— A reunião deve acabar antes do final do expediente, Sra. Lúcia. Por que a senhora não volta para casa? Quando terminarmos, eu lhe mando uma mensagem e a senhora volta. — Sugeriu Leopoldo, achando que ela estivesse entediada. — Ou, se preferir, pode ir ao shopping para passar o tempo.Lúcia, entretanto, não pensava assim. Para evitar qualquer complicação, ela balançou a cabeça em negativa.Assim, ela permaneceu sentada desde as nove e meia da manhã até as dez da noite.Os funcionários do Grupo Baptista já tinham ido embora, mas Sílvio ainda não saíra da sala de reuniões.Ela não sabia se ele estava realmente ocupado ou se estava deliberadamente a evitando.Mas não importava, ela tinha tempo de sobra e podia esperar.Sentindo um enjoo repentino, ela correu do escritório do presidente até o banheiro, onde se apoiou na pia, vomitando sem parar.Seu rosto ficou vermelho, e ela sentia como se seus pulmões fossem sair pela boca, mas nada saía.Estranho, por que ela estava vomitando tanto ul
— Que promessa? — Perguntou ele.— Sílvio, você não vai negar, né? Ontem à noite, você disse que, se eu me ajoelhasse e implorasse, você consideraria ajudar a família Baptista a sair dessa.— Eu disse considerar, não prometer. Foi você que, sendo tola, decidiu se ajoelhar. Culpe a si mesma por isso.— Sílvio, você fez isso de propósito!— E essa não foi a única vez que você fez algo estúpido. Da última vez, você cortou os pulsos. Eu disse para você morrer e você realmente tentou. Nem sei quem foi o idiota que te salvou. Se fosse eu, nunca teria te resgatado. Pessoas que desprezam a própria vida merecem morrer! — Sílvio riu com desprezo.Lúcia sabia que ele era cruel, mas não imaginava que ele pudesse ser tão desumano e mudar de atitude tão rápido.Ela o encarou, tremendo de raiva: — Você está me enganando?— Estou, sim. E o que você vai fazer sobre isso? Lúcia, você não é mais aquela garota mimada e poderosa. Quem te dá coragem para gritar comigo? Sua mãe inútil? Seu pai moribundo na
— Quem te deu permissão para entrar no carro? Sai agora! — Sílvio disse, com um sorriso de escárnio, enquanto terminava de ajustar o cinto de segurança.Lúcia sentiu uma dor profunda no peito, mas disfarçou com um sorriso despreocupado: — Se quer que eu saia, então atenda ao meu pedido.— Você está delirando!— Sem problemas. Se você não aceitar, eu vou continuar te seguindo. Para onde você for, eu vou. Se eu não ficar constrangida, quem vai ficar é você. — Lúcia lançou-lhe um olhar confiante. — Este carro foi comprado depois do nosso casamento, então metade dele é meu. Estamos apenas separados no papel, mas ainda não divorciados oficialmente. Se eu não posso sentar no banco do passageiro, quem vai sentar? A Giovana?— Quer tanto me seguir? Então siga! — Sílvio disse, com o rosto frio, girando o volante abruptamente.Em uma curva acentuada, Lúcia quase foi arremessada contra o para-brisa, mas o cinto de segurança a segurou firmemente: — Sílvio, você sabe dirigir? Vai devagar!— Ou sa
Só porque ela colocou um pouco de comida no prato dele.Sílvio largou o garfo, fechou a caixa de pizza e jogou o prato no lixo com um estrondo.— Sílvio, eu preparei a comida com carinho e é assim que você me trata? — Lúcia levantou a cabeça, furiosa, olhando diretamente para ele.Ele apenas deu uma olhada de lado para Lúcia, com um tom sarcástico: — Eu te pedi pra fazer comida? Já terminou de comer? Se terminou, então sai daqui!Essa foi a segunda vez no dia que Sílvio mandou ela sair. A primeira foi quando ela entrou no carro dele.Lúcia sentiu uma dor no coração. Ela se esforçava tanto para fazer uma refeição para ele, mas recebia apenas desprezo. As lágrimas encheram seus olhos: — Sílvio, por favor, não fale assim comigo.— Isso é falar mal? Eu posso piorar, quer ouvir? Lúcia, se eu fosse seu pai, a primeira coisa que eu faria ao acordar seria te espancar até a morte! Ele está lá no hospital, quase morrendo, e você, em vez de cuidar dele, vem aqui, se humilhar na frente do seu in
