Fomos para minha casa, eu no carro de mamãe e Daniel no dele... não que ele tivesse sido convidado e tal, ele apenas foi junto. Por sorte mamãe não estava, era provável que tivesse saído com Edward (o médico).
Subimos para o meu quarto, aquele lugar aconchegante e familiar. Me sentei na cama e encarei Daniel por alguns segundos.
- Sabe que não vou esquecer daquilo não é?
- é, isso passou pela minha cabeça. - ele disse e então fechou a porta atrás de si.
- pois então comece a se explicar!
Cruzou os braços e suspirou lentamente, andou até a cama e se jogou, deixando agora os braços por baixo da cabeça.
- Não há muito o que lhe falar mais, a não ser que... eu não podia te contar por que eu ainda tenho esperanças de que me tornarei um anjo, e se eu me tornar um anjo não irei ficar ruim e frio a cada lua de sangue... eu não podia te contar por que eu não suportaria perder você, aquela noite na praia, quando te encontramos, a sensação de não te ter foi horrível, e eu não sei se suportaria perdê-la novamente.
- Acha que eu terminaria com você por causa disso? - falei incrédula - Daniel, eu te amo, e amo da melhor maneira possível... amar é não se importar com os defeitos do outro, muito pelo contrario, é ama-los também!
Ele sorriu.
- Analu... - Daniel se levantou rapidamente e me puxou para um abraço.
E então nos beijamos, intensamente e deliciosamente, o cheiro dele tomava conta de mim de tal forma, que por um momento pensei que estivesse sonhando. Ele entrelaçou sua mão entre meus longos cabelos enrolados e delicadamente mordiscou meu lábio inferior.
- você fez da minha vida um livro que eu leria varias vezes... - Daniel disse sorrindo, e seu sorriso era tão sexy e sedutor que não resisti.
Avancei até ele novamente, eu queria que aquele beijo durasse para sempre, eu estava total e completamente perdida. Perdidamente apaixonada por ele.
Por um momento me esqueci de tudo o que estava acontecendo, a garotinha, o papel, a pessoa indo em bora, era tudo menos real do que antes... De alguma forma, nos braços de Daniel, eu me sentia segura, e mais viva do que nunca!
- Acho melhor você ir em bora... - falei - se não vou acabar cometendo uma loucura!
Ele deu um sorriso malicioso.
- sabe... - ele disse calmamente - eu adoro loucuras!
E novamente nos beijamos, ainda mais intensamente e mais deliciosamente. Eu sentia sua pele tocando a minha, quente e macia, e aquele calor me mostrava que tudo aquilo era real, que tudo aquilo não era apenas um sonho bom.
- Daniel, eu estou seriamente, incrivelmente, profundamente, inegavelmente e loucamente apaixonada por você! e isso é algo que eu não posso controlar.
Mamãe e Edward chegaram meia hora depois, Daniel e eu descemos o mais rápido possível.
- Eu não os quero no quarto sozinhos... - ela disse friamente - entenderam?
fizemos que sim.
- entendeu Nathaniel?
- sim senhora... - Daniel respondeu.
Não me contive e acabei sorrindo, aquilo tudo era muito estranho... estranhamente incrível.
No dia seguinte eu também não iria trabalhar, Frank não abria o restaurante às segundas, e eu adorava isso. Passei boa parte do dia fazendo trabalhos de escola, eram umas cinco horas da tarde quando Lucy chegou.
- O que aconteceu? parece tensa... - eu disse enquanto entregava a ela um copo de suco.
- ontem de noite Lucinda e mamãe tiveram uma discussão, mamãe ficou arrasada, Lucinda ficou brava, ai ela saiu e desapareceu... mamãe está preocupada... e eu também!
- Deixe-me ver se entendi... Lucinda desapareceu? - perguntei.
- aham,
- já falaram com a Policia?
- sim, já ligamos para as amigas dela e nada... - a essa altura ela estava chorando.
- vai ficar tudo bem, vão encontrá-la... Lucinda sempre foi muito obediente, aposto que está na casa de alguma amiga, mas vai voltar logo!
- Você promete? - ela disse me encarando - Pode me garantir isso?
Eu não podia, esse era o pior... ao invés de dizer alguma coisa, apenas abracei-a e ela se desmanchou em lagrimas nos meus braços. Seu pequeno corpo se movimentava para frente e para traz como um terremoto. E eu fiz a unica coisa que não queria fazer, acariciei seus cabelos e repeti varias e varias vezes " vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem"
Uma semana se passou depois disso, Lucy sequer ia a escola... eu estava começando a crer que algo de muito ruim havia acontecido a Lucinda. Eu havia comentado com Daniel, e ele ficou de me avisar qualquer coisa que descobrisse a respeito, mas que ainda era silencio total... ela havia desaparecido sem deixar pistas. - Ela simplesmente desapareceu? - Jessy disse enquanto enrolava sushis ao meu lado. - Lucy disse que ela brigou com a Mãe e saiu, desde então não voltou para casa... - acha que ela pode ter sido... sequestrada? - ela tremeu - ou até mesmo, assassi... ah! que horror, se Deus quiser ela voltará logo logo, sã e salva! - espero que sim, Lucy está arrasada... - imagino... a família toda deve estar! Suspirei e continuei a fazer o trabalho em silencio. - sabe, - ela disse depois de um tempo - devíamos fazer alguma coisa
Andamos por toda a praça a procura de Dominic, mas aparentemente ele havia ido em bora. Mariana ligou varias e varias vezes, mas o celular dele estava desligado.
