CAPITULO 5

Fomos para minha casa, eu no carro de mamãe e Daniel no dele... não que ele tivesse sido convidado e tal, ele apenas foi junto. Por sorte mamãe não estava, era provável que tivesse saído com Edward (o médico).

Subimos para o meu quarto, aquele lugar aconchegante e familiar. Me sentei na cama e encarei Daniel por alguns segundos.

- Sabe que não vou esquecer daquilo não é?

- é, isso passou pela minha cabeça. - ele disse e então fechou a porta atrás de si.

- pois então comece a se explicar!

Cruzou os braços e suspirou lentamente, andou até a cama e se jogou, deixando agora os braços por baixo da cabeça.

- Não há muito o que lhe falar mais, a não ser que... eu não podia te contar por que eu ainda tenho esperanças de que me tornarei um anjo, e se eu me tornar um anjo não irei ficar ruim e frio a cada lua de sangue... eu não podia te contar por que eu não suportaria perder você, aquela noite na praia, quando te encontramos, a sensação de não te ter foi horrível, e eu não sei se suportaria perdê-la novamente.

- Acha que eu terminaria com você por causa disso? - falei incrédula - Daniel, eu te amo, e amo da melhor maneira possível... amar é não se importar com os defeitos do outro, muito pelo contrario, é ama-los também! 

Ele sorriu.

- Analu... - Daniel se levantou rapidamente e me puxou para um abraço.

E então nos beijamos, intensamente e deliciosamente, o cheiro dele tomava conta de mim de tal forma, que por um momento pensei que estivesse sonhando. Ele entrelaçou sua mão entre meus longos cabelos enrolados e delicadamente mordiscou meu lábio inferior.

- você fez da minha vida um livro que eu leria varias vezes... - Daniel disse sorrindo, e seu sorriso era tão sexy e sedutor que não resisti.

 Avancei até ele novamente, eu queria que aquele beijo durasse para sempre, eu estava total e completamente perdida. Perdidamente apaixonada por ele.

 Por um momento me esqueci de tudo o que estava acontecendo,  a garotinha, o papel, a pessoa indo em bora, era tudo menos real do que antes... De alguma forma, nos braços de Daniel, eu me sentia segura, e mais viva do que nunca!

- Acho melhor você ir em bora... - falei - se não vou acabar cometendo uma loucura!

Ele deu um sorriso malicioso.

- sabe... - ele disse calmamente - eu adoro loucuras!

E novamente nos beijamos, ainda mais intensamente e mais deliciosamente. Eu sentia sua pele tocando a minha, quente e macia, e aquele calor me mostrava que tudo aquilo era real, que tudo aquilo não era apenas um sonho bom.

- Daniel, eu estou seriamente, incrivelmente, profundamente, inegavelmente e loucamente apaixonada por você! e isso é algo que eu não posso controlar.

                                                             

  Mamãe e Edward chegaram meia hora depois, Daniel e eu descemos o mais rápido possível.

- Eu não os quero no quarto sozinhos... - ela disse friamente - entenderam?

fizemos que sim.

- entendeu Nathaniel? 

- sim senhora... - Daniel respondeu.

 Não me contive e acabei sorrindo, aquilo tudo era muito estranho... estranhamente incrível.

 No dia seguinte eu também não iria trabalhar, Frank não abria o restaurante às segundas, e eu adorava isso. Passei boa parte do dia fazendo trabalhos de escola, eram umas cinco horas da tarde quando Lucy chegou.

- O que aconteceu? parece tensa... - eu disse enquanto entregava a ela um copo de suco.

- ontem de noite Lucinda e mamãe tiveram uma discussão, mamãe ficou arrasada, Lucinda ficou brava, ai ela saiu e desapareceu... mamãe está preocupada... e eu também!

- Deixe-me ver se entendi... Lucinda desapareceu? - perguntei.

- aham, 

- já falaram com a Policia?

- sim, já ligamos para as amigas dela e nada... - a essa altura ela estava chorando.

- vai ficar tudo bem, vão encontrá-la... Lucinda sempre foi muito obediente, aposto que está na casa de alguma amiga, mas vai voltar logo!

- Você promete? - ela disse me encarando - Pode me garantir isso?

Eu não podia, esse era o pior... ao invés de dizer alguma coisa, apenas abracei-a e ela se desmanchou em lagrimas nos meus braços. Seu pequeno corpo se movimentava para frente e para traz como um terremoto. E eu fiz a unica coisa que não queria fazer, acariciei seus cabelos e repeti varias e varias vezes " vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem"

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