Bruno Ricci

Depois de passar um dia fora da empresa precisava urgente colocar as coisas no lugar, um dia e o trabalho acumulou como se fosse semanas. Ontem não pude aparecer porque estava resolvendo problemas de família, perdi muita coisa inclusive adesão de novos estagiários, eu gosto de vê-los desde o primeiro dia é bom para conhecer o potencial de alguém quando demonstra medo.

Estava concentrado revendo alguns contratos quando Sara avisou que Tamires queria fala comigo, autorizei que subisse porque ela disse que era urgente. Estava evitando essa conversa porque entendi que havia interesse que nossa amizade de anos se transformasse em namoro.

Quando éramos jovens nós nos envolvemos, mas como não namoro ninguém, logo terminamos. Não foi nada sensacional nosso caso, eu era muito novo, queria ter muitas mulheres e já tinha em mente que não queria namorar ou casar.

Minha família apoiava esse absurdo, vivia dizendo que Tamires era a mulher ideal para mim, nossas famílias se conheciam há muitos anos, os pais dela eram tão fúteis mas também tão ricos como os meus.

Eu não entendia o que Tamires fazia na minha empresa, embora recebesse um salário generoso, poderia ter sua própria empresa de advocacia ou simplesmente não trabalhar. Ela era uma das advogadas principais na área trabalhista, era muito competente, mas soube que foi ríspida com estagiários e outros advogados, o que não me agradou.

Eu prezava por manter um bom ambiente de trabalho na empresa, inclusive em um dos andares existia uma área de lazer e descanso para os funcionários usufruírem. Além de um refeitório com comida boa e uma cafeteria.

Meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi os saltos da Tamires batendo no chão, ergui os olhos e percebi que ela usava uma saia lápis preta curta e justa, e uma camisa branca com decote generoso que não deixava nada para imaginação. Estava como sempre maquiada e com o cabelo impecável, meu pau deu sinal de vida instantâneamente, porque ele não era bobo e eu não era cego. Quando olhei em seu rosto, percebi o sorriso, ela havia percebido que a analisei e que gostei do que vi.

— Bom dia, Tamires – falei mantendo a voz neutra

— Bom dia, Bruno – disse, sentando-se à minha frente e cruzando as pernas.

— Qual era o assunto urgente? – perguntei, sentindo seu perfume enjoativo invadir o ambiente.

— Então, queria te convidar para jantar na minha casa – disse de forma sensual.

— Esse é o assunto urgente? — perguntei um pouco irritado, eu detestava joguinhos.

— Ah, aquela sua secretária teimosa não me deixou subir sem te avisar, por isso falei que era urgente – explicou como se não fosse nada demais ter mentido.

— Gostaria que tivesse mais respeito com a Sara, porque ela só fez o que é sua responsabilidade. Ninguém pode subir sem minha autorização, essa é a razão do elevador privativo – falei um pouco ríspido, não gostei da forma como ela se referiu a minha secretária.

— Tudo bem, desculpe, mas você não me respondeu, vamos jantar?

— Não – respondi, cruzando os braços sobre a mesa. Que mulher insistente, penso.

— Por quê? — perguntou descruzando e cruzando as pernas em um gesto sensual sabendo que aquilo ia capturar minha atenção.

— Você sabe porque, não quero um relacionamento, não daria certo entre a gente, quanto mais cedo você entender melhor será para gente.

— Eu aceito apenas uma noite – disse levantando-se. Tamires contorna a mesa, acabei virando a cadeira e fiquei de frente para ela, que entendeu como um convite e se sentou no meu colo, começou a passar as mãos no meu cabelo. Nesse momento o telefone da minha mesa começou a tocar, eu coloquei a mão para atender, mas ela segurou e tirou do gancho.

— Esquece um pouco do trabalho, estou aqui. disponível para você, vou provar que sou melhor que aquela loirinha enjoada que você anda comendo– disse no meu ouvido se referindo a Carla e passou a beijar meu pescoço.

Não queria misturar as coisas com ela pois sempre confunde, mas também não era um santo. Tamires era gostosa e estava me provocando, passou a dar beijos no meu pescoço, sua mão contornava meu peito ao mesmo tempo que rebolava no meu colo dando vida ao meu pau que já estava duro.

As coisas começaram a evoluir, passamos a nos beijar, Tamires montou no meu colo colocando uma perna de cada lado, quando fui abaixar o seu decote para abocanhar seus seios, um barulho chamou minha atenção.

— Oh! Desculpa – Carla estava parada na porta, com o rosto vermelho de raiva.

— Ah, sua sonsa, o que veio fazer aqui? – Tamires perguntou irritada. Eu imediatamente ergui Tamires e tentei me recompor. Já prevendo a dor de cabeça que isso vai me causar mais tarde.

— Tamires! Você não está autorizada a falar com os funcionários da empresa dessa forma – disse ríspido – Carla, por favor entre.

— Senhor Ricci – ela começou a falar com desdém cintilante em sua voz, eu a olhei de forma severa, mas ela prosseguiu – É que o Carlos precisa da sua assinatura para fechar o contrato agora das 10 horas, tentamos avisá-lo, mas o telefone da sua sala estava ocupado e o senhor não atendeu o celular.

— Tudo bem, Carla pode acompanhar a Dra. Tamires até a saída e peça ao Carlos que venha até minha sala.

— Como assim? — Tamires perguntou enquanto Carla só assentiu.

— Tamires, por favor se retire, depois conversamos, preciso resolver essa documentação antes do prazo.

Vejo as duas saírem furiosas da minha sala e me sento em seguida, suspiro dispersando a tensão do momento.

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