Karina ficou em choque.Ele realmente disse isso? Que tipo de homem ruim era esse?O carro entrou na Mansão da família Barbosa, e Ademir desceu com raiva.Karina empurrou a porta do carro, mas antes que pudesse sair, Ademir já se inclinou e a puxou para fora, segurando ela nos braços.Embora estivesse furioso com ela, ele não ia deixar sua esposa, que tinha acabado de passar por um susto, sem cuidados.Entraram no prédio principal, subiram para o quarto no segundo andar, e ele a deitou na cama, puxando o cobertor para cobri-la.Apesar do semblante fechado, seus movimentos foram surpreendentemente suaves.— Descanse bem. — Ademir falou. — Eu vou ao hospital.Ele se virou para sair, cuidadosamente apagou a luz e fechou a porta.O quarto ficou subitamente silencioso. Karina, encolhida debaixo das cobertas, ficou ali, olhando fixamente para o teto.Ela havia se deixado enganar pela bondade de Ademir, confundindo isso com algo mais... E agora, ela sabia que precisava acordar.Gestos como fa
— O que significa isso? — A entonação de Ademir imediatamente se tornou sombria. — Você não entende? Preciso ser tão clara assim? — Karina riu com desdém. — Tá bom, então vou falar diretamente. Você realmente sumiu, e nunca me contou onde foi. Ela estava se referindo ao fato de que ele havia escondido dela que estava indo ver Vitória, algo que aconteceu três vezes desde o casamento até aquele momento. — Eu não vou mais acreditar em você. Já que você não me diz a verdade, nem precisa mais me dar essas informações falsas sobre seus compromissos. Ademir ficou sem palavras. Mas, ao mesmo tempo, estava muito irritado. Então, ligar para ela também se tornou um erro? — Faça o que quiser! Já que você fala assim, então não vou mais te ligar! Depois disso, desligou o telefone. Karina ficou com o celular na mão, soltou um sorriso irônico, e colocou o aparelho de lado, voltando a comer. Após terminar a refeição, ela se preparou para ir até o Hospital J. Quando saiu de casa, Bru
— Mas eu tenho que vê-lo. Preciso agradecer pessoalmente. É tudo culpa do Ademir, ele é completamente irracional.Karina se recostou no sofá, abraçando um travesseiro, e quanto mais pensava nisso, mais se irritava: — Posso dormir aqui hoje à noite? — Claro que pode. — Patrícia sorriu, os olhos brilhando. — Vamos dormir juntas e conversar bastante. — Tudo bem. ...Lá embaixo, o carro de luxo preto foi estacionando lentamente. Ademir levantou o pulso e olhou para o relógio: já era quase dez horas. Normalmente, nesse horário, Karina já estaria se preparando para dormir. Ele saiu do carro, pegou o celular e ligou para Karina. Olhou para a janela do quinto andar, que era o apartamento de Patrícia, ainda com a luz acesa. — O que houve? — Está se divertindo com os amigos? — Ademir massageou a têmpora, com um tom que denunciava um leve embriaguez. — Estou aqui embaixo, vou te levar para casa, desça. Karina riu de maneira irônica: — Vai embora, eu vou ficar aqui hoje à noi
— Tudo bem. Patrícia ficou assustada com o que ele disse. "Acabei de ir buscar"... — Sr. Ademir. — Patrícia não conseguiu deixar de perguntar. — O senhor passou a noite inteira aqui embaixo, e não saiu? — Sim. — Ademir acenou com a cabeça imediatamente, olhando para ela. — Mais tarde, você conta tudo isso para a Karina. Patrícia ficou sem palavras. Esse homem era mais astuto do que ela imaginava. No apartamento, Karina estava sentada na cabeceira da cama, já se preparando para se levantar. Ao ouvir os sons, perguntou: — Voltaram tão rápido... Quando olhou com mais atenção, percebeu que, além de Patrícia, Ademir também estava ali. Ademir parecia não se importar com nada, como se nada tivesse acontecido. Colocou a caixa de comida na mesa e se dirigiu direto até a cama, se sentando ao lado dela. Segurou sua mão e disse: — Levante e coma alguma coisa, que tal? Quer que eu traga até você? Karina franziu a testa e perguntou: — O que você está fazendo aqui? Ademir
