CAPÍTULO 5

Depois de um casamento fracassado e duas desilusões amorosas, decidi fechar a cota de sofrimento do meu pobre coração e da minha mente.

Meu nome é Micael Montgomery, tenho trinta e oito anos. Sou dono de uma empresa de Whiskey, que está localizada em um dos três melhores prédios de Chicago.

Tenho dois filhos, o mais velho se chama Chase, e a mais nova Lydia. Chase, está terminando de cursar administração e Lydia, acabou de começar a cursar teatro. Os meus filhos são ótimos, eles são a minha família, as pessoas mais preciosas para mim.

Já faz muito tempo desde que deixei a minha vida amorosa de lado e, deixei de procurar um amor ou qualquer coisa do tipo, que envolva meu coração e meus sentimentos.

Me casei muito novo, eu tinha apenas dezoito anos. Meu casamento foi em parte por amor e a outra parte, pelo fato da minha ex-esposa Isis, estar grávida do meu filho Chase.

Conheci Isis, ainda quando criança, crescemos juntos e não demorou muito até que nos apaixonássemos. Assim, quando terminamos o ensino médio, descobrimos que estávamos grávidos. Logo, decidimos nos casar e começar a formar a nossa própria família.

O primeiro ano foi como um sonho, estávamos felizes e empolgados com a chegada do nosso primogênito e, essa mesma felicidade se sucedeu pelos próximos dois anos. Depois do Nascimento de Lydia, as coisas mudaram. O meu relacionamento com Isis, deixou de ser romântico, equilibrado, harmonioso e, passou a ser áspero, hostil, desequilibrado.

 Isis, era modelo desde de muito novo, ela sempre amou as passarelas e a sensação de se sentir poderosa em cima de um pedestal. Quando estava grávida do Chase, sempre estava muito preocupada com a aparência e com medo de que a gravidez causasse alguma alteração em seu corpo. Depois do nascimento de Chase, nada mudou, voltou às passarelas e seguimos como sempre.

Dois anos depois, a nossa filha nasceu. Mas, houve uma complicação um pouco antes da hora do parto e, foi preciso fazer uma cesariana. Quando Isis, viu a cicatriz que ficou em sua barriga, ela mudou completamente. Seu amor pela sua aparência e vaidade, foram maiores do que o amor pela sua própria família. Isis, rejeitou completamente Lydia, e com o tempo começou a tentar machucá-la. O meu amor por ela foi decaindo aos poucos, quando percebi que ela não era mais a mulher com quem eu me casei, mas, sim, uma lunática que tentava a todo custo ferir os meus filhos.

 Assim que descobri que ela estava machucando Chase e Lydia, fui embora de casa e levei meus filhos comigo. Entrei na justiça para ficar com a guarda total deles e logo em seguida pedi o divórcio. E acho que essa foi umas das piores decisões que já tomei em toda minha, se eu não houvesse pedido aquele maldito divórcio ela não teria... Ela não teria.... Não teria se suicidado. Esse fato drástico me atormentou por anos e foi difícil esquecer. Bem, eu não esqueci, mas, superei de certa forma.

Alguns anos depois, acabei me apaixonando por uma mulher chamada Lara, ela era a babá dos meninos. Lara, era linda, meiga e uma ótima mulher. Cometi o erro de ter sentimentos por ela e acabei me envolvendo com ela. Um tempo depois, descobri que ela era um dos piores tipos de mulheres que eu já havia conhecido. Nossa linda história de amor, terminou com ela me roubando um bilhões de dólares e, com ela fugindo para o exterior com o meu contador.

Em resumo, quando as coisas se tratam da minha vida amorosa, é um caos total. Então, decidi fechar o meu coração para o amor, já que eu não tenho sorte mesmo, para o assunto em questão.

Greensboro, não é o melhor lugar do mundo, mas, é a onde eu vivi boa parte da minha vida.

Me mudei para Chicago, quando eu tinha vinte e cinco anos, para assumir a empresa do meu pai, quando ele morreu. Meu irmão Oliver, por outro lado, preferiu continuar na cidade, tocando um pequeno negócio, enquanto fazia o que amava, que era escrever.

Depois de quase onze anos, finalmente decidi voltar para a minha cidade natal, e passar o feriado ao lado do meu irmão e de sua esposa Arabelle. Mas, começo a achar que não foi uma boa ideia.

Greensboro: 22 de novembro de 2018

02:27 P.M

Estaciono o meu carro, no estacionamento do Shopping Center.

— Tem certeza que você e seu irmão não querem vir? Ainda dá tempo de vocês virem.

Estou falando no telefone com a minha filha Lydia.

— Pai, você sabe que eu e o Chase, queríamos muito ter ido com o senhor para Greensboro, mas, temos alguns assuntos da faculdade para resolvermos, um dia depois do feriado.

— Eu sei, mas, não custava nada eu tentar de novo. Seria bom ter vocês aqui.

— Gostaríamos muito de estar aí, e passar o feriado com o senhor e com o tio Oliver e com a tia Arabelle, mas, realmente não podemos.

— Tudo bem, mas, se...

— Pai...

— Tudo bem, tudo bem, não vou mais insistir.

— Pai, o senhor parece estar um pouco desesperado.Está tão ruim assim?

— Não sei do que você está falando.

Me faço de desentendido.

— Eu sei que o senhor sabe muito bem o que eu quis dizer.

