Alinhando os próximos passos em sua mente, Nikolas se dirigiu à casa de hóspedes, a luz fraca do luar iluminando o caminho. Cada passo pesado, ecoando a tensão da recente discussão na mansão Hoffmann. Tinha a chave reserva, dada por Anya, mas optou por bater na porta. Anya atendeu a porta, seus olhos azuis cheios de insegurança ao encontrar a frieza no olhar dele.— Precisamos conversar — disse Nikolas, a voz carregada de seriedade.Ela assentiu, mordendo o lábio inferior, um gesto nervoso que ele conhecia bem.— Pode entrar... — ela murmurou, dando um passo para o lado para deixá-lo passar.Ele entrou, o ambiente pequeno e acolhedor contrastando com a turbulência que sentia por dentro. Sentaram-se mantendo um espaço entre eles, criando um muro invisível.— Depois de muito pensar, acredito que a única maneira de conseguir a guarda de Max é revelando que eu sou o pai biológico dele — começou Nikolas.Anya arregalou os olhos, surpresa.— Revelar? Por que...?— Porque sou pai dele — resp
Depois do café da manhã, Nikolas chamou sua família e Anya ao escritório, trocando a calma diária pela tensão que os seguia desde a descoberta da verdade sobre Max.No escritório, o ambiente estava carregado de tensão. Nikolas, mantendo uma distância evidente de Anya, estava de pé ao lado da janela, observando o jardim com um olhar distante. Clara, sentada em uma poltrona próxima à escrivaninha, analisava o casal com uma ruga proeminente na testa, enquanto Viktor, encostado na parede com os braços cruzados, mantinha a expressão neutra.— Temos uma notícia para compartilhar — começou Nikolas, sem desviar o olhar da janela. — Anya e eu vamos nos casar.O sorriso de Clara se alargou imediatamente.— Oh, meu filho! Isso é maravilhoso! — exclamou, levantando-se e indo em direção a Anya para abraçá-la.Anya forçou um sorriso e aceitou o abraço, mesmo não tendo motivo para comemorar. De novo entrava em uma união fadada ao fracasso.— Obrigada, Clara — disse baixinho e hesitante.Viktor arque
Anya andava de um lado ao outro da casa de hóspedes, as mãos trabalhando mecanicamente para colocar seus pertences e os de Max em uma caixa. Sua mente permanecia longe dali, imersa na conversa que teve com Clara e nas lembranças dolorosas da noite anterior."Tenha paciência", Clara dissera, mas a paciência parecia uma virtude difícil de alcançar no momento.Parou por um momento de recolher as coisas, segurando um porta-retratos com a foto dela e de Max, o coração apertado ao recordar a conversa com Nikolas, a dor reluzindo nos olhos quando questionou o motivo dela não ter contado que estava grávida quando estavam juntos.“Medo de não aceitar meu filho com você? Pretendia te pedir em casamento quando me formasse, como rejeitaria nosso filho?”.Mordeu o lábio inferior, segurando a dor de reconhecer seu erro. Um erro que lhe custava muito agora. Observou a foto, vendo a inocência no rosto de Max, e a onda de culpa a engolfou. A verdade era que tinha tentado protegê-lo, mas agora parecia
Preparado para a substituição, uma vez que não representava mais Liam e os Hoffmann, Nikolas pegou o documento que o Petrov estendeu em sua direção, anunciando imperioso:— Está tudo aqui, com a devida autorização. Pode dar meia volta.Nikolas leu rapidamente o documento, confirmando a veracidade das palavras de Liam. Respirou fundo, tentando manter a calma antes de encarar o homem a sua frente.— Como avisei por telefone: Estou aqui representando Anya, para levar Max até ela. — Abriu sua pasta e tirou de dentro a procuração que validava sua presença ali. — Onde está o Max?Segurando a raiva por não poder se livrar definitivamente do advogado, Liam fez um gesto para que Nikolas o seguisse. Eles caminharam pelo suntuoso hall de entrada até chegarem à sala de estar, onde Max brincava no chão, sob a supervisão de Carla, a babá. O menino levantou os olhos e sorriu ao ver Nikolas.—Nik! — gritou Max, correndo em sua direção.Nikolas agachou-se para abraçar o filho, sentindo o calor e a ale
Carregando Max, Nikolas seguia Anya e Clara para apresentarem o novo quarto do menino. Clara estava animada, um sorriso caloroso iluminando seu rosto enquanto caminhava à frente do grupo.— Espero que goste, Max. Decorei especialmente para você — disse, sua voz cheia de carinho e expectativa.Agarrado ao pescoço de Nikolas, Max estava visivelmente ansioso, os olhos azuis brilhando de curiosidade e antecipação desde que sua mãe avisou que agira morariam dentro da casa principal.Nikolas mantinha a expressão séria, embora seus olhos frequentemente se suavizassem ao olhar para o filho. Anya, por sua vez, parecia dividida entre a tristeza do que se tornou sua relação com Nikolas e a esperança de que Max se sentisse bem na família a qual de fato pertencia.Empolgada, Clara tomou as honras e abriu a porta do quarto, ficando imediatamente satisfeita com a reação de Max. Colocado no chão, o menino entrou com os olhos se arregalando de fascinação e um enorme sorriso se espalhando em seu rosto.
