CAPÍTULO 4

Depois de me empanturrar de duas enormes fatias de Cheesecake, mal posso levantar um dedo para poder chamar a garçonete e pedir a conta, com muito esforço e sem coragem nenhuma, chamo a garçonete e peço a conta.

Depois de pagar, me levanto preguiçosamente e, volta para a loja, onde deixei as minhas compras. Pego todas as sacolas com o atendente simpático que me ajudou a levá-las até o meu carro, depois, o agradeço com um sorriso gentil de agradecimento. Coloco todas as sacolas dentro do porta-malas e logo em seguida entro no carro.

Assim que entro, encosto a minha cabeça no banco e a minha mente para por um instante, e penso em todas as coisas que vou ter que fazer quando voltar para a cabana.

— Sinceramente, eu poderia ter ido para qualquer lugar do mundo, ter me hospedado em um hotel cinco estrelas de frente para o mar ou, qualquer outra vista reconfortante. Mas, naquela hora, só lembrei deste lugar.

— E vamos ser sincera, estou mais perdida que uma agulha no palheiro.

Falo comigo mesma.

— Tem tantas coisas para fazer. Bom, tenho que fazer uma faxina primeiro, depois resolver o problema do gerador. Pelo menos comprei um fogão novo, e uma cama também, já que a que havia lá, estava cheia de poeira e mofo.

— Pelo menos, vou estar ocupada o suficiente para não pensar na minha triste vida amorosa e, no fato de a minha mãe preferir que a minha irmã seja feliz e eu não.

Solto um suspiro longo e pesado.

Ligo o carro e pouso distraidamente a minha mão sobre o copo de café, que estava ao meu lado, no porta copo.

— Ah, é o café do marido da Arabelle.

Ela realmente falou diversas façanhas sobre este café.

— Não pode ser tão ruim, certo?

Curiosa sobre o sabor do café, abro a tampa e tomo um gole exagerado.

—Ugh... Ugh... Por deus... O que diabos é isso?

Falo incrédula.

A água preta, que eu chamei de café mais cedo, era realmente horrível. Tinha um gosto estranho, era salgado mas também era doce e ao mesmo tempo insosso.

— Que horror, isso é tudo menos café!

Com um clique no botão de abrir a janela, a abro e jogo o café de uma vez pela janela, sem remorso algum.

— É impossível que haja no mundo alguém que faça um café tão ruim que n...

A minha frase é cortada por um grito de surpresa.

— Ahhh! Mas, que merda...

Santa Mãe de deus, acabei de jogar aquela água preta na cara de alguém

— Ah... Meu Deus do céu...

 Desligo o carro e saio para fora.

— Me desculpe senhor... eu juro que foi sem querer, eu não lhe vi ai...

— Você está louca, jogando coisas pelas janelas, sem nem mesmo ver se havia alguém passando.

Fala o homem, com uma pitada de raiva na voz.

— Eu já pedi desculpa moço, eu não lhe vi passando, deixe-me ajudá-lo?

Ele retira um lenço do bolso e limpa o rosto.

— Não é necessário, eu posso muito bem cuidar de mim mesmo.

Ele fala de forma muito grosseira.

— Nossa... Que groso! você não tem modos não?

Falo um pouco irritada com a maneira que ele falou comigo.

— Sei que não a conheço, mas, acho que a senhorita, não é a pessoa mais adequada, para dar uma lição de moral sobre modos.

— Falou o rei da grosseria!

— A senhorita não me conhece, para já está tirando conclusões sobre mim.

— E o senhor tão pouco me conhece, para está me tratando de forma tão rude.

Ele termina de limpar o rosto e se vira para mim.

— Olha, senhorita...

Ele para de falar, quando pousa os olhos em mim.

— O que?

Fico um curto período de tempo, apreciando a beleza daquele homem. Ele é alto, bem alto na verdade, acho que deve ter aproximadamente um metro e noventa. Posso ver algumas linhas de cansaço em seu rosto, provavelmente devido ao estresse do trabalho. Mas, isso é totalmente ofuscado pelo belo par de olhos verdes claros que ele possui. Desço meu olhar de seu rosto, até seus ombros largos. Que combinam totalmente com o tamanho de seu corpo.

— Gosta do que ver?

Tiro meus olhos de seus ombros e volto a focar em seu rosto.

— Perdão?

Sinto as minhas bochechas esquentarem, por ter sido pega em um momento embaraçoso.

— Perguntei se está gostando do que vê?

Ele fala com um sorriso malicioso nos lábios.

— Sim, este carro que está atrás do senhor, é belíssimo, sempre quis ter um.

Ele levanta a sobrancelha e se vira para olhar o carro que está parado atrás dele.

— De fato, o meu carro realmente é belíssimo.

Merda...

— É uma pena que o dono dele seja tão grosseiro, pois ele é um lindo carro. Bom, eu já vou indo, licença.

Me viro e volto para o meu carro, antes que eu entre, o homem do café me chama.

— Espera!

Me viro para ele novamente.

— Não me disse o seu nome.

— Não vejo motivo algum para lhe dizer o meu nome.

— Tudo bem, não precisa me dizer, mas, da próxima vez que nos encontrarmos, te chamarei de “senhorita j**a coisas pela janela”.

— Não vamos nos encontrar novamente.

— Como pode ter tanta certeza? O mundo é um lugar pequeno.

— Se um dia nos encontrarmos novamente, apenas finja que não me conhece, não quero ser associada a uma pessoa rude como o senhor.

Vejo ele formando um sorriso divertido no rosto. E isso realmente o deixa mais lindo.

— Se um dia nos reencontrarmos, lhe chamarei de “senhorita j**a coisas pela janela”, o mais alto possível.

— O senhor é um homem rude.

— E a senhorita sem modos. Então pode criar um pouco de modos e me dizer seu nome?

— Eu não lhe devo...

Paro na metade da frase quando vejo ele levantar a sobrancelha e formar outro sorriso divertido em seu rosto. Bom, não custa nada eu falar um nome para ele, qualquer um, serve, afinal nunca mais o verei na vida.

— Me chamo Aurora!

Falo o primeiro nome que me vem à mente.

— Muito prazer Aurora, me chamo Micael.

Ele estende a mão para mim. Fico alguns segundos pensando se a pego ou não, e por fim a pego e aperto com confiança.

— O prazer é seu.

Ele me dá mais um daqueles sorrisos divertidos que vem dando até agora.

— Nos vemos por ai Aurora.

Solto a mão dele.

— Peço aos céus que não.

Me viro e vou embora, o deixando para trás com aquele maldito sorriso debochado dele.

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