Tiago estava tão transtornado que parecia um homem à beira de um colapso na UTI. — Inútil... Jair... Você é um completo inútil! Jair, ao ver no celular que a opinião pública estava esmagadoramente a favor de Diogo, quase atirou o aparelho contra a parede em um acesso de fúria. — Diogo... Foi você, não foi? Foi você quem vazou essa história para a imprensa! — Irmão, será que você pode pensar com clareza pelo menos uma vez? — Diogo respondeu com um sorriso contido, balançando a cabeça como quem repreendia uma criança. — Qual seria o meu benefício em expor isso? Que vantagem eu teria em prejudicar você ou a família Moura? Gastar energia para te derrubar só para me prejudicar também? Seria como cortar a própria carne. Mais que isso, eu nem preciso fazer nada. Você já faz um bom trabalho se sabotando sozinho. — Diogo! Seu covarde traiçoeiro! — Jair rugiu, completamente tomado pela raiva, a ponto de quase perder o controle. Por trás das lentes de seus óculos, Diogo manteve a expr
Cauã estava confuso, sem entender. — Sr. Diogo, se o senhor resolvesse agora o problema em País T, não seria mais fácil acabar com Jair de uma vez e assumir logo a presidência? Diogo balançou a cabeça, com um sorriso discreto e calculado. — Tiago é um homem naturalmente desconfiado. Se eu mostrasse muita proatividade agora, ele começaria a questionar minhas intenções. — Diogo girou a taça de vinho em suas mãos, o líquido vermelho refletindo a luz baixa do ambiente. — Mas se eu der um passo para trás e deixar Jair no centro do palco, Tiago vai me enxergar como alguém equilibrado, que sabe a hora de recuar e priorizar o bem maior da família. — E se... — Cauã hesitou, franzindo o cenho. — E se Jair conseguir resolver essa situação? — Você realmente acha que eu vou deixar isso acontecer? — Diogo cruzou as pernas com elegância, enquanto um sorriso frio surgia em seus lábios. Ele inclinou a taça levemente, observando o vinho girar, antes de dar um pequeno gole. — A família Bastos j
No momento, a família Moura estava em completo desespero, enquanto Charles também estava atolado de trabalho, quase sem tempo para respirar.A saúde de Érico havia acabado de se estabilizar. Depois de lidar com os assuntos do futuro sogro, Charles começou a se dedicar intensamente à criação da fundação de caridade em homenagem à sua mãe. Apesar de ela já ter falecido há muitos anos, ele fazia questão de organizar tudo com grande empenho, como uma forma de demonstrar sua devoção filial.— Sr. Charles, os preparativos para o jantar beneficente estão quase concluídos. Ainda faltam a aprovação do local, a lista de convidados e alguns outros detalhes para o senhor revisar e definir. — Disse Dante, entregando um arquivo cuidadosamente preparado.Charles pegou o arquivo, examinando-o com atenção. Depois de um momento de silêncio, perguntou com frieza:— O Felipe tem dado algum sinal ultimamente?— Nada de anormal, mas tem algo suspeito. — Respondeu Dante, inclinando-se para a frente e baixand
Dante ficou completamente boquiaberto. Quando foi que o sempre refinado e elegante Sr. Charles tinha comido de forma tão desleixada? Parecia mais um... Porco. Ah, não, ele corrigiu o pensamento imediatamente: parecia o Benjamin possuído!— Veja só como a Sra. Marques se preocupa com o senhor. Ela sabe que, quando está ocupado, esquece até de comer, então já deixa tudo providenciado. — Dante não resistiu a puxar o saco. — Com uma esposa assim, quem precisa de mais alguma coisa?— Só faltou uma coisa para ser perfeito: não foi Vivia que trouxe para mim pessoalmente. — Charles finalmente terminou de mastigar e tomou um gole de água, claramente faminto. Se Olívia tivesse trazido o almoço pessoalmente, quem sabe, depois de comer, ele ainda pudesse “comer” outra coisa... O homem pensou nisso e, só de imaginar, seus lábios se curvaram em um sorriso satisfeito, como se o dia já tivesse ganhado um novo brilho.— Antes, a Sra. Marques já trouxe comida e até sobremesas para o senhor várias
