Lucca
A garota é simplesmente muito gata e mesmo nunca tendo encostado um dedo nela. Quer dizer… houve um beijo e isso já faz muito tempo. Mas esse não conta por que ela só tinha dezoito e tudo não passou de uma brincadeira de adolescente. Mesmo assim, ainda me sinto muito mexido.
É inevitável. Eu chego a transpirar quando a vejo de longe como agora, olhando aquela loirinha sentada próximo ao balcão do bar, conversando com uma amiga e bebendo algo que eu não sei o que é.
Tomo mais um gole longo da minha cerveja e faço sinal para o garçom pedindo mais uma. As horas se avançam e os rapazes agora estão falando sobre tudo: trabalho, jogos, mulheres, mulheres outra vez, sexo e mulheres.
A loira ainda está lá no balcão com a tal amiga. Minutos depois, ela se levanta e se prepara para ir embora e…
Puta que pariu!
Eu quase engasgo com a minha bebida.
— Alice? — sussurro, largando a garrafa em cima da mesa.
— O que disse? — Max pergunta, chamando a minha atenção.
— O quê? Nada. Eu tenho que ir — falo de repente e jogo uma nota de cem em cima da mesa.
Os rapazes protestam, mas saio a passos largos em direção da saída. Arfo quando a vejo sozinha na calçada e acredito que está aguardando um táxi. Respiro fundo fitando-a de longe, impulsionado a ir abordá-la.
Porra Lucca, por que simplesmente não vai embora e esquece tudo isso?
Questiono a mim mesmo. Mas não, é claro que não dou ouvidos a voz da razão. Por que eu faria isso? Eu sou a porra de um pervertido que anda atrás de garotinhas.
Penso ironicamente.
— Alice? — A chamo, parando bem atrás dela. A garota se vira, girando em seus próprios calcanhares e me encara com surpresa.
O que eu posso dizer? Ela é simplesmente muito linda! E o fato de me olhar com um sorriso me faz parar de respirar. Contudo, ela dá as costas para rua definitivamente, ficando totalmente de frente para mim.
— Lucca? — diz tão somente.
O som do meu nome saindo da sua boca me faz sentir coisas que eu não deveria sentir. No entanto, procuro as palavras e elas simplesmente não vem a minha boca.
Fala alguma coisa, porra!
Exijo internamente.
— Você… você está indo para casa?
— Sim e você?
— Eu… também.
Não acredito que estou gaguejando perto dessa garota!
Que droga Lucca, você é um homem, caralho!
Ela arqueia as sobrancelhas loiras e bem-feitas, e eu volto a engolir em seco.
Me pergunto quem eu sou agora? A porra de um adolescente?
— Que tal dividir um táxi comigo? — Ela sugere despertando-me.
A encaro perdido. Alice e eu trancados dentro de um carro? Isso vai dar em merda. Penso. Ainda mais depois de ter bebido quase meia grade de cerveja lá dentro.
Suspiro audivelmente.
Diga não, Lucca!
Diga não, Lucca!
Tenha um pouquinho de juízo e diga não, porra!
Diga não...
— Claro! — Me pego dizendo e me repreendo internamente.
Seu sorriso se amplia.
O táxi que aguardava para bem na nossa frente em questão de segundos e como se fosse algo combinado imediatamente vou até a porta traseira e a abro para ela. Eu deveria ir no banco da frente, seria a coisa mais certo a se fazer, mas ao invés disso me sento do seu lado no banco de trás.
É o inferno!
O seu perfume, o seu calor, o leve toque nada inocente.
Estou fodido!
O carro entra em movimento e Alice olha as ruas através da janela de vidro. Nenhuma palavra é dita e juro que estou quase infartando, louco de vontade de tocá-la e de sentir esse perfume mais de perto. Mas eu não faço. Não é o certo a se fazer. Não é que ela seja menor de idade, não é isso. Alice já tem seus vinte e dois anos, porém, perto de mim ela parece uma criança, uma garotinha perto dos meus trinta e quatro anos. E quando já estamos a meia quadra de sua casa ela me olha intensamente.
— Posso fazer uma coisa? — indaga repentina.
— Fazer o quê?
— Isso.
E de repente Alice está montada em cima de mim, mas propriamente sentada no meu colo e a sua boca atrevida está beijando a minha. Mas não é qualquer beijo, é a porra do beijo! Sua língua está atracada na minha e a sua respiração se misturou com a minha.
Eu deveria lutar!
Não, não lute!
Porra, e eu não luto!
Ao invés disso a minha mão aperta a sua cintura e as suas mãos apertam os meus ombros, depois, elas vão para os meus cabelos e segura firme nas mechas, puxando-as com força. O nosso beijo se torna faminto e quase obsceno.
Proibido.
Por que o proibido é tão bom assim, caralho?
O motorista para o carro e o beijo para também. Então estamos estupidamente ofegantes aqui e nossos rostos ainda muito próximos. Nossas respirações se misturam e os olhos se fixam um no outro.
