— Posso te pagar uma bebida? Digo, deveríamos beber alguma coisa enquanto me dá dicas de como melhorar minha escrita... — ele com certeza estava flertando e o outro notou, sorrindo pequeno pela situação.
— Não acho que pagar uma bebida para mim seja a melhor forma de obter dicas para o seu livro, só estude mais um pouco, garoto... — Hayden era evasivo, o que atiçava Dominic ainda mais.
— Prefiro te ouvir explicar! Me parece mais interessante, hum? Nem uma cerveja? — Ele insistiu, Hayden pareceu ponderar, mas, concordou — duas cervejas!
O barman os serviu e ambos começaram a beber, o médico analisou o garoto antes de voltar a conversar.
— O que te levou a escrever?
— Sempre gostei! Desde cedo meus pais me apoiaram sobre tudo isso e então eu comecei a escrever na adolescência, ganhei um concurso da escola, depois do bairro e escrevi meu primeiro livro aos dezoito anos! Publiquei e demorou um pouco para ter alguma visibilidade, mas, aos poucos, fui ganhando notoriedade e quando assinei com minha editora, meu segundo livro já estava na metade e boom! Descobri que poderia me manter com a escrita! — Dominic respondeu bebendo um pouco — e você? O que te levou a ser legista?
— Fui médico antes disso! Me formei cedo, sempre fui eficiente e comecei a trabalhar com pessoas..., mas, tem uma diferença em trabalhar com os vivos! Todas as vezes que eu entrava em uma sala de cirurgia, independente se era uma simples ou complicada, era como se sentar em uma mesa e jogar xadrez com a morte! — Ele olhou Dominic — a cada movimento, a cada minuto de cirurgia, era como fazer uma jogada... eu nunca sabia se minha próxima jogada me garantiria a vitória ou a derrota! — abaixou a cabeça — lidar com os pais te perguntando por que você não salvou o filhinho deles, filhos te culpando por você ter deixado os pais morrerem... são coisas que não se esquece e nem se supera facilmente!
— Por isso escolheu os mortos?
— Sim! Por mais que eu veja coisas terríveis e que me roubam o sono, aquelas pessoas já chegam para mim com suas sentenças definidas, eu apenas conto suas histórias e dou paz às famílias... eles me agradecem, não me culpam ou cobram, apenas agradecem!
— Então, tem paz ao dormir! — O Snyder concluiu — a quanto tempo está nisso?
— Como legista tem menos de dois anos... venho dormindo melhor, não todas as noites, porém, algumas coisas já me ajudam bastante! — Hayden bebeu mais um pouco e olhou a garrafa em sua mão — garoto, gostaria muito de tomar mais uma com você, porém, hoje é uma das noites que posso dormir!
— Será que consigo seu número ou vou ter que ficar vindo aqui até te achar? — O escritor estendeu o telefone já em seu teclado para o mais velho que o pegou.
— Eu não deveria fazer isso! — Hayden sorriu ao anotar seu número.
— Coloco Hayden, doutor Malik ou professor sobre mortes não exageradas e malfeitas? — O mais velho já estava se perdendo naquele sorriso travesso.
—Como preferir, garoto! — Se levantou — antes de eu ir, nos seus livros tem algum assassinato forjado por queda e um corpo incendiado?
— Incendiado, sim! Forjado não... por quê?
— Nada! Só vendo um padrão! — Sorriu estendendo a mão para o outro, ambos apertaram as mãos brevemente — até depois!
Dominic salvou o contato como Doutor Malik, alguma coisa naquilo o excitava, talvez saber que Hayden era alguém focado, importante de certa forma, trazia uma coisa diferente para Dominic.
— Mais uma por favor! — Dominic pediu, sabendo que não sairia dali tão cedo.
Uma coisa ruim sobre Dominic era a necessidade de sempre estar preenchendo alguma coisa, geralmente queria estar anestesiado de alguma maneira e por isso, quando adorava em um bar, era o último a sair.
Ele sabia que teria uma noite mais do que longa!
⚜️
Dominic se levantou para ir ao banheiro, já tinha bebido o suficiente para se sentir alterado e ter sua visão um pouco bagunçada, após se aliviar no mictório, lavou as mãos e saiu do cômodo, sua intenção era voltar ao balcão, mas, capturou o momento que Aaron estava se sentando em uma mesa próxima onde ele estava.
O psiquiatra viu o mais novo e sorriu em sua direção, ficando de pé quando notou Dominic caminhar até sua mesa.
— Doutor... não achei que te encontraria em um bar como esse! — Dominic sorriu.
— É próximo à delegacia, acabo vindo muitas vezes aqui... — o psiquiatra olhou para a mesa e depois para Dominic — me faz companhia ou já está indo embora?
— Adoraria te acompanhar! — Os dois se sentaram, Dominic encarava o médico e tentava imaginar como acabaria na cama com um homem daqueles, não que ele fosse promíscuo, mas, a bebida trazia seu lado mais devasso — trabalhando até tarde?
