CAPÍTULO 2

Com a mesma mala que eu havia deixado na entrada, a levo novamente embora comigo, passo na garagem e pego o meu carro, e graças a deus, eu estava com as chaves dele dentro da minha bolsa, porque eu não iria voltar a colocar os meus pés naquele maldito lugar, nesse exato momento.

Entro dentro do meu carro e começo a dar voltas pela cidade sem saber para onde ir e o que fazer agora, depois que todo o meu mundo havia virado de cabeça para baixo.

Depois de um tempo dirigindo pela cidade sem rumo, encosto o meu carro no meio fio e simplesmente me permito chorar.

Choro por mais alguns minutos, que parecem mais ser décadas. Fecho os meus olhos e respiro fundo, tentando me acalmar e então, algo me vem à mente, algo que a minha avó paterna sempre dizia.

Quando estiver triste e sem rumo, olhe para o céu e veja as estrelas e se não conseguir vê-las, olhe mesmo assim, pois mesmo não as vendo no céu, saberá que elas sempre vão estar lá e só então poderá encontrar refúgio e o seu próprio porto seguro.

Abro rapidamente o vidro do meu lado da janela e olho para o céu, ainda é dia, mas, olho para ele mesmo assim e começo a imaginar as belas estrelas do céu noturno.

Depois de um tempo olhando para o céu, o alívio que eu esperava e buscava encontrar lá, não chega. Mas, algo novamente me vem à mente, algo que também é relacionado a minha avó paterna.

Antes de a minha avó morrer, ela me deixou uma pequena cabana em Hamilton Forest, em greensboro, uma cidade localizada no estado americano da Carolina do norte. Que fica a mais ou menos há quase nove horas de distância de carro, daqui de Nova Jersey.

Então, sem nem mesmo pensar duas vezes, ligo o carro e pego a estrada para Hamilton Forest.

Depois de nove horas exaustivas de viagem, finalmente chego no local. Paro o carro em frente a cabana e logo desço.

A cabana fica no meio da floresta, um pouco mais afastada da cidade do que eu imaginava.

Caminho até a porta e finalmente me lembro de uma das coisas mais importantes no momento, a ‘Chave’.

— Hahaha.

Começo a rir de nervoso.

— Eu não posso acreditar que eu não pensei nisso.

Falo comigo mesma.

— Que cabeça oca essa minha, como eu poderia vim para uma cabana no meio do nada e não ter uma chave para entrar dentro dela.

Coloco uma mão no rosto e me encosto na parede de madeira.

— Ah meu deus do céu, a vontade de rir da minha desgraça é grande, mas a vontade de chorar é ainda maior.

Fico alguns segundos pensando na vida e com a graça divina, lembro-me de que, algumas das pessoas antigas guardavam uma chave reserva em algum lugar em frente de sua casa.

— Tomara que haja uma, porque se não houver, terei que passar a noite do lado de fora e, isso não seria nada agradável.

Então começo a procurar, procuro debaixo da porta e do tapete velho, depois nos batentes da porta e de ambas as janelas da frente e com muita sorte acabo achando a bendita da chave na segunda janela.

— Isso, isso, isso!

Dou alguns pulinhos de felicidade.

Depois da breve e estonteante comemoração, caminho em direção a porta e introduzo a chave na fechadura. Tento me conter para não pular de alegria outra vez, quando a porta se abre.

Entro na cabana e dou uma breve observada no local, ela é bem pequena, tem apenas um quarto, uma cozinha, um banheiro e uma sala.

Não é uma mansão, mas, dá para morar como uma pessoa digna. Vejo que lá não tem absolutamente nada além de algumas coisas velhas e panos empoeirados, que já estão mais para trapos.

— Bem, acho que não tem como as coisas piorarem.

O sol está se pondo e a noite já está chegando. Logo será noite e eu não tenho absolutamente nada de luz, a não ser meu celular, meu computador e o carro, mas, creio que isso não irá dar para iluminar a cabana inteira.

Comecei a procurar o gerador, era bem comum ter geradores de energia em cabanas ou em casas mais afastadas da cidade.

Depois de um tempo procurando, finalmente encontro, ligo ele para ver se ainda estava funcionando. Vejo as luzes da cabana ligarem, todas ao mesmo tempo.

— Caramba, estou me sentindo quase um deus. “Haja luz”, e houve luz nessa linda e bela cabana empoeirada.

Falo tentando soar quase como deus.

As luzes que antes eram fortes e vividas começam a enfraquecer e a ficarem quase abolidas.

— Bem, talvez tenha sim como piorar. Talvez seja porque o gerador ficou muito tempo sem receber energia solar.

Não que eu entenda do assunto, mas, é o que aparenta ser.

— Pelo visto vou ter que passar a noite dentro do carro.

Bom, acredito que depois disso, não tem como as coisas piorarem.

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