No dia seguinte quando acordei, a primeira coisa que fiz foi ligar para Daniel... aquela historia estava muito estranha! ta certo que existem demônios e anjos e que a terra é repleta de seres extraordinários assim, mas até onde sei, anjo ou demônio nenhum consegue desaparecer, ou ser invisível para algumas pessoas, ou quem sabe... fazer algo que estava escrito no papel desaparecer.
" Chego em dez minutos"
Daniel disse gravemente e desligou.
Dez minutos depois ele apareceu ao meu lado.
- pensei que tivesse aprendido a usar a porta... - falei.
Ele me encarou, seu rosto intacto, sem emoção.
- O que aconteceu no shopping?
Contei a ele com detalhes, até os insignificantes, e os olhos dele pareceram escurecer repentinamente.
- Você não vai mais sair sozinha... - ele disse depois do que pareceu uma eternidade.
- Pra começo de conversa, eu não estava sozinha! estava com Lucy.
- Lucy poderia te proteger? - arqueou as sobrancelhas - foi o que eu pensei... você estava sozinha.
- Daniel, eu só quero saber o que aconteceu... anjos podem fazer aquelas coisas?
- eu não sei, mas não foi só com você que aconteceu isso.
O encarei, e ele entendeu o recado.
- John disse ter visto uma figura como essa... capuz preto, uma garota - ele suspirou - o papel...
- o que estava escrito no papel que ele recebeu? - gritei, e depois me contive.
- nada... o dele estava em branco - ele tocou meu rosto - o de Megan e de Mariana também.
- elas também?
ele fez que sim e continuou.
- mas o seu não, e isso significa alguma coisa! - ele cerrou os punhos - e eu estou até com medo de descobrir...
Depois de beijar levemente minha testa, ele se foi sem nem dizer mais nada.
Meditei alguns minutos sobre o que acabara de descobrir, John, Megan e Mariana também receberam o envelope, mas somente o meu continha algo escrito.
Por sorte era domingo, isso significava que eu não iria trabalhar... Peguei a chave do carro de mamãe e dirigi até a casa de John, ao chegar lá ele veio correndo ao meu encontro.
- Filha! - ele disse sorridente - veio me fazer uma visita... pensei que isso era impossível.
- John, não exagere! - brinquei.
Entramos para a sala, ele me encarava sorrindo.
- Daniel disse que também recebeu um envelope...
- Sim, mas acho que não passa de uma brincadeira, já que o papel estava em branco. - John disse pensativo - mas por que Nate te disse isso?
- nada em especifico... - menti - mas me diga, como você está?
Acho que ele acreditou, por que não tocou mais no assunto durante todo o tempo que estive lá. Quando resolvi que era hora de ir, ele me acompanhou até a porta.
- Analu, eu gosto muito de Nate, acredite! sei que ele é um... ele é bom, ele salvou sua vida e tal... mas por favor, tome cuidado... ele pode ter feito o que for, mas ele ainda é um demônio, e demônios não são confiáveis... eles perdem o controle, eles acabam fazendo coisas que não queriam fazer! lembre-se disso, por favor! a prova disso é Mary, sua própria mãe teve coragem de enfiar uma faca envenenada em você... Eu não a culpo, isso é da natureza dela... e é da natureza dele também, e eu não suportaria perder você novamente! não posso pedir que você o deixe, por que sei que você o ama, da para ver em seus olhos, mas por favor, tome muito cuidado.
- eu confio em Daniel, confio nele como nunca confiei em Mary, - falei - Daniel é diferente, ele não é como os outros... eu vou tomar cuidado, mas fique sabendo que esse aviso é completamente desnecessário!
- Analu, tem uma coisa que ele não te contou...
- a é? o que por exemplo?
