Só porque ela colocou um pouco de comida no prato dele.Sílvio largou o garfo, fechou a caixa de pizza e jogou o prato no lixo com um estrondo.— Sílvio, eu preparei a comida com carinho e é assim que você me trata? — Lúcia levantou a cabeça, furiosa, olhando diretamente para ele.Ele apenas deu uma olhada de lado para Lúcia, com um tom sarcástico: — Eu te pedi pra fazer comida? Já terminou de comer? Se terminou, então sai daqui!Essa foi a segunda vez no dia que Sílvio mandou ela sair. A primeira foi quando ela entrou no carro dele.Lúcia sentiu uma dor no coração. Ela se esforçava tanto para fazer uma refeição para ele, mas recebia apenas desprezo. As lágrimas encheram seus olhos: — Sílvio, por favor, não fale assim comigo.— Isso é falar mal? Eu posso piorar, quer ouvir? Lúcia, se eu fosse seu pai, a primeira coisa que eu faria ao acordar seria te espancar até a morte! Ele está lá no hospital, quase morrendo, e você, em vez de cuidar dele, vem aqui, se humilhar na frente do seu in
Lúcia falava sem parar, mas ele não dava a mínima.Era mesmo ridículo, ela ainda esperava que ele tivesse alguma compaixão por ela.Um homem que mandou Olga matá-la, um marido que desejava a morte da própria esposa, como poderia ter qualquer sentimento de piedade?Lúcia enxugou as lágrimas, decidida: — Eu já disse, ou você aceita o que eu estou pedindo, ou eu vou ficar te seguindo, te atormentando. Se tem coragem, então me mate de uma vez.— Você perdeu a vergonha na cara?— Eu não preciso mais de vergonha. A partir de hoje, eu vou morar aqui.À noite, depois de tomar banho, Lúcia secou o cabelo e abriu a porta do quarto.Sílvio, vestindo um robe de seda cinza, estava deitado na cama lendo um livro.Ao ouvir os passos, ele levantou os olhos e viu Lúcia entrar, fechando o livro com um estalo: — Quem te deixou entrar? Sai daqui!Lúcia ignorou, com o rosto inexpressivo, caminhou até a cama, levantou o cobertor e sentou-se na beirada: — Nós ainda não nos divorciamos, então, claro que va
Os lábios macios da mulher cobriram os dele.Aos poucos, a razão dele foi sendo consumida pelos gestos dela.Na verdade, quando ela entrou no carro, ele poderia tê-la expulsado, mas não teve coragem.Ao levá-la para casa, vendo a humilhação dela ao se rebaixar, ele sentiu uma raiva inexplicável. Não sabia como lidar com aquela mulher.O beijo dela fez despertar um desejo intenso no olhar dele.Com um movimento rápido, Sílvio a prendeu sob seu corpo.A mão grande segurou firmemente a nuca dela, os olhos negros fixos nos traços dela: — Você quer tanto assim que eu te foda? Lúcia, não se arrependa de me provocar, você pediu por isso!Antes que Lúcia pudesse reagir, os lábios dela foram dominados pelos dele, de forma possessiva.Ela ficou atordoada, como as coisas chegaram a esse ponto?Lúcia virou o rosto, e o beijo dele caiu em sua bochecha: — O que foi? Você não quer mais? Se não quer, então some!— Primeiro me prometa, e então eu posso dormir com você todos os dias. Sílvio, você tem
De repente, ela sentiu uma nausea intensa no estômago e começou a vomitar desesperadamente, mas nada saía.Ela já havia vomitado várias vezes.Será que estava grávida?Depois de um ano, eles só tinham feito amor uma vez na Bodega Miguelito.Depois do ato, seu fígado começou a doer tanto que ela teve que ir ao hospital buscar analgésicos, esquecendo completamente de tomar a pílula anticoncepcional.Lúcia ficou um pouco ansiosa, precisava ir ao hospital fazer um exame.Ao chegar à sala, ela notou um post-it colado na geladeira. Ela o arrancou e leu a caligrafia de Sílvio:[Assim que acordar, vá ao Grupo Baptista. Assine o acordo. Até às dez da manhã, não esperarei depois disso.]Lúcia não foi imediatamente ao Grupo Baptista, mas primeiro passou no hospital.O médico, ao vê-la, pensou que ela tinha acabado os analgésicos, mas ela rapidamente explicou: — Doutor, acho que estou grávida. Gostaria de fazer um exame.— Você não pode estar grávida. Você está em estágio avançado de câncer. Uma
Ao abrir a pilha de contratos, tudo o que encontrou foram cláusulas absurdas. Ela precisaria sair da Mansão do Baptista e ir morar com ele como empregada doméstica. Sim, o contrato usava exatamente essa palavra. Seria responsável por fazer compras, cozinhar, limpar, enfim, cuidar de todas as tarefas domésticas.Disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, exceto durante o período menstrual, e deveria estar sempre pronta para satisfazê-lo sexualmente, sem limite diário de vezes.Além disso, teria que trabalhar no Grupo Baptista como faxineira, cuidando da limpeza de dois prédios inteiros. O salário? Apenas um real por mês. Sem direito a descanso ou licenças.Após o período de reflexão do divórcio, ela teria que desaparecer de sua vida para sempre, sem se casar novamente. Durante o período do acordo, não poderia trair ou ter qualquer proximidade com outros homens. Claro, essas restrições se aplicavam apenas a ela, pois não tinha o direito de questionar a vida privada de Sílvio.
