— Senhor Snyder, sinto muito por tudo isso! Sou Aaron Huang, psiquiatra do FBI! Estou investigando esses crimes! — O psiquiatra estendeu a mão para o escritor que a segurou brevemente, ele era quase da altura de Dominic, seu rosto trazia certa tranquilidade — por favor, quero ajudar a descobrir se o seu livro foi só uma espécie de gatilho ou fonte de inspiração, ou se você é o verdadeiro alvo!
— Como? — Dominic perguntou.
— É reconhecido em seu meio, tem fã clubes e muitos fãs... deve receber muitas mensagens, mas, alguma que o fez ficar com medo, digo, não de ódio ou crítica, mas, alguma declaração romântica assustadora? Algum fã que pareça saber tudo que você gosta ou faz, como se estivesse o stalkeando? — Aaron especificou.
— Duas! Uma menina de dezesseis anos e um cara estranho... eu não liguei muito para o que ela falou, só dei um jeito de não alimentar toda a obsessão dela..., mas, o cara me deixou assustado, passei quase um mês na casa dos meus pais por causa disso, ele sabia até o café que eu comprava! Me mandava fotos de mim em lugares públicos, ficou sério quando ele me mandou uma foto minha dormindo, abri um boletim de ocorrência e pedi medida protetiva, ele me mandou mais uma mensagem sobre como eu desprezei o amor dele! — Dominic explicou — David Decker! Tem trinta e sete anos...
— Acha que ele pode ter voltado? — O psiquiatra perguntou.
— Não sei... isso tem uns dois anos, eu tinha só os três primeiros livros! — Dominic explicou olhando Aaron nos olhos — sou uma vítima em potencial?
— Qual foi a última vez que recebeu alguma mensagem estranha?
— A muito tempo! — ele explicou — olha, se tem alguma coisa, eu deveria estar sendo seguido, não?
Aaron olhou as fotos e depois as páginas dos livros.
— Como era os personagens que mataram essas pessoas? — O psiquiatra perguntou apontando para as fotos das páginas — comece do último.
— Liam é um... bem, ele é um policial que nas horas vagas é um Serial Killer que procura mulheres que machucam os filhos porque ele foi machucado na infância, quando descobre que a esposa o traí, os esfaqueia com ódio, um de cada vez, primeiro a mulher e depois o amante... o segundo é uma vítima de pedofilia, ele cresce e persegue seu abusador, o tortura em busca de vingança, a primeira é uma mulher que atrai menores de idade, ela é uma predadora sexual que passa batido por ser mulher! — Dominic explicou — outra mulher a mata!
— Nick era professora e foi afastada por se envolver com três dos seus alunos, Bruce tem histórico de pedofilia e o casal apaixonado eram amantes... qual o próximo? — Darío perguntou.
— Não sei! Tem muitos, muitos crimes em meus livros, motivações diferentes, vítimas e padrões diferentes... sinceramente, não sei! — O Snyder suspirou.
— Algum apreço por esses personagens? Digo, os assassinos? — Aaron voltou a perguntar.
— Bom, Liam era meu personagem principal, porém morre no final, os outros não eram nada especiais, só eram uma espécie de vítimas do acaso! — Ele respondeu — então, me acha uma vítima em potencial?
— Sinceramente não... ele usaria vítimas que tivessem algum significado maior e já teria se mostrado para você! — O psiquiatra o tranquilizou — seus livros foram apenas uma forma dele achar como cometeria seus assassinatos, não acho que você está na lista, mas, se receber alguma mensagem ou perceber alguma coisa, já sabe o que fazer...
— Está liberado senhor Snyder, caso suspeite de algo, por favor, nos informe! — Daniel entregou um cartão ao escritor — por favor, nos desculpe por toda a confusão.
— Hum... valeu! — Dominic sorriu para Aaron.
Se despediu dos outros e saiu da delegacia, achando que sua vida já estava louca demais.
(><)
Dominic suspirou quando notou que já eram quase dez e meia, se enfiou no primeiro bar que encontrou e caminhou até o balcão, ele estava entre tomar um porre ou apenas pedir um refrigerante e ir para casa.
— O que vai querer garoto? — O barman perguntou.
— Uma cerveja! — Pediu se sentando — ah, e tem algum petisco?
— Cubos de presunto! Gosta?
— Pode ser!
Tudo lhe foi servido em menos de dez minutos, o escritor tomou o primeiro gole já agradecendo por estar gelada. Os olhos castanhos passaram pelo bar, querendo ver algo um pouco interessante, nem que fosse o mínimo.
Mas, ele parou na entrada do bar, vendo Hayden entrar, ele era o médico legista pelo que Dominic lembrava. Ele era bem atraente, a forma que caminhava passava confiança, mesmo parecendo estar cansado, ele ainda era o cara mais bonito daquele lugar.
Dominic sorriu quando seus olhos se encontraram com os de Hayden, vendo o médico caminhar em sua direção com um sorriso pequeno nos lábios.
