De repente, Karina parou de sorrir. Sua expressão ficou séria, e ela perguntou: — E você, o que acha?Será que...O semblante de Ademir também mudou. O grampo de cabelo de que ela estava falando era...— Sim. — Karina não precisou que ele respondesse; ela mesma falou. — Era aquele, o que você deu para a pequena borboleta.Imediatamente, Ademir sentiu a boca seca, a língua parecia estar toda enrolada, e ele não conseguia dizer nem uma palavra sequer. Uma camada de suor frio começou a escorrer pelas suas costas.A voz de Karina, suave e mansa, soou:— Eu a vi. Parabéns, você encontrou a sua pequena borboleta.O olhar dela estava completamente frio.Ela quase pronunciou o nome: Vitória.Karina já sabia disso! Ademir nem teve tempo de tentar esconder nada; seus olhos já falavam por si mesmos.Aquele grampo, Karina só tinha visto em fotos.No momento, ele não tinha se lembrado de imediato, mas, quando estava na porta da sala de cirurgia, e viu Ademir se aproximando, de repente se deu co
Karina ficou em choque.Ele realmente disse isso? Que tipo de homem ruim era esse?O carro entrou na Mansão da família Barbosa, e Ademir desceu com raiva.Karina empurrou a porta do carro, mas antes que pudesse sair, Ademir já se inclinou e a puxou para fora, segurando ela nos braços.Embora estivesse furioso com ela, ele não ia deixar sua esposa, que tinha acabado de passar por um susto, sem cuidados.Entraram no prédio principal, subiram para o quarto no segundo andar, e ele a deitou na cama, puxando o cobertor para cobri-la.Apesar do semblante fechado, seus movimentos foram surpreendentemente suaves.— Descanse bem. — Ademir falou. — Eu vou ao hospital.Ele se virou para sair, cuidadosamente apagou a luz e fechou a porta.O quarto ficou subitamente silencioso. Karina, encolhida debaixo das cobertas, ficou ali, olhando fixamente para o teto.Ela havia se deixado enganar pela bondade de Ademir, confundindo isso com algo mais... E agora, ela sabia que precisava acordar.Gestos como fa
— O que significa isso? — A entonação de Ademir imediatamente se tornou sombria. — Você não entende? Preciso ser tão clara assim? — Karina riu com desdém. — Tá bom, então vou falar diretamente. Você realmente sumiu, e nunca me contou onde foi. Ela estava se referindo ao fato de que ele havia escondido dela que estava indo ver Vitória, algo que aconteceu três vezes desde o casamento até aquele momento. — Eu não vou mais acreditar em você. Já que você não me diz a verdade, nem precisa mais me dar essas informações falsas sobre seus compromissos. Ademir ficou sem palavras. Mas, ao mesmo tempo, estava muito irritado. Então, ligar para ela também se tornou um erro? — Faça o que quiser! Já que você fala assim, então não vou mais te ligar! Depois disso, desligou o telefone. Karina ficou com o celular na mão, soltou um sorriso irônico, e colocou o aparelho de lado, voltando a comer. Após terminar a refeição, ela se preparou para ir até o Hospital J. Quando saiu de casa, Bru
— Mas eu tenho que vê-lo. Preciso agradecer pessoalmente. É tudo culpa do Ademir, ele é completamente irracional.Karina se recostou no sofá, abraçando um travesseiro, e quanto mais pensava nisso, mais se irritava: — Posso dormir aqui hoje à noite? — Claro que pode. — Patrícia sorriu, os olhos brilhando. — Vamos dormir juntas e conversar bastante. — Tudo bem. ...Lá embaixo, o carro de luxo preto foi estacionando lentamente. Ademir levantou o pulso e olhou para o relógio: já era quase dez horas. Normalmente, nesse horário, Karina já estaria se preparando para dormir. Ele saiu do carro, pegou o celular e ligou para Karina. Olhou para a janela do quinto andar, que era o apartamento de Patrícia, ainda com a luz acesa. — O que houve? — Está se divertindo com os amigos? — Ademir massageou a têmpora, com um tom que denunciava um leve embriaguez. — Estou aqui embaixo, vou te levar para casa, desça. Karina riu de maneira irônica: — Vai embora, eu vou ficar aqui hoje à noi
Às dez da noite, no Hotel Dynasty.Karina Costa olhou para o número na porta: Suíte Presidencial 7203.“É aqui.”Seu celular vibrou com uma mensagem de Lucas Costa: [Karina, sua tia concordou. Contanto que você acompanhe bem o Sr. Francisco, eu pago imediatamente as despesas médicas do seu irmão.]Karina leu a mensagem, com uma expressão neutra em seu rosto pálido.Ela já estava entorpecida, incapaz de sentir dor.Depois que seu pai se casou novamente, ele deixou de se importar com ela e seu irmão. Durante mais de dez anos, eles foram deixados à mercê dos maus-tratos e até abusos da madrasta.Faltar roupas e comida era normal; insultos e espancamentos eram frequentes.Desta vez, devido a dívidas de negócios, eles a forçaram a dormir com um homem!Quando Karina se recusou, eles ameaçaram cortar o tratamento do irmão dela.Seu irmão tinha autismo, e o tratamento não podia ser interrompido.Mesmo os tigres, por mais ferozes que sejam, não comem seus filhotes. Lucas era pior que um animal!