Atingida pela declaração carregada de rancor, em silêncio, Anya assentiu em concordância. Aguardaram apenas o jantar e a hora de levar o menino para dormir. Sentando na beira da cama, trocaram olhares tensos, cada um por seus motivos, antes de Anya, apertando o livro infantil contra o peito, iniciar no lugar da leitura noturna:— Max, temos algo muito importante para te contar — começou, a voz doce e ligeiramente trêmula.Segurando um de seus brinquedos novos, um cachorrinho de pelúcia, Max olhou para sua mãe com curiosidade.— O que é, mamãe?Nikolas limpou a garganta.— Sua mãe e eu decidimos que vamos nos casar — disse Nikolas, tentando manter a voz firme.Os olhos de Max se arregalaram de alegria, pulou na cama e lançou os braços para envolver os pescoços de Anya e Nikolas, juntando-os em um abraço forte.— Vocês vão casar? Nikolas vai ser meu papai de verdade, né? — perguntou, a empolgação evidente em sua voz ao revezar o olhar ansiosos entre os adultos.Nikolas lançou um olhar r
A manhã de sábado na mansão dos Oliveira começou agitada. Nikolas avisou que sairiam assim que Carla terminasse o café e se juntasse a eles, então aguardavam na sala, todos em colta de Max em um retrato perfeito de alegria e união familiar. O sol brilhava suavemente pelas janelas amplas da sala de estar, onde Clara observava seu neto, Max. Viktor estava agachado ao lado do menino, ajudando-o a construir uma torre de blocos de madeira.— Vovó, olha só o que eu fiz! — gritou Max, os olhos brilhando de excitação ao completar a torre.Clara sorriu em resposta.— Está maravilhoso, meu amor! Você é muito talentoso — disse ela, abrindo os braços para que Max corresse para um abraço.Nikolas, sentado em uma poltrona próxima, observava a cena com uma expressão serena. Sentada ao seu lado, Anya mantinha um sorriso nervoso no rosto enquanto observava seu filho. Embora se alegrasse pela calorosa recepção dos Oliveira ao descobrir que Max é um deles, sua relação com Nikolas continuava fria e dista
No domingo, como não houve passeio e Max estava sendo paparicado pelos Oliveira, Carla se deu um tempo de inteiração com os funcionários da mansão, relatando com falso pesar o declínio de Anya, de herdeira a empregada.Para sua sorte, encontrou em duas empregadas o terreno perfeito para obter informações. Entre as tarefas diárias, Ana e Joana tagarelavam, ambas com a língua afiada e sem disfarçar a intenção de atiçar o fogo contra Anya.— Olha só que sorte tem a Cinderela — debochou Ana. — Chegou aqui no cargo mais alto e logo caiu nas graças dos patrãozinho.Joana, sempre mais reservada, ergueu uma sobrancelha, mas não conseguiu esconder um leve sorriso enquanto terminava de secar a louça.— Verdade, e já ganhou o prêmio maior quando fisgou o doutor Nikolas, não é?Ana deu uma risada curta e rouca, culpa dos anos fumando.— Fisgou mesmo! Aquela sonsa agora vai virar patroa de novo. — disse e, sem deixar de esfregar o chão, lançou um olhar zombeteiro para Carla ao lançar a maior novid