— Hayden, não é? — O escritor começou.
— Isso! Dominic Snyder... o escritor da noite! — O médico brincou se sentando ao lado do mais novo — veio beber para desestressar?
— Pode ser! E você? O que te traz aqui essa noite?
— Cansaço! Estou trabalhando muito... não sei quando isso vai diminuir na verdade! — O médico suspirou — já li um dos seus livros... Entre sangues do prazer!
— Gostou?
— Acho que não sou seu público-alvo! — Ele sorriu.
— Por quê? — Dominic achava aquilo tudo um tanto interessante.
— As mortes funcionam para quem não tem o olhar costumeiro com aquilo! — Hayden sorriu.
— Exageradas ou malfeitas?
— Não veja como uma grande crítica, pela quantidade de vendas eu tenho certeza de que seu público gosta e muito, mas, como médico legista, digo com toda a certeza de que são exageradas em inúmeros quesitos e que alguma não possuem lógica, digo, um tiro no ombro não mata tanto quanto as pessoas pensam... fora termos médicos usados de forma errôneas! — Ele era sútil, talvez não quisesse ofender Dominic, mas, o escritor só achava uma graça a forma que o outro tomava cuidado com suas palavras — sem ofensas... você só é um jovem escritor que assistiu documentários e séries policiais!
— Tenho vinte e quatro anos, ainda sou tão jovem assim? — Os olhos do médico desceram por seu rosto e depois corpo, voltando seu olhar para os dele.
— Tenho trinta e seis, garoto... para mim, ainda é apenas um jovem rapaz!
— Posso te pagar uma bebida? Digo, deveríamos beber alguma coisa enquanto me dá dicas de como melhorar minha escrita... — ele com certeza estava flertando e o outro notou, sorrindo pequeno pela situação.— Não acho que pagar uma bebida para mim seja a melhor forma de obter dicas para o seu livro, só estude mais um pouco, garoto... — Hayden era evasivo, o que atiçava Dominic ainda mais.— Prefiro te ouvir explicar! Me parece mais interessante, hum? Nem uma cerveja? — Ele insistiu, Hayden pareceu ponderar, mas, concordou — duas cervejas!O barman os serviu e ambos começaram a beber, o médico analisou o garoto antes de voltar a conversar.— O que te levou a escrever?— Sempre gostei! Desde cedo meus pais me apoiaram sobre tudo isso e então eu comecei a escrever na adolescência, ganhei um concurso da escola, depois do bairro e escrevi meu primeiro livro aos dezoito anos! Publiquei e demorou um pouco para ter alguma visibilidade, mas, aos poucos, fui ganhando notoriedade e quando assinei c
— Quando estava na faculdade, abriu uma espécie de estágio no FBI, meu internato foi todo já como uma espécie de agente estagiário, quando concluí, assumi de vez o posto! — Huang explicou — foi algo muito bom para mim!— Se formou cedo?— Aos quatorze! Meu QI é acima da média e assim, me formei cedo e entrei na faculdade ainda na adolescência... assim como um dos personagens que já escreveu! Em um dos seus livros! — Dominic já não sabia se aquilo era bom ou ruim.— Qual deles?— Raízes Negras... foi um dos primeiros, não foi?— Sim! Nem vou perguntar se gostou, imagino que tenha odiado! — O acastanhado brincou.— Na verdade não! Bom, não posso dizer que adorei, pois não sou o público-alvo dos seus livros, ainda mais sendo um psiquiatra lendo sobre um personagem psiquiatra! Mas, foi uma leitora divertida, só não entendi o que te levou a crer ser possível o romance entre o psiquiatra e seu paciente! — O mais velho levou a cerveja até seus lábios.— Ah... foi uma história bonitinha, não
"A lua cheia iluminava a floresta com uma luz pálida e fria. As árvores balançavam suavemente ao ritmo do vento, criando sombras inquietantes no chão. A tranquilidade da noite era perturbada apenas pelo som das sirenes e das vozes baixas dos policiais que se movimentavam pelo local.O detetive Ramirez, um homem de meia-idade com um olhar cansado, caminhava em direção à fita amarela que delimitava a cena do crime. Ele havia recebido a ligação pouco depois da meia-noite e, apesar do cansaço acumulado, sabia que precisava estar ali. Ao se aproximar, viu o jovem policial Novak, que parecia estar lutando para manter a compostura.— O que temos aqui, Novak? — Perguntou Ramirez, sua voz grave cortando o silêncio da noite.— Um casal que passeava com o cachorro encontrou o corpo, senhor — respondeu Novak, tentando esconder o tremor na voz. — Está ali, entre as folhas...Ramirez franziu a testa e seguiu o olhar do novato. Ele se aproximou do local indicado, iluminado apenas pelas lanternas dos