Karina se apressou para voltar para casa.Um homem de meia-idade, gordo e com a cabeça semi-careca, estava sentado no sofá da sala, olhando furioso para Vitória.— Uma estrela em ascensão, eu prometi que me casaria com você! Como ousa me enganar e me deixar esperando a noite toda?Vitória aguentava a humilhação. Nem se falava que Francisco usava essa desculpa todas as vezes para se aproveitar das mulheres. Mesmo que ele estivesse realmente disposto a se casar com Vitória, isso seria uma armadilha! Quem se atreveria a se casar com ele?Vitória teve o azar de ser notada por ele.Mas seus pais, preocupados com ela, fizeram Karina substituir Vitória.Só que não esperavam que Karina fugisse na última hora!Eunice falou cuidadosamente:— Sr. Francisco, sinto muito, a menina não entende as coisas, por favor, perdoe ela.Lucas falou timidamente:— Por favor, não fique zangado.— Não ficar zangado? — Francisco disse muito irritado. — Impossível! Já que Srta. Vitória não está disposta, eu não a
— Sr. Ademir. — Francisco de repente parou de andar. No círculo comercial, todos que tinham algum status conheciam Ademir. — O que o senhor está fazendo aqui?Ademir nem olhou para ele, com os olhos fixos em Vitória, que não parava de chorar.Essa mulher era a garota que na noite passada chorava delicadamente em seus braços...De repente, ele levantou a mão e deu um tapa forte em Francisco, jogando-o no chão!Francisco imediatamente cuspiu um dente, ainda coberto de sangue.A família de Vitória estava tão assustada que nem ousava respirar.Os lábios finos de Ademir se curvaram em um sorriso sarcástico. Sua voz, indiferente, era como uma lâmina fina e afiada:— Você ousa tocar na minha pessoa?!Francisco, caído no chão, cobria a boca, falando tremulamente:— Sr. Ademir, eu não sabia que ela era sua pessoa, eu não a toquei, juro! Por favor, me perdoe!Ademir não acreditou em suas palavras e olhou para Vitória.— É verdade?Vitória balançou a cabeça, atordoada:— Não, não é...— Saia daqu
Karina entendeu, mas casamento não era algo trivial, e ela hesitou, balançando a cabeça.— Não é necessário, né? Tente convencer o Sr. Otávio...Antes de terminar a frase, foi interrompida.Ademir, com a expressão inalterada e o tom de voz tranquilo, disse:— Como condição, vou te compensar financeiramente.Compensação financeira? Karina ficou surpresa e não conseguiu recusar. Seu irmão ainda estava esperando pelo dinheiro do tratamento. Ela tinha procurado a família Barbosa exatamente por causa do dinheiro.Percebendo sua hesitação, Ademir acrescentou:— Basta você concordar, e quanto você precisar, eu darei.Karina ficou em silêncio por alguns segundos, depois assentiu:— Está bem, eu concordo.Ademir baixou os olhos, escondendo a frieza e o desprezo.“Uma mulher que vende seu casamento por dinheiro é realmente barata. Tudo bem, assim será fácil se divorciar depois.”— Vou preparar o contrato. Amanhã de manhã, leve seus documentos e nos encontraremos no cartório!— Certo.Na manhã se