— Catarino... — As pernas de Karina fraquejaram, e ela caiu de joelhos no chão.Ela levantou a mão, estendendo ela para o rosto de Catarino, mas hesitou, temendo que ele sentisse mais dor ao ser tocado. — O que aconteceu com você? — Seus olhos se encheram de lágrimas instantaneamente, e ela mal conseguia falar em voz alta. — Catarino, acorde, fale comigo!Mas, claro, Catarino não podia responder.A razão, naquele momento, foi consumida pelas chamas da raiva.Karina se levantou rapidamente, os olhos fixos em Eunice e Vitória. Seus olhos estavam arregalados, e sua voz carregava certeza.— Foram vocês! Não era uma pergunta, mas uma afirmação.— Não... — Eunice começou a balançar a cabeça desesperadamente, assustada com o olhar de Karina. As palavras mal conseguiam sair de sua boca. — Escuta, não fui eu...Karina não acreditava nas palavras dela.Ela avançou rapidamente e puxou os cabelos de Eunice com força.O grito de dor de Eunice ecoou pela sala.Karina apertou ainda mais, seu olhar
— O que significa isso que você disse? Explique as coisas direito! — É que... — Vitória estava tão nervosa que engolia a saliva repetidamente. — Hoje, eu tinha combinado de almoçar com o Ademir, e quando você ligou para ele, eu estava justamente... Naquele momento. Karina fez uma pausa para refletir, e de repente, tudo se esclareceu. Ah, então, naquele momento, a Vitória estava com o Ademir. Eles se encontraram novamente! Quantas vezes se encontraram sem que ela soubesse? Provavelmente já tinha perdido a conta. De repente, um calafrio percorreu seu corpo. Nesse momento, algumas figuras apareceram na porta. Ademir, acompanhado de Júlio e Enzo, havia chegado. — Karina! — Ademir a viu imediatamente e, em seguida, notou Vitória sendo pressionada no chão. — Vitória! — Ele ficou assustado com a cena, correndo até ela, se ajoelhando e segurando o pulso de Karina. — Solte ela! — Ademir. — Vitória parecia extremamente frágil, chorando suavemente, com um olhar cheio de sofrim
Ademir apertou o braço dela, impedindo ela de se levantar.— Se sente! — Ele olhou para o rosto pálido de Karina, sentindo uma mistura de urgência e impotência. — Eu só disse uma coisa, e você já me jogou uma culpa tão grande? Eu não me importo com o Catarino? Você realmente não entende nada, ou está tentando me irritar de propósito?Karina virou a cabeça, evitando olhá-lo, e não disse nada.Ademir suspirou, exasperado, e falou:— Só vamos saber como o Catarino está quando ele acordar. Eu vou ficar aqui com você, acompanhando ele.— Você? — Karina ergueu uma sobrancelha, desafiadora. — Você tem tempo para isso? O Sr. Ademir está tão ocupado, não é?Ademir percebeu o tom sarcástico em suas palavras, mas, entendendo que ela estava mal-humorada, não quis discutir a forma como ela falava.— Tenho tempo, e mesmo que esteja muito ocupado, vou arranjar um tempo para estar com vocês. — Ele puxou Karina suavemente para sentar novamente. — Agora, coma direito, está bem?— Não. Ademir franziu a
— Não precisa, eu posso voltar sozinha. — Faça o que eu digo. — Ademir não deixou espaço para recusa. — Deixe o Enzo te levar, as coisas já estão suficientemente complicadas. Não me deixe ficar ainda mais preocupado, está bem?— Então, vou ouvir você. — Vitória assentiu docilmente, aceitando a sugestão.Depois que a viu partir, o semblante de Ademir ainda estava tenso. Seus pensamentos estavam ocupados com as palavras de Vitória. Eunice encontrou o Catarino sozinho... Mas por que ele estava sozinho? O que havia acontecido antes disso?...No quarto, tudo estava quieto.Catarino, já medicado, ainda não havia acordado. Karina, debruçada sobre a cama, também havia adormecido.Ademir se aproximou, se curvou e cuidadosamente levantou Karina, colocando-a sobre o sofá-cama ao lado.Karina franziu a testa, emitindo um som baixo.Ademir se assustou, achando que havia acordado ela.Mas Karina não despertou. Ela logo se acalmou novamente, embora continuasse com as sobrancelhas franzidas, como se