Havia tal coisa?Karina estava extremamente surpresa. Ela não sabia sobre aquilo. — Dá para perceber que ele se importa muito com você. — Túlio sorriu. — Karina, você tem que aproveitar, viver bem. — Você também. — Karina lembrou de algo. — Aliás, ontem você foi ao Hospital J. Estava com algum problema? Não estava se sentindo bem? Túlio ficou em silêncio. Ele permaneceu quieto por um momento, com uma expressão que parecia um tanto desconfortável. Mas logo sorriu novamente e disse: — Não estou mal. Eu só vim pegar alguns suplementos. Suplementos? Karina se lembrou da vez em que viu o saco de medicamentos dele com os comprimidos para dormir. Será que ela havia se enganado? — Então, descanse. Eu volto para te ver depois. — Está bem. Karina se virou, e Ademir imediatamente se levantou do sofá e a seguiu. Assim que saíram do quarto, Karina hesitou antes de falar: — Obrigada. — Você vai me dizer algo que eu não gosto de ouvir, não vai? — Ademir levantou uma sobran
— Sr. Ademir, não precisa ficar tão nervoso. — A Dra. Coelho olhou para os resultados dos exames. — De acordo com os resultados, tanto a senhora quanto o bebê estão bem. Além disso, os nutrientes intravenosos estão fazendo efeito, o bebê está se desenvolvendo normalmente e com o tamanho adequado para a idade gestacional. Ademir levantou uma sobrancelha. Então, qual seria o problema? — No entanto... — A Dra. Coelho bateu levemente no relatório. — A Sra. Barbosa, no início da gravidez, teve episódios frequentes de desmaios, não foi? — Sim. — Ademir se tornou ainda mais tenso. — Acontece o seguinte: atualmente, não há grandes problemas, mas à medida que a gravidez avança, as coisas podem mudar. Como médica, preciso informá-los sobre todas as possibilidades. A gravidez da Sra. Barbosa pode afetar o humor dela, o que pode prejudicar tanto ela quanto o bebê, por isso, estou repassando tudo a você. Ademir assentiu, compreendendo a situação: — Você pensou muito bem. Qual seria a co
...Era onze horas da manhã, e Karina estava ocupada em seu departamento, já tendo organizado as listas de cirurgias para o dia seguinte.Seu celular tocou. Era uma ligação da Casa de Repouso Castle Peak.— Alô... — Sra. Karina! — A voz da enfermeira do outro lado da linha soava ofegante e desesperada. — Não é bom! O Catarino sumiu! — O quê? — Karina se levantou imediatamente, apoiando as mãos na mesa, com os nós dos dedos ficando brancos. — Sumiu? O que você quer dizer com isso? — Hoje, a Casa de Repouso Castle Peak estava organizando um passeio... — Ela explicou, e Karina já sabia disso. — Quando ele foi ao banheiro, as professoras estavam acompanhando e contando as pessoas, mas, não sei o que aconteceu, depois que saiu, o Catarino não estava mais lá! — Não sabe o que aconteceu? — Karina estava tão nervosa que sua voz estava ríspida. — A criança sumiu enquanto estava sob a responsabilidade de vocês, e é assim que vocês explicam? — Desculpe! Sra. Karina, realmente sentimos m
Família Costa!Família Costa... O nome surgiu na mente de Karina, e quanto mais ela pensava, mais a possibilidade parecia real. A animosidade que ela nutria contra a família Costa, embora não envolvesse uma questão de vida ou morte, já estava tão enraizada no seu coração que o ódio se havia tornado parte de sua essência. Karina se recordou, então, de Lucas no hospital, com aquele rosto doente, e das inúmeras vezes em que Vitória a pressionou a doar seu fígado... Será que, ao não conseguirem fazer nada com ela, a família Costa teria direcionado sua atenção para o Catarino?Sem hesitar, Karina se levantou. Ela precisava ir até a família Costa. Mesmo que houvesse a menor possibilidade, ela não podia deixar escapar!Família Costa.Vitória voltou apressada para casa e, ao não encontrar Eunice, foi perguntar aos empregados. — Onde está minha mãe?— A Eunice está no depósito dos fundos.— Está bem.Vitória foi direto até a porta dos fundos, onde encontrou Eunice. Já de longe, ela ouviu a