Sua mãe, Amélia, uma senhora bonita, também arrogante e sem caráter, entra com uma carranca profunda fuzilando seu filhinho com os olhos.
- Rafael, o que diabos você faz com a babá? - Eu odeio essa mulher, mas hoje estou tão feliz em vê-la que poderia até lhe dar um abraço. Aproveito seu momento de distração empurrando Rafael para longe de mim, ele tropeça se afastando em seguida sentado no sofá. - Nada demais, só estávamos conversando mãe. - Consigo perceber seu tom irritado. - O que você veio fazer aqui? - Tão próximos assim? - Ela ignora completamente a pergunta do filho. - Já falei pra você não cair nas garras dessas interesseiras filho, você não pode ver um rabo de saia. Caramba para de se interessar por qualquer uma. Poderia me sentir ofendida, porém dadas as circunstâncias estou aliviada mesmo sendo insultada de graça. - Relaxa mãe, Patrícia não faz meu tipo. - Desdém jorra da sua voz. -Pode sair Patrícia. - Rafael abana a mão pra mim como se eu fosse um bicho. Mas não estou disposta deixar essa oportunidade passar, dona Amélia me odeia se dependesse dela nem teria sido contratada e depois do que acabou de acontecer ela vai interferir a favor da minha saída. Gostaria de esperar até sexta mas depois do que acabou de acontecer não fico nem mais um dia nessa casa, esse homem é louco. Só lamento pelos seus filhos ter que conviver com um ser desprezível como ele. Assim que conseguir sair vou ligar para Sara e pedir para começar amanhã. - Na verdade eu gostaria de falar com você. - Minha voz sai ainda fraca pelo susto que acabei de levar, a adrenalina domina todo o meu ser nesse momento. - Agora não é o momento empregada, vai arrumar algo para fazer, preciso falar com meu filho. - Como essa mulher é insuportável digo a mim mesma. - É importante, eu quero ped... - Pronto, ela quer pedir é óbvio que quer, eu falei para você não dar liberdade a essa folgada. - Amélia fala me contando com uma voz de incredulidade. - Fala logo de uma vez, garota. - Rafael ordena. - Quero pedir demissão. - Mas que ótima notícia. - Amélia começa a sorrir batendo palmas, seu filho não concorda pois me olha com um olhar que pode matar. - Você está louca? - Rafael salta do sofá que acabara de sentar rosnando para mim como um animal raivoso. - Você vai morrer de fome se sair daqui. - Não, eu não vou... - Murmuro com medo de sua ira. - Eu vou garantir que você morra de fome, se caso você insista em pedir demissão. - Como faço para me livrar desse homem. - Por favor, eu só quero sair - O medo ainda me domina sem por cento. - Eu não vou deixar você ir. - Rafael esbraveja. - Deixe ela ir, Rafael. - Sua mãe intercede. - Nem morto, ela é minha e vai ficar aqui trabalhando para mim. Você é minha Patrícia, ouviu bem, minha. - Vejo uma veia pulsante em sua testa, a raiva deixando ele vermelho. Nunca vi esse homem nesse estado, não entendo porque, que ele sempre quis me levar para cama, não é novidade, mas a ponto de ficar tão irritado por eu querer sair do trabalho é novidade. - Você não pode me prender, se tentar eu chamo a polícia. - Grito mesmo estando com medo, não posso deixar ele me dominar agora ou nunca mais saio daqui. - Não precisa disso, filho, olha para mim, deixe-a ir. - Amélia tenta acalmar a situação. - Não precisamos da polícia aqui. - Ela não pode chamar a polícia pra mim, mãe. - Sim, ela pode, se você tentar mantê-la aqui, a força. Eu sabia que Amélia seria uma aliada nesse momento, sei que quer proteger seu filho querido, mas inconscientemente está ajudando mais a mim, se não fosse por ela provavelmente ele teria me matado aqui. Vejo ela arrastar ele até um canto e sussurrar coisas que o fazem pensar, não dá pra ouvir se tratando desses dois, boa coisa não pode ser. - Tá certo, você quer ir, então vá, mas não pense que vai me escapar, vou te buscar onde quer que você vá. - Rafael me ameaça fazendo meus olhos se arregalar de espanto e puro choque. - Agora sua vagabunda, saia daqui e não ouse chegar perto dos meus filhos na saída. Fico triste com isso, mas Rafael está desequilibrado, nesse momento não posso provocar. -Só saia enquanto estou deixando. Mas não se esqueça que vou te caçar novamente e não seja louca de entregar sua virgindade a outro ou eu mato você e ele. Só eu posso tirar isso de você, está me ouvindo? Fico em choque com suas palavras, não me movo por vários segundos, demoro