Olívia franziu a testa, impaciente, e empurrou a porta levemente. Para sua surpresa, a porta não estava trancada!Sempre tão cuidadosa e prudente, Olívia foi tomada por uma sensação de mau pressentimento, como se um alarme interno tivesse disparado. Ela entrou na sala de estar, alertada.Aquela casa, embora não fosse tão grande quanto sua própria mansão em Yexnard, exalava uma sensação acolhedora e aconchegante, algo que faltava na Vila dos Lagos, onde o luxo excessivo não conseguia mascarar a falta de calor humano.Com esses pensamentos, suas longas pestanas tremeram levemente, e a opressão em seu peito aumentou.— Benjamin, você está aí? Benjamin?A casa estava completamente silenciosa, sem qualquer resposta.Olívia ficou ainda mais preocupada e subiu as escadas rapidamente, verificando cada quarto. Finalmente, ela abriu a última porta do corredor. O ar naquele cômodo estava notavelmente mais quente do que nos outros, e ela sentiu uma presença intensa e inconfundível de masculinidade
Olívia encontrou o olhar rubro do homem e sentiu seu coração acelerar. Ela percebeu a fragilidade que ele tentava esconder, misturada a uma loucura que parecia prestes a explodir.Aquele olhar era o mesmo que ele tinha dois anos atrás, na noite em que a possuíra com uma intensidade incontrolável, quando os dois se perderam um no outro até o amanhecer.— Charles... Calma, você precisa... — As palavras de Olívia foram abruptamente interrompidas por um beijo feroz, quase desesperado, que silenciou qualquer resistência. Os lábios dele, quentes e ávidos, encontraram os dela, explorando, exigindo, como se quisesse extrair até o último sopro de vida dela.Ele a desejava, mais do que tudo. Precisava dela, ao ponto de enlouquecer. A cada dia sem vê-la, ele se arrastava, uma mera sombra de si mesmo.Olívia deixou escapar um gemido suave enquanto sua respiração se tornava errática, e sua pele parecia incendiar sob o toque dele. Suas mãos trêmulas tentaram empurrá-lo, mas seus esforços fracos só
Quando era esposa dele, Olívia costumava se vestir com as camisas de Charles quando ele não estava em casa, apenas para sentir o cheiro e o calor que eram exclusivamente dele. Ela não imaginava que, naquele momento, seu estado emocional fosse tão semelhante ao que sentia naquela época.Ela achava que ele não acordaria tão cedo e decidiu buscar um pouco de água. Depois de se refrescar e tomar a água, ela planejava sair discretamente, como se nada tivesse acontecido.Olívia saiu do quarto com passos leves, dirigiu-se a cozinha no segundo andar e bebeu um pouco de água fria para acalmar o coração que ainda batia forte.Que tipo de homem era Charles? Seria que ele estava tão desesperado por uma mulher? O que aconteceu naquela noite não foi apenas sexo, parecia uma tentativa de destruí-la, de devorá-la por completo. Com esse pensamento, Olívia levantou os lábios, que ainda estavam manchados do beijo, e sentiu a água fria descer pela garganta, como se estivesse quente.O lugar que sempre a
Com um estalo agudo, Olívia sentiu o coração apertar e, com um leve tremor nas mãos, deixou o porta-retratos cair no chão, estilhaçando-se em mil pedaços.Os cacos de vidro voaram, e um deles cortou o tornozelo dela, deixando um fino rastro de sangue escorrer.— O que você... Está fazendo aqui? — A voz grave e magnética de Charles ecoou por trás dela, atravessando-lhe a espinha.Olívia não se virou, apenas respondeu friamente:— Desculpe por incomodar. Eu já estou de saída.Charles olhava para as costas dela, vestida com a sua camisa. À luz suave, o corpo delicado e curvilíneo de Olívia se insinuava sob o tecido largo, emanando uma sedução sutil que fazia qualquer um querer abraçá-la e protegê-la.Ele engoliu em seco, a garganta subitamente seca.Pouco antes, havia despertado de um sono profundo, suando frio. Instintivamente, estendeu a mão ao lado, mas o espaço estava vazio. Olívia não estava lá.Mas ao ver que as roupas dela ainda estavam no chão, junto com os sapatos, Charles deduzi
