Como ela poderia explicar que talvez não fosse necessário forçá-la? Não havia dúvida de que fazer amor com ele seria uma experiência muito especial para ela. Para Taylor, seria apenas mais uma conquista entre tantas. Ele a possuiria com paixão e carinho, preenchendo as necessidades que só ao lado dele começou a sentir, introduzindo-a a prazeres que ela conhecia apenas através da imaginação. Depois, estaria tudo acabado. Não tinha experiência suficiente para conquistar um homem como Taylor. Mesmo assim, poderia valer a pena... se, ao partir; ele não lhe levasse o coração. Era disso que tinha medo.Taylor esperava pela resposta e ela tomou cuidado para escolher as palavras.— Estou muito grata a você, Taylor. Eu sei o quanto lhe devo.— Você não pode estar pensando que eu espero possuí-la como pagamento! Não haveria a menor diferença entre mim e aqueles bandidos que a raptaram!— É claro que não. Porém, eu acho que você espera que haja algum relacionamento mais íntimo entre nós, um
Ashilley acordou tarde na manhã seguinte, sentindo-se calma e descansada, até que a memória voltou, trazendo de novo todos os problemas.Os incidentes da noite anterior não poderiam se repetir. Ela teria que estabelecer limites para que a vida em comum com Taylor fosse suportável. Depois de ter admitido que sentia atração por ele, a tarefa não iria ser fácil, mas precisava encontrar um jeito de assumir o controle da situação sem magoá-lo.Após tomar banho e vestir-se com calças brancas e uma camisa amarela estampada, Ashilley sentiu-se um pouco melhor. Dirigiu-se à cozinha, preparada para encontrar Taylor e tratá-lo com naturalidade. Em vez dele, porém, quem a cumprimentou foi uma mulher morena e forte que falava inglês com um forte sotaque árabe.— Bom dia, srta. "Hort". Quer tomar café agora?— Sim, obrigada. O sr. Hunter já comeu?— Há muito tempo. Está trabalhando no escritório.Os dedos de Taylor se moviam freneticamente pelo teclado do computador quando Ashilley parou junt
Taylor sorriu.— Acho que essa mocinha tem gostos mais caros, não é, doçura?Aquelas palavras não combinavam com Taylor. Ela o encarou com uma expressão intrigada, mas não disse nada.— Ela adora jóias — Taylor continuou, colocando o braço sobre os ombros de Ashilley. — Descobri isso logo que olhei para esse narizinho levantado. Mas, ora essa, eu posso comprar o que ela quiser! Tudo para deixar minha doçurinha contente.De repente, Ashilley percebeu que Taylor fingia ser um daqueles lamentáveis turistas americanos cheios de dinheiro e com muito pouca sensibilidade. "Ele tem mesmo um grande talento dramático", pensou, observando a interpretação totalmente convincente.Os olhos do comerciante brilharam com a perspectiva de uma grande venda.— Que tal uma linda corrente de ouro? — Ele mostrou várias gargantilhas baratas. — Estas são muito valiosas. Não vão encontrar coisa tão boa por aqui.Ashilley sacudiu a cabeça, preparada para desempenhar seu papel.— Eu quero pedras preciosa
Ashilley sentia o sangue ferver de raiva. Taylor sabia que aquilo ia acontecer e, a julgar por seu rosto, estava achando até divertido! Teve dificuldade para esconder a irritação quando alguém lhe perguntou:— Como você e Taylor se conheceram? Ashilley teve uma súbita inspiração.— Através do meu noivo. — Ela apreciou as expressões de espanto de todos os presentes, exceto Taylor, que parecia continuar se divertindo.— Seu noivo é escritor? — comentou uma das mulheres.— Não, ele está na política. Ele e Taylor se conhecem há anos. Um dia, quando estavam almoçando juntos, Ravier ficou sabendo que Taylor pretendia começar um livro ambientado na Antiguidade e me indicou como a pessoa ideal para auxiliá-lo. Taylor descobriu que eu tinha as qualificações necessárias e me trouxe junto com ele.— Eu pensei que você fazia as pesquisas sozinho — disse um homem, voltando-se para Taylor.— Quem dispensaria uma assistente com a aparência de "Sheylla"? — ele respondeu, com um sorriso nos lábi
