Dois meses se passaram, desde do incidente. O meu pai acordou duas semanas depois, e no momento ele está andando com a ajuda de uma cadeira de rodas, mas o médico garantiu que daqui a alguns dias ele vai conseguir voltar a andar. É um processo lento, mas eu estou feliz em vê-lo se recuperando.Já Elisandra, é uma história diferente. Ela precisou ser internada numa clínica psiquiatra, depois que tentou se jogar da janela do décimo andar, do quarto de hospital. Ela ficou completamente descontrolada, ela falava apenas duas frases: "Me perdoa", e "Não quero viver". Mesmo eu garantindo que a perdoava, ela continuou pedindo perdão e se machucando.Deixá-la sozinha era perigoso demais, uma vez que tentava acabar com si mesma a qualquer oportunidade que tinha. Houve algumas tentativas, antes de tentar se jogar, mas foi só depois, que decidi que ela precisava ser internada. A clínica, onde a coloquei, é um bom lugar, Elisandra fica boa parte do tempo nos jardins, deitada na grama, ou sentada
Chego na clínica, e acabo encontrando Elisandra sentada num banco debaixo de uma árvore enorme, com o livro “A escolha”, de Nicola Sparks, sobre as pernas, enquanto observa os pequenos patos nadarem no lago mais à frente. Me sento ao seu lado, e por um tempo ficamos em silêncio.— Como está hoje, Elisandra? — pergunto, quebrando o silêncio.— Um pouco melhor que ontem, eu acho — responde ela, com um tom de voz baixo e triste.Continuamos a conversar, falando sobre coisas banais, como o tempo e o livro que ela está lendo. Mas posso sentir que há algo mais profundo por trás de suas palavras, algo que ela não está disposta a compartilhar.Até que ela para e finalmente olha para mim, e me pergunta o motivo de eu a ter perdoado.— Por que você me perdoou, Agnes? — pergunta ela, com um olhar curioso e um pouco triste.— Eu não consigo odiar você, Elisandra — respondo, com um tom de voz suave. — Sei que você estava sendo guiada por nossa mãe, e sei o quanto você estava sofrendo.Elisandra ol
Me doeu deixar Agnes, para voltar para Chicago, mesmo sabendo que ela estava bem. Foi incrível perceber o quanto eu já estava dependente de uma linda garota, que é determinada, inteligente, um pouco brava, e também alguns anos mais nova que eu.Quando ela jogou aquele líquido sujo que é o café do meu irmão, em mim, eu nunca poderia imaginar que acabaria entregando o meu coração para ela, para a mulher que me fez voltar pelado para casa do meu irmão, depois de ter saído correndo feito uma louca, com as minhas roupas.Ela até tentou me assassinar uma vez, mas se falo isso, ela diz que estou sendo dramático demais. Mas não importa, porque eu sei que ela é a mulher certa para mim. E agora, após três meses e meio sem a ver pessoalmente, finalmente consigo me livrar dos projetos pendentes da minha empresa e volto para Nova Jersey.Depois que desci do avião, tomei a liberdade de visitar Augusto Dempsey, o pai de Agnês. Eu queria ver como ele estava se recuperando após todo o estresse que hav
Depois de termos matado boa parte da saudade, decidimos fazer uma pausa e relaxar um pouco. Comemos a pizza juntos, rindo e conversando sobre nossas vidas. Micael tomou um banho e trocou de roupa, enquanto eu guardava os meus materiais de trabalho. Agora estamos deitados juntos no sofá, assistindo ao filme "Velozes e Furiosos 5". Eu estou com a cabeça apoiada no ombro de Micael, e ele estava acariciando meus cabelos com dedos suaves.— Eu estou tão feliz em ter você de volta — disse eu, com um tom de voz suave.— Eu também estou feliz em estar de volta — respondeu Micael. — Eu sinto que estou em casa quando estou com você.Eu sorri e me aconcheguei mais perto dele.— Eu sinto o mesmo, sinto que estou exatamente onde devo estar.Micael continuou a acariciar meus cabelos, e eu senti que estava relaxando mais e mais.— Você é tão linda, Agnes — disse ele, com um tom de voz apaixonado. — Você é a mulher mais linda que eu já vi.Eu sorri e me senti corar. Micael riu e me beijou na testa.—