— Na verdade sim! Casos como esse, fazem com que um olhar clínico seja necessário! — Huang ergueu a mão para chamar o garçom — posso te pagar uma bebida?
— Quantas quiser! — O homem sorriu ao aceitar, o garçom de aproximou, Huang pediu duas cervejas e Dominic o analisou.
Seu rosto era oval, seus olhos eram expressivos e penetrantes, seu cabelo escuro estava perfeitamente arrumado, vestido com aqueles trajes profissionais, ele transparecia uma imagem de autoridade e competência.
— Alguma novidade no caso? — O mais novo deixou sua curiosidade transparecer.
— Não devo comentar sobre assuntos profissionais com civis! Mesmo que esse civil esteja ligado diretamente ou indiretamente com o caso! — Falando daquele jeito, Aaron conseguiu ficar ainda mais atraente aos olhos do outro — como se interessou por escrever livros de romance e crimes?
— Não sei... acho que é a excitação do perigo controlado, me coloco no lugar dos personagens e assim, a sensação de perigo, adrenalina... tudo é sentido por mim, mas, de forma controlada e segura! Sou medroso demais para me colocar em perigo real! — Os dois riram da fala do escritor, o garçom os serviu e ambos agradeceram — e você? Como acabou no FBI?
— Quando estava na faculdade, abriu uma espécie de estágio no FBI, meu internato foi todo já como uma espécie de agente estagiário, quando concluí, assumi de vez o posto! — Huang explicou — foi algo muito bom para mim!— Se formou cedo?— Aos quatorze! Meu QI é acima da média e assim, me formei cedo e entrei na faculdade ainda na adolescência... assim como um dos personagens que já escreveu! Em um dos seus livros! — Dominic já não sabia se aquilo era bom ou ruim.— Qual deles?— Raízes Negras... foi um dos primeiros, não foi?— Sim! Nem vou perguntar se gostou, imagino que tenha odiado! — O acastanhado brincou.— Na verdade não! Bom, não posso dizer que adorei, pois não sou o público-alvo dos seus livros, ainda mais sendo um psiquiatra lendo sobre um personagem psiquiatra! Mas, foi uma leitora divertida, só não entendi o que te levou a crer ser possível o romance entre o psiquiatra e seu paciente! — O mais velho levou a cerveja até seus lábios.— Ah... foi uma história bonitinha, não
"A lua cheia iluminava a floresta com uma luz pálida e fria. As árvores balançavam suavemente ao ritmo do vento, criando sombras inquietantes no chão. A tranquilidade da noite era perturbada apenas pelo som das sirenes e das vozes baixas dos policiais que se movimentavam pelo local.O detetive Ramirez, um homem de meia-idade com um olhar cansado, caminhava em direção à fita amarela que delimitava a cena do crime. Ele havia recebido a ligação pouco depois da meia-noite e, apesar do cansaço acumulado, sabia que precisava estar ali. Ao se aproximar, viu o jovem policial Novak, que parecia estar lutando para manter a compostura.— O que temos aqui, Novak? — Perguntou Ramirez, sua voz grave cortando o silêncio da noite.— Um casal que passeava com o cachorro encontrou o corpo, senhor — respondeu Novak, tentando esconder o tremor na voz. — Está ali, entre as folhas...Ramirez franziu a testa e seguiu o olhar do novato. Ele se aproximou do local indicado, iluminado apenas pelas lanternas dos
Mais um corpo!— Emily Keefe! A habilitação estava na bolsa... — Turner mostrou a habilitação — parece que ela foi estuprada...— Não tem como dizer, mas, parece que a pessoa quis que aparentasse isso! Ela foi posta nessa posição e não foi morta aqui! Não tem sangue, não tem nem mesmo uma bagunça aqui... — Hayden suspirou — já acharam a página?— Já! — Darío pegou a página rasgada e começou a ler — a chamada foi feita de um telefone público, os polícias encaravam aquele corpo um tanto sem resposta. Estavam atrás dela a horas e de repente, teriam que dizer aos pais que a doce filhinha única estava morta... — começou a ler — mais uma que faz parte dos livros de um adolescente grande!— Ele não tem culpa se um louco está usando seus livros... — April suspirou — vamos achar logo esse assassino!— E vamos trazer o Dominic! — A voz de Daniel surpreendeu a todos — parece que ele tinha contato com Emily, ela era fã dele!— Acha que ele a matou? — Darío pareceu surpreso.—Todas as vítimas o tin