— Eu vou assumir a responsabilidade por você, eu prometo que vou. — Disse Charles com determinação.— Eu não preciso que você assuma responsabilidade por mim... Eu só quero que me deixe ir. — As lágrimas de Olívia caíam sobre o ombro dele, quentes como se pudessem deixar marcas. — Charles, eu te odeio, te detesto... Não me toque!— Se eu não puder tocar você, em quem mais eu vou tocar? — A voz de Charles estava rouca e trêmula.— Charles, se você queria assumir responsabilidade... Por que se divorciou de mim? Por que não disse isso naquela época?— O quê? — O homem ficou atônito.— Quando era hora de assumir responsabilidade, você me afastou... Agora, que eu não preciso mais, por que você não pode simplesmente ir embora?Aproveitando o momento de distração dele, Olívia mordeu o braço de Charles com toda a força, como se quisesse arrancar-lhe a carne.Charles sentiu a dor e afrouxou um pouco o aperto. Como um coelho escapando de uma armadilha, Olívia se desvencilhou dos braços dele e, e
— Vivia, como você está? Se machucou? — Gilbert abriu a porta do carro e se inclinou para dentro, procurando sinais de fratura nos braços e nas pernas de Olívia.— Estou bem... Não é nada, irmão. — Respondeu Olívia, com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas, o rosto pálido como papel.Mas Gilbert ficou chocado ao vê-la assim, sentindo que algo muito sério havia acontecido.Ele conhecia Vivia muito bem; ela nunca foi de chorar facilmente. Ela já havia enfrentado situações de vida ou morte no campo de batalha, como uma simples colisão poderia fazê-la chorar?Algo mais devia ter acontecido. Algo muito grave.— Embora pareça apenas ferimentos superficiais, é melhor levá-la ao hospital para um exame mais detalhado. Devemos fazer uma tomografia para verificar se não houve concussão. — Gabriel sugeriu, desta vez com seriedade, deixando de lado seu habitual tom brincalhão.Gilbert franziu as sobrancelhas com preocupação e, sem hesitar, levantou Olívia nos braços, colocando-a de volta no Roll
Benjamin foi chamado por Osvaldo para uma reunião no grupo, mas no meio do encontro, recebeu uma ligação de Charles, que ordenou que ele fosse imediatamente à Vila dos Sonhos, a menos que estivesse morto. Isso o fez deixar a reunião inacabada, saindo sob os olhares curiosos de todos no Grupo Júnior.Benjamin acelerou até a mansão de Charles.— Mas que diabos?Antes mesmo de entrar pelos portões, avistou uma nuvem densa de fumaça pairando sobre a casa, como se um vulcão estivesse prestes a entrar em erupção. O susto fez seu rosto perder toda a cor, e ele correu desesperadamente para dentro.No final, encontrou Charles no jardim dos fundos, queimando algo em um barril de ferro.O homem estava ao lado das chamas, o rosto pálido e a expressão profundamente preocupada. A luz do fogo refletia em sua face, conferindo-lhe uma beleza melancólica, como se fosse uma estátua solitária em meio às ruínas de uma guerra devastadora.Benjamin, completamente desorientado, apressou-se até ele e pergunto
— Chad! — Gritou Benjamin, correndo para ajudar Charles a se levantar. — O que está acontecendo... Por que você está tremendo tanto? Está com frio, Chad?— Benjamin... Você sabe... — Charles apertou as mãos contra o chão, os olhos negros se enchendo de lágrimas, completamente desolado. — A coisa que mais partiu o coração da Vivia... foram aqueles momentos que eu e Rafaela a magoamos... Quando ela viu aquela foto, eu soube... Acabou... Nós acabamos...— Não acabou! Não acabou! Quem disse isso? — Benjamin, vendo o amigo se consumindo de dor, sentiu uma dor profunda no peito. — Isso é tudo culpa minha, minha! Você já está tão ocupado, com a saúde debilitada, como poderia lidar com essas coisas? Toda essa merda é culpa minha! Vou agora mesmo falar com a Olívia... Vou explicar tudo para ela!Charles segurou-o firmemente, esboçando um sorriso amargo e balançando a cabeça. — No fim das contas... Fui eu quem causou tudo isso, de que adianta explicar? Explicando... Tudo o que fiz para machucá-