Patrícia Brandão

Sua mãe, Amélia, uma senhora bonita, também arrogante e sem caráter, entra com uma carranca profunda fuzilando seu filhinho com os olhos.

- Rafael, o que diabos você faz com a babá? - Eu odeio essa mulher, mas hoje estou tão feliz em vê-la que poderia até lhe dar um abraço. Aproveito seu momento de distração empurrando Rafael para longe de mim, ele tropeça se afastando em seguida sentado no sofá.

- Nada demais, só estávamos conversando mãe. - Consigo perceber seu tom irritado. - O que você veio fazer aqui?

- Tão próximos assim? - Ela ignora completamente a pergunta do filho. - Já falei pra você não cair nas garras dessas interesseiras filho, você não pode ver um rabo de saia. Caramba para de se interessar por qualquer uma.

Poderia me sentir ofendida, porém dadas as circunstâncias estou aliviada mesmo sendo insultada de graça.

- Relaxa mãe, Patrícia não faz meu tipo. - Desdém jorra da sua voz. -Pode sair Patrícia. - Rafael abana a mão pra mim como se eu fosse um bicho.

Mas não estou disposta deixar essa oportunidade passar, dona Amélia me odeia se dependesse dela nem teria sido contratada e depois do que acabou de acontecer ela vai interferir a favor da minha saída.

Gostaria de esperar até sexta mas depois do que acabou de acontecer não fico nem mais um dia nessa casa, esse homem é louco. Só lamento pelos seus filhos ter que conviver com um ser desprezível como ele.

Assim que conseguir sair vou ligar para Sara e pedir para começar amanhã.

- Na verdade eu gostaria de falar com você. - Minha voz sai ainda fraca pelo susto que acabei de levar, a adrenalina domina todo o meu ser nesse momento.

- Agora não é o momento empregada, vai arrumar algo para fazer, preciso falar com meu filho. - Como essa mulher é insuportável digo a mim mesma.

- É importante, eu quero ped...

- Pronto, ela quer pedir é óbvio que quer, eu falei para você não dar liberdade a essa folgada. - Amélia fala me contando com uma voz de incredulidade.

- Fala logo de uma vez, garota. - Rafael ordena.

- Quero pedir demissão.

- Mas que ótima notícia. - Amélia começa a sorrir batendo palmas, seu filho não concorda pois me olha com um olhar que pode matar.

- Você está louca? - Rafael salta do sofá que acabara de sentar rosnando para mim como um animal raivoso. - Você vai morrer de fome se sair daqui.

- Não, eu não vou... - Murmuro com medo de sua ira.

- Eu vou garantir que você morra de fome, se caso você insista em pedir demissão. - Como faço para me livrar desse homem.

- Por favor, eu só quero sair - O medo ainda me domina sem por cento.

- Eu não vou deixar você ir. - Rafael esbraveja.

- Deixe ela ir, Rafael. - Sua mãe intercede.

- Nem morto, ela é minha e vai ficar aqui trabalhando para mim. Você é minha Patrícia, ouviu bem, minha. - Vejo uma veia pulsante em sua testa, a raiva deixando ele vermelho. Nunca vi esse homem nesse estado, não entendo porque, que ele sempre quis me levar para cama, não é novidade, mas a ponto de ficar tão irritado por eu querer sair do trabalho é novidade.

- Você não pode me prender, se tentar eu chamo a polícia. - Grito mesmo estando com medo, não posso deixar ele me dominar agora ou nunca mais saio daqui.

- Não precisa disso, filho, olha para mim, deixe-a ir. - Amélia tenta acalmar a situação. - Não precisamos da polícia aqui.

- Ela não pode chamar a polícia pra mim, mãe.

- Sim, ela pode, se você tentar mantê-la aqui, a força.

Eu sabia que Amélia seria uma aliada nesse momento, sei que quer proteger seu filho querido, mas inconscientemente está ajudando mais a mim, se não fosse por ela provavelmente ele teria me matado aqui.

Vejo ela arrastar ele até um canto e sussurrar coisas que o fazem pensar, não dá pra ouvir se tratando desses dois, boa coisa não pode ser.

- Tá certo, você quer ir, então vá, mas não pense que vai me escapar, vou te buscar onde quer que você vá. - Rafael me ameaça fazendo meus olhos se arregalar de espanto e puro choque.

- Agora sua vagabunda, saia daqui e não ouse chegar perto dos meus filhos na saída.

Fico triste com isso, mas Rafael está desequilibrado, nesse momento não posso provocar.

-Só saia enquanto estou deixando. Mas não se esqueça que vou te caçar novamente e não seja louca de entregar sua virgindade a outro ou eu mato você e ele. Só eu posso tirar isso de você, está me ouvindo?

Fico em choque com suas palavras, não me movo por vários segundos, demoro a me recuperar assim que consigo, saio rápido daquela casa.

Pego minhas coisas saindo disparada daquele lugar, não me despedir das crianças, aquele monstro não deixou.

Minha intenção era aproveitar o máximo que pudesse essa semana com elas, mas ele me forçou adiantar as coisas.

Agora estou a caminho de casa chorando feito criança, pelo menos minha mãe não me verá assim, melhor que ela não saiba das ameaças, se não vai infartar de vez de tanta preocupação.

Entro no meu quarto e deixo as lágrimas lavarem a minha alma machucada, só de pensar no que aquele monstro faria comigo ou nas ameaças dele ficou atordoada, deito na cama exausta deixando meu corpo finalmente se acalmar sinto o sono chegar e me entrego adormecendo naquele instante.

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