— Senhor Snyder, conhece esse homem? — Ele estendeu uma foto de um homem claramente morto.— Sim... é o meu ex! — Dominic sentiu uma sensação estranha, sentiu também seu corpo esfriar de repente, seus olhos se focaram na imagem de Alexander morto.— Senhor Snyder? — A voz de Darío era distante, Dominic sentiu seu coração parecer bater mais lento, sua cabeça rodava e tudo parecia demais.Uma pressão absurda foi sentida em sua cabeça e seu ar parecia dificultado.— Dominic! — Ele sentiu quando seu corpo foi amparado por Hayden, sua visão era turva e seu corpo estava muito fraco, ele sentiu quando foi abaixado por Hayden — Aaron...Os dois médicos conversavam alguma coisa, Dominic sentiu seu queixo ser segurado e sua boca foi aberta, ele sentiu o gosto do sal em sua língua e logo depois, uma garrafinha de água foi levada com cuidado até seus lábios.— Beba com cuidado... — a voz de Hayden o tranquilizou.Dominic fez o que foi pedido, sen
Simon era o melhor amigo de Dominic, o professor de literatura conheceu escritor ainda na adolescência e naquele momento ele abraçou o amigo com certa força, apenas por saber que ele precisava.Seu longo cabelo sedoso e brilhoso estava amarrado em um rabo de cavalo, seus olhos focaram na caixinha de transporte que tinha o pequeno animal adormecido.— Obrigado por me deixar ficar... é só por uns dois dias! — Dominic se apressou em falar.Simon suspirou, voltando a abraçar o melhor amigo, demorando a se afastar dessa vez e um sorriso doce cresceu nos lábios carnudos e cheios do outro.— Você vai ficar aqui durante o mês! — Simon afirmou — não vou te deixar sozinho de jeito nenhum! Liam já sabe e concordou com isso, nós já arrumamos o quarto de hospedes e não vamos aceitar um não como resposta!Dominic caminhou a
“A noite estava fria e silenciosa, quando Lucas entrou na sala mal iluminada, com o coração acelerado e um pressentimento sombrio. Maria estava de costas para ele, alheia ao perigo iminente.— Por que está aqui? — Ela perguntou sem se virar, sua voz tingida de desconfiança.— Apenas queria falar — respondeu Lucas, a mão tremendo enquanto segurava firmemente o cabo da faca oculta em seu casaco.Antes que Maria pudesse reagir, ele avançou rapidamente, cravando a lâmina em suas costas. Ela ofegou, um som engasgado que logo se perdeu na escuridão. Seus olhos arregalados, repletos de surpresa e dor, encontraram os de Lucas por um breve momento antes de ela cair no chão, sua vida esvaindo-se rapidamente.Lucas recuou, observando em choque enquanto o sangue se espalhava lentamente ao redor do corpo imóvel de Maria. O silêncio da sala foi quebrado apenas pelo som de sua respiração pesada, misturada com o sussurro do vento que entrava pela janela entreaberta."⚜️— Esse é bem estranho... — Hayd
Mas, seus pensamentos foram cortados quando Liam o chamou da sala, o escritor saiu do quarto e quando se aproximou, viu Liam parado com a porta aberta e do outro lado, Aaron!— Aaron! — Dominic sorriu verdadeiramente — este é o Liam, Li esse é o Aaron!— Ah... vou deixar vocês, tenho que ir buscar o Simon! — Liam pegou suas chaves e realmente saiu de casa, Aaron entrou com a autorização de Dominic e encarou o mais novo.— Oi garoto! — O psiquiatra sorriu pequeno — vim ver como você está... desculpa não ter ligado antes!— Tudo bem! Gostei de você ter vindo... quer alguma coisa? — Dominic ofereceu.— Não! Só queria realmente ver como você está! — Aaron sentiu seu rosto queimar por ter sorrido tão abertamente com aquilo — ah, e eu trouxe uma coisa para você! — Aaron enfiou a mão no bolso do seu sobretudo e tirou uma pequena sacola com algumas caixinhas de remédio — acessei sua ficha médica e peguei os remédios que você parou de tomar contra as recomendações médicas!Dominic encarou aquel
Dominic olhou em volta assim que desceram do carro e se encontraram diante do restaurante. Era um lugar charmoso e intimista, chamado "Lotus Blossom," especializado em culinária tailandesa contemporânea. O exterior do restaurante exalava elegância discreta, com grandes janelas de vidro decoradas com cortinas de seda branca que balançavam suavemente com a brisa noturna. Um letreiro de neon delicadamente iluminado com flores de lótus reforçava o ambiente acolhedor e sofisticado.Ao entrarem, foram recebidos por uma anfitriã sorridente que os guiou para uma mesa reservada em um canto mais privado. O interior do restaurante era uma mistura harmoniosa de tradição e modernidade. As paredes eram adornadas com murais coloridos que retratavam cenas da cultura tailandesa, enquanto luminárias de bambu suspensas do teto emitiam uma luz suave e calorosa.As mesas estavam elegantemente postas com toalhas brancas impecáveis e louças de cerâmica artesanal. Castiçais de vidro com velas acesas acrescent