do nada.Benjamin parou de repente, surpreso, e arregalou os olhos: — Já dormiu... O que você quer dizer com isso?— Acho que... Foi há uns dois anos. — Samara mordeu o lábio, abaixando os olhos e falou em voz baixa. — Em uma noite, dois anos atrás, eu não conseguia dormir e estava andando pela casa, quando vi a cunhada entrar sozinha no quarto do meu irmão. Naquela época, meu irmão não gostava dela, e eles raramente dormiam juntos, na maioria das vezes ficavam em quartos separados. A cunhada passou três anos ao lado do meu irmão vivendo uma vida difícil. Eu conseguia ver o quanto ela o amava, mas não tinha coragem de se aproximar. Só podia ficar ao lado dele em silêncio, e, nas noites em que ele não estava em casa, ela deitava na cama dele, vestia a camisa dele, usava o perfume dele... Mas ele nunca percebeu. Ela amava tanto o meu irmão... De uma forma tão humilde que, às vezes... Até eu me sentia triste por ela.Ne
No hospital do Grupo Bastos, Olívia estava internada em um quarto VIP. Deitada na cama, recebendo soro intravenoso, ela se sentia exausta, tanto fisicamente quanto emocionalmente, mas o sono simplesmente não vinha.Gilbert estava sentado ao lado dela, segurando o pé da irmã sobre seu joelho enquanto cuidava, com extremo cuidado, do ferimento no tornozelo dela, usando um cotonete para aplicar o remédio.Foi só nesse momento que Olívia sentiu uma pontada de dor, franzindo levemente as sobrancelhas, mas permanecendo em silêncio.— Vivia, ontem à noite você não voltou para a casa em Yexnard e nem para a casa em Matear. Onde você estava? — Gilbert perguntou em um tom suave, mas com as mãos trêmulas enquanto aplicava o medicamento.Olívia permaneceu em silêncio.— Você... Foi procurar o Charles?O nome daquele homem parecia uma bomba prestes a explodir, e toda vez que Gilbert o mencionava, era com cautela. — Gabriel me disse que ontem você o levou para encontrar o Charles, mas que a convers
Os filhos da família Bastos raramente se reuniam todos, e só faltava Arthur, que estava no exército, para completarem o grupo.— Irmão Gilbert, por que aconteceu isso com a irmã? Como ela sofreu um acidente de carro? — Hebe, a mais tímida e assustada do grupo, estava à beira das lágrimas.Breno observava de longe, com vontade de abraçá-la suavemente, mas sabia que, com os outros irmãos presentes, sua posição de secretário o impedia de agir dessa forma. Ele reprimiu seus sentimentos, mantendo-os em silêncio, embora seus olhos permanecessem fixos em Hebe.Talvez, para alguém como ele, a única coisa que poderia fazer era permanecer em silêncio, protegendo-a à distância.— Pois é, Mano. A Vivia é praticamente uma deusa do volante, dirige tão bem quanto eu. Como ela poderia bater o carro? O certo seria ninguém nem ver a traseira do carro dela. — Bernardo também estava perplexo.Durante todo o trajeto até o hospital, seu coração estava apertado. Em missões importantes, ele havia enfrentado s