— Karina! — Ademir imediatamente se levantou e a envolveu em seus braços, seu olhar cheio de preocupação. — O que foi? Você não está se sentindo bem de novo? Karina manteve os olhos fechados e não respondeu. Aquela sensação voltou. Uma tontura repentina. As imagens diante dela balançavam de um lado para o outro em sua visão... — Karina? — Ela continuou em silêncio, deixando Ademir ainda mais aflito. — Espera um pouco... Daqui a pouco passa... Esperar? Como Ademir poderia simplesmente esperar vendo Karina assim? — Esperar o quê? — Ele estendeu os braços e a pegou no colo. — Vamos para o hospital! Sem dar chance para Karina recusar, ele a levou diretamente ao hospital de maternidade. Não tinham consulta marcada, mas, por sorte, naquela noite a Dra. Coelho estava de plantão. Karina se deitou na sala de exames enquanto a Dra. Coelho, de frente para Ademir, o encarava com um tom nada amigável: — Sr. Ademir, que surpresa... Um homem tão ocupado como o senhor encontr
Tão grave assim?! Como as coisas chegaram a esse ponto tão sério?! Ademir franzia as sobrancelhas o tempo todo, seu rosto parecia tenso, e suas mãos estavam cerradas em punhos. A culpa era dele. Ele não cuidou direito de Karina. A Dra. Coelho disse: — Antes, eu já havia sugerido que a Sra. Barbosa se afastasse do trabalho e descansasse, sem fazer nada. Talvez ainda houvesse uma chance de mudança... Mas ela não aceitou... Do interior da sala de exames, veio um som. A Dra. Coelho reagiu prontamente: — Sr. Ademir, sua esposa saiu. Ademir rapidamente ajustou sua expressão, fingindo que nada havia acontecido, e caminhou até Karina: — Está tudo certo. A Dra. Coelho disse que não é nada grave. Karina franziu levemente as sobrancelhas e murmurou em voz baixa: — Eu já tinha dito que não era nada. Nem precisava vir ao hospital. Mesmo assim, no fundo, ela também sentiu um certo alívio. No fim das contas, Karina também estava preocupada. — Não há nada de errado em ser c
A porta do quarto VIP estava escancarada. Médicos e enfermeiros entravam e saíam com frequência, enquanto Eunice e Vitória haviam sido convidadas a se retirar. A porta se fechou. Lá dentro, tentavam salvar uma vida. — Ademir! — Assim que viu Ademir, Vitória começou a chorar. Ademir lhe deu um leve tapinha no ombro, tentando acalmá-la: — Os médicos já estão cuidando dele. — Mas eu estou com tanto medo... — Vitória virou o rosto e se encolheu contra o peito dele. — Tenho medo de que meu pai nunca mais acorde... Sem tempo para confortá-la, Ademir ergueu a cabeça de repente e olhou para Karina. Quis afastar Vitória, mas, ao erguer a mão, simplesmente não teve coragem de fazê-lo. Karina viu tudo. Já estava acostumada e desviou o olhar com indiferença. — Karina! — De repente, Eunice a avistou. Foi direto até ela. Eunice agarrou com força a mão de Karina: — O que você quer para salvar seu pai? Dinheiro? Quanto? Diga o valor, se pudermos pagar, faremos qualquer coisa!
