Havia tal coisa?Karina estava extremamente surpresa. Ela não sabia sobre aquilo. — Dá para perceber que ele se importa muito com você. — Túlio sorriu. — Karina, você tem que aproveitar, viver bem. — Você também. — Karina lembrou de algo. — Aliás, ontem você foi ao Hospital J. Estava com algum problema? Não estava se sentindo bem? Túlio ficou em silêncio. Ele permaneceu quieto por um momento, com uma expressão que parecia um tanto desconfortável. Mas logo sorriu novamente e disse: — Não estou mal. Eu só vim pegar alguns suplementos. Suplementos? Karina se lembrou da vez em que viu o saco de medicamentos dele com os comprimidos para dormir. Será que ela havia se enganado? — Então, descanse. Eu volto para te ver depois. — Está bem. Karina se virou, e Ademir imediatamente se levantou do sofá e a seguiu. Assim que saíram do quarto, Karina hesitou antes de falar: — Obrigada. — Você vai me dizer algo que eu não gosto de ouvir, não vai? — Ademir levantou uma sobran
— Sr. Ademir, não precisa ficar tão nervoso. — A Dra. Coelho olhou para os resultados dos exames. — De acordo com os resultados, tanto a senhora quanto o bebê estão bem. Além disso, os nutrientes intravenosos estão fazendo efeito, o bebê está se desenvolvendo normalmente e com o tamanho adequado para a idade gestacional. Ademir levantou uma sobrancelha. Então, qual seria o problema? — No entanto... — A Dra. Coelho bateu levemente no relatório. — A Sra. Barbosa, no início da gravidez, teve episódios frequentes de desmaios, não foi? — Sim. — Ademir se tornou ainda mais tenso. — Acontece o seguinte: atualmente, não há grandes problemas, mas à medida que a gravidez avança, as coisas podem mudar. Como médica, preciso informá-los sobre todas as possibilidades. A gravidez da Sra. Barbosa pode afetar o humor dela, o que pode prejudicar tanto ela quanto o bebê, por isso, estou repassando tudo a você. Ademir assentiu, compreendendo a situação: — Você pensou muito bem. Qual seria a co
...Era onze horas da manhã, e Karina estava ocupada em seu departamento, já tendo organizado as listas de cirurgias para o dia seguinte.Seu celular tocou. Era uma ligação da Casa de Repouso Castle Peak.— Alô... — Sra. Karina! — A voz da enfermeira do outro lado da linha soava ofegante e desesperada. — Não é bom! O Catarino sumiu! — O quê? — Karina se levantou imediatamente, apoiando as mãos na mesa, com os nós dos dedos ficando brancos. — Sumiu? O que você quer dizer com isso? — Hoje, a Casa de Repouso Castle Peak estava organizando um passeio... — Ela explicou, e Karina já sabia disso. — Quando ele foi ao banheiro, as professoras estavam acompanhando e contando as pessoas, mas, não sei o que aconteceu, depois que saiu, o Catarino não estava mais lá! — Não sabe o que aconteceu? — Karina estava tão nervosa que sua voz estava ríspida. — A criança sumiu enquanto estava sob a responsabilidade de vocês, e é assim que vocês explicam? — Desculpe! Sra. Karina, realmente sentimos m
Família Costa!Família Costa... O nome surgiu na mente de Karina, e quanto mais ela pensava, mais a possibilidade parecia real. A animosidade que ela nutria contra a família Costa, embora não envolvesse uma questão de vida ou morte, já estava tão enraizada no seu coração que o ódio se havia tornado parte de sua essência. Karina se recordou, então, de Lucas no hospital, com aquele rosto doente, e das inúmeras vezes em que Vitória a pressionou a doar seu fígado... Será que, ao não conseguirem fazer nada com ela, a família Costa teria direcionado sua atenção para o Catarino?Sem hesitar, Karina se levantou. Ela precisava ir até a família Costa. Mesmo que houvesse a menor possibilidade, ela não podia deixar escapar!Família Costa.Vitória voltou apressada para casa e, ao não encontrar Eunice, foi perguntar aos empregados. — Onde está minha mãe?— A Eunice está no depósito dos fundos.— Está bem.Vitória foi direto até a porta dos fundos, onde encontrou Eunice. Já de longe, ela ouviu a