a me recuperar assim que consigo, saio rápido daquela casa. Pego minhas coisas saindo disparada daquele lugar, não me despedir das crianças, aquele monstro não deixou. Minha intenção era aproveitar o máximo que pudesse essa semana com elas, mas ele me forçou adiantar as coisas. Agora estou a caminho de casa chorando feito criança, pelo menos minha mãe não me verá assim, melhor que ela não saiba das ameaças, se não vai infartar de vez de tanta preocupação. Entro no meu quarto e deixo as lágrimas lavarem a minha alma machucada, só de pensar no que aquele monstro faria comigo ou nas ameaças dele ficou atordoada, deito na cama exausta deixando meu corpo finalmente se acalmar sinto o sono chegar e me entrego adormecendo naquele instante.Depois de passar um dia fora da empresa, precisava urgente colocar as coisas no lugar, um dia e o trabalho acumulou como se fosse semanas. Ontem não pude aparecer porque estava resolvendo problemas de família, perdi muita coisa inclusive adesão de novos estagiários, eu gosto de vê-los desde o primeiro dia é bom para conhecer o potencial de alguém quando demonstra medo. Estava concentrado revendo alguns contratos quando Sara avisou que Carla queria falar comigo, autorizei que subisse porque ela disse que era urgente. Estava evitando essa conversa porque entendi que havia interesse que nossa amizade colorida de anos se transformasse em namoro. Nós nos envolvemos quando ainda éramos jovens, mas como não namoro ninguém, logo nos limitamos a um relacionamento de acaso. Não foi nada sensacional nosso caso, eu era muito novo, queria ter muitas mulheres e já tinha em mente que não queria namorar ou casar, só mantive ela por perto. Minha família apoiava esse absurdo, vivia dizendo que Car
Passam-se alguns minutos e Carlos passa pela porta adentrando no meu escritório, ele não precisa ser anunciado por dois motivos: uma por que já sabia que ele vinha e outra pois somos grandes amigos, ele sempre teve total liberdade e acesso a minha sala, única pessoa que confio tanto. Conheci Carlos na faculdade, ele era bolsista por esse motivo não tinha amigos, ainda não consigo entender como as pessoas são tão mesquinhas a ponto de ter preconceito assim com os outros, mas apesar dessas adversidades ele sempre manteve a cabeça erguida por esse motivo me simpatizei com ele logo nos primeiros dias, gosto de pessoas fortes e determinadas ao meu lado. Com o passar do tempo nossa amizade foi crescendo e ele se tornou muito mais que um amigo, um aliando, um irmão de coração. Desde então somos inseparáveis, logo que assumi a Invertcorp não pensei duas vezes em fazer dele meu diretor de RG e conselheiro pessoal e profissional, ele mostrou disposição, garra e competência. Carlos se aproxim
Acordei animada, tomei apenas um café preto e um banho. Hoje será meu segundo dia na empresa, Sara permitiu que eu iniciasse ontem, mesmo depois de ficar acordado que meu início seria na segunda-feira. Meu primeiro dia foi um pouco embaraçoso, pegar meu chefe em momento íntimo me deixou um pouco envergonhada e... magoada?! Eu acho que seria esse o sentimento. Coloquei minha melhor roupa e uma sapatilha preta, um pouco desgastada na ponta, logo que recebesse precisava comprar mais roupas. Desde que a mãe ficou doente, algumas semanas atrás, todas as minhas economias foram destinadas ao seu tratamento, não comprei nada para me iniciar no novo trabalho. Passei um gloss e prendi meus cabelos que são pretos, longos e fiz ondas naturais nas pontas. Meia hora depois estava colocando meus pés naquele prédio chique, com 10 minutos de antecedência. Me dirijo diretamente para o andar no qual vou trabalhar, entrei no elevador digitei uma senha que havia recebido por e-mail depois que meu c
Depois disso, fiquei as próximas duas horas sem fazer nada, havia um computador que precisava de senha de acesso, a qual eu ainda não tinha. Fiquei tentanda a procurar um dos meus livros de romance online para ler, mas achei que não seria apropriado para o momento. Levei um susto quando a porta da sala de reunião abriu bruscamente, Bruno saiu de lá raivoso com Carlos no seu encalço, passou pelo corredor e entrou em seu elevador privativo, diferente daqueles que eu havia chegado. Logo todos os presentes saíram murmurando reclamações. Sara, com uma cara chateada, sentou-se na cadeira ao meu lado. - Reunião difícil? - questionei - Sim. Bruno está irredutível e os velhos também – respondeu sorrindo de canto.- Mas vamos lá, como você percebeu, seu trabalho é simples, ficará na recepção assim como ontem. Preciso de auxílio para algumas coisas como fotocópias, ligações, mandar e-mails, eventualmente deixarei redigir alguns contatos para se habituar a rotina. Tudo bem? - Sim! - Sei que