— Alice, eu… — tento dizer algo.
— Não, não faz isso. Não se desculpe. — Ela pede, deixando-me surpreso com a sua atitude e engulo em engulo em seco outra vez. — Eu sempre quis saber como era o seu gosto — confessa com voz doce e suave.
Puta que pariu, Daniel Ávila vai me capar!
— Você nunca pensou em fazer algo assim comigo antes? — indaga envolvente. E Deus, é muita tentação do capeta para um homem embriagado como eu. Penso.
— Sim, eu… pensei… muitas vezes. — As palavras escorregam pela minha boca sem que eu conseguir freá-las. E ela sorrir outra vez.
— Então… por que não faz? — pede com um sussurro ao pé do meu ouvido. Um arrepio escroto percorre todo o meu corpo e eu olho para o lado de fora, mas propriamente para o portão do casarão Ávila.
— Aqui? — inquiro com um som rouco.
Ela dá de ombros.
— Aqui ou onde você quiser.
Caralho!
Caralho!
Eu simplesmente encaro a garota linda sentada no meu colo, esperando uma resposta minha e eu não sei o que fazer.
Sério?
Voz da razão, ou voz do coração?
Ah, que se dane!
Passo o meu endereço para o motorista e a puxo para mais um beijo quente e gostoso.
AliceAlguns anos antes...— E aí Alice? — Camila pergunta insistindo na resposta.Estamos brincando de verdade ou consequências e pergunta? Se eu sou virgem ou não? É claro que eu sou, mas não quero que os meus amigos saibam que eu sou BV, muito menos que eu nunca…Suspiro audivelmente.— Consequência — respondo finalmente.Contudo, o barulho de um carro estacionando em frente a mansão chama a nossa atenção para o outro lado do jardim e vejo o meu primo Lucca Fassini sair de dentro dele em seguida. Ele costuma vir aqui sempre que o Cris vem dos EUA para nos visitar.Enfim, hoje é o meu aniversário de dezenove anos e de acordo com as novas regras dessa nossa brincadeira, deveria beijar qualquer garoto da minha idade que está bem aqui dentro da minha festinha particular. Contudo, eu não estou a fim, porque os considerado pirralhos demais para mim. Sim, eles são bobos demais e inconsequentes demais. Nada a ver comigo. Eu sou o tipo de garota que amadureceu antes do tempo. Do tipo que de
AlicePresunçosa, me afasto do carro para chegar mais perto dele outra vez e inesperadamente envolvo o seu pescoço com os meus braços, e logo o seu perfume masculino invade os meus sentidos, fazendo a minha cabeça dá um leve giro.Lucca segura na minha cintura com as duas mãos, mas não para me atrair para si e sim, para repelir.— Alice… Ele tenta dizer algo. Provavelmente um dos seus protestos cheios de sabedorias, mas logo o meu indicador desliza pela sua boca, fazendo-o se calar.— Shiii!O som arrastado sai da minha boca pedindo o seu silêncio e o meu rosto chega mais perto do seu, porém, mantenho os meus olhos conectados nos dele e o vejo nitidamente ofegar. Nossas bocas estão muito, muito perto uma da outra. De forma, que é possível não trocar o calor que vem do nosso hálito.— Eu preciso te beijar! — sibilo baixo e arrastado, quase como um sussurro.— Você o… o quê? — inquire com uma respiração pesada.— É só um beijo — sussurro ainda mais perto e sinto o leve aperto dos seus
Lucca— Hum! — Sam solta um gemido baixo e apreciativo quando beijo a sua pele morna. Então ela abre uma brecha de olhos negros e sorri languida para mim.— Bom dia, preguiçosa! Você tem que ir — aviso, mas o seu sorriso se amplia.Samantha é minha companheira no quartel de bombeiros. Atualmente me tornei o capitão de uma equipe de seis homens. Max, Sam, Joe, Dilan, Tomás e Rafael. Não temos um envolvimento sério e também não somos exatamente namorados. É apenas sexo mesmo. Pelo menos para mim e espero que para ela também.A garota sai de debaixo dos lençóis e caminha completamente nua, e sexy direto para o meu banheiro. E logo escuto o barulho da água caindo lá entro.— O que vai fazer o dia todo? — Ela grita de dentro do cômodo.— O meu primo Chris está aqui no Brasil com sua esposa. Acho que vou passar o dia com ele — grito de volta.Minutos depois, ela sai do banho enrolada em uma toalha e com suas belas pernas a mostra. Suspiro, analisando cada centímetro de pele macia e ela sorr