- essa foi a primeira lua de sangue dele... - John disse calmamente - é como uma confirmação do que ele é, ele vai se tornando agressivo, possessivo... ele se torna um demônio! - ele sorriu, mas era um sorriso melancólico - quando conheci sua mãe ela não era daquele jeito sabe? as luas, o tempo, a vida, a tornou um demônio ruim... é a natureza dela, é o que ela é... e quanto mais o tempo passar, mais Nate ficará frio, mais ele será da escuridão.
- está mentindo! - gritei.
- eu sinto muito...
Sem dizer mais nada entrei no carro de mamãe e sai por ai, dirigindo pela cidade sem rumo nenhum. Fui até a praça central e me sentei num dos bancos. Meia hora depois de e ficar fitando o vazio a minha frente, uma pessoa se sentou ao meu lado.
- esta chorando? - a voz familiar perguntou.
E então me dei conta de que,d e fato, eu estava chorando. Limpei as lagrimas rapidamente, para só então dar uma rápida olhada para o lado.
- Oi Dominic...
- estava passando por aqui com Mariana - ele aponto para uma barraca de cachorro quente a nossa esquerda, Mariana aguardava na fila - e então vi você... ta tudo bem?
- Eu estou bem - falei - mas... não deviam estar em Brighton?
- estamos todos aqui. - ele sorriu - pensei que já soubesse...
- é - sorri - sou sempre a ultima a saber das coisas...
- O que? Daniel não te contou?
- Contou o que? - perguntei, sentindo o ódio tomar conta de mim, Daniel adorava esconder coisas de mim, e isso estava começando a me irritar.
- ih... me deixa fora disso, não quero brigas com Daniel.
- Por que brigaríamos? - Daniel disse aparecendo de surpresa.
- Não tenho nada a ver com isso - ele disse e ergueu os braços em sinal de inocência, depois se levantou, mas parou ao lado de Daniel o suficiente para dizer - Boa sorte cara, acho que você esta... como posso dizer? ferrado!
Daniel me encarou, assim que Dominic andou até Mariana na barraca de cachorro quente, ele se sentou ao meu lado.
- Eu não te contei por que não achei que precisasse saber, pronto, fim de historia. - ele disse precipitadamente.
- do que está falando exatamente? - perguntei, levando em conta a lua de sangue, e o fato de ele não ter me contado que todos estavam em Londres.
- Você sabe bem do que estou falando... - ele me fitou com aqueles olhos negros - eu sinto muito mas não podia te contar sobre a lua de sangue, e não quero falar sobre isso agora.
Continuei o encarando, mas resolvi que falaríamos sobre aquilo depois, quando eu e ele estivesse mais calmos.
Fomos para minha casa, eu no carro de mamãe e Daniel no dele... não que ele tivesse sido convidado e tal, ele apenas foi junto. Por sorte mamãe não estava, era provável que tivesse saído com Edward (o médico). Subimos para o meu quarto, aquele lugar aconchegante e familiar. Me sentei na cama e encarei Daniel por alguns segundos. - Sabe que não vou esquecer daquilo não é? - é, isso passou pela minha cabeça. - ele disse e então fechou a porta atrás de si. - pois então comece a se explicar! Cruzou os braços e suspirou lentamente, andou até a cama e se jogou, deixando agora os braços por baixo da cabeça. - Não há muito o que lhe falar mais, a não ser que... eu não podia te contar por que eu ainda tenho esperanças de que me tornarei um anjo, e se eu me tornar um anjo não irei ficar ruim e frio a cada lua de sangue... eu não podia te contar por que eu n
Uma semana se passou depois disso, Lucy sequer ia a escola... eu estava começando a crer que algo de muito ruim havia acontecido a Lucinda. Eu havia comentado com Daniel, e ele ficou de me avisar qualquer coisa que descobrisse a respeito, mas que ainda era silencio total... ela havia desaparecido sem deixar pistas. - Ela simplesmente desapareceu? - Jessy disse enquanto enrolava sushis ao meu lado. - Lucy disse que ela brigou com a Mãe e saiu, desde então não voltou para casa... - acha que ela pode ter sido... sequestrada? - ela tremeu - ou até mesmo, assassi... ah! que horror, se Deus quiser ela voltará logo logo, sã e salva! - espero que sim, Lucy está arrasada... - imagino... a família toda deve estar! Suspirei e continuei a fazer o trabalho em silencio. - sabe, - ela disse depois de um tempo - devíamos fazer alguma coisa
Andamos por toda a praça a procura de Dominic, mas aparentemente ele havia ido em bora. Mariana ligou varias e varias vezes, mas o celular dele estava desligado.