Bruno ficou assustado e, rapidamente, falou:— Hoje, ouvi a Srta. Vitória dizendo à Karina que vocês se encontraram hoje, e que ainda tinham marcado de almoçarem juntos...Ademir ficou chocado. Como assim? Isso realmente aconteceu? Agora entendia o motivo de Karina estar tão fria e resistente a ele. Tentou controlar suas emoções, mas a raiva ainda não conseguia ser reprimida.— Por que não me disse isso antes?Bruno, se sentindo injustiçado, respondeu:— Eu não consegui encontrar uma oportunidade para falar sobre isso. Sempre que não estava com a Karina, estava com a Vitória. Não queria me intrometer.— Tudo bem, eu entendi.Pelo menos Bruno foi esperto e, no final, acabou falando sobre isso. Caso contrário, ele nem saberia por quanto tempo ainda ficaria perdido....Na sala do hospital, o som de um grito desesperado do jovem ecoou. Em seguida, o barulho de objetos caindo, um som caótico e estridente.— Catarino! — A voz de Karina estava abafada pelas lágrimas. — Eu sou sua irmã! Cata
Catarino não soltou imediatamente, mas Ademir não o pressionou. Ele simplesmente permaneceu em silêncio, aguardando, dando-lhe o tempo que precisava. Com o tempo, Catarino finalmente relaxou e soltou. Os médicos e enfermeiros rapidamente se aproximaram, e Karina foi a primeira a chegar, abraçando Catarino com força.— Não tenha medo, Catarino. A irmã está aqui, a irmã está aqui com você.Comparado a antes, Catarino parecia bem mais calmo. Embora ainda não reagisse, também não tentava mais se afastar.— Sra. Barbosa, precisamos aplicar os medicamentos no Catarino e também orientá-lo.— Certo. — Karina soltou Catarino, entregando ele aos cuidados dos médicos e enfermeiros.Ao olhar para trás, percebeu que Ademir estava com a mão sobre o braço, e o sangue escorria entre seus dedos.— Venha aqui. — Karina franziu a testa, pegou ele pelo braço e o conduziu até o sofá. — Fique aí, espere um pouco.Como estavam no hospital, os materiais estavam ao alcance, facilitando tudo.Karina foi até u
— O que aconteceu comigo?! Você não sabe? — Karina mordia os dentes, a voz tremeu incontrolavelmente assim que abriu a boca. — Não precisa saber! Só te peço uma coisa: se for para morrer, morra logo! Quem sabe, por você ter me dado uma vida, eu até possa me lembrar de você!Com isso, ela desligou o telefone.Levantou a cabeça, piscou os olhos e se esforçou para conter as lágrimas que estavam prestes a cair.Nenhum deles, além do Catarino, fosse Lucas ou Ademir, conseguiria fazer com que ela derramasse uma única lágrima!...Nos dois dias seguintes, Karina permaneceu no hospital ao lado de Catarino. A lesão na cabeça dele não era grave; bastava trocar o curativo todos os dias. O psicólogo contratado por Ademir era excelente, e Catarino estava se recuperando melhor do que ela imaginava. Embora ainda não falasse, ela sabia que não deveria apressar as coisas. Isso tinha que ser feito aos poucos.Era manhã, por volta das dez horas.Karina observava Catarino enquanto ele recebia o cura
"Karina, para quem são essas flores?" — Já estão prontas! — O vendedor entregou o buquê para Karina com um sorriso. — Obrigada... — Onde posso pagar? — Aqui, senhor. Ademir foi até o caixa para efetuar o pagamento. Depois de saírem da floricultura, Ademir estendeu a mão para pegar as flores de Karina: — Deixe-me segurar para você. — Não precisa. — Karina balançou a cabeça, hesitando antes de falar. — Você não tem mais nada para fazer? O Bruno pode me acompanhar. — Por quê? — Ademir perguntou, com uma expressão desconfiada e um toque de ciúmes na voz. — O Bruno te acompanhar, ou eu te acompanhar, não são a mesma coisa, não é? — Não é isso. — Karina se apressou em negar. — Eu só... Não quero que você ache chato. Ele pegou o buquê: — Vai visitar alguém falecido? — Você adivinhou? Ademir deu um sorriso cínico: — Crisântemos e cravos, difícil de adivinhar, não? Mas... Quem você vai visitar? Hoje não é um dia especial. — É um dos meus parentes. — Karina mal co