Fábio parou no meio do caminho, com aquela expressão de impaciência voltando a tomar conta de seu rosto. Olívia soltou a mão de Charles e, sem hesitar, caminhou com determinação até ele. No segundo seguinte, ela ergueu seu braço delicado com força e, com os olhos brilhando de fúria, desferiu dois tapas estrondosos no rosto daquele homem mimado e arrogante! Todos ficaram absolutamente chocados. Inclusive Charles! Não só os outros, mas o próprio Fábio ficou atordoado no instante em que os tapas estalaram em seu rosto. Por um momento, ele congelou, incapaz de processar o que acabara de acontecer. Foi só quando sentiu a dor ardente nas bochechas marcadas por dedos, o zunido nos ouvidos e o gosto de sangue no canto dos lábios que finalmente percebeu que havia sido esbofeteado. — Olívia! — Ele gritou, cobrindo o rosto com a mão enquanto seus olhos brilhavam de vergonha e ódio. Ele estava prestes a explodir. Charles, com passos largos e firmes, chegou ao lado da mulher. Sua forte
Gabriel olhou para Olívia uma última vez, com um olhar profundo e cheio de significados. Sem se virar novamente, ele atravessou os portões da Villa Werland e partiu. Ao mesmo tempo, no andar de cima, onde ninguém prestava atenção, Gilbert estava parado junto à grade do corrimão. Seu corpo alto e imponente permanecia rígido, enquanto suas mãos, agarradas ao metal frio, mostravam veias saltadas de tanto esforço. Ele observava o vulto de Gabriel se afastando, e a dor que apertava seu peito parecia se espalhar silenciosamente por todo o seu ser. Do lado de fora, assim que cruzou o portão, Fábio não conseguiu mais conter a raiva. Ele cuspiu com força no chão, expelindo uma mistura de saliva e sangue. A intensidade dos tapas de Olívia havia deixado sua marca, tanto no corpo quanto no orgulho. Gabriel viu a cena e não conseguiu evitar. Um sorriso discreto surgiu no canto de seus lábios. Mas Fábio, atento, percebeu e o encarou com ódio, os dentes cerrados de tanta fúria. — Ria, Gabri
Depois de acalmarem Maia, Olívia e Charles voltaram para o quarto. Assim que trancaram a porta, Olívia abriu os lábios para dizer algo, mas antes que pudesse pronunciar uma palavra, os braços longos de Charles envolveram sua cintura delicada, e seus lábios trêmulos e ansiosos capturaram os dela em um beijo profundo. Os olhos dela, surpresos, se arregalaram por um instante, mas logo se fecharam lentamente. Seus braços subiram, envolvendo o pescoço dele, enquanto ela se deixava levar, como se fosse uma pluma macia em seus braços fortes. Para ele, no entanto, ela parecia algo precioso e frágil, como se pudesse desaparecer de repente. Ele a segurava com tanto cuidado que parecia temer perdê-la para o ar. O beijo era quente, intenso, uma mistura de desejo e devoção. A respiração ofegante dele se misturava aos suspiros delicados dela, preenchendo o ar que parecia ficar cada vez mais denso. Olívia podia sentir o calor que emanava do corpo dele, até mesmo através da camisa. Os lábios, a
— Mas que o tal do Fábio teve coragem de vir sozinho, bancar o valentão e agir com tanta arrogância, isso eu realmente não esperava. — Charles falou enquanto segurava Olívia no colo, sentando-se no sofá com ela. Ele a acomodou em suas pernas e deixou sua mão grande repousar sobre o abdômen dela, massageando suavemente. Ao lembrar do confronto de mais cedo, os olhos dele ficaram sombrios, frios. Felizmente, sua mulher não tinha saído prejudicada. Caso contrário... — Hmpf! Por mais arrogante que ele fosse, duvido que tenha saído ileso depois daqueles dois tapas! Aposto que ficou suando frio de dor. — Olívia disse, envolvendo o pescoço dele, enquanto sua respiração quente e sedutora roçava o pescoço de Charles, quase despertando os desejos que ele tentava conter. — Esses da família Souza são assim de prepotentes porque estão em alta nos últimos anos. Eles têm alguns projetos de pesquisa médica que estão fazendo muito barulho. Ouvi dizer que estão desenvolvendo um medicamento para trat
