De manhã, a sala de jantar estava iluminada pela luz suave filtrada pelas cortinas translúcidas, o aroma do café recém-passado envolvendo o ambiente, a mesa repleta de variedade de pães, bolos, frutas e bebidas. Nikolas, sua mãe Clara e seu irmão Viktor estavam sentados à mesa, degustando o desejum preparado meticulosamente e servido com o acompanhamento diligente de Anya.— Anya, minha querida, hoje espero conhecer seu filho — Clara pediu lançando um sorriso gentil para a jovem. — Amo crianças e tenho certeza que ele deve ser um menino adorável.Anya hesitou por um momento, o rosto ficando ligeiramente pálido. Seus olhos se encontraram com os de Nikolas, que mantinha os olhos no prato, mas os ouvidos estavam atentos, presos em um interesse velado.— Sim, dona Clara — concordou, não tendo motivos para negar o pedido de quem tinha aberto tantas oportunidades, mesmo a pessoa em questão sendo mãe de Nikolas. — Max vai adorar conhecê-la.— Eu também estou ansioso para conhecer o Max — Vik
O sol brilhava suavemente sobre o jardim dos fundos da mansão Oliveira, o ar fresco e o aroma das flores envolveram Anya quando saiu da casa com o filho e Nikolas.Largou rápido a mão de Nikolas ao encontrar do lado de fora Clara e Viktor, ansiosos em conhecer seu filho.Como esperado, Max se apertou contra ela, escondendo o rosto em sua cintura, expondo sua timidez em relação a estranhos. Apesar de ser uma criança brincalhona, com estranhos Max ficava retraído. Por isso estranhava, e se preocupava, com o comportamento do filho em relação à Nikolas, a facilidade com que o tratava informalmente.— Estava ansiosa em te conhecer, Max — Clara comentou se aproximando. — Ouvi tantas coisas boas sobre você. — Ajoelhou-se, sua voz doce e calma. — Olá, Max! Sou Clara, mãe do Nikolas. Está tudo bem, querido.Anya acariciou o cabelo dele com carinho.— Max, meu amor, seja educado e cumprimente a dona Clara e o filho mais velho dela, o senhor Viktor.Max levantou o olhar timidamente, seus grandes
Max ficou deslumbrado desde o momento em que atravessaram a entrada do Museu da Imaginação, seus olhos azuis brilhando de excitação.— Mamãe, olha! — dizia apontando tudo com entusiasmo.Segurando a mão direita do filho, Anya se alegrava com a animação dele. Nikolas caminhava do lado esquerdo do menino, segurando a outra mão a pedido de Max, a expressão satisfeita. Planejou esse dia com cuidado, querendo proporcionar uma experiência especial para Max e Anya, até o momento parecia estar no caminho certo.— Vamos ali primeiro! — Apontou para um espaço com a inscrição Agriventura no alto, como indicado pelo sócio quando conversaram a respeito do local.Max não precisou de outra sugestão. Puxando ambos os adultos pelas mãos, foi em direção à área da Fazendinha, onde crianças podiam plantar e colher frutas e vegetais de brinquedo, guiadas por educadores pacientes.— Olá, pequeno agricultor! Que tal colher algumas cenouras e tomates? — um educador ofertou, entregando uma cestinha a Max.— Si
Cansado, de volta do passeio com Anya e Max, Nikolas entrou na ampla sala da mansão dos Oliveira, rumo a escada de acesso ao segundo piso, em que teria o tão amado descanso após o dia agitado. Mas, antes que completasse sua intenção, Viktor barrou sua passagem com seu sorriso habitual, aquele que sempre prenunciava uma conversa provocadora.— Então, maninho, como foi o passeio com Anya?Nikolas suspirou, sabendo exatamente qual era a intenção do irmão e onde aquela conversa iria parar.— Foi tudo bem. Max se divertiu.— E você e a Anya?Reconhecendo o tom provocador do irmão, deu de ombros, seguindo pelo caminho seguro do silêncio.— Sabe, Anya realmente mudou a dinâmica aqui em casa. — Viktor sentou no braço do sofá. — Mamãe passou horas vendo fotos da nossa infância depois de conhecer o filho dela. Acho que mexeu com ela, talvez tenha ativado aquele gene do “quero um neto pra ontem”. Aposto que logo ela vai voltar a falar sobre isso com a gente — brincou.Nikolas refletiu que o irmã
