O despertador toca ao lado da cama anunciando que inicia mais um dia, mas esse é diferente, minha estreia em um novo trabalho. Estou ansiosa pela possibilidade de atuação na minha área de trabalho.
Graças a minha amiga Beatriz consegui um estágio remunerado em uma grande empresa na qual o "ficante" dela é diretor do setor de RH. Claro que não foi apenas esse o motivo de ter ganho essa oportunidade, afinal eles são muito rígidos com as contratações da empresa digamos que Beatriz falou sobre mim, ele verificou e gostou do meu desenvolvimento. Meu desempenho acadêmico ajudou bastante nessa parte também, tenho ótimas notas, a melhor da turma, uma boa frequência, escore alto e um histórico impecável desde o primário, mesmo pequenina sempre atenta e obediente. Se eu me sair bem nesses meses de estágio, ganho uma vaga definitiva na empresa, mal posso esperar. Trata-se de uma grande empresa de empreendedorismo chamada Invertcorp, inicialmente seu foco era ações e bolsa de valores com o tempo a empresa optou por ramificações que se expandem entre uma rede de hotelaria, clínicas médicas e shoppings, um prato cheio para alguém que pretende segui por essa área. Agora deixe-me falar um pouco sobre mim, meu nome é Patrícia Brandão, tenho 22 anos, sou estudante de direito administrativo, ganhei uma bolsa de estudos na melhor faculdade do país, uma grande conquista. Em parte minha motivação para escolha desse curso se chama Marly, minha mãe, pretendo realizar seu sonho em ter uma loja de cosméticos e produtos estéticos. Como uma formação na área de administração será mais fácil. Antes do meu novo emprego, trabalhei em diversas áreas como empregada doméstica, atendente de loja e supermercado, vendedora de doces e babá. Nunca tive medo de me esforçar, faço para ajudar minha mãe nas contas de casa. Somos só eu e ela, meu pai abandonou a gente sem um real no bolso para ir morar com sua outra família, então só tenho irmãos por parte dele, mas não conheço nenhum dos meus três irmãos mais novos. Nunca tive um namorado, também não tenho tempo e nunca me interessei por alguém, sempre achei os homens sem graça, exceto pelo meu novo chefe, sei pouco sobre ele, Bruno Ricci, apenas que é um homem exigente, implacável, não tolera erros e é extremamente lindo. Bem, provavelmente eu não deveria olhar esse detalhe, mas é inevitável, o homem é perfeito em todos os sentidos, mas só o conheço por foto e ele é maravilhoso em todos os sentidos. Afasto os pensamentos intrusivos em relação ao meu "chefe" indo direto para o banho, ainda está cedo são 6:30 e preciso chegar às 9:00, mas quero me arrumar com calma e se caso haja algum imprevisto tenha tempo pra resolver. Tento me arrumar da maneira mais apresentável possível, coloco uma calça pantalona social, um blazer ambos cor creme e uma regata de cor preta por baixo chamo um Uber e vou de encontro ao meu destino 30 minutos depois chego ao edifício da Invertcorp, fico impressionada com a construção simplesmente um lugar que exala sofisticação e elegância. Sua fachada é revestida com painéis de vidro refletivo e aço inoxidável, criando um efeito de espelho que reflete o céu e a cidade ao redor. O design é esbelto, com linhas verticais que enfatizam sua altura e um formato ligeiramente curvo que dá a impressão de movimento. A entrada principal é imponente, com portas de vidro automáticas e um lobby decorado com mármore polido e obras de arte contemporânea. Há uma Iluminação LED sutil destaca a estrutura à noite, acentuando sua forma elegante e moderna. O topo do prédio é coroado por uma cobertura de vidro que abriga um espaço de observação, permitindo que as pessoas desfrutem de vistas deslumbrantes. O design, com seu acabamento refinado e detalhes arquitetônicos, confere ao edifício um ar de exclusividade e prestígio. Chego na empresa por volta das 8:40, já está lotada com pessoas andando de um lado a outro apressadas completamente