A mão de Érico tremia levemente enquanto segurava o copo de água. — Acho que está na hora de eu preparar meu testamento. — Ele disse, com uma voz séria. Dimitri sentiu um aperto na garganta. — Sr. Érico! — Não precisa ficar nervoso. — Érico respondeu, com um tom tranquilo. — É comum entre os grandes empresários, tanto aqui quanto no exterior. Quando chegam nessa idade, todos preparam seus testamentos com antecedência, para evitar problemas. Ele olhou diretamente para Dimitri, com um olhar firme. — Dimitri, eu não posso falar sobre essas coisas com as mulheres da casa. Elas são boas demais, sensíveis demais, e isso as deixaria arrasadas. E muito menos posso falar com as crianças. Apesar de toda a imagem de homem bem-sucedido e poderoso que eu passo, eu sei que causei muitos problemas para eles. Sei muito bem o tipo de pessoa que eu sou. Então, só posso contar com você. Você é o único em quem eu confio. — Sr. Érico... — Dimitri murmurou, tomado pela tristeza. — O senhor sempr
O ar ficou pesado instantaneamente, como se a atmosfera tivesse congelado. E assim como o ambiente, o rosto de Érico endureceu. — Sr. Diogo, pelo tom das suas palavras, parece que você não quer que eu melhore da minha doença. Diogo sorriu com uma calma superficial: — Sr. Érico, o senhor está enganado. Como eu poderia ter um pensamento tão mesquinho? O senhor é o pai da Vivia, e a Vivia é a pessoa que eu mais amo neste mundo. É claro que desejo, de coração, que o senhor tenha uma saúde excelente. Dimitri, que não desviava os olhos dele, franziu levemente as sobrancelhas. As palavras soavam como preocupação, mas, vindas da boca de Diogo, pareciam carregadas de algo muito distante de boas intenções. — Sr. Diogo, você realmente é uma pessoa muito... Persistente. — Érico deixou seu corpo ainda mais rígido sob o terno, enquanto o tom de sarcasmo em sua voz cortava como navalha. — Mas, sabe, persistência em excesso vira obsessão. E obsessão só serve para atormentar a si mesmo. Eu
— Eu sei que sentimentos não podem ser forçados. Embora eu ame profundamente a Vivia, nunca a obriguei a ficar comigo. Mas, como o mais leal dos seus pretendentes, não posso aceitar que ela esteja em um relacionamento com alguém como Charles, um homem disfarçado de cordeiro, mas que na verdade é um lobo. — Os olhos de Diogo ficaram sombrios e profundos enquanto ele colocava uma caixa sobre a mesa. — Aqui dentro estão três doses do medicamento especial que salvou sua vida da última vez. Elas são suficientes para estabilizar sua condição. Esse remédio é tão raro que, mesmo que você mande alguém ao País M com muito dinheiro, seria quase impossível conseguir uma dose, quanto mais três. Mas, se o senhor aceitar meu pedido e garantir que a Vivia não se case com Charles, prometo que terá acesso contínuo a esse medicamento para o resto da vida, sem preocupações. Ele fez uma pausa, e seu olhar endureceu, carregado de uma frieza cortante. — Não importa com quem a Vivia fique, eu abençoarei o
— Dimitri! O que está acontecendo? Por que meu pai, que estava bem, teve uma recaída? — Olívia sentou-se ao lado do pai no sofá, segurando com força a mão fria dele, enquanto sentia um nó amargo se formar em sua garganta. — Vivia... Eu estou bem. — Érico forçou um sorriso ao ver a filha, tentando demonstrar força. — Bem? — Olívia retrucou, com a voz carregada de preocupação. — Você está mais pálido que um fantasma! Apesar da tensão no ar, a resposta dela trouxe um toque inesperado de humor à situação. — Foi o Diogo, não foi? Ele esteve aqui? Foi ele quem te deixou assim? — Olívia perguntou, com os olhos faiscando de raiva. Tanto Érico quanto Dimitri permaneceram em silêncio. — Sr. Érico, eu vi o Diogo com um estojo de medicamentos na mão. Ele usou isso para ameaçá-lo? — Charles perguntou, sua voz calma, mas seu olhar carregado de uma intensidade cortante. Dimitri, incapaz de conter-se, respondeu em um tom baixo: — Diogo trouxe medicamentos e disse que foi graças a ele q