Alguns dias se passaram depois disso, Dominic e Lucinda continuavam desaparecidos e quanto mais o tempo passava, mais eu me preocupava... Nossas vidas seguiram normalmente, eu trabalhava, estudava, tentava ajudar Lucy, depois Mariana etc... e assim foi todos os dias. Eu estava em casa com mamãe e Edward (o médico), quando passei mal. Mamãe pediu que eu tomasse um banho e que fosse deitar, se não melhorasse eu seria levada até o hospital. Edward concordou, embora nimguem o houvesse chamado na conversa. Cambaleei até o banheiro e tomei um banho, a água quente caindo em minhas costas foi extremamente reconfortante. Depois disso fui para a cama, me joguei em baixo das cobertas e fechei os olhos. Minutos depois eu já estava dormindo. Fui acordada com alguém acariciando meus cabelos. A principio achei que fosse mamãe, mas quando me deparei com aqueles pequenos olhos azul piscina me encarando, levantei num pulo e c
Depois que convencemos Nicole a falar com John, e ele fazer um turbilhão de perguntas a ela, por mais incrível que pareça, ela dormiu no sofá marrom e extremamente confortável da casa dele. &n
Mas pra onde eu iria? como começar a busca por três pessoas desaparecidas? eu não sabia onde procurar... eu não tinha como procurar... Mesmo assim, mesmo frustrada e sem rumo nenhum, peguei minha bolsa já preenchida com coisas que poderiam me livrar de uma situação de risco (PS: eu não tinha uma arma, mesmo que naquele momento ter uma arma seria ótimo) e sai, o plano era pegar um táxi até a casa de Mariana, para depois, juntas, procurarmos os desaparecidos. Eu estava pronta para telefonar para a companhia de táxi quando um motoqueiro parou ao meu lado e desceu da moto rapidamente, logo em seguida tirou o capacete. - Felipe! - gritei enquanto me atirava em seu pescoço o puxando para um abraço apertado. - Analu! - ele gritou imitando minha voz. - Tudo bem? - perguntei. - Comigo tudo ótimo... o que não ta bem é o que aconteceu
Entramos no galpão infernal de mãos dadas, Felipe dissera que seria melhor assim, seria um ( ela está comigo, não se preocupem)... Claro que obedeci não é? afinal, eu estava entrando no lugar dos demônios, e embora eu fosse metade demônio, o único com quem me sentia bem era Daniel, e olhe lá... - estamos seguros? - perguntei pela milésima vez enquanto era encarada por vários garotos de uns quinze ou &
Daniel entrou no mercado exatamente dezessete minutos depois, sei disso pois foram os dezessete minutos mais longos de minha vida. Assim que ele me viu seus olhos brilharam... e eu tive certeza do quanto ele me amava, sempre desposto a sair de onde quer que seja para me salvar, e sempre feliz pelo simples fato de eu estar bem... eu queria poder um dia, ser a metade do que ele é para mim, eu quero poder agradecê-lo verdadeiramente, e não só com palavras.Ele me abraçou, mas foi um abraço rápido, então me pegou pelo pulso e puxou até seu carro... Não era bem o que eu imaginava que ele fosse fazer, mas levando em conta as circunstancias, era até um ato compreensível...- o que acha que estava fazendo? - Daniel disse gravemente assim que pegamos a rodovia.- Eu precisava fazer alguma coisa... eu vim tentar procurar alguma pista, alguma c
Acabei por não ver Lucinda, para mim já era suficiente saber que ela estava bem... Minha cabeça latejava, eram tantas as emoções que eu sequer sabia dizer o motivo. Daniel achava que pedir desculpas depois daquelas coisas horríveis seria suficiente, mas eu não esqueço essas coisas, não de uma hora para a outra. Eu estava no quarto pensando sobre tudo o que estava acontecendo quando ouvi um barulho na janela, me virei rapidamente e lá estava Felipe, me olhando arrependido. - Eu sinto muito Analu, eu não achei que... - está tudo bem, - falei - mas você deve ir em bora. - Ir em bora? mas acabei de chegar... não podemos conversar um pouco? - ele me fitou sério - por favor... - Felipe, eu não estou com cabeça para conversar agora, está acontecendo muitas coisas e... enfim, você tem que ir agora! - Eu não vou sair daqu