- Espero que tenha acordado mais calmo hoje - Saio dos meus devaneios assim que ouço a voz de Carlos. Ele entra na minha sala se sentando em frente a minha mesa. - Bem, por enquanto é tudo que posso fazer - Falo ainda irritado - Você sabe que eles não vão me fazer desistir Minha reunião foi um fracasso, os acionistas estão empenhados em não facilitar para mim, esse fato me deixa irritado mas o que me deixa pensativo é outro motivo. A assistente! Continuo calado por mais alguns minutos, ponderando a situação, Carlos fala novamente: - Cara, há algo de errado com você, está pensativo demais e pior não está falando ou resmungando - Ele para por um momento avaliando minha reação - Isso é no mínimo estranho. Carlos espera por uma resposta me olhando de forma incisiva, mas não posso explicar algo nem mesmo eu entendo. - Está tudo, só preciso sair, beber e transar a noite toda É tudo que digo, pois ainda não sei dizer o que realmente está acontecendo, estou intrigado com algo, mais n
Duas semanas depois. Estava bem adaptada a minha rotina de trabalho na Invertcorp. Nos primeiros dias tive um pouco de dificuldade, sem a Sara ao meu lado para orientar, em compensação Carlos auxiliou da melhor forma, apesar de está dividindo seu tempo entre dois cargos de grande importância na empresa, ele me ajudou muito e teve muita paciência. Logo consegui aprender a mexer em todos os sistemas. Sara acompanhou tudo de longe, vez ou outra me dando dicas, ela cumpriu sua palavra e conseguiu que eu saísse da vaga de recepcionista para assistente júnior, como se fosse uma secretária, mas com um pouco mais de responsabilidade, já que iria trabalhar diretamente com o chefe. Continuava na minha mesa em frente aos elevadores e tinha que recepcionar quem chegasse, mas meu trabalho era mais dinâmico e quando via, o tempo já tinha passado. Bruno ainda não voltou de viagem então não o vi desde aqueles dois dias na empresa. É meio estranho um CEO passar tanto tempo fora de sua empresa, m
Passam-se mais algumas horas, meu trabalho continua tranquilo, vez ou outra uma ligação, algum recado ou encomenda, mas se limita apenas isso. Já terminei o que Carlos pediu para ser feito está tudo em ordem e organizado na sala do chefe, me adiantei pois não queria estressá-lo logo no nosso primeiro contato. Não resisto a vontade de pegar um livro na minha bolsa, começo a ler para espantar o tédio. Nos últimos dias o trabalho tem sido mais fácil, acredito que seja a prática excessiva, cometo menos erros e trabalho mais rápido, sem o chefe na empresa o trabalho é reduzido em quase 60%. Hoje terminei consideravelmente mais cedo se comparado com os outros dias, por esse motivo estou lendo no horário de expediente, Carlos ainda está me poupando de muitos serviços, segundo ele não quer me sobrecarregar. Ainda não o vi desde a hora que chegou, ele passou por aqui de forma rápida para me guiar sobre o que seria feito hoje, disse que Bruno chegaria em algumas horas e queria tudo pronto,
Observo à minha frente a linda mulher sentada, olhando cada detalhe do seu corpo de forma minuciosa e a vejo estremecer sob meu olhar, fico satisfeito ao saber que sou o motivo dessa reação, saber que tenho algum efeito sobre ela está me deixando louco. Me sinto a porra de um pervertido olhando ela desse jeito, mas caralho ela é muito linda. Aquela sua pequena tentativa de parecer calma me atiçou ainda mais, ver suas pernas expostas me acendeu uma chama por dentro. "O que está acontecendo comigo?" Patrícia está com a boca entreaberta como se esperasse pelo meu toque, minha vontade é agarrá-la e fazer minha agora mesmo, mas não posso me precipitar e acabar assustando a garota. Apesar do desejo claro que estampa seu rosto, sei que não posso me precipitar. No momento, o melhor que posso fazer é esconder minha ereção que insiste em aumentar, embora esteja louco de vontade de mostrar o quanto estou excitado só em vê-la. - Precisamos conversar sobre sua promoção e seu trabalho além da