Alice
Alguns anos antes...
— E aí Alice? — Camila pergunta insistindo na resposta.
Estamos brincando de verdade ou consequências e pergunta? Se eu sou virgem ou não? É claro que eu sou, mas não quero que os meus amigos saibam que eu sou BV, muito menos que eu nunca…
Suspiro audivelmente.
— Consequência — respondo finalmente.
Contudo, o barulho de um carro estacionando em frente a mansão chama a nossa atenção para o outro lado do jardim e vejo o meu primo Lucca Fassini sair de dentro dele em seguida. Ele costuma vir aqui sempre que o Cris vem dos EUA para nos visitar.
Enfim, hoje é o meu aniversário de dezenove anos e de acordo com as novas regras dessa nossa brincadeira, deveria beijar qualquer garoto da minha idade que está bem aqui dentro da minha festinha particular. Contudo, eu não estou a fim, porque os considerado pirralhos demais para mim. Sim, eles são bobos demais e inconsequentes demais. Nada a ver comigo. Eu sou o tipo de garota que amadureceu antes do tempo. Do tipo que devora livros, que vai a festivais e que sente atração por homens mais velhos.
Bufo internamente.
— Sua consequência é beijar o seu primo. — Praticamente me engasgo com o meu refrigerante e encaro a minha amiga que me olhar um tanto espertalhona.
— Você não pode fazer isso comigo! — ralho atônita, mas o seu sorriso se alarga e eu sei, que ela não vai desistir dessa loucura.
— Foi você quem escolheu consequência, se lembra? E eu quero que você vá até lá e que o beije… na boca.
Meus olhos se arregalam em surpresa para ela e em seguida fito o homem alto e forte, de trinta e três anos que está mexendo na mala do seu carro.
— O que foi, ficou com medinho? — Camila me provoca e eu sinto o meu coração disparar por antecipação.
— Ficou maluca? — indago em um estado de exasperação, porém, devo mencionar que a minha boca ficou seca só de pensar na possibilidade de beijar um homem catorze anos mais velho do que eu.
Entretanto, ela sorri largamente e eu sei que não esquecerá essa m*****a regra.
— Ué, você escolheu a consequência e eu escolho a forma como vai pagar. A não ser que queira responder a minha pergunta? — ralha sugestiva e dá de ombros.
Eu vou para o inferno com o meu segredo, mas, não me entrego de bandeja para esses idiotas.
Resmungo internamente. No entanto, respiro fundo e me levanto, saindo da roda de amigos e ando na direção do meu primo, no exato momento que ele tira algumas coisas de dentro do veículo.
— Alice? — Camila grita, fazendo-me olhar para trás e eu penso que ela desistiu dessa m*****a consequência. Imediatamente abro um largo sorriso, sentindo o alívio percorrer as minhas entranhas. — De língua.
Mas que filha da mãe!
— E deve durar pelo menos uns cinco minutos.
Camila e eu somos amigas desde sempre. Estudamos juntas desde o jardim de infância e temos o hábito de frequentar a casa uma da outra. Somos confidentes também. Isso quer dizer que ela sabe a resposta para essa sua pergunta descabida e que ela fez isso de propósito. Contudo, ela é mais reservada e embora ela me conte sobre os rapazes da sua vida, eu bem sei que a minha amiga não me conta tudo que se passa na sua vida.
— Vai! — Ela fala, deixando uma piscadela de olho para mim.
Suspiro alto, e juro que a cada passo que dou na sua direção, consigo escutar as batidas do meu coração dentro dos meus ouvidos.
Merda, ela só pode estar querendo me foder comigo!
O pior é que não sou uma garota de fugir da raia e ela também sabe disso. E é por esse motivo que às vezes ela consegue me meter em algumas confusões. E é aquela história: aplicou um desafio eu vou até o fim. Mas, se quer saber, apesar se ter seus trinta e três anos e de ser um homem vivido, inteligente e experiente, Lucca é uma perdição. Quer dizer, olha para esses músculos sendo oprimido pela sua camisa de botões. E essas coxas desenhadas no tecido da sua calça jeans. Essa bunda redonda que parece firme como uma rocha.
