Preparado para a substituição, uma vez que não representava mais Liam e os Hoffmann, Nikolas pegou o documento que o Petrov estendeu em sua direção, anunciando imperioso:— Está tudo aqui, com a devida autorização. Pode dar meia volta.Nikolas leu rapidamente o documento, confirmando a veracidade das palavras de Liam. Respirou fundo, tentando manter a calma antes de encarar o homem a sua frente.— Como avisei por telefone: Estou aqui representando Anya, para levar Max até ela. — Abriu sua pasta e tirou de dentro a procuração que validava sua presença ali. — Onde está o Max?Segurando a raiva por não poder se livrar definitivamente do advogado, Liam fez um gesto para que Nikolas o seguisse. Eles caminharam pelo suntuoso hall de entrada até chegarem à sala de estar, onde Max brincava no chão, sob a supervisão de Carla, a babá. O menino levantou os olhos e sorriu ao ver Nikolas.—Nik! — gritou Max, correndo em sua direção.Nikolas agachou-se para abraçar o filho, sentindo o calor e a ale
Carregando Max, Nikolas seguia Anya e Clara para apresentarem o novo quarto do menino. Clara estava animada, um sorriso caloroso iluminando seu rosto enquanto caminhava à frente do grupo.— Espero que goste, Max. Decorei especialmente para você — disse, sua voz cheia de carinho e expectativa.Agarrado ao pescoço de Nikolas, Max estava visivelmente ansioso, os olhos azuis brilhando de curiosidade e antecipação desde que sua mãe avisou que agira morariam dentro da casa principal.Nikolas mantinha a expressão séria, embora seus olhos frequentemente se suavizassem ao olhar para o filho. Anya, por sua vez, parecia dividida entre a tristeza do que se tornou sua relação com Nikolas e a esperança de que Max se sentisse bem na família a qual de fato pertencia.Empolgada, Clara tomou as honras e abriu a porta do quarto, ficando imediatamente satisfeita com a reação de Max. Colocado no chão, o menino entrou com os olhos se arregalando de fascinação e um enorme sorriso se espalhando em seu rosto.
Atingida pela declaração carregada de rancor, em silêncio, Anya assentiu em concordância. Aguardaram apenas o jantar e a hora de levar o menino para dormir. Sentando na beira da cama, trocaram olhares tensos, cada um por seus motivos, antes de Anya, apertando o livro infantil contra o peito, iniciar no lugar da leitura noturna:— Max, temos algo muito importante para te contar — começou, a voz doce e ligeiramente trêmula.Segurando um de seus brinquedos novos, um cachorrinho de pelúcia, Max olhou para sua mãe com curiosidade.— O que é, mamãe?Nikolas limpou a garganta.— Sua mãe e eu decidimos que vamos nos casar — disse Nikolas, tentando manter a voz firme.Os olhos de Max se arregalaram de alegria, pulou na cama e lançou os braços para envolver os pescoços de Anya e Nikolas, juntando-os em um abraço forte.— Vocês vão casar? Nikolas vai ser meu papai de verdade, né? — perguntou, a empolgação evidente em sua voz ao revezar o olhar ansiosos entre os adultos.Nikolas lançou um olhar r
A manhã de sábado na mansão dos Oliveira começou agitada. Nikolas avisou que sairiam assim que Carla terminasse o café e se juntasse a eles, então aguardavam na sala, todos em colta de Max em um retrato perfeito de alegria e união familiar. O sol brilhava suavemente pelas janelas amplas da sala de estar, onde Clara observava seu neto, Max. Viktor estava agachado ao lado do menino, ajudando-o a construir uma torre de blocos de madeira.— Vovó, olha só o que eu fiz! — gritou Max, os olhos brilhando de excitação ao completar a torre.Clara sorriu em resposta.— Está maravilhoso, meu amor! Você é muito talentoso — disse ela, abrindo os braços para que Max corresse para um abraço.Nikolas, sentado em uma poltrona próxima, observava a cena com uma expressão serena. Sentada ao seu lado, Anya mantinha um sorriso nervoso no rosto enquanto observava seu filho. Embora se alegrasse pela calorosa recepção dos Oliveira ao descobrir que Max é um deles, sua relação com Nikolas continuava fria e dista