O sol da tarde iluminava o jardim da mansão dos Oliveira, banhando as flores e os brinquedos espalhados pelo gramado com uma luz dourada. Anya, após uma manhã revisando trabalhos, acompanhava Max em suas brincadeiras com o olhar vigilante, e incomodo, de Nikolas em um banco próximo.Aumentando sua aflição, Clara, sua empregadora e mãe de Nikolas juntou-se a eles. No princípio pensou em recusar a presença de outro Oliveira em volta de seu filho, mas, não tendo motivos para fazê-lo, com um sorriso tenso observou Clara seguir com Max até o balanço.— Pronto, Max? — Clara perguntou para o ansioso menino. — Vamos balançar bem alto!Maximilian soltou uma risada pura e contagiante enquanto Clara o empurrava suavemente. Anya, embora ainda receosa da proximidade entre Clara e Max, não pôde deixar de sentir certa paz ao ver seu filho tão feliz. Nos últimos tempos, a alegria de Max era uma visão rara, principalmente quando estavam na casa dos Hoffmann. Era bom vê-lo assim. Max merecia esses momen
A noite estava tranquila, e a casa de hóspedes estava imersa no silêncio cortado apenas pelo choro sentido de sua moradora. Anya estava sentada no sofá da pequena sala, os olhos vermelhos de tanto chorar. A saudade de Max já apertava seu coração, mesmo que ela tivesse acabado de se despedir dele.O som de batidas a fez secar os olhos e caminhar até a porta.— Quem é?— Nikolas.Controlando o frio no estômago, abriu a porta.— Aconteceu alguma coisa com meu filho? — perguntou preocupada ao deixa-lo entrar.Nikolas entrou e observou Anya por um momento, notando a tristeza e fragilidade nos traços delicados, sabendo o motivo e sua participação nele. Fechando a porta, decidiu abordar o assunto que o incomodava.— Não, ele está bem. — A tranquilizou. — Precisamos conversar sobre Viktor, meu irmão.— O que é agora, Nikolas? — ela questionou cruzando os braços e impondo um passo de distância.— Quero alertá-la que meu irmão não é o tipo de homem com quem deva se envolver — avisou. — Ele é um
A proposta de Nikolas não saiu da mente de Anya no decorrer dos dias, mesmo enquanto fazia suas funções cada palavra estava ali, dando voltas em sua cabeça. Um diabinho em um ombro, um anjinho no outro. Um apontando as vantagens, o outro recordando todo sofrimento que passou por culpa dele.Aumentava seu dilema ter que vê-lo todo dia, e receber a visita dele toda noite. Ele não a tinha beijado ou tocado novamente e não repetiu o pedido, apenas a cumprimentava, perguntava sobre seu dia, o que levava a uma conversa tranquila antes de seguir para a casa principal. Era como voltar ao pré-namoro na faculdade.O medo e a incerteza a consumiam. Se envolver com o advogado de seu ex-marido poderia complicar seu caso pela guarda de Max.— É uma péssima decisão — murmurou para si mesmo quando, após ele lhe sorrir antes de sair para o trabalho, à tentação de aceitar cresceu. — Pode ser usado contra mim... Mas talvez, se ele ficar do meu lado... — divagou batendo a caneta na prancheta em que fazia
Ao olhar fundo nos olhos encarando-a de volta, Anya afundou nas memórias de seus anos na faculdade com força, trazendo à tona sentimentos de amor, medo e revolta.~*~Quando Anya chegou à universidade, sentiu-se sozinha e deslocada, carregando o peso das expectativas e das pressões impostas por seu pai, Klaus Hoffmann. Sua timidez e a constante sombra do controle dele dificultavam a formação de novas amizades. Klaus sempre afastou aqueles considerados inferiores, e Anya aprendeu cedo a manter distância dos demais para evitar conflitos.Isso mudou quando conheceu Nikolas. Ele era charmoso, com um sorriso fácil e um jeito descontraído que contrastava com o ambiente formal da universidade e a opressão de sua casa. Ele tinha uma habilidade única de fazer Anya se sentir à vontade. Com o tempo, a amizade se transformou em algo mais profundo: amor.— Princesa, não precisa ter medo — ele dizia acariciando suavemente seu cabelo. — Podemos enfrentar o mundo juntos.Sabia que essa relação enfure