Meus olhos se erguem mais um pouco e encontra o seu rosto quadrado com uma barba rala por fazer. Então seus olhos também se erguem e eu me perco nas suas esferas esverdeadas.
Experiência… isso ele tem de sobra. Então terei que ser muito esperta para convencê-lo a beijar em uma pirralha que nem eu. Se eu roubasse esse beijo? Volto a suspirar de modo audível, à medida que me aproximo cautelosamente e parece que quanto mais me aproximo, menor me sinto perto desse homem.
Droga, estou suando e estou nervosa.
Porra, a final ele é o meu primo, mas tem idade de ser o meu pai!
E quando chego mais perto, fito os seus cabelos de um castanho claro que chegam a dar algumas voltas nas suas pontas. E especialmente hoje eles estão uma bagunça, mas não é qualquer bagunça. É uma bagunça perfeita e. sexy. Seus olhos claros são como os do seu pai; firmes e determinados, mas ao mesmo tempo eles tem uma pitada de docilidade. Com um suspiro olho para a sua boca e finalmente paro de frente para ele.
Caramba, que boca é essa? Pergunto-me olhando para a sua carnosidade com uma pele sensível e um leve tom avermelhado.
É uma verdadeira perdição.
— Lucca? — O chamo assim que chego perto e ele me abre um sorriso de dentes perfeitos.
— Oi, Foguetinho!
Foguetinho, ele ainda usa esse apelido. Isso quer dizer que o meu primo ainda me ver como uma criança.
Ok, eu até gostava desse apelido, mas agora confesso que ele me irrita, porque eu não sou mais aquela pirralha que corria para o seu colo sempre que o via passar pelos portões da casa dos meus pais.
— Oi! — respondo reprimindo uma resposta birrenta para ele e olho rapidamente para a turma lá atrás, que aguarda ansiosa pelo beijo.
Atrevidamente dou mais dois passos na sua direção e daqui é possível perceber algumas rajadas cor de mel ao redor das suas retinas.
Tipo olho de gato sabe?
E caraca, eles são realmente muito lindos!
— Eu trouxe algo para você — Lucca fala me despertando e um sorriso se projeta nos meus lábios.
— Tipo, um presente de aniversário?
— Exatamente.
Meu sorriso se alarga e eu chego ainda mais perto dele.
— O que é? — pergunto quando ele me estende uma caixa de tamanho mediano e atada com laços de fitas vermelhas
— Você precisa abrir para descobrir.
E com mais dois passos estou perto demais dele.
Não faz isso, Alice, não chama de tio o cara que vai te dar o primeiro beijo de língua da tua vida.
Engulo com dificuldade as palavras e sinto um calor sobrenatural aquecer todo o meu corpo quando de propósito deixo os meus dedos roçarem nos seus. Ponho a caixa em cima do capô do carro, mas não abro o presente. Apenas volto a olhá-lo nos olhos e Lucca parece confuso.
— Eu quero te pedir uma coisa, Lucca — falo sentindo a minha voz esganiçada e usando o seu primeiro nome pela primeira vez na vida. Seus olhos se encolhem sutilmente e suas retinas dilatam. — É um pedido especial.
Ele abre um meio sorriso.
Caramba, que homem lindo da...
Enfim, deu para perceber que eu nunca olhei para o meu primo como estou olhando agora, não é? É como se cada detalhe dele me chamasse a atenção e isso é muito louco.
— Então pede, Foguetinho — bufo, dessa vez audível.
