A luz do sol cintilava na água, suspirei satisfeita por ter encontrado aquele lugar, quando cheguei na beira do rio. O ar era mais fresco e o lugar era calmo. Aquele era o tipo de lugar que transmitia paz, estava feliz de estar aqui, mesmo sendo em um momento não muito agradável para mim.
Estava tudo tão calmo e o cintilar da luz do sol na água, deixando tudo ainda mais calmo e belo. Não pude resistir à vontade de entrar na água e nadar. Com movimentos rápidos, tirei todas as minhas roupas e as coloquei em cima da raiz do enorme carvalho que pairava sobre mim. Eu estava em uma parte em que o rio parecia ser mais fundo, o que tornava perfeito para um mergulho. Me aproximei da beira e me inclinei para frente, depois mergulhei. Foi maravilhoso sentir a água deslizando pela minha pele, enquanto eu subia de volta para a superfície. A temperatura da água estava realmente boa e... e... Me perdi dos meus próprios pensamentos, quando percebi que não estava sozinha. Havia um homem que também estava na água e tudo indicava que ele também estava nu. O encarei por alguns segundos perplexa por não ter percebido antes. Comecei a pensar em varias maneiras diferentes de como sair de dentro da água, sem ele me ver completamente pelada. Estava me esgueirando aos poucos até uma parte em que ele não conseguisse me ver, quando o ouvir falar. — Eu sei que falei que o mundo era pequeno, mas, realmente não esperava lhe encontrar aqui... Aurora. — O que?! — Gritei em pensamento. Essa voz era do homem rude, que eu havia jogado café, no dia anterior. Voltei meu rosto para ele no mesmo instante. — Você! — Pelo que vejo, você se lembra de mim. Fico feliz que não tenha me esquecido. — O senhor está me seguindo? Pergunto um pouco abismada, com a possibilidade de tal homem estar realmente me seguindo. — Eu não! Por que eu faria isso? Fico um pouco aliviada. — Você até é bonita, mas, não é bonita o suficiente para que eu cometa uma loucura dessas. Abro a boca para falar algo rude, mas paro pela metade e reformulo a minha frase. — Pelo que vejo, o senhor continua um poço de gentileza. — Sou sempre gentil, minha querida amiga. Ele fala isso com um pouco de diversão na voz. Reviro os olhos e dou de ombros. — Sim, claro... Como o senhor é um homem tão gentil e distinto, sei que irá se virar, para que eu possa sair da água. — Porquê? Entrou na água sem roupa Aurora? Seu tom divertido e a pitada de malícia usada na pergunta me deixam inquieta. Tenho vontade de sair da água, pegar as minhas roupas e sair correndo para longe daqui, mas, não tenho coragem o suficiente para desfilar nua, para esse cara. — Porquê a pergunta? O senhor está sem as suas? Perguntei curiosa, mesmo já sabendo a resposta. — Creio que você sabe muito bem que estou sem elas, assim como eu sei que a senhorita também está sem as suas. — Se realmente sabe, pode fazer o favor de se virar. — Não estou com vontade. Mesmo estando dois metros de distancia um do outro, não posso deixar de ver aquele maldito sorriso divertido em seu rosto. — Pensei que o senhor usufruísse de boas maneiras. — As minhas boas maneiras tiraram férias, então, não se preocupe. Não pretendo me virar. — Está brincando, não está? — Claro que não, não costumo brincar com esse tipo de coisa. — Você é um idiota sabia! — Não é a primeira vez que me chamam disso, e posso garantir que já me chamaram de coisas piores. Ele fala com um sorriso no rosto, e isso faz com que eu sinta uma onda de raiva. — Você... — O quê? Tento controlar a minha raiva. — Quer saber? Você não vale a pena! Começo a nadar até o lado mais raso do rio, até chegar na beira. Saio de dentro d’água e, tento caminhar sem tropeçar nas pedras enquanto, escondo que estou envergonhada o bastante para desejar morrer nesse exato momento, ou eu simplesmente poderia cometer um assassinato. — Essa é uma opção bem interessante. — Penso. — Mas, não quero ter que ir presa por causa de um bastardo como esse. Solto um longo suspiro de frustração, enquanto me abaixo e pego as minhas roupas. — Foi isso que você e essa sua bunda linda decidiram? Posso sentir o deboche na sua voz. — Isso! Ria, da pobre garota que teve que desfilar nua para você. Termino de me vestir. Olho para frente e o que vejo me deixa realmente entusiasmada. — Sabe Micael, eu vou te contar um pequeno segredinho... Falo, enquanto calculo a distância entre mim e a pilha de roupa daquele bastardo. — É mesmo? Olho para ele, ele ainda está na água, quase no meio do rio. Mesmo que ele nade igual um peixe, ainda não vai dar tempo de ele me alcançar. — O mundo dá volta