Alguns dias se passaram depois disso, Dominic e Lucinda continuavam desaparecidos e quanto mais o tempo passava, mais eu me preocupava... Nossas vidas seguiram normalmente, eu trabalhava, estudava, tentava ajudar Lucy, depois Mariana etc... e assim foi todos os dias. Eu estava em casa com mamãe e Edward (o médico), quando passei mal. Mamãe pediu que eu tomasse um banho e que fosse deitar, se não melhorasse eu seria levada até o hospital. Edward concordou, embora nimguem o houvesse chamado na conversa. Cambaleei até o banheiro e tomei um banho, a água quente caindo em minhas costas foi extremamente reconfortante. Depois disso fui para a cama, me joguei em baixo das cobertas e fechei os olhos. Minutos depois eu já estava dormindo. Fui acordada com alguém acariciando meus cabelos. A principio achei que fosse mamãe, mas quando me deparei com aqueles pequenos olhos azul piscina me encarando, levantei num pulo e c
Depois que convencemos Nicole a falar com John, e ele fazer um turbilhão de perguntas a ela, por mais incrível que pareça, ela dormiu no sofá marrom e extremamente confortável da casa dele. &n
Mas pra onde eu iria? como começar a busca por três pessoas desaparecidas? eu não sabia onde procurar... eu não tinha como procurar... Mesmo assim, mesmo frustrada e sem rumo nenhum, peguei minha bolsa já preenchida com coisas que poderiam me livrar de uma situação de risco (PS: eu não tinha uma arma, mesmo que naquele momento ter uma arma seria ótimo) e sai, o plano era pegar um táxi até a casa de Mariana, para depois, juntas, procurarmos os desaparecidos. Eu estava pronta para telefonar para a companhia de táxi quando um motoqueiro parou ao meu lado e desceu da moto rapidamente, logo em seguida tirou o capacete. - Felipe! - gritei enquanto me atirava em seu pescoço o puxando para um abraço apertado. - Analu! - ele gritou imitando minha voz. - Tudo bem? - perguntei. - Comigo tudo ótimo... o que não ta bem é o que aconteceu
Entramos no galpão infernal de mãos dadas, Felipe dissera que seria melhor assim, seria um ( ela está comigo, não se preocupem)... Claro que obedeci não é? afinal, eu estava entrando no lugar dos demônios, e embora eu fosse metade demônio, o único com quem me sentia bem era Daniel, e olhe lá... - estamos seguros? - perguntei pela milésima vez enquanto era encarada por vários garotos de uns quinze ou &
Daniel entrou no mercado exatamente dezessete minutos depois, sei disso pois foram os dezessete minutos mais longos de minha vida. Assim que ele me viu seus olhos brilharam... e eu tive certeza do quanto ele me amava, sempre desposto a sair de onde quer que seja para me salvar, e sempre feliz pelo simples fato de eu estar bem... eu queria poder um dia, ser a metade do que ele é para mim, eu quero poder agradecê-lo verdadeiramente, e não só com palavras.Ele me abraçou, mas foi um abraço rápido, então me pegou pelo pulso e puxou até seu carro... Não era bem o que eu imaginava que ele fosse fazer, mas levando em conta as circunstancias, era até um ato compreensível...- o que acha que estava fazendo? - Daniel disse gravemente assim que pegamos a rodovia.- Eu precisava fazer alguma coisa... eu vim tentar procurar alguma pista, alguma c