AlicePresunçosa, me afasto do carro para chegar mais perto dele outra vez e inesperadamente envolvo o seu pescoço com os meus braços, e logo o seu perfume masculino invade os meus sentidos, fazendo a minha cabeça dá um leve giro.Lucca segura na minha cintura com as duas mãos, mas não para me atrair para si e sim, para repelir.— Alice… Ele tenta dizer algo. Provavelmente um dos seus protestos cheios de sabedorias, mas logo o meu indicador desliza pela sua boca, fazendo-o se calar.— Shiii!O som arrastado sai da minha boca pedindo o seu silêncio e o meu rosto chega mais perto do seu, porém, mantenho os meus olhos conectados nos dele e o vejo nitidamente ofegar. Nossas bocas estão muito, muito perto uma da outra. De forma, que é possível não trocar o calor que vem do nosso hálito.— Eu preciso te beijar! — sibilo baixo e arrastado, quase como um sussurro.— Você o… o quê? — inquire com uma respiração pesada.— É só um beijo — sussurro ainda mais perto e sinto o leve aperto dos seus
Lucca— Hum! — Sam solta um gemido baixo e apreciativo quando beijo a sua pele morna. Então ela abre uma brecha de olhos negros e sorri languida para mim.— Bom dia, preguiçosa! Você tem que ir — aviso, mas o seu sorriso se amplia.Samantha é minha companheira no quartel de bombeiros. Atualmente me tornei o capitão de uma equipe de seis homens. Max, Sam, Joe, Dilan, Tomás e Rafael. Não temos um envolvimento sério e também não somos exatamente namorados. É apenas sexo mesmo. Pelo menos para mim e espero que para ela também.A garota sai de debaixo dos lençóis e caminha completamente nua, e sexy direto para o meu banheiro. E logo escuto o barulho da água caindo lá entro.— O que vai fazer o dia todo? — Ela grita de dentro do cômodo.— O meu primo Chris está aqui no Brasil com sua esposa. Acho que vou passar o dia com ele — grito de volta.Minutos depois, ela sai do banho enrolada em uma toalha e com suas belas pernas a mostra. Suspiro, analisando cada centímetro de pele macia e ela sorr
LuccaMerda, isso não devia estar acontecendo, não comigo. Alice é apenas uma pirralha e eu sou a droga de um homem feito. Então por que essa atitude tão infantil mexeu tanto comigo?Porque essa porra não tem nada de infantil, Lucca!— Lucca? — A voz do Cris Ávila me desperta do meu tormento e eu solto uma respiração que estava presa dentro dos meus pulmões. Relutante, tiro os meus olhos de cima da menina atrevida que está dando um belo mergulho na piscina agora e olho para o meu amigo sorridente, em pé na varanda da casa.— Cris, oi! — digo tentando manter o meu tom de voz norma. — Eu trouxe algumas cervejas — falo, erguendo as sacolas e quando fecho a porta traseira, ele vem ao meu encontro para ajudar a carregá-las para dentro. — Como foi de viagem?— Cansativa, mas valeu a pena. Estava morrendo de saudades de casa. — Ele diz passando pela porta. Contudo, antes de entrar no elegante hall, me pego olhando direto para a área de lazer, onde Alice dá mais um mergulho.Meu coração bate
Alice.Dois anos depois do beijo.Hoje é aniversário do meu pai e mamãe está preparando uma festa surpresa para ele.Casa cheia. Penso um tanto animada. E eventos formidáveis.Amanhã bem cedo estarei de partida para Londres, onde irei fazer o curso de jornalismo. Meu maior sonho. Camila vai fazer medicina nos Estados Unidos. É a primeira vez que nos separamos de verdade e eu sei que sentirei a sua falta. Tenho procurado não surtar durante esses meses pensando em um certo beijo. De verdade, depois desse, saí beijando outros garotos do colégio. Pelo menos uns cinco e nenhum apagou o gosto daquele beijo. Tenho que essa oportunidade de ouro para conversar com o Lucca.Suspiro e observo atentamente o jardim movimentado.Pessoas andando de um lado para o outro cuidando dos preparativos para essa noite. Além do aniversário do meu pai, teremos também a minha despedida e estou ansiosa por isso. Um tipo de liberdade que eu sempre desejei, embora eu saiba que tanto a minha mãe quanto o meu pai v