Mais um corpo!— Emily Keefe! A habilitação estava na bolsa... — Turner mostrou a habilitação — parece que ela foi estuprada...— Não tem como dizer, mas, parece que a pessoa quis que aparentasse isso! Ela foi posta nessa posição e não foi morta aqui! Não tem sangue, não tem nem mesmo uma bagunça aqui... — Hayden suspirou — já acharam a página?— Já! — Darío pegou a página rasgada e começou a ler — a chamada foi feita de um telefone público, os polícias encaravam aquele corpo um tanto sem resposta. Estavam atrás dela a horas e de repente, teriam que dizer aos pais que a doce filhinha única estava morta... — começou a ler — mais uma que faz parte dos livros de um adolescente grande!— Ele não tem culpa se um louco está usando seus livros... — April suspirou — vamos achar logo esse assassino!— E vamos trazer o Dominic! — A voz de Daniel surpreendeu a todos — parece que ele tinha contato com Emily, ela era fã dele!— Acha que ele a matou? — Darío pareceu surpreso.—Todas as vítimas o tin
— Senhor Snyder, conhece esse homem? — Ele estendeu uma foto de um homem claramente morto.— Sim... é o meu ex! — Dominic sentiu uma sensação estranha, sentiu também seu corpo esfriar de repente, seus olhos se focaram na imagem de Alexander morto.— Senhor Snyder? — A voz de Darío era distante, Dominic sentiu seu coração parecer bater mais lento, sua cabeça rodava e tudo parecia demais.Uma pressão absurda foi sentida em sua cabeça e seu ar parecia dificultado.— Dominic! — Ele sentiu quando seu corpo foi amparado por Hayden, sua visão era turva e seu corpo estava muito fraco, ele sentiu quando foi abaixado por Hayden — Aaron...Os dois médicos conversavam alguma coisa, Dominic sentiu seu queixo ser segurado e sua boca foi aberta, ele sentiu o gosto do sal em sua língua e logo depois, uma garrafinha de água foi levada com cuidado até seus lábios.— Beba com cuidado... — a voz de Hayden o tranquilizou.Dominic fez o que foi pedido, sen
Simon era o melhor amigo de Dominic, o professor de literatura conheceu escritor ainda na adolescência e naquele momento ele abraçou o amigo com certa força, apenas por saber que ele precisava.Seu longo cabelo sedoso e brilhoso estava amarrado em um rabo de cavalo, seus olhos focaram na caixinha de transporte que tinha o pequeno animal adormecido.— Obrigado por me deixar ficar... é só por uns dois dias! — Dominic se apressou em falar.Simon suspirou, voltando a abraçar o melhor amigo, demorando a se afastar dessa vez e um sorriso doce cresceu nos lábios carnudos e cheios do outro.— Você vai ficar aqui durante o mês! — Simon afirmou — não vou te deixar sozinho de jeito nenhum! Liam já sabe e concordou com isso, nós já arrumamos o quarto de hospedes e não vamos aceitar um não como resposta!Dominic caminhou a
“A noite estava fria e silenciosa, quando Lucas entrou na sala mal iluminada, com o coração acelerado e um pressentimento sombrio. Maria estava de costas para ele, alheia ao perigo iminente.— Por que está aqui? — Ela perguntou sem se virar, sua voz tingida de desconfiança.— Apenas queria falar — respondeu Lucas, a mão tremendo enquanto segurava firmemente o cabo da faca oculta em seu casaco.Antes que Maria pudesse reagir, ele avançou rapidamente, cravando a lâmina em suas costas. Ela ofegou, um som engasgado que logo se perdeu na escuridão. Seus olhos arregalados, repletos de surpresa e dor, encontraram os de Lucas por um breve momento antes de ela cair no chão, sua vida esvaindo-se rapidamente.Lucas recuou, observando em choque enquanto o sangue se espalhava lentamente ao redor do corpo imóvel de Maria. O silêncio da sala foi quebrado apenas pelo som de sua respiração pesada, misturada com o sussurro do vento que entrava pela janela entreaberta."⚜️— Esse é bem estranho... — Hayd
Mas, seus pensamentos foram cortados quando Liam o chamou da sala, o escritor saiu do quarto e quando se aproximou, viu Liam parado com a porta aberta e do outro lado, Aaron!— Aaron! — Dominic sorriu verdadeiramente — este é o Liam, Li esse é o Aaron!— Ah... vou deixar vocês, tenho que ir buscar o Simon! — Liam pegou suas chaves e realmente saiu de casa, Aaron entrou com a autorização de Dominic e encarou o mais novo.— Oi garoto! — O psiquiatra sorriu pequeno — vim ver como você está... desculpa não ter ligado antes!— Tudo bem! Gostei de você ter vindo... quer alguma coisa? — Dominic ofereceu.— Não! Só queria realmente ver como você está! — Aaron sentiu seu rosto queimar por ter sorrido tão abertamente com aquilo — ah, e eu trouxe uma coisa para você! — Aaron enfiou a mão no bolso do seu sobretudo e tirou uma pequena sacola com algumas caixinhas de remédio — acessei sua ficha médica e peguei os remédios que você parou de tomar contra as recomendações médicas!Dominic encarou aquel