Patrícia Brandão

Acordo cedo como de costume, me preparando para o que vem pela frente, é dia de cuidar dos gêmeos. Sou babá de duas crianças de 3 anos, uns pestinhas que com certeza vou sentir falta quando mudar de trabalho, mas com certeza só deles.

Antony e Antônia são órfãos de mãe, criados apenas pelo pai. A mãe das crianças morreu no parto dos dois, desde então Rafael, o pai, criou eles sozinho.

Falando no meu chefe, não simpatizo com ele sem sombra de dúvidas não sentirei nem um pouco de saudades dele, é arrogante, prepotente e indelicado. Ele costuma dar em cima de mim sempre depois que consigo fazer as crianças dormirem. Tenho receio em ficar sozinho com aquele homem, mas a necessidade falou mais alto, precisava do dinheiro.

Ainda não comuniquei que vou sair, pretendo fazer isso hoje, só espero que ele não dificulte minha vida, como sempre faz.

Chego na casa do meu chefe, as crianças já me esperam no portão, logo começam a me chamar correndo em minha direção.

- Bom dia, meus amores! - Sorrio bagunçando seus cabelos, eles odeiam quando faço isso.

- Bom dia Patrícia! - Respondem em uníssono. - Você demorou, vamos ao parque hoje? vamos tomar sorvete? e depois jogar vídeo game? - Antony me bombardea com perguntas sem uma pausa.

- Calma aí, garotão, assim você me deixa zonza - Digo com um sorriso enorme, nossa como vou sentir falta dessas crianças. - A gente primeiro vai entrar, tomar café e depois vemos o resto. Vocês já tomaram café?

- Ainda não, papai ainda está no quarto. - Antônia quem responde. Acho estranho Rafael ainda estar no quarto, afinal hoje é terça e como ele tem um horário a cumprir no trabalho.

- Ele saiu ontem, nem vimos que horas chegou. - Ela continua falando com aquele arzinho de ciúmes pelo pai.

- E vocês dormiram com quem? - Pergunto curiosidade e preocupação dançando na minha voz.

- Com a vizinha. - Antony da de ombros. - Ela deixou a gente aqui agora a pouco, disse que tinha que ir trabalhar e não podia mais ficar com a gente, papai apenas abriu a porta e voltou pro quarto, só pediu pra gente não fazer bagunça até você chegar- Fico perplexa porque aquele homem sai no meio da semana com duas crianças pequenas deixando eles jogados pela manhã.

Levo eles para dentro e preparo café, não faz parte das minhas funções mas não posso deixá-los com fome. Depois do café peço para que vão ao jardim até que eu conseguir organizar suas coisas.

No momento em que chego ao andar de cima me deparo com uns sons estranhos vindo do quarto do Rafael, são gemidos ofegantes e sons de risadas, paraliso sabendo exatamente o que está acontecendo. Os sons ficam mais altos possibilitando que ouço com mais clareza.

- Ah... isso Rafael, mais forte. - Ouço a mulher dizer entre suspiros. - Vou gozar Rafa, mete mais fundo. - Ela continua gemendo, saio nas pontas dos pés, não quero ser vista nem ouvida.

Que homem depravado, como ele tem coragem de fazer isso com os filhos em casa? Como pode ser tão baixo? Ele não se preocupa com a saúde mental das crianças?

Fico indignada, mas infelizmente não posso fazer nada, ainda sou só a babá, a pelo menos fui eu que subir e não as crianças, imagina eles vendo uma cena dessas.

Desço novamente e fico com eles no quintal garantido que eles não entram na casa e ouço o que não deve, vários minutos se passam quando me dou conta nem me lembro mais daquele tarado.

- Patrícia, quero falar com você. - Ouço sua voz áspera me assustando no processo, olho para cima e vejo uma mulher morena sair enquanto ele me olha, me levanto hesitante deixando as crianças brincando e sigo até a sala atrás dele.

- Precisa de algo? - Pergunto de uma vez, querendo acabar com a conversa o quanto antes.

- Não exatamente. Só gostaria de saber se gostou do show? - Rafael pergunta enquanto se aproxima de mim, meu corpo enrijece como se preparando pra um possível ataque.

- Não sei do que você está falando. - Me faço desentendida dando um passo para trás mantendo a distância entre a gente, mas como o bom tarado que é Rafael continua avançado.

- Eu sei que você ouviu a gente Patrícia, ouvi seus passos subindo a escada. - Ele fala com um sorriso idiota nos lábios deixando claro que só flagrei ele e aquela mulher por foi sua intenção desde o início. - Então gostou do que ouviu?

- Olha senhor, peço desculpas, não foi minha intenção se soubesse teria evitado. - Digo enquanto contorno o sofá evitando que me alcance.

- Não se faça de santa. Sabe que eu gostei, é bom que você saiba como eu queria te fazer gemer, exatamente daquele jeito. É bom que saiba tudo que está perdendo. - Senhor, como esse homem me enoja.

- Pare com isso, por favor, só estou aqui pelo trabalho.

- Mas pode ter bem mais. Te faria mulher de verdade, não entendo porque recusa tanto o que te ofereço. - Em um movimento rápido ele me prende contra a parede, sua respiração próxima do meu rosto, ele ainda cheira a álcool e cigarro.

Tento afastar, empurrando com toda minha força, mas ele não se move. - Agradeço a oferta, mas vou recusar, só estou aqui pelas crianças.

- Me responde uma coisa. Você é virgem? - Ele pergunta me fazendo corar violentamente.

- Você é virgem né. - Ele cheira meu pescoço, e eu fecho os olhos lutando para não vomitar todo meu café da manhã.

- Você cheira a virgem, mas fique tranquila, vou resolver isso, estou disposto a fazer você minha hoje mesmo.

Rafael começa arrastar sua mão imunda pela minha perna subindo em direção a minha virilha, o pânico me domina, lágrimas ameaçam cair, tento mais uma vez sair de perto, mas ele não se move.

- Acredito que minha vida pessoal não está em discussão, senhor, agora me solta, eu não quero ser sua. - Ele gargalha na minha cara abaixando seu rosto deixando a centímetros do meu, o medo me consome me fazendo tremer, estou prestes a gritar quando a porta se abre.

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