5.

Lucca

— Hum! — Sam solta um gemido baixo e apreciativo quando beijo a sua pele morna. Então ela abre uma brecha de olhos negros e sorri languida para mim.

— Bom dia, preguiçosa! Você tem que ir — aviso, mas o seu sorriso se amplia.

Samantha é minha companheira no quartel de bombeiros. Atualmente me tornei o capitão de uma equipe de seis homens. Max, Sam, Joe, Dilan, Tomás e Rafael. Não temos um envolvimento sério e também não somos exatamente namorados. É apenas sexo mesmo. Pelo menos para mim e espero que para ela também.

A garota sai de debaixo dos lençóis e caminha completamente nua, e sexy direto para o meu banheiro. E logo escuto o barulho da água caindo lá entro.

— O que vai fazer o dia todo? — Ela grita de dentro do cômodo.

— O meu primo Chris está aqui no Brasil com sua esposa. Acho que vou passar o dia com ele — grito de volta.

Minutos depois, ela sai do banho enrolada em uma toalha e com suas belas pernas a mostra. Suspiro, analisando cada centímetro de pele macia e ela sorri maliciosa.

— O quê? — ralho e dou de ombros.

— Quando vai me apresentar para a sua família?

Essa sua pergunta me pega de surpresa e imediatamente penso que estamos pisando em um terreno minado.

— Em breve, Sam — minto.

A verdade, é que pretendo levar uma garota para conhecer os meus pais um dia, mas não será qualquer garota. Tem que ser A Garota. Aquela que fará o meu coração bater mais forte, que me fará estremecer por dentro e que mexerá com as minhas estruturas.

Com a Samantha não é assim e não sei se um dia será.

De verdade, ela é uma linda mulher. É sexy pra caralho e é envolvente, e isso é tudo. Eu quero mais que isso, quero mais do que sexo quente. Eu quero aquilo que os meus pais têm e o que a minha irmã tem. Amor verdadeiro e esse, eu não encontrei ainda. Penso, saindo do quarto para ir até a cozinha. Sirvo duas xícaras de café puro, depositando-as em cima do balcão, ao lado de dois pratos com torradas, ovos e bacon. Sam surge no cômodo usando o macacão com o emblema da corporação. Ela me beija calmamente na boca e nos acomodamos nos bancos altos, ficando um de frente para o outro.

— Tenho que ir a uma loja comprar um presente para uma adolescente, alguma sugestão?

Ela dá de ombros.

— Um perfume, uma linda pulseira. Adolescentes gostam dessas coisas.

Meneio a cabeça e permaneço calado.

Não a Alice.

Penso.

Ela é bem à frente da sua idade. É esperta demais e adulta demais.

Suspiro.

E linda demais também.

Em silêncio assisto Samantha terminar o seu café da manhã e sair para trabalhar. Hoje é o meu dia de folga e não demora muito para eu entrar no meu carro, e passar em um supermercado. Compro algumas cervejas e depois passo em uma loja para comprar um presente para minha prima. Logo estou de volta ao trânsito ansioso e satisfeito, pois a essa hora está bem tranquilo. Não demora para eu chegar à mansão Ávila e já na entrada, escuto os gritos animados de alguns adolescentes do outro lado do jardim. Passo o olho de relance e vejo Alice se divertindo com os seus amigos. Contudo, me concentro em abrir a porta traseira e tirar as cervejas, entre algumas sacolas com petiscos, quando escuto a sua voz bem atrás de mim.

— Oi, Foguetinho!

Pensar que Alice não parava quieta um só minuto quando criança é uma lembrança que me faz sorrir e por isso dei-lhe o apelido. Ela simplesmente não largava do meu pé e sempre foi muito colada comigo, mas isso já tem um tempo. Alice cresceu e está se tornando uma linda mulher.

— Oi! — Ela responde, mas parece não gostar mais do seu apelido de infância.

— Trouxe algo para você — falo recebendo um brilho esfuziante no seu olhar e imediatamente lhe estendo a caixa de bombons trufados com creme e chocolate que eu adoro. E espero que ela goste também.

— Eu quero te pedir uma coisa, Lucca.

E foi aí que tudo na minha vida virou de ponta cabeça.

Um beijo despertou uma fera dentro de mim. E… droga, eu não deveria gostar. Deveria fazê-la parar e afastá-la para longe de mim. Mas, porra, eu gostei! Gostei da sua pele macia nas pontas dos meus dedos. Gostei dos seus lábios aveludados em contato com os meus. Gostei desse seu som baixo e arrastado que escapou da sua garganta. Sim, é um som doce, suave, rouco e arrastado.

E isso é loucura, certo?

Balanço a cabeça internamente, afastando qualquer pensamento e puxo a respiração que ficou pesada repentinamente.

Você precisa parar, Lucca!

Minha consciência grita quando os meus dedos apertam as suas carnes e me vejo atraindo-a ainda mais parar. Como pode essa garota tão ingênua e sem qualquer experiência dominar todos os meus sentidos e manter-me cativo com um gesto tão simples como esse? A euforia dos jovens dentro da piscina me desperta, então me lembro de onde estamos, e imediatamente a faço parar. Meus olhos cautelosos percorrem todos os andares da mansão e irritado com a sua atitude impulsiva volta a encará-la.

— Que merda você está fazendo, Alice! O que foi tudo isso, porra?!

O fato de Alice sorrir desdenhosa e me dizer que seus amigos precisavam ver isso me deixa furioso. Contudo, ela me dá as costas, revelando o minúsculo biquini que deixa boa parte da sua bunda de fora.

Sinto-me inquieto, afogueado e desnorteado. E apenas respiro fundo, desviando os meus olhos de cima da garota petulante, e tento me acalmar antes de adentrar a casa.

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