alheia as pessoas a sua volta. Atravesso o roll de entra indo em direção a recepção, a senhora que aparenta ter por volta de 50 anos abre um sorriso gentil assim que fico próxima. - Bom dia! - A senhora de nome Ana, pelo que vi no crachá, me cumprimenta de forma doce. - Bom dia! - Minha voz sai tensa, mais do que gostaria. - Em que posso ajudá-la? - Meu nome é Patrícia Brandão e tenho um horário marcado com o senhor Carlos Saldanha. - Deixe me ver... - Ela fala voltando seu olhar para o computador. - Ah sim, realmente, seu horário é às 9:00, o senhor Saldanha ainda não chegou mas vou te encaminhar para o andar dele e você pode aguardar por lá, vou fazer sua ficha e liberar sua entrada. - Ok, obrigada! - Agradeço com um sorriso. Mais alguns minutos sou liberada para subir, pego o elevador apertando o botão de trigésimo quarto andar, o último. Fico maravilhada com a bela vista da pra ver a cidade inteira daqui de cima.Se passam 10 minutos desde que cheguei a sala de espera, só mais 5 minutos eles me chamam, nesse exato momento estou experimentando uma ampla gama de sentimentos e emoções as quais nem consigo descrever. Andei tanto pela sala que acredito que deva ter um buraco em algum lugar dos que passei. Foi anunciado que o senhor Saldanha já havia chegado logo me chamaria a sala dele, foram só alguns minutos e para mim está durando uma eternidade. Senhor, me dê calma, sabedoria, me ajude em mais esse momento - Oro em silêncio aproveitando a calma do ambiente vazio.- Patrícia Brandão? - Uma linda mulher, não muito mais velha que eu, aparentemente, com cabelos loiros, que caem em ondas suaves e brilhantes até os ombros, olhos de um tom azul profundo, que destaca sua pele clara e luminosa, me chama. Ela é realmente linda, seu rosto tem traços delicados, com as maçãs bem definidas e lábios rosados. Ela se veste com uma elegância natural, com roupas sofisticadas que acentuam sua graça e charme. Se
Chego em casa por volta das 18:00 horas, encontro minha mãe sentada na sala assistindo televisão, é extremamente raro eu vê-la antes do jantar, temos uma rotina cansativa geralmente ela sai às 5:30 para o seu trabalho de faxineira em um hotel, só chegas as 19:00 horas, no meu antigo trabalho como baba entrava as 7:00 e saia as 21:00 horas. Estranho o fato de ela já ter chegado. - Em casa tão cedo, mãe!?. - Dou um beijo em sua testa me sentando ao seu lado logo em seguida. - O senhor Antunes me liberou mais cedo hoje. Vejo um lampejo de tristeza em seu olhar. - Mamãe, aconteceu algo? - Não filha, está tudo bem. - Se defende rapidamente. - Te conheço dona Marly, desembucha, o que aconteceu? - Mamãe hesita por um momento antes de falar, ela sabe que não consegue mentir pra mim, assim como eu não consigo pra ela. - Uma pequena queda de pressão filha, fiquei um pouco tonta. Pedir pra sair mais cedo. - Mãe, já falei pra não se esforçar tanto é perigoso, você sabe o que penso sobre o
Acordo cedo como de costume, me preparando para o que vem pela frente, é dia de cuidar dos gêmeos. Sou babá de duas crianças de 3 anos, uns pestinhas que com certeza vou sentir falta quando mudar de trabalho, mas com certeza só deles. Antony e Antônia são órfãos de mãe, criados apenas pelo pai. A mãe das crianças morreu no parto dos dois, desde então Rafael, o pai, criou eles sozinho. Falando no meu chefe, não simpatizo com ele sem sombra de dúvidas não sentirei nem um pouco de saudades dele, é arrogante, prepotente e indelicado. Ele costuma dar em cima de mim sempre depois que consigo fazer as crianças dormirem. Tenho receio em ficar sozinho com aquele homem, mas a necessidade falou mais alto, precisava do dinheiro. Ainda não comuniquei que vou sair, pretendo fazer isso hoje, só espero que ele não dificulte minha vida, como sempre faz. Chego na casa do meu chefe, as crianças já me esperam no portão, logo começam a me chamar correndo em minha direção. - Bom dia, meus amores!