Eu realmente sei, mas, não quero dizer que estou um pouco sem jeito, igual um peixe fora d’água, depois de voltar para a minha cidade natal, depois de tanto tempo.

Penso por alguns segundos antes de responder.

— Está tudo bem Lydia, não precisa se preocupar.

— Tem certeza?

Ela pergunta um pouco preocupada.

— Tenho sim, não é nada demais. É só o seu tio, que está me usando como garoto de recados e faz de tudo. A cada cinco minutos ele me pede para ir resolver algo para ele, ou comprar, consertar algo. Ele não me deixa quieto por um segundo.

— Acho que ele está tentando fazer com que o senhor se sinta mais à vontade.

— Acho que ele está me punindo, por passar tanto tempo longe.

— Pode ser isso também.

Ela dá uma risadinha.

— Foi muito bom falar com você filha, mas, tenho que ir agora. Vou comprar algumas coisas para o feriado, que seu tio pediu.

— Tudo bem, até mais pai.

— Até.

Desligamos a chamada. Desligo e carro totalmente e saio de dentro dele.

Guardo o meu telefone no bolso da minha calça, enquanto caminho entre os carros.

De repente, me deparo com um jato de água na cara, Fecho os olhos no mesmo instante.

— Ahhh! Mas, que merda...

— Ah... Meu Deus do céu...

 Ouço uma voz feminina.

— Me desculpe, senhor... Eu juro que foi sem querer, eu não lhe vi ai...

— Você está louca, jogando coisas pelas janelas, sem nem mesmo ver se havia alguém passando.

Falo um pouco zangado, afinal, quem ficaria feliz em tomar um banho assim, no meio da rua.

— Eu já pedi desculpa moço, eu não lhe vi passando, deixe-me ajudá-lo?

Ela fala com uma pitada de raiva na voz.

Retiro um lenço do meu bolso esquerdo e começo a limpar o meu rosto.

— Não é necessário, eu posso muito bem cuidar de mim mesmo.

— Nossa... Que groso! você não tem modos não?

Dessa vez a ela parece estar bem irritada.

— Sei que não a conheço, mas, acho que a senhorita, não é a pessoa mais adequada, para dar uma lição de moral sobre modos.

— Falou o rei da grosseria!

— A senhorita não me conhece, para já está tirando conclusões sobre mim.

— E o senhor tão pouco me conhece, para está me tratando de forma tão rude.

Ela tem uma certa determinação na voz, que me faz sentir vontade de olhar seu rosto, e conhecer a dona pavio curto, daquela voz. Termino de limpar o meu rosto e me viro para olhá-la.

— Olha, senhorita...

Paro no meio da frase, quando os meus olhos pousam em seu rosto.

— O quê?

Por um instante, fico totalmente entorpecido com a beleza daquela mulher.

O seu cabelo possui um tom castanho escuro, que se adequa bem com a cor de sua pele e seus lindos olhos verdes claro. Depois de alguns segundos preso em meus pensamentos, vejo que a mulher na minha frente, também me analisa.

— Gosta do que ver?

Ela tira o seu olhar dos meus ombros e os foca em meu rosto.

— Perdão?

Vejo as suas bochechas ganharem um tom mais rosado, por alguns instantes.

Não resisto e lhe lanço um sorriso malicioso.

— Perguntei se está gostando do que vê?

— Sim, este carro que está atrás do senhor, é belíssimo, sempre quis ter um.

Ela fala tentando desviar do assunto.

Olho para trás e vejo o meu carro. Olho novamente para ela, dessa vez com uma das sobrancelhas levantadas.

— De fato, o meu carro realmente é belíssimo.

Vejo ela corar novamente

— É uma pena que o dono dele seja tão grosseiro, pois ele é um lindo carro. Bom, eu já vou indo, licença.

Ela se vira e anda até o carro, antes que ela entre, a chamo.

— Espera!

Ela se vira novamente.

— Não me disse o seu nome.

Pergunto com curiosidade.

— Não vejo motivo algum para lhe dizer o meu nome.

— Tudo bem, não precisa me dizer, mas, da próxima vez que nos encontrarmos, te chamarei de “senhorita j**a coisas pela janela”.

— Não vamos nos encontrar novamente.

— Como pode ter tanta certeza? O mundo é um lugar pequeno.

— Se um dia nos encontrarmos novamente, apenas finja que não me conhece, não quero ser associada a uma pessoa rude como o senhor.

Não posso deixar de sorrir, ela parece ser uma mulher bem interessante.

— Se um dia nos reencontrarmos, lhe chamarei de “senhorita j**a coisas pela janela”, o mais alto possível.

— O senhor é um homem rude.

— E a senhorita sem modos. Então pode criar um pouco de modos e me dizer seu nome?

— Eu não lhe devo...

Levanto a sobrancelha, em um tipo de protesto e lhe dou outro sorriso.

— Me chamo Aurora!

Abro um enorme sorriso no rosto.

— Muito prazer Aurora, me chamo Micael.

Estendo a mão para cumprimentá-la, ela demora um pouco para pegá-la, mas, no fim, a pega com convicção.

— O prazer é seu.

Não posso evitar de sorrir novamente.

— Nos vemos por ai Aurora.

Ela solta a minha mão.

— Torço aos céus que não.

Mais uma vez sorrio para ela. Eu sinceramente não sei o que essa mulher tem, mas, ela é algo.

Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App