LuccaMerda, isso não devia estar acontecendo, não comigo. Alice é apenas uma pirralha e eu sou a droga de um homem feito. Então por que essa atitude tão infantil mexeu tanto comigo?Porque essa porra não tem nada de infantil, Lucca!— Lucca? — A voz do Cris Ávila me desperta do meu tormento e eu solto uma respiração que estava presa dentro dos meus pulmões. Relutante, tiro os meus olhos de cima da menina atrevida que está dando um belo mergulho na piscina agora e olho para o meu amigo sorridente, em pé na varanda da casa.— Cris, oi! — digo tentando manter o meu tom de voz norma. — Eu trouxe algumas cervejas — falo, erguendo as sacolas e quando fecho a porta traseira, ele vem ao meu encontro para ajudar a carregá-las para dentro. — Como foi de viagem?— Cansativa, mas valeu a pena. Estava morrendo de saudades de casa. — Ele diz passando pela porta. Contudo, antes de entrar no elegante hall, me pego olhando direto para a área de lazer, onde Alice dá mais um mergulho.Meu coração bate
Alice.Dois anos depois do beijo.Hoje é aniversário do meu pai e mamãe está preparando uma festa surpresa para ele.Casa cheia. Penso um tanto animada. E eventos formidáveis.Amanhã bem cedo estarei de partida para Londres, onde irei fazer o curso de jornalismo. Meu maior sonho. Camila vai fazer medicina nos Estados Unidos. É a primeira vez que nos separamos de verdade e eu sei que sentirei a sua falta. Tenho procurado não surtar durante esses meses pensando em um certo beijo. De verdade, depois desse, saí beijando outros garotos do colégio. Pelo menos uns cinco e nenhum apagou o gosto daquele beijo. Tenho que essa oportunidade de ouro para conversar com o Lucca.Suspiro e observo atentamente o jardim movimentado.Pessoas andando de um lado para o outro cuidando dos preparativos para essa noite. Além do aniversário do meu pai, teremos também a minha despedida e estou ansiosa por isso. Um tipo de liberdade que eu sempre desejei, embora eu saiba que tanto a minha mãe quanto o meu pai v
AlicePensar que Samantha tem as mesmas paixões que o Lucca me deixa em desvantagem. Ela é exatamente como ele; tem a mesma idade e sabe agradá-lo. Ela tem a experiência feminina que eu não tenho.Bufo contrariada quando percebo que eles formam um par perfeito.Sem que eu consiga evitar, passo boa parte da festa observando o casal sempre sorridente e comunicativo. Esvazio a minha terceira taça da noite quando percebo que parece estar feliz ao lado dela. Lucca fala algo ao seu ouvido e se afasta para ir em direção da cozinha.É a minha deixa.Levanto-me abruptamente da minha cadeira e me afasto da mesa.— Aonde você vai? — Minha amiga questiona.— Pode me fazer um favor? — peço de repente.— Claro.— Tá vendo aquela mulher? — Aponto sutilmente para a acompanhante do meu primo.— Estou.— Pode distraí-la por alguns minutos? — Mila me encara especulativa.— O que você está aprontando, A?Faço um gesto desdenhoso em resposta.— Eu só preciso de alguns minutos para falar com ele.Sério, is
Alice— Eu sei, mas prometo que será apenas um beijo de despedida — sibilo baixinho.Ele solta o ar com força e eu tenho vontade de rir. Como um homem desse tamanho está tremendo de medo de dar um beijo em uma garota insignificante como eu?— Só um beijo. — Ele repete. Provavelmente para ter certeza.— Só um beijo. — Confirmo ansiosa e o meu coração dispara ritmado dentro do meu peito quando ele dá alguns passos para perto de mim.Sua mão grande segura na minha cintura quase sem força e aproveito para enlaçar o seu pescoço, sentindo imediatamente o calor da sua pele na palma da minha mão. Seus olhos permanecem o tempo todo conectados nos meus. O ar quente que sai da sua boca aquece a minha pele. Contudo, prendo a respiração, tamanha a minha ansiedade de sentir o seu sabor mais uma vez.Lucca se inclina um pouco, trazendo a sua boca para a minha e inicia um suave roçar de lábios.Fogo.Céus, estou queimando.Quente demais.Penso quando ele toma a minha boca em um beijo calmo. Contudo,
AliceEu quero respirar! Preciso respirar, mas não consigo fazer uma das funções mais vitais na vida do corpo humano. Penso quando sinto a sua língua ardente me invadir e não seguro um grito agudo de puro êxtase.— Lucca! — No ato, seguro nos fios castanhos claros, apertando-os entre os meus dedos e o mantenho ali, até que ele me dê o que necessito. Outro rosnado alto escapa da sua boca quando ele ergue a sua cabeça e os nossos olhos se encontram.— Goza para mim, querida! — Ele simplesmente ordena, voltando a enfiar a sua cara entre as minhas pernas e o meu mundo gira violentamente fora de órbita.Meu corpo está queimando e molhado de suor. Minha respiração ofegante pesa dentro do meu peito e eu penso que irei desfalecer. Então ele ergue a sua cabeça e eu vejo a intensidade dos seus olhos. É tão primitiva, não impulsiva e tão envolvente. Lucca se assemelha a um cão raivoso.Um cachorrão. É isso o que ele é. Um cachorrão filho da mãe!Seu corpo paira sobre o meu.Ainda estou ofegante