— Dr. Felipe. — Karina achou que se tratava de alguma tarefa. — Se sente. — Felipe acenou com a mão, examinando Karina atentamente. — Você ainda não está doente? Como já voltou ao trabalho? — Já estou bem. — Karina sorriu despreocupada. — Só peguei um leve resfriado. Felipe ficou em silêncio por um momento, como se tivesse dificuldade em falar: — Você já está no final da gravidez. Que tal parar de trabalhar por enquanto? Tire uma licença médica e volte depois que o bebê nascer. O quê? Karina ficou chocada. Como o professor podia dizer uma coisa dessas? Felipe sempre a apoiou seu trabalho. Além disso, qual das veteranas do departamento não trabalhou até pouco antes do parto? — Dr. Felipe, não precisa... — Precisa, sim. — Desta vez, Felipe foi firme. — Obedeça. Sua barriga já está enorme, vá para casa descansar. Karina sentiu que havia algo errado e perguntou: — Dr. Felipe, aconteceu alguma coisa? Felipe ponderou por um instante antes de dizer diretamente: — F
No instante em que tudo ficou claro, Karina não conseguiu evitar um leve tremor que percorreu seu corpo. Seus lábios ficaram completamente pálidos. — Ademir, por causa da Vitória, você realmente quer me forçar assim? A vida do Lucas é preciosa, mas a minha e a do Catarino não são? — Os olhos de Karina ficaram subitamente vermelhos, as lágrimas inundando seu olhar. — Você me prometeu que nunca mais me pressionaria... Ademir sempre cumpria suas palavras e, de fato, nunca mais havia tentado forçar Karina a ficar com ele. Mas, por Vitória, ele voltou a intervir! — Karina. — Ademir percebeu que a voz dela estava estranha. — Você está tremendo? Está com frio? Se sentindo mal? Karina ignorou suas perguntas. Agora, sua decisão estava tomada. Ela soltou uma risada fria e desdenhosa: — O Sr. Ademir, da nobre família da Cidade J... Realmente faz o que bem entende! — Karina, eu não... — Então o que é?! — Karina elevou a voz, interrompendo ele. — Me diga, por que está me forçand
Patrícia piscou os olhos: — Talvez seja porque tenho estudado muito para as provas ultimamente... Estou exausta. — Entendo. — Simão franziu a testa e soltou a mão. — Quando a comida chegar, coma bastante... Ele ainda falava quando a campainha tocou. — A comida chegou! Eu vou pegar! — Dizendo isso, Simão se virou e foi até a porta. Naquele momento, Patrícia soltou um longo suspiro, chegando até a querer enxugar o suor frio da testa. Karina a observou atentamente e, com um sorriso, disse: — Relaxa, seu rosto não está vermelho, ele não vai perceber. Patrícia ergueu a cabeça de repente e fez um biquinho: — Como você percebeu, então? Está tão óbvio assim? — Nem um pouco. — Karina sorriu de leve e balançou a cabeça. — Mas eu não sou uma tapada como o Simão. — Karina... — Patrícia segurou a amiga pelo braço. — Não conte para ele, por favor! — Eu não vou contar. — Karina deu um tapinha de leve nela. — Se eu quisesse, já teria contado há tempos. Mas, Patrícia, e se você
Assim que colocou Patrícia no chão, Simão balançou a cabeça, um pouco tonto. — Estou meio zonzo... O que está acontecendo? — Em seguida, se jogou ao lado de Patrícia. — O álcool bateu... Vou descansar um pouco. Os olhos de Karina brilharam instantaneamente. Não deixava Patrícia se deitar ao lado de Catarino, mas ao lado de Simão podia? — Simão. — O quê? — Faz tempo que não ouço você falar sobre namoradas. Terminou de novo? Simão soltou um riso frio e balançou a cabeça. — Que nada. Desde o último término, estou sozinho. — É mesmo? — Karina arqueou uma sobrancelha. — Por que não arranja outra? — Não quero. — Simão sacudiu a cabeça, parecendo exausto. — Não tem graça... Sempre sinto que... Ele hesitou por um instante antes de continuar: — O problema sou eu. Acho que me canso muito rápido. Mal me aprofundo em um relacionamento, já não quero mais continuar. Talvez... Seja porque não gosto o suficiente. Ao lado, Patrícia fez um ruído baixinho e se encolheu. — O qu
Ademir ficou atônito, e seu rosto, antes tão bonito, escureceu instantaneamente: — Vocês viram um fantasma? — Não é isso... — Júlio balançou a cabeça, mas sua expressão não era muito diferente de quem tivesse visto um. Apontou para dentro. — A Karina está dormindo. Era só isso, dormir? Então por que estavam com aquela cara? — Vou dar uma olhada. — Segundo irmão! — Júlio segurou Ademir e balançou a cabeça. — A Karina... Ela não está dormindo sozinha! De repente, Ademir levantou o olhar e lançou um olhar rápido para Filipe. Não podia ser... Será que ele tinha acertado? Mordendo os dentes, perguntou: — Com quem? — O Catarino, a Patrícia e... E quem mais? Isso já estava mais do que óbvio! Uma chama de fúria se acendeu dentro de Ademir! Com um passo largo, ele avançou para dentro do cômodo. Filipe, com um sorriso nos lábios, não se incomodou nem um pouco em assistir a essa cena acontecer. Afinal, por mais que fossem bons irmãos, nada o impedia de apreciar o espetácul