TRÊS ANOS DEPOIS:Greensboro:Eu sorrio ao ver a minha família reunida ao redor da mesa, todos rindo e conversando. É um momento perfeito, um momento que eu sempre sonhei em ter. Estamos em greensboro, na pequena cidade onde eu e Micael nos conhecemos e nos apaixonamos, a cabana onde tivemos momentos únicos, foi reformada para acomodar a grande família que nos tornamos, e agora é um lugar onde a nossa família pode se reunir e criar novas memórias.Coloco a travessa com a sobremesa na mesa e me sento ao lado de Micael, que está segurando a mão da nossa filha mais velha, Aurora. Ela é uma menina linda e inteligente, com os olhos do pai e com a mesma cor de cabelo que eu. Dominic, o nosso filho mais novo, está dormindo nos braços do meu pai, que está sorrindo de orelha a orelha.Dália, a namorada do meu pai, está conversando com a minha irmã e Oliver, que agora são um casal. É incrível como a vida pode mudar em tão pouco tempo. Dois anos atrás, Oliver e Arabelle estavam casados, mas agor
A luz do sol cintilava na água, suspirei satisfeita por ter encontrado aquele lugar, quando cheguei na beira do rio. O ar era mais fresco e o lugar era calmo. Aquele era o tipo de lugar que transmitia paz, estava feliz de estar aqui, mesmo sendo em um momento não muito agradável para mim.Estava tudo tão calmo e o cintilar da luz do sol na água, deixando tudo ainda mais calmo e belo. Não pude resistir à vontade de entrar na água e nadar.Com movimentos rápidos, tirei todas as minhas roupas e as coloquei em cima da raiz do enorme carvalho que pairava sobre mim.Eu estava em uma parte em que o rio parecia ser mais fundo, o que tornava perfeito para um mergulho. Me aproximei da beira e me inclinei para frente, depois mergulhei. Foi maravilhoso sentir a água deslizando pela minha pele, enquanto eu subia de volta para a superfície.A temperatura da água estava realmente boa e... e...Me perdi dos meus próprios pensamentos, quando percebi que não estava sozinha. Havia um homem que também es
O chão do piso de madeira estava terrivelmente gelado. Mas, não tão gelado quanto o meu coração estava naquele momento.Meu nome é Agnes Dempsey, tenho vinte e quatro anos, e me formei em advocacia no ano anterior. Nasci em uma família de prestígio, formada por Médicos, com um nome a zelar. E já que toda família normal tem sempre um membro que é dissemelhante dos demais, eu tecnicamente me sacrifiquei para fazer esse papel.Porém, eu não faço parte de uma família normal, faço parte da família DEMPSEY. A famosa família de Médicos de Nova Jersey, e o simples fato de eu não ter me tornado uma Médica, é visto como uma doença pela a minha família.Mas, não é por isso que eu estou nesse exato momento deitada no piso gélido de uma cabana, no meio de Hamilton Forest em greensboro, uma cidade localizada no estado americano da Carolina do norte. Que fica mais ou menos há quase nove horas de distância de Nova Jersey.Estou aqui à procura do meu porto seguro de refúgio, digamos assim. Que me faça
Com a mesma mala que eu havia deixado na entrada, a levo novamente embora comigo, passo na garagem e pego o meu carro, e graças a deus, eu estava com as chaves dele dentro da minha bolsa, porque eu não iria voltar a colocar os meus pés naquele maldito lugar, nesse exato momento.Entro dentro do meu carro e começo a dar voltas pela cidade sem saber para onde ir e o que fazer agora, depois que todo o meu mundo havia virado de cabeça para baixo.Depois de um tempo dirigindo pela cidade sem rumo, encosto o meu carro no meio fio e simplesmente me permito chorar.Choro por mais alguns minutos, que parecem mais ser décadas. Fecho os meus olhos e respiro fundo, tentando me acalmar e então, algo me vem à mente, algo que a minha avó paterna sempre dizia.Quando estiver triste e sem rumo, olhe para o céu e veja as estrelas e se não conseguir vê-las, olhe mesmo assim, pois mesmo não as vendo no céu, saberá que elas sempre vão estar lá e só então poderá encontrar refúgio e o seu próprio porto segu