amigo, e o karma sempre persegue quem merece. E você merece muito... Lhe dou um dos meus melhores sorrisos e começo a correr meio desajeitada por cima das pedras, até chegar na pilha de roupa, que estava sob uma pedra. Quando ele percebe o que realmente está acontecendo, já é tarde demais. Estou com as roupas dele em minha mão. — Espera! Aurora, você não vai fazer isso que eu estou pensando, vai? — Não sei... — Continuo. — Eu estou pensando no quanto vai ser engraçado, você voltar para casa “totalmente pelado”. — Aurora... — Não adianta me olhar com cara feia, você que procurou. Agora tenha um bom caminho de volta para casa. — Se você fizer isso, eu juro que vou te matar, garota. — Hahaha, tente me encontrar primeiro idiota. Começo a sair de pressa do caminho das pedras e a correr na mesma direção na qual eu vim, ouço a voz dele alterada, atrás de mim. — Aurora! Sua garota louca! — Você ainda não viu nada amor, haha. — Volta aqui sua maluca! Aumento ainda mais a velocidade, enquanto desvio dos galhos das árvores que aparecem no caminho. — Eu não poderia parar nem que a minha vida dependesse disso. — Nem de brincadeira, que eu vou ser pega por um louco daquele.O chão do piso de madeira estava terrivelmente gelado. Mas, não tão gelado quanto o meu coração estava naquele momento.Meu nome é Agnes Dempsey, tenho vinte e quatro anos, e me formei em advocacia no ano anterior. Nasci em uma família de prestígio, formada por Médicos, com um nome a zelar. E já que toda família normal tem sempre um membro que é dissemelhante dos demais, eu tecnicamente me sacrifiquei para fazer esse papel.Porém, eu não faço parte de uma família normal, faço parte da família DEMPSEY. A famosa família de Médicos de Nova Jersey, e o simples fato de eu não ter me tornado uma Médica, é visto como uma doença pela a minha família.Mas, não é por isso que eu estou nesse exato momento deitada no piso gélido de uma cabana, no meio de Hamilton Forest em greensboro, uma cidade localizada no estado americano da Carolina do norte. Que fica mais ou menos há quase nove horas de distância de Nova Jersey.Estou aqui à procura do meu porto seguro de refúgio, digamos assim. Que me faça
Com a mesma mala que eu havia deixado na entrada, a levo novamente embora comigo, passo na garagem e pego o meu carro, e graças a deus, eu estava com as chaves dele dentro da minha bolsa, porque eu não iria voltar a colocar os meus pés naquele maldito lugar, nesse exato momento.Entro dentro do meu carro e começo a dar voltas pela cidade sem saber para onde ir e o que fazer agora, depois que todo o meu mundo havia virado de cabeça para baixo.Depois de um tempo dirigindo pela cidade sem rumo, encosto o meu carro no meio fio e simplesmente me permito chorar.Choro por mais alguns minutos, que parecem mais ser décadas. Fecho os meus olhos e respiro fundo, tentando me acalmar e então, algo me vem à mente, algo que a minha avó paterna sempre dizia.Quando estiver triste e sem rumo, olhe para o céu e veja as estrelas e se não conseguir vê-las, olhe mesmo assim, pois mesmo não as vendo no céu, saberá que elas sempre vão estar lá e só então poderá encontrar refúgio e o seu próprio porto segu
Depois de me empanturrar de duas enormes fatias de Cheesecake, mal posso levantar um dedo para poder chamar a garçonete e pedir a conta, com muito esforço e sem coragem nenhuma, chamo a garçonete e peço a conta.Depois de pagar, me levanto preguiçosamente e, volta para a loja, onde deixei as minhas compras. Pego todas as sacolas com o atendente simpático que me ajudou a levá-las até o meu carro, depois, o agradeço com um sorriso gentil de agradecimento. Coloco todas as sacolas dentro do porta-malas e logo em seguida entro no carro.Assim que entro, encosto a minha cabeça no banco e a minha mente para por um instante, e penso em todas as coisas que vou ter que fazer quando voltar para a cabana.— Sinceramente, eu poderia ter ido para qualquer lugar do mundo, ter me hospedado em um hotel cinco estrelas de frente para o mar ou, qualquer outra vista reconfortante. Mas, naquela hora, só lembrei deste lugar.— E vamos ser sincera, estou mais perdida que uma agulha no palheiro.Falo comigo m