— Presidente Sílvio, ela estava apenas carregando os documentos e, sem querer, me esbarrou. Eu estava tentando acalmá-la. — A mulher riu, tentando esconder sua culpa. Então, enquanto fingia ajudar Lúcia a recolher os papéis, sussurrou em tom ameaçador. — Eu sou a assistente favorita do Presidente Sílvio. Se você tentar reclamar, terá problemas comigo!A mão de Lúcia parou por um momento. Então, essa mulher era realmente a assistente favorita de Sílvio, por isso agia de maneira tão arrogante. Ela não tinha como se queixar, essa atitude provavelmente vinha das ordens de Sílvio.Sílvio, de pé não muito longe, observava Lúcia de cima, enquanto Leopoldo corria para ajudá-la a recolher os documentos. Ele instruiu sua assistente Íris a continuar com suas próprias tarefas.Leopoldo ofereceu ajuda:— Sra. Lúcia, me deixe ajudar. Isso é muito pesado.— Não consegue nem carregar uns papéis, Lúcia? Você realmente não serve para nada! — Sílvio zombou, com um sorriso desdenhoso.O sorriso de Lúcia
Leopoldo desligou o telefone, segurando o celular enquanto se afastava.Lúcia, ainda furiosa, foi ao banheiro, encheu um balde com água e jogou em Íris, encharcando-a completamente, antes de jogar o balde no chão com força.— Você me pisou, jogou água em mim, e eu joguei dois baldes em você. Estamos quites. Deixe-me te dizer uma coisa: Sílvio é Sílvio, e você é você. Você não tem o direito de se gabar na minha frente, fingindo ser importante. Se quiser reclamar, vá em frente. Eu não me importo.Lúcia pegou o balde e o esfregão e entrou no elevador para limpar outro andar.Íris ficou furiosa. Ela pensava que Lúcia seria uma pessoa fácil de intimidar, já que não tinha reagido quando foi pisada antes.Nesse momento, o celular de Íris tocou. Era uma mensagem de Leopoldo: [Íris, por favor, venha ao escritório do presidente. O presidente precisa falar com você.]No escritório do presidente, Sílvio havia interrompido uma reunião para tratar desse assunto.Íris, diante de Sílvio, começou a ch
O médico foi bem sério, recomendando que ela fosse ao hospital o mais rápido possível para fazer um aborto. Seu corpo estava extremamente fraco, a doença havia sido controlada com dificuldade, e seu estado de saúde não permitia uma gravidez. Forçar uma gestação só aceleraria a morte, resultando em duas vidas perdidas. Lúcia desligou o telefone em silêncio. Ela estava muito triste, o bebê era realmente desafortunado, vindo parar em seu ventre apenas para ter um destino selado antes mesmo de nascer. Lágrimas começaram a cair. Nesse momento, Sílvio ligou para ela. Ela não quis atender; estava muito abalada, então desligou o telefone e o deixou fora de serviço....Naquele momento, Sílvio havia acabado de sair de uma reunião, e Íris já tinha deixado o Grupo Baptista. Ele não sabia se Lúcia já tinha saído do trabalho, não havia recebido notícias dela o dia todo, então decidiu ligar. Mas ela desligou o telefone. Sílvio era teimoso; ela não atendeu, e ele não ligou uma segunda v