Sua mãe, Amélia, uma senhora bonita, também arrogante e sem caráter, entra com uma carranca profunda fuzilando seu filhinho com os olhos. - Rafael, o que diabos você faz com a babá? - Eu odeio essa mulher, mas hoje estou tão feliz em vê-la que poderia até lhe dar um abraço. Aproveito seu momento de distração empurrando Rafael para longe de mim, ele tropeça se afastando em seguida sentado no sofá. - Nada demais, só estávamos conversando mãe. - Consigo perceber seu tom irritado. - O que você veio fazer aqui? - Tão próximos assim? - Ela ignora completamente a pergunta do filho. - Já falei pra você não cair nas garras dessas interesseiras filho, você não pode ver um rabo de saia. Caramba para de se interessar por qualquer uma. Poderia me sentir ofendida, porém dadas as circunstâncias estou aliviada mesmo sendo insultada de graça. - Relaxa mãe, Patrícia não faz meu tipo. - Desdém jorra da sua voz. -Pode sair Patrícia. - Rafael abana a mão pra mim como se eu fosse um bicho. Mas n
Depois de passar um dia fora da empresa precisava urgente colocar as coisas no lugar, um dia e o trabalho acumulou como se fosse semanas. Ontem não pude aparecer porque estava resolvendo problemas de família, perdi muita coisa inclusive adesão de novos estagiários, eu gosto de vê-los desde o primeiro dia é bom para conhecer o potencial de alguém quando demonstra medo. Estava concentrado revendo alguns contratos quando Sara avisou que Tamires queria fala comigo, autorizei que subisse porque ela disse que era urgente. Estava evitando essa conversa porque entendi que havia interesse que nossa amizade de anos se transformasse em namoro. Quando éramos jovens nós nos envolvemos, mas como não namoro ninguém, logo terminamos. Não foi nada sensacional nosso caso, eu era muito novo, queria ter muitas mulheres e já tinha em mente que não queria namorar ou casar. Minha família apoiava esse absurdo, vivia dizendo que Tamires era a mulher ideal para mim, nossas famílias se conheciam há muitos an
Passam-se alguns minutos e Carlos passa pela porta adentrando no meu escritório, ele não precisa ser anunciado por dois motivos: uma por que já sabia que ele vinha e outra pois somos grandes amigos, ele sempre teve total liberdade e acesso a minha sala, única pessoa que confio tanto.Conheci Carlos na faculdade, ele era bolsista por esse motivo não tinha amigos, ainda não consigo entender como as pessoas são tão mesquinhas a ponto de ter preconceito assim com os outros, mas apesar dessas adversidades ele sempre manteve a cabeça erguida por esse motivo me simpatizei com ele logo nos primeiros dias, gosto de pessoas fortes e determinadas ao meu lado.Com o passar do tempo nossa amizade foi crescendo e ele se tornou muito mais que um amigo, um aliando, um irmão de coração. Desde então somos inseparáveis, logo que assumi a Invertcorp não pensei duas vezes em fazer dele meu diretor de RG e conselheiro pessoal e profissional, ele mostrou disposição, garra e competência.Carlos se aproxima
Acordei animada, tomei apenas um café preto, um banho. Coloquei minha roupa e uma sapatilha preta, um pouco desgastada na ponta, logo que recebesse precisava comprar mais roupas. Desde que a mãe ficou doente, algumas semanas atrás, todas as minhas economias foram destinadas ao seu tratamento, não comprei nada para me iniciar no novo trabalho. Passei um gloss e prendi meus cabelos que são pretos, longos e fiz ondas naturais nas pontas. Meia hora depois estava colocando meus pés naquele prédio chique, com 10 minutos de antecedência, me dirijo diretamente para o andar no qual vou trabalhar, entrei no elevador digitei uma senha que havia recebido por e-mail depois que meu cadastro na empresa foi concluído e ele automaticamente subiu para o trigésimo quarto andar, o último. — Patrícia, que bom que você chegou! – disse Sara que parecia ansiosa. — Bom dia, tudo bem? — Cumprimentei. — Bom dia! – disse apressadamente – vem comigo! – Pegou no meu braço e foi me levando para uma sala
Depois disso, fiquei as próximas duas horas sem fazer nada, havia um computador que precisava de senha de acesso, a qual eu ainda não tinha. Fiquei tentanda a procurar um dos meus livros de romance online para ler, mas achei que não seria apropriado para o momento. Levei um susto quando a porta da sala de reunião abriu bruscamente, Bruno saiu de lá raivoso com Carlos no seu encalço, passou pelo corredor e entrou em um elevador diferente daqueles que eu havia chegado, parecia privativo. Logo todos os presentes saíram murmurando reclamações. Sara, com um cara chateado, sentou-se na cadeira ao meu lado. - Reunião difícil? - questionei - Sim. Bruno está irredutível e os velhos também – respondeu sorrindo de canto.- Mas vamos lá, como você percebeu, seu trabalho é simples, ficará na recepção. Preciso de auxílio para algumas coisas como fotocópias, ligações, mandar e-mails, eventualmente deixarei redigir alguns contatos para se habituar a rotina. Tudo bem? - Sim! - Sei que você es