— O quê? — Eunice ficou igualmente surpresa. — Mas vocês não terminaram? Será que ainda há alguma possibilidade entre vocês? — Sim. — Vitória respondeu rapidamente, com uma urgência em sua voz.— Sério? — Eunice parecia alegre e pegou a mão da filha. — Me conte tudo, como você conseguiu isso? O que aconteceu?— Mãe... ...Na entrada da casa, Karina já não visitava a família Costa há muito tempo. O portão estava trancado, e a senha havia sido trocada.Durante o trajeto, ela já havia imaginado que, se fosse bater na porta, provavelmente a família Costa não a deixaria entrar. Mas agora, ela não precisava mais se preocupar, pois havia Bruno.Bruno, seguindo as instruções de Karina, estacionou o carro em frente ao portão da família Costa. Olhando para o portão familiar diante dele, Bruno ficou paralisado. Aquela não era a casa da Vitória? O que Karina estava fazendo ali?— Bruno. — Karina apontou para o jardim. — Você consegue escalar isso?Ele olhou a parede e, de fato, não se importou
— Boa!Com Bruno, foi fácil dominar o empregado. o empregado só pôde observar enquanto Karina se dirigia à despensa. Ele, desesperado, gritou: — Sra. Rocha! Sra. Rocha! Sra. Rocha... Mas sua boca foi rapidamente tapada por Bruno.Na despensa. Eunice, depois de ouvir as palavras de Vitória, sorriu e disse: — Não imaginei que você tivesse uma surpresa dessas. Estava visivelmente feliz. — Viu? Isso é destino! O céu não queria que você se separasse do Sr. Ademir! — Mãe... — Vitória franziu a testa e a advertiu. — Da próxima vez, não faça nada sem antes conversar comigo. — Entendido... — Eunice respondeu, mas logo franziu a testa e ouviu com atenção. — Eu... Eu acho que estou ouvindo alguém gritar o meu nome lá fora? — Sério? — Vitória perguntou, aflita. — Será que a Karina chegou? — Não é possível. Ela chegou tão rápido? — Se eu consegui chegar tão rápido, por que ela não conseguiria? — E agora, o que fazemos? A Karina não é fácil de lidar! — Por isso que eu d
O marido estava à espera de um transplante de fígado para salvar sua vida, e, por causa da doação do órgão, ele já estava bastante irritado com a mãe e a filha.Vitória compreendia a situação, por isso não conseguia mais culpar sua mãe.De repente, um forte som de batidas pesadas na porta metálica ecoou.— Abra a porta! Eunice, eu sei que você está aí dentro! Abra a porta e me devolva o meu Catarino!Tanto Eunice quanto Vitória ficaram surpresas, trocando olhares, sem saberem o que fazer.— O que fazemos? — Primeiro, ajude ele a se levantar! — Certo. As duas mulheres juntas ajudaram Catarino a se levantar.— E agora? — Esconda ele, cubra ele com algo. — Disse Vitória. — Depois, saia. Você precisa atrasá-la, não deixe ela entrar! — Está bem.Do lado de fora, Karina continuava batendo na porta sem obter qualquer resposta. Já completamente impaciente, olhou para o Bruno e falou:— Abra essa porta! — Sim! Antes que Bruno pudesse agir, a porta foi aberta de dentro para fora, e
— Catarino... — As pernas de Karina fraquejaram, e ela caiu de joelhos no chão.Ela levantou a mão, estendendo ela para o rosto de Catarino, mas hesitou, temendo que ele sentisse mais dor ao ser tocado. — O que aconteceu com você? — Seus olhos se encheram de lágrimas instantaneamente, e ela mal conseguia falar em voz alta. — Catarino, acorde, fale comigo!Mas, claro, Catarino não podia responder.A razão, naquele momento, foi consumida pelas chamas da raiva.Karina se levantou rapidamente, os olhos fixos em Eunice e Vitória. Seus olhos estavam arregalados, e sua voz carregava certeza.— Foram vocês! Não era uma pergunta, mas uma afirmação.— Não... — Eunice começou a balançar a cabeça desesperadamente, assustada com o olhar de Karina. As palavras mal conseguiam sair de sua boca. — Escuta, não fui eu...Karina não acreditava nas palavras dela.Ela avançou rapidamente e puxou os cabelos de Eunice com força.O grito de dor de Eunice ecoou pela sala.Karina apertou ainda mais, seu olhar