Apaixonada pelo CEO
Apaixonada pelo CEO
Por: Persie
1. A notícia

"Não acredito que o senhor vai me obrigar a casar com aquele cara sem graça!" eu disse ao meu pai, sentindo meu rosto arder de raiva, estava apertando as mãos como se estivesse preparada para dar um soco em alguém.

"É por um bem maior, veja bem, ele tem muitas qualidades e..." meu pai começou a justificar, mas não consegui segurar minha indignação e o interrompi.

"Qualidades? Como quais? Quer saber, pai? Esqueça, não tem nada nele que me interesse! Só farei isso pelo bem do colégio e da nossa família, mas deixo bem claro: vou me divorciar depois!"

Meu pai respirou fundo, mas não respondeu. Seu olhar parecia pesado, como se ele carregasse o peso do mundo nas costas. Talvez fosse exatamente isso, considerando o que estava em jogo, eu não sabia com o que ele estava lidando.

Com um suspiro frustrado, virei as costas e saí da sala da diretoria. Assim que abri a porta, percebi que não estávamos sozinhos. Alguns professores estavam no corredor, e era óbvio que tinham ouvido partes da conversa. Seus olhares eram mistos: curiosidade, julgamento e até uma pitada de pena.

"O que foi? Perderam alguma coisa lá dentro?" perguntei de forma afiada, incapaz de esconder meu mau humor.

Eles rapidamente desviaram os olhos e se afastaram, abrindo caminho para que eu passasse.

Caminhei pelo corredor com passos rápidos, quase atropelando um aluno que vinha distraído.

Meu pedido de desculpas saiu abafado. Não estava com paciência, então continuei sem olhar para trás. Assim que saí pela porta principal da escola, senti um alívio imediato ao respirar o ar fresco e o cheiro da chuva que estava por vir.

Peguei o celular e chamei um Uber. Enquanto esperava, pensei no absurdo de tudo aquilo. Um casamento arranjado em pleno século XXI! Como meu pai ainda achava que isso fazia sentido? Tudo para salvar a imagem do colégio e garantir que a família mantivesse sua reputação impecável. Era como se eu fosse apenas uma peça de xadrez em um jogo que ele jogava sozinho.

O carro chegou em poucos minutos. Assim que entrei, a primeira coisa que fiz foi mandar uma mensagem para Alexandre:

Eu: "Preciso desabafar. Está livre?"

Alexandre: "Sempre para você. Vem para cá."

Eu sabia que ele estaria livre, eu já tinha colocado o endereço dele antes de perguntar. Alexandre Ross era meu refúgio. Mais do que um amigo, ele era meu porto seguro. Quando cheguei ao apartamento dele, ele já estava na porta, me esperando com aquele sorriso que parecia capaz de derreter até os problemas mais difíceis.

Ele tinha um corpo malhado, fruto da academia e um estilo de vida disciplinado. Seus olhos azuis brilhavam com um misto de curiosidade e preocupação, enquanto seus cachos escuros estavam arrumados de um jeito casual, mas incrivelmente atraente. Com a pele bronzeada e um ar confiante, Alexandre era a definição de "perfeito" para muitas pessoas. Para mim, porém, ele era apenas... Alex.

"Quer entrar ou quer ficar me admirando aqui fora?" ele brincou, rindo enquanto segurava a porta aberta.

"Não estou admirando nada," retruquei, revirando os olhos, mas senti meu rosto corar levemente. Passei por ele e entrei.

Assim que me sentei no sofá, desabei. "Meu pai quer que eu me case com um completo desconhecido! Quer dizer, conheço o cara, eu acho, é um daqueles caras da educação, mas ele é tão sem graça que nunca imaginei que isso pudesse sequer ser cogitado."

Alexandre sentou ao meu lado, me oferecendo uma xícara de chá que ele preparara. "Você sabe o motivo, né? Ele está tentando proteger a imagem da família e do colégio. Não que eu concorde, mas faz sentido na cabeça dele. E me diz afinal quem é o cara?"

"Sentido? Desde quando arruinar minha vida faz sentido?" perguntei, segurando a xícara com tanta força que temi quebrá-la. "É o Gabriel, Gabriel Larceda, dono da maior empresa de educação do país"

"Calma. Vamos pensar em uma solução, mas, cara esse Larceda é bem na fita, Trice" ele disse, colocando uma mão tranquilizadora no meu ombro. "Você disse que vai se divorciar, certo? Então, tecnicamente, você só precisa passar por isso por um tempo. Talvez dê para transformar isso em algo menos traumático."

Revirei os olhos. "Você fala como se fosse fácil. Eu nunca me imaginei casada. Muito menos com alguém que não amo."

"Então, por que você está cedendo?" ele perguntou, me encarando com intensidade.

Essa era a pergunta que eu vinha me fazendo desde que meu pai mencionou a ideia. Por que eu estava cedendo? Por que não lutava mais? Talvez, fosse o peso da responsabilidade. A ideia de decepcionar meu pai e comprometer a escola era algo que eu não sabia se poderia suportar.

"Eu não sei," murmurei, desviando o olhar.

Alexandre ficou em silêncio por um momento, e então falou suavemente: "Você sabe que sempre pode contar comigo, né? Não importa o que aconteça."

"Eu sei, Alex. E isso significa muito para mim."

O resto da tarde passou em um borrão. Falamos sobre tudo, menos sobre o casamento. Alexandre fez questão de me distrair, colocando um filme engraçado na TV e pedindo comida do meu restaurante favorito. Por algumas horas, consegui esquecer o caos que me aguardava.

Mas, no fundo, sabia que não poderia fugir para sempre. O casamento estava marcado, e a cada dia que passava, a realidade se tornava mais impossível de ignorar.

Ainda assim, havia uma chama de esperança. Talvez, de alguma forma, as coisas se resolvessem. E se não resolvessem... Bem, eu ainda tinha Alexandre ao meu lado. E isso já era mais do que suficiente para me dar forças para enfrentar o que viesse.

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