— Não… Não precisa disso. — A voz de Olívia suavizou, assumindo um tom carregado de doçura e um toque de timidez. — Eu estou com você, mas não é para você ser meu escudo humano. Embora você já tenha sido várias vezes… Mesmo assim, você não é invencível. Você não é um herói imortal, muito menos um deus que nunca morre. Por favor, não arrisque sua vida por mim… Eu não suportaria.Charles sentiu o coração disparar, uma felicidade avassaladora tomou conta de seu rosto. Ele sentiu que, se precisasse morrer naquele momento, morreria feliz.— Vivia, eu comi tudo que você mandou. — Ele virou-se de costas, tentando esconder o nó que se formava em sua garganta e o leve tremor na respiração. — Esta noite… Será que eu posso comer você?…Enquanto isso, o Grupo Moura estava afundado no caos.O governo do País T estava furioso e já havia aberto um processo oficial contra a empresa. Todos os responsáveis locais pelas demolições foram presos, e o Grupo Moura foi intimado a pagar uma indenização astron
Diogo já nem se dava ao trabalho de disfarçar a face cruel e predatória de um lobo. Diante dele, Jair não passava de um derrotado insignificante, alguém que ele simplesmente desprezava.— Então… Você voltou de repente só para se vingar de nós? Gael e Tábata foram obra sua? E agora você está vindo atrás de mim? Seu desgraçado, miserável! — Jair gritou, sua voz tremendo de raiva e desespero. — Eu vou contar tudo para o papai! Eu vou contar tudo que você fez! Vou mostrar a ele quem você realmente é, o quão sujo e desprezível você é!— Tábata presa? O que isso tem a ver comigo? Foi obra do Charles e da Olívia. Quanto ao Gael, também foram eles que o denunciaram. O que eu tenho a ver com isso? — Diogo deu um sorriso frio, quase divertido, diante do pânico de Jair. — E, além disso, você acha mesmo que, no estado em que está agora, ainda tem alguma credibilidade com o papai? Ele mal suporta olhar para sua cara, acha que ele vai acreditar nas suas mentiras?O riso de Diogo fez um calafrio perc
Diogo balançou a cabeça com um sorriso cínico, sentando-se com calma à frente de Tiago.— Pai, o senhor e eu somos homens de negócios. Sabemos que promessas vazias e palavras jogadas ao vento não têm valor. Só quando eu for nomeado presidente, eu lhe garanto que todos esses problemas serão resolvidos rapidamente.O olhar de Tiago escureceu, cheio de intenções ocultas.— Isso inclui lidar com Gilbert? — Ele perguntou, com a voz carregada de desconfiança.Diogo manteve a expressão impassível.— Nós fomos sabotados repetidamente. Não há dúvida de que Gilbert está por trás disso. Mesmo que o senhor não me peça, eu não vou deixar o Grupo Bastos pisar na nossa cabeça e fazer o que bem entender.— É mesmo? — Tiago arqueou as sobrancelhas, lançando um olhar desconfiado. — Não esqueça que Olívia é a mulher que você vive dizendo que quer casar. E Gilbert é irmão dela. Você teria coragem de agir contra ele?Diogo suspirou, abrindo as mãos em um gesto de resignação.— Infelizmente, sou uma pessoa
— Eu dei uma olhada. O valor é mais do que o dobro do presente que o senhor enviou ao Sr. Alonso na última vez. Dá para ver o quanto ele o valoriza! — Disse Cauã, com entusiasmo.Os olhos de Diogo brilharam de satisfação.— Quando o Sr. Alonso decide agir, nunca é algo comum.— Não só isso. — Continuou Cauã. — Ele também enviou o medicamento que o senhor pediu. E deixou um recado: disse que, seja o presente ou os medicamentos, uma vez que estão com o senhor, são seus. O senhor pode usá-los como bem entender, ou entregá-los a quem achar necessário.Diogo captou a mensagem nas entrelinhas. Por trás das lentes douradas, seus olhos ficaram indecifráveis.— Além disso, seguindo suas instruções, eu já entrei em contato, por meio dos secretários, com o prefeito de Shadowfen, no País T, e com dois deputados de grande influência na política local. Eles já receberam nossa proposta e demonstraram interesse. O senhor pode organizar uma viagem para encontrá-los pessoalmente.— Fez bem. — Diogo apro