AlicePensar que Samantha tem as mesmas paixões que o Lucca me deixa em desvantagem. Ela é exatamente como ele; tem a mesma idade e sabe agradá-lo. Ela tem a experiência feminina que eu não tenho.Bufo contrariada quando percebo que eles formam um par perfeito.Sem que eu consiga evitar, passo boa parte da festa observando o casal sempre sorridente e comunicativo. Esvazio a minha terceira taça da noite quando percebo que parece estar feliz ao lado dela. Lucca fala algo ao seu ouvido e se afasta para ir em direção da cozinha.É a minha deixa.Levanto-me abruptamente da minha cadeira e me afasto da mesa.— Aonde você vai? — Minha amiga questiona.— Pode me fazer um favor? — peço de repente.— Claro.— Tá vendo aquela mulher? — Aponto sutilmente para a acompanhante do meu primo.— Estou.— Pode distraí-la por alguns minutos? — Mila me encara especulativa.— O que você está aprontando, A?Faço um gesto desdenhoso em resposta.— Eu só preciso de alguns minutos para falar com ele.Sério, is
Alice— Eu sei, mas prometo que será apenas um beijo de despedida — sibilo baixinho.Ele solta o ar com força e eu tenho vontade de rir. Como um homem desse tamanho está tremendo de medo de dar um beijo em uma garota insignificante como eu?— Só um beijo. — Ele repete. Provavelmente para ter certeza.— Só um beijo. — Confirmo ansiosa e o meu coração dispara ritmado dentro do meu peito quando ele dá alguns passos para perto de mim.Sua mão grande segura na minha cintura quase sem força e aproveito para enlaçar o seu pescoço, sentindo imediatamente o calor da sua pele na palma da minha mão. Seus olhos permanecem o tempo todo conectados nos meus. O ar quente que sai da sua boca aquece a minha pele. Contudo, prendo a respiração, tamanha a minha ansiedade de sentir o seu sabor mais uma vez.Lucca se inclina um pouco, trazendo a sua boca para a minha e inicia um suave roçar de lábios.Fogo.Céus, estou queimando.Quente demais.Penso quando ele toma a minha boca em um beijo calmo. Contudo,
AliceEu quero respirar! Preciso respirar, mas não consigo fazer uma das funções mais vitais na vida do corpo humano. Penso quando sinto a sua língua ardente me invadir e não seguro um grito agudo de puro êxtase.— Lucca! — No ato, seguro nos fios castanhos claros, apertando-os entre os meus dedos e o mantenho ali, até que ele me dê o que necessito. Outro rosnado alto escapa da sua boca quando ele ergue a sua cabeça e os nossos olhos se encontram.— Goza para mim, querida! — Ele simplesmente ordena, voltando a enfiar a sua cara entre as minhas pernas e o meu mundo gira violentamente fora de órbita.Meu corpo está queimando e molhado de suor. Minha respiração ofegante pesa dentro do meu peito e eu penso que irei desfalecer. Então ele ergue a sua cabeça e eu vejo a intensidade dos seus olhos. É tão primitiva, não impulsiva e tão envolvente. Lucca se assemelha a um cão raivoso.Um cachorrão. É isso o que ele é. Um cachorrão filho da mãe!Seu corpo paira sobre o meu.Ainda estou ofegante
Lucca— Droga! O que essa garota tem na cabeça? — Suspiro alto pela terceira vez, enquanto aspiro o ar frio da noite carioca, tentando me acalmar para voltar para a festa. — Primeiro ela me provoca, depois me incendei e enfim joga a porra de um balde água fria na minha cabeça.— Aí está você! — A voz doce de Samantha me faz enrijecer no mesmo instante. NO entanto, ela para na minha frente e parece me analisar. — Está tudo bem? Você parece nervoso. — Sam me abraça por trás e no ato, ela deixa um beijo casto na minha nuca.O meu coração está disparado em fúria.O meu sangue está correndo quente em minhas veias.E a minha vontade é de gritar para extravasar essa maldita inquietude dentro de mim. Contudo, apenas respiro fundo e me viro de frente para ela. Seu olhar radiante me encara cheio de inocência e me repreendo por isso. Na sua cabecinha, ela veio aqui essa noite para finalmente conhecer a minha família. Mas na minha, ela está apenas me acompanhando, a fim de manter-me distante de u