Lúcia falava sem parar, mas ele não dava a mínima.Era mesmo ridículo, ela ainda esperava que ele tivesse alguma compaixão por ela.Um homem que mandou Olga matá-la, um marido que desejava a morte da própria esposa, como poderia ter qualquer sentimento de piedade?Lúcia enxugou as lágrimas, decidida: — Eu já disse, ou você aceita o que eu estou pedindo, ou eu vou ficar te seguindo, te atormentando. Se tem coragem, então me mate de uma vez.— Você perdeu a vergonha na cara?— Eu não preciso mais de vergonha. A partir de hoje, eu vou morar aqui.À noite, depois de tomar banho, Lúcia secou o cabelo e abriu a porta do quarto.Sílvio, vestindo um robe de seda cinza, estava deitado na cama lendo um livro.Ao ouvir os passos, ele levantou os olhos e viu Lúcia entrar, fechando o livro com um estalo: — Quem te deixou entrar? Sai daqui!Lúcia ignorou, com o rosto inexpressivo, caminhou até a cama, levantou o cobertor e sentou-se na beirada: — Nós ainda não nos divorciamos, então, claro que va
Os lábios macios da mulher cobriram os dele.Aos poucos, a razão dele foi sendo consumida pelos gestos dela.Na verdade, quando ela entrou no carro, ele poderia tê-la expulsado, mas não teve coragem.Ao levá-la para casa, vendo a humilhação dela ao se rebaixar, ele sentiu uma raiva inexplicável. Não sabia como lidar com aquela mulher.O beijo dela fez despertar um desejo intenso no olhar dele.Com um movimento rápido, Sílvio a prendeu sob seu corpo.A mão grande segurou firmemente a nuca dela, os olhos negros fixos nos traços dela: — Você quer tanto assim que eu te foda? Lúcia, não se arrependa de me provocar, você pediu por isso!Antes que Lúcia pudesse reagir, os lábios dela foram dominados pelos dele, de forma possessiva.Ela ficou atordoada, como as coisas chegaram a esse ponto?Lúcia virou o rosto, e o beijo dele caiu em sua bochecha: — O que foi? Você não quer mais? Se não quer, então some!— Primeiro me prometa, e então eu posso dormir com você todos os dias. Sílvio, você tem
De repente, ela sentiu uma nausea intensa no estômago e começou a vomitar desesperadamente, mas nada saía.Ela já havia vomitado várias vezes.Será que estava grávida?Depois de um ano, eles só tinham feito amor uma vez na Bodega Miguelito.Depois do ato, seu fígado começou a doer tanto que ela teve que ir ao hospital buscar analgésicos, esquecendo completamente de tomar a pílula anticoncepcional.Lúcia ficou um pouco ansiosa, precisava ir ao hospital fazer um exame.Ao chegar à sala, ela notou um post-it colado na geladeira. Ela o arrancou e leu a caligrafia de Sílvio:[Assim que acordar, vá ao Grupo Baptista. Assine o acordo. Até às dez da manhã, não esperarei depois disso.]Lúcia não foi imediatamente ao Grupo Baptista, mas primeiro passou no hospital.O médico, ao vê-la, pensou que ela tinha acabado os analgésicos, mas ela rapidamente explicou: — Doutor, acho que estou grávida. Gostaria de fazer um exame.— Você não pode estar grávida. Você está em estágio avançado de câncer. Uma
Ao abrir a pilha de contratos, tudo o que encontrou foram cláusulas absurdas. Ela precisaria sair da Mansão do Baptista e ir morar com ele como empregada doméstica. Sim, o contrato usava exatamente essa palavra. Seria responsável por fazer compras, cozinhar, limpar, enfim, cuidar de todas as tarefas domésticas.Disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, exceto durante o período menstrual, e deveria estar sempre pronta para satisfazê-lo sexualmente, sem limite diário de vezes.Além disso, teria que trabalhar no Grupo Baptista como faxineira, cuidando da limpeza de dois prédios inteiros. O salário? Apenas um real por mês. Sem direito a descanso ou licenças.Após o período de reflexão do divórcio, ela teria que desaparecer de sua vida para sempre, sem se casar novamente. Durante o período do acordo, não poderia trair ou ter qualquer proximidade com outros homens. Claro, essas restrições se aplicavam apenas a ela, pois não tinha o direito de questionar a vida privada de Sílvio.