Alice— Eu sei, mas prometo que será apenas um beijo de despedida — sibilo baixinho.Ele solta o ar com força e eu tenho vontade de rir. Como um homem desse tamanho está tremendo de medo de dar um beijo em uma garota insignificante como eu?— Só um beijo. — Ele repete. Provavelmente para ter certeza.— Só um beijo. — Confirmo ansiosa e o meu coração dispara ritmado dentro do meu peito quando ele dá alguns passos para perto de mim.Sua mão grande segura na minha cintura quase sem força e aproveito para enlaçar o seu pescoço, sentindo imediatamente o calor da sua pele na palma da minha mão. Seus olhos permanecem o tempo todo conectados nos meus. O ar quente que sai da sua boca aquece a minha pele. Contudo, prendo a respiração, tamanha a minha ansiedade de sentir o seu sabor mais uma vez.Lucca se inclina um pouco, trazendo a sua boca para a minha e inicia um suave roçar de lábios.Fogo.Céus, estou queimando.Quente demais.Penso quando ele toma a minha boca em um beijo calmo. Contudo,
AliceEu quero respirar! Preciso respirar, mas não consigo fazer uma das funções mais vitais na vida do corpo humano. Penso quando sinto a sua língua ardente me invadir e não seguro um grito agudo de puro êxtase.— Lucca! — No ato, seguro nos fios castanhos claros, apertando-os entre os meus dedos e o mantenho ali, até que ele me dê o que necessito. Outro rosnado alto escapa da sua boca quando ele ergue a sua cabeça e os nossos olhos se encontram.— Goza para mim, querida! — Ele simplesmente ordena, voltando a enfiar a sua cara entre as minhas pernas e o meu mundo gira violentamente fora de órbita.Meu corpo está queimando e molhado de suor. Minha respiração ofegante pesa dentro do meu peito e eu penso que irei desfalecer. Então ele ergue a sua cabeça e eu vejo a intensidade dos seus olhos. É tão primitiva, não impulsiva e tão envolvente. Lucca se assemelha a um cão raivoso.Um cachorrão. É isso o que ele é. Um cachorrão filho da mãe!Seu corpo paira sobre o meu.Ainda estou ofegante
Lucca— Droga! O que essa garota tem na cabeça? — Suspiro alto pela terceira vez, enquanto aspiro o ar frio da noite carioca, tentando me acalmar para voltar para a festa. — Primeiro ela me provoca, depois me incendei e enfim joga a porra de um balde água fria na minha cabeça.— Aí está você! — A voz doce de Samantha me faz enrijecer no mesmo instante. NO entanto, ela para na minha frente e parece me analisar. — Está tudo bem? Você parece nervoso. — Sam me abraça por trás e no ato, ela deixa um beijo casto na minha nuca.O meu coração está disparado em fúria.O meu sangue está correndo quente em minhas veias.E a minha vontade é de gritar para extravasar essa maldita inquietude dentro de mim. Contudo, apenas respiro fundo e me viro de frente para ela. Seu olhar radiante me encara cheio de inocência e me repreendo por isso. Na sua cabecinha, ela veio aqui essa noite para finalmente conhecer a minha família. Mas na minha, ela está apenas me acompanhando, a fim de manter-me distante de u
LuccaEu posso ter a mulher que eu quiser. Digo para mim mesmo com petulância.Não você não pode, Lucca. Você não pode ter ela. Minha consciência aponta com brutal realidade. Irritado, me levanto do sofá, jogando uma garrafa quase intocada contra uma parede. Ela se quebra e o líquido se espalha, se misturando aos cacos pelo chão.— Tanta mulher te dando mole por aí e você se apaixona por uma menina mimada, e cheia de vontades! — rosno entre dentes para mim mesmo.Ela fodeu comigo. Fodeu com a minha cabeça e com a minha sanidade.Filha de mãe!***Na manhã seguinte…— Porra! — grunho quando abro os meus olhos e a minha cabeça dá algumas latejadas violentas. Com alguns resmungos mal-humorados me arrasto para o banheiro e tomo um banho demorado. E quando saio do banho, o meu celular começa a tocar.A luz da minha vida brilha na telinha e sorrio ao atendê-la.— Senhora Rose Fassini, bom dia!— Você sumiu da casa dos Ávila na noite passada. O que houve?— Por que acha que houve alguma cois
