Capítulo 144
Lúcia olhava a foto dos sogros no túmulo. O sogro tinha bochechas levemente cheias, parecia uma pessoa bondosa. A sogra tinha uma expressão severa, mas era bonita e elegante.

— Sogro, sogra, não sei se vocês ainda se lembram de mim. Sou Lúcia, esposa do Sílvio, sua nora. Nos encontramos há uma semana.

Lúcia mordeu os lábios e colocou as velas acesas ao redor do túmulo, com cuidado.

Flocos de neve caíam sobre seus cabelos, cílios e bochechas, como pequenas lâminas afiadas.

— Desculpe, realmente desculpe. Eu peço desculpas em nome do meu pai, em nome da família Baptista. Desculpe... — Lúcia começou a chorar novamente. — Para mim, meu pai sempre foi um filantropo, o homem mais bondoso do mundo. Mas eu não sabia que ele fugiu de um acidente e mandou matar vocês. Desculpe, eu sei que meu pai carrega pecados profundos. Paulo agora está na prisão, meu pai virou um vegetal por causa de um acidente de carro e sofre diariamente. E eu, como filha única de um assassino, fui diagnosticada com cânce
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