No domingo, como não houve passeio e Max estava sendo paparicado pelos Oliveira, Carla se deu um tempo de inteiração com os funcionários da mansão, relatando com falso pesar o declínio de Anya, de herdeira a empregada.Para sua sorte, encontrou em duas empregadas o terreno perfeito para obter informações. Entre as tarefas diárias, Ana e Joana tagarelavam, ambas com a língua afiada e sem disfarçar a intenção de atiçar o fogo contra Anya.— Olha só que sorte tem a Cinderela — debochou Ana. — Chegou aqui no cargo mais alto e logo caiu nas graças dos patrãozinho.Joana, sempre mais reservada, ergueu uma sobrancelha, mas não conseguiu esconder um leve sorriso enquanto terminava de secar a louça.— Verdade, e já ganhou o prêmio maior quando fisgou o doutor Nikolas, não é?Ana deu uma risada curta e rouca, culpa dos anos fumando.— Fisgou mesmo! Aquela sonsa agora vai virar patroa de novo. — disse e, sem deixar de esfregar o chão, lançou um olhar zombeteiro para Carla ao lançar a maior novid
Aproveitando o que restava da tarde ensolarada antes de Max ser levado para a mansão Hoffmann, foram passear pelo parque dentro do condomínio residencial. O céu estava limpo, com apenas algumas nuvens dispersas, e o vento leve trazia consigo o cheiro das flores e da grama recém-cortada. Anya, Nikolas e Max caminhavam lado a lado, Carla ficando alguns passos atrás.— Mamãe, olha! — Max exclamou, apontando para um pássaro que voava entre os galhos. — Ele é tão rápido!Anya sorriu, se abaixando ao lado de Max para observar o passarinho.— Deve estar à procura de comida ou aproveitando o dia, como estamos — comentou abraçando o filho, tentando esquecer que em minutos seriam afastados por mais cinco dias.Nikolas observava a interação entre mãe e filho, um sorriso contido nos lábios. Havia algo calmante naqueles momentos simples, uma paz que não experimentava há muito tempo. Apesar do ressentimento que ainda carregava em relação à Anya, não podia negar que esses momentos faziam a animosida
No luxuoso e imponente escritório da mansão Hoffmann, as paredes revestidas de madeira escura emanavam a autoridade e o poder que Klaus Hoffmann exercia sobre tudo e todos ao seu redor. O homem estava sentado em sua alta poltrona de couro curtido, o olhar fixo Liam.— O novo advogado trabalhará a partir do que o outro deixou, porém, perdemos um grande aliado.— Não acho — Liam disse, cruzando os braços com um sorriso desdenhoso. — O advogadozinho só obteve sucesso com a ajuda dos seus amigos do judiciário.Klaus não respondeu de imediato, o maxilar cerrado traía o turbilhão de emoções que lhe fervilhavam por dentro. Finalmente, ele soltou um suspiro de frustração e raiva contida.— Nem tudo foi obra dos meus amigos. Aquele advogado tem talento, é inegavél — declarou Klaus com a voz baixa, mas carregada de ódio. — Se Anya se casar com ele minhas chances de ficar com Maximilian... — Ele parou, os olhos verdes cintilando numa mistura de receio e desprezo. — Meu neto estará perdido.Liam
Sem saber que sua maior aliada escutava a conversa, Liam se endireitou e, determinado a não decepcionar o sogro, concordou em casar com quem Klaus escolhesse.— Sim. Farei o que for necessário, o que ordenar — pronunciou com resignação.Klaus sorriu, satisfeito.— Ótimo. Começarei as preparações imediatamente. Vou marcar encontros com as candidatas e, assim que decidirmos, estará casado. Está claro o que precisa ser feito? — Klaus perguntou, erguendo uma sobrancelha, esperando a submissão de Liam.— Sim.Carla se afastou silenciosamente da porta, as mãos tremendo levemente, e retornou silenciosamente pelo corredor. As ordens de Klaus ainda ressoavam em sua mente. Não sabia como, mas precisaria encontrar uma maneira de se reverter o jogo a seu favor. Se não o fizesse, seria descartada e esquecida, assim como tantas outras que cruzaram o caminho dos Hoffmann.No escritório, Klaus continuava a delinear seus planos, a voz calma e controlada. Para ele, esse era apenas mais um movimento em