Alice.Me sinto diferente. O meu corpo, a minha cabeça, os meus sentimentos. Tudo está diferente. Lembranças de nós dois naquela pequena casa e naquele quarto me faz abrir um sorriso preguiçoso. A minha primeira vez com Lucca fora inesquecível, mas a segunda certeza foi marcante.Você me marcou, Lucca Fassini e temo que outro homem jamais poderá mudar isso um dia.Suspiro de modo audível, quando seus beijos ardentes me vem a lembrança. O seu corpo grande e forte sobre o meu, me envolvendo e me inquietando. As suas mãos me apertando...Ai, Deus preciso parar de pensar nisso ou vou enlouquecer! A pior parte foi ter que deixá-lo ali sozinho. Eu precisava fazer aquilo. Não seria justo deixá-lo aqui no Brasil preso a uma promessa por três longos anos. E não seria justo comigo também.— E aí, não vai me contar mesmo o que rolou entre você e o Lucca na festa? — Mila, minha amiga desde sempre me desperta com a sua curiosidade aguçada.— Não houve nada, Mila.Não sei se estou querendo enganá-
Alice— Não acredito que me atrasei! — resmungo irritada enquanto ando apressada pelos campos da universidade. — Vinte malditos minutos de atraso! — retruco. — Droga de fuso horário! — ralho, adentrando o prédio da enorme universidade, lotada de alunos e apresso ainda mais os meus passos pelo longo corredor. Todos parecem perdidos e confusos, a procurar da sala certa. E eu não tenho a mínima ideia de onde ir ou qual direção seguir. `Portanto, paro no meio do corredor observo o pequeno papel em minha mão, com um mapa da sala que eu deveria estar a... — Droga vinte e cinco minutos atrasada?Bufo audivelmente.Isso não é bom para um primeiro dia de aula, Alice Ávila. Lamento mentalmente quando algum desorientado esbarra forte em minhas costas, no exato momento que ergo os meus olhos para ler a plaquinha em uma das portas.— Oh, me desculpe! — A voz masculina diz com receio.— Ãh, não tem problema. Estou procurando a sala Beethoven — digo erguendo o papel para o belo estranho. — Será que
LuccaMomentos antes da partida de Alice…Termino de vestir o meu macacão antifogo e por fim, afivelo o cinto. Depois, ponho o boné e quando coloco o meu pé para fora da casa, o meu telefone começa a tocar. Bufo ao ver que é a Sam outra vez.— Fala, Samantha — falo um tanto rude, escutando o seu suspiro do outro lado da linha. Contudo, ela faz silêncio por um curto espaço de tempo.— Agora eu voltei a ser a Samantha para você? — A sua cobrança me faz fechar os meus olhos. Portanto, respiro de modo audível e monto na minha moto.— Sam, eu não estou com cabeça…— O capitão quer todos reunidos no pátio em meia hora. — Ela avisa, mudando de assunto.— Ok, eu só preciso ver uma coisa antes.— Você já devia estar no caminho. Sabe como ele é, Lucca.— Não vou me atrasar, ok? Eu preciso desligar.Encerro a ligação sem esperar a sua resposta, ponho o capacete e ligo o motor, ganhando o asfalto em seguida. Durante o trajeto, o meu subconsciente me fez a mesma pergunta de sempre: o que você está
AliceUm ano depois…Fecho os meus olhos para sentir a brisa suave que vem do mar acariciar a minha pele. É final de tarde e tudo já está preparado para a inauguração da parte hospitalar da TalVida. Uma linda e perfeita sociedade do Chis, Jenny, Amber, Adam e tia Lilian. E pensar que tudo começou bem pequeno. Antes apenas uma clínica de reabilitação e agora um grande e bem equipado hospital.— Ai amiga! — Mila surge de repente com a sua alegria envolvente que me faz sorrir. Os seus braços se abrem para mim à medida que ela se aproxima e o meu sorriso se amplia quando me aconchego neles. — Que saudades! Que saudades!— Também estava com saudades! — declaro quando me afasto e constato um lindo brilho nos seus olhos. Isso me faz erguer os olhos para encontrar a pessoa responsável por esse brilho. — Léo! — O cumprimento com um abraço apertado.— Alice! Como foi de viagem?— Péssimo! Odeio aviões e odeio ainda mais viagens longas! — Os meus resmungos os fazem rir. Entretanto, Mila aproveit