Capítulo 474
Abelardo sabia que não havia mais esperança. A queda do alto daquela varanda... Ninguém poderia salvá-lo. Ele estava ciente de que seu fim havia chegado.

Seu olhar, finalmente, pousou em Sílvio, que estava parado atrás de Lúcia, vestindo um terno escuro, impecável, como sempre.

Com dificuldade, Abelardo esticou o braço e apontou para Sílvio, indicando que ele se aproximasse. Queria falar com ele.

Sílvio, vendo o homem que tanto odiava naquela condição, sentiu uma mistura de emoções que ele não conseguia descrever.

Deveria sentir satisfação? Não sentia. Deveria estar decepcionado? Também não.

Era um turbilhão de sentimentos complexos, uma angústia silenciosa que crescia dentro dele.

Mesmo com seu jeito frio e distante, Sílvio não ignorou o gesto de Abelardo. Com passos firmes e calculados, ele se aproximou e se agachou ao lado do homem moribundo.

Abelardo, com a mão ensanguentada, tocou a mão de Sílvio e deu alguns tapinhas fracos. Seu olhar, fixo em Sílvio, estava carregado de súplicas
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