— Se eles acreditaram em você, por que acha que seu noivo não acreditará?— Eu sei que acreditaria, mas não há razão para ele saber.— Começo a formar o quadro em minha cabeça. Se eu fosse você, pensaria duas vezes antes de me casar com esse sujeito. Parece um bobão.— Você não tem direito de dizer isso sem ao menos conhecê-lo — respondeu Ashilley, já cansada daquela conversa.— De uma coisa eu sei: se você fosse minha, eu ia querer que todo mundo soubesse disso.A atmosfera no carro fechado tornou-se subitamente muito íntima. Ashilley umedeceu os lábios, nervosa.— Ravier sabe que sou fiel e isso é tudo o que importa. Vamos entrar agora? Estou muito cansada.Enquanto se aprontava para dormir, Ashilley relembrou a, conversa com Taylor. Lamentava ter feito de seu Ravier fictício um homem tão fraco e dependente da opinião alheia. Já que estava inventando um noivo, era preferível ter criado alguém impetuoso e ousado, mas as coisas não haviam acontecido de uma maneira previsível. O
— Não sei. Ele poderia estar em qualquer lugar agora: em uma das lojas de departamentos, ou em outra rua. Foi um golpe de sorte darmos com ele no centro da cidade. Há tantos turistas por aqui que é difícil alguém ficar em evidência.— Will parecia mais um mendigo do que um turista. Havia uma moça com ele, você não viu?— Uma estrangeira?— Não, eu acho que ela era daqui.— Pode ter sido assim que ele nos despistou por tanto tempo. Se conheceu uma moça da cidade, ela pode estar escondendo ele. Bem, o importante é que ele apareceu. Logo devemos ter alguma notícia.— Oh, Taylor, isso seria maravilhoso!— É, seria fantástico — ele disse, olhando o rosto ansioso de Ashilley.Conforme Taylor havia previsto, naquela noite receberam um telefonema de um dos informantes. Will foi visto em um bairro perto do centro. Sua localização exata era desconhecida, mas estavam trabalhando nisso.— Podemos ir até lá procurá-lo? — pediu Ashilley, assim que Taylor lhe passou as informações.— Seria
O capitão levantou-se.— Eu lhe entendo. Mais uma coisa antes de eu ir embora. É apenas uma formalidade, é claro, mas já que estou aqui, poderia ver o passaporte da srta. "Hort"?Ashilley ficou gelada, mas Taylor permaneceu tranquilo.— Nossos passaportes estão em um cofre no Banco de Yahren. Uma vez que não planejamos deixar seu belo país, achamos que lá era o lugar mais seguro para guardá-los. — Taylor olhou para o relógio. — É uma pena, mas o banco ainda não abriu.— Talvez eu possa acompanhá-lo até lá mais tarde.— Certamente, se não se incomodar com o fato de se deslocar até lá para assumir a responsabilidade.O policial pareceu, de repente, ser cauteloso.— Acho que não compreendi.— Os jornais podem chegar à conclusão errônea de que eu e "Sheyla" somos suspeitos de alguma coisa. O senhor deve admitir que é pouco usual um oficial de sua posição executar verificações de passaporte.— É pouco provável que a imprensa tome conhecimento do fato.— Talvez não sai
Taylor fez tanta questão de que Ashilley comprasse um vestido de noiva que decidiu acompanhar e ajudar ela na escolha.— Não é necessário — ela protestou. — Você já me comprou tantas roupas! Eu posso usar um dos vestidos que tenho.— Não há nada adequado nas peças que comprei. Não sabia, na ocasião, que nosso relacionamento floresceria tão depressa.Ashilley sentia-se péssima. Além de sua própria situação, havia o fato de Taylor estar sendo obrigado a um casamento que não escolheu e sem qualquer maneira de evitar tal fato. Se tentassem cancelar a cerimônia, o capitão Khallid cairia sobre eles como um tigre faminto e todo plano seria descoberto.— Não preciso de nada especial — ela murmurou. — Afinal, aquele não seria um casamento de verdade.— Uma vez que este pode ser o único casamento de que eu tomarei parte, gostaria de fazer tudo da maneira correta.Ashilley baixou os olhos e fingiu examinar as unhas.— Com certeza você voltará a se casar algum dia.— Isso depende muito de