Depois de um casamento fracassado e duas desilusões amorosas, decidi fechar a cota de sofrimento do meu pobre coração e da minha mente.Meu nome é Micael Montgomery, tenho trinta e oito anos. Sou dono de uma empresa de Whiskey, que está localizada em um dos três melhores prédios de Chicago.Tenho dois filhos, o mais velho se chama Chase, e a mais nova Lydia. Chase, está terminando de cursar administração e Lydia, acabou de começar a cursar teatro. Os meus filhos são ótimos, eles são a minha família, as pessoas mais preciosas para mim.Já faz muito tempo desde que deixei a minha vida amorosa de lado e, deixei de procurar um amor ou qualquer coisa do tipo, que envolva meu coração e meus sentimentos.Me casei muito novo, eu tinha apenas dezoito anos. Meu casamento foi em parte por amor e a outra parte, pelo fato da minha ex-esposa Isis, estar grávida do meu filho Chase.Conheci Isis, ainda quando criança, crescemos juntos e não demorou muito até que nos apaixonássemos. Assim, quando term
Aleivosia: Atitude de quem é traiçoeiro e desleal. (Elisandra e Simon)Acrimônia: Relativo a azedar, azedo. (Minha relação tornou-se azeda com ambos)Absonância: Falta de harmonia entre duas ou mais coisas. (Eu e a minha vida amorosa) De todos os passatempos do mundo, os únicos que eu posso recorrer no momento é um Dicionário sabichão e um maldito livro de poesia, que comprei por causa da bela capa, preta e roxa, que é igual ao meu humor no momento.Estou deitada no chão da cabana, sob uma coberta, em frente a lareira. A franca luz que emana das lâmpadas, são o bastante para que, eu não tenha que ficar totalmente no escuro, e a luz emitida do fogo da lareira, me auxilia com o meu pequeno e entediante passatempoHoje mais cedo, logo depois de eu ter voltado das compras. Me assegurei de limpar toda a cabana e arrumar o máximo que eu podia. Comprei uma nova cama, um novo fogão e uma nova geladeira, O pessoal da loja a onde eu havia comprado, vieram fazer a entrega, ante
Durante a madrugada o clima estava frio, mas, agora está realmente agradável, o tempo está realmente bom para dar uma caminhada. E uma caminhada pelo bosque, com certeza me ajudaria espairecer, e só deus sabe como eu preciso disto neste momento.Quando realmente acordei pela manhã, o meu humor estava realmente bom. Me levantei da minha cama improvisada, já que a que eu havia comprado, ainda não havia chegado.Fiz a minha higiene matinal e cuidei de fazer um café da manhã digno, mesmo não tendo comprado quase nada de comida no dia anterior.Depois do café, o meu humor ainda estava ótimo, ele só ficou péssimo depois que comecei a ler aquele dicionário outra vez e mais uma vez encontrar palavras que descrevem muito bem a minha situação. O que acabou me levando a lembrar dos acontecimentos que me trouxeram até aqui. E mais uma vez fiquei triste e com raiva, por ter sido tola e nunca ter percebido que estava sendo enganada por aqueles dois.Segui pela floresta, afastando alguns galhos caí
Micael Montgomery:Até tentei ir atrás dela, mas quando finalmente consegui sair de dentro da água, não havia mais rastro dela. Ainda bem que ela não percebeu na hora que o meu celular caiu do bolso da minha calça. Claro que ela não percebeu, ela estava ocupada demais fugindo com as roupas.Graças a ela tive que caminhar por vários minutos por dentro do bosque até chegar o mais próximo da cidade, onde havia sinal.Me vi obrigado a me esconder entre as moitas na beira da estrada e ligar para o Oliver, na esperança de ele vir me socorrer.E agora estou sendo obrigado a aturar todas as suas crises de risos.— Hahaha.... D-esculpa.... Haha.Olho para o idiota do meu irmão que está a mais de dez minutos rindo igual uma hiena.— Oliver, eu posso te garantir, que há varias maneiras, de sumir com um corpo.Falo irritado. E ele por fim se cala.— Está me ameaçando irmão? Logo a mim, que te ajudei a chegar em casa de maneira decente? Estou profundamente magoando.Ele funga de uma maneira que en
Dois dias depois:As pessoas costumam dizer que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Mas porque diabos esse caiu?O dia amanheceu chuvoso, apesar de eu não gostar muito de chuva, o dia estava realmente lindo e refrescante, mas posso dizer que já o comecei com o pé esquerdo.Decidi deixar aquele entediante livrinho de lado e respirar um pouco de ar puro, ao redor da cabana, não queria ir muito longe para não ter a má sorte de encontrar aquele pervertido outra vez.Saí e andei um pouco pela estrada no meio do bosque, que levava até a estrada principal, aspirando o maravilhoso ar puro e a bela vista daquele lugar, tudo estava indo perfeitamente bem até eu ter a má sorte de escorregar e cair bem em cima de uma poça de lama.— Ah! Merda! Era só o que me faltava...Tento me levantar, mas uma pontada forte no meu pé esquerdo me impede de continuar e acabo caindo miseravelmente no chão outra vez.— Ah... Eu não posso acreditar que torci meu pé com tampouco...Coloco a parte de trás da m