Daniel entrou no mercado exatamente dezessete minutos depois, sei disso pois foram os dezessete minutos mais longos de minha vida. Assim que ele me viu seus olhos brilharam... e eu tive certeza do quanto ele me amava, sempre desposto a sair de onde quer que seja para me salvar, e sempre feliz pelo simples fato de eu estar bem... eu queria poder um dia, ser a metade do que ele é para mim, eu quero poder agradecê-lo verdadeiramente, e não só com palavras.
Ele me abraçou, mas foi um abraço rápido, então me pegou pelo pulso e puxou até seu carro... Não era bem o que eu imaginava que ele fosse fazer, mas levando em conta as circunstancias, era até um ato compreensível...
- o que acha que estava fazendo? - Daniel disse gravemente assim que pegamos a rodovia.
- Eu precisava fazer alguma coisa... eu vim tentar procurar alguma pista, alguma c
Acabei por não ver Lucinda, para mim já era suficiente saber que ela estava bem... Minha cabeça latejava, eram tantas as emoções que eu sequer sabia dizer o motivo. Daniel achava que pedir desculpas depois daquelas coisas horríveis seria suficiente, mas eu não esqueço essas coisas, não de uma hora para a outra. Eu estava no quarto pensando sobre tudo o que estava acontecendo quando ouvi um barulho na janela, me virei rapidamente e lá estava Felipe, me olhando arrependido. - Eu sinto muito Analu, eu não achei que... - está tudo bem, - falei - mas você deve ir em bora. - Ir em bora? mas acabei de chegar... não podemos conversar um pouco? - ele me fitou sério - por favor... - Felipe, eu não estou com cabeça para conversar agora, está acontecendo muitas coisas e... enfim, você tem que ir agora! - Eu não vou sair daqu
De duas coisas eu tinha certeza, primeira: Eu amava Daniel mais do que minha própria vida, segunda: eu estava total e completamente confusa sobre o que fazer. Naquela noite, quando Daniel foi embora, a primeira coisa em que pensei foi em como estava arrependida, e cheguei a conclusão de que não estava nervosa pelas coisas que ele havia me dito, no fundo eu sabia que tinham sido da boca pra fora, a verdade era que eu estava nervosa por eu pensar aquelas coisas, eu era mesmo a garotinha boba que ficava em perigo e esperava por ele, e sabia que sem ele eu não duraria algumas horas. E mesmo assim, mesmo diante de tantas burrices ele ainda estava ali, sempre a disposição, e sou muito grata por isso, mas não posso deixar que se torne rotina, não mais, eu precisava viver por mim, eu precisava ser independente ao menos uma vez na vida, e manda-lo em bora era a melhor maneira de fazer isso. No dia seguinte, a primeir
- Sabe Daniel... - falei depois do que pareceu uma eternidade - eu não podia ter feito isso. Ainda estávamos no carro, e depois do beijo, um silêncio constrangedor tomou conta do lugar. - O quê? - ele perguntou meio distraído, mas a voz era doce e calma. - Beijar você, e dizer que te amo... não foi certo. - por quê? não é a verdade? - é... e é esse o problema, nós não podemos continuar... eu não quero continuar. - não quer? - ele me olhava confuso - Analu, explique isso direito! - pra mim já deu, eu... tenho motivos que são meus, então apenas fique longe ok? Eu finalmente tinha tomado a decisão certa, quando coloquei a mão na fechadura da porta, Daniel a travou e ligou o carro. - Você não vai sair. - ele disse sorrindo, mas não era um sorriso de quem estava brincando,
No dia seguinte quando acordei, tudo estava bem de novo. Tomei um banho e me arrumei, ficar em casa só piorava as coisas. Liguei para Lucy e a convidei para ir até o Shopping, lugar que ela adorava. Peguei o Punto e busquei Lucy em sua casa, dessa vez Lucinda foi conosco, coisa que era estranha, mas sequer questionei. - Fico feliz que esteja finalmente seguindo meu conselho amiga! - Lucy disse animada. - é... - Lucinda completou - acho que depois que ela terminou com o namoradinho ficou com medo de andar por ai sozinha... - por quê ela ficaria com medo? - Lucy perguntou antes que eu pudesse formular uma resposta. - Ué... apenas medo, sabe como é. - Lucinda continuou. - Acho que ela não sabe o que diz... - falei. - Tem certeza Analu? - Lucinda perguntou, e tive a impressão de que ela sabia de tudo. <
Estar com o grupo todo novamente foi pior do que eu imaginei que seria, sem Daniel e Dominic jamais seria a mesma coisa... E mais uma vez, fui tomada pela saudade. Então pude entender um pouco do que Mariana sentira ao perder Dominic, claro que no caso dela era um pouco pior. Ao menos eu sabia que Daniel estava bem, quer dizer, ele estava não é? Fechei a cara quando Mike passou pela porta com aquele sorriso de mafioso, ele trazia consigo uma garota e três homens, todos incrivelmente bonitos. Era uma das principais características de um demônio. - Sou Luna, - disse a garota depois do que pareceu uma eternidade de anjos e demônios se encarando- estes são Homero, Peter e Elliot... e o Mike não precisa de apresentação. - eu não preciso mais eu gostaria,- ele brincou - que seja, estamos aqui... qual é o plano? - Este é o problema! - Jonas disse abrindo a boca pela primeira vez de
- Pra começo de conversa, eu não fisguei ele... estávamos apenas conversando. - respondi sorridente. - a é? e por quê ele veio conversar com você? -Ele não veio conversar comigo... eu acidentalmente derramei coca cola nele, e então, como qualquer pessoa educada ele foi gentil. - pareceu mais do que gentil para mim... qual o nome dele? - Leinad, - quando falei o nome dele algo dentro de mim mudou, eu só não sabia dizer o quê. - Leinad? - ela gargalhou - vou procurar saber mais sobre ele. - Não faça isso Maria... é desnecessário! - completei enquanto a garçonete colocava nosso pedido sobre a mesa. - Ah Analu... se ele não fosse tão bonito eu faria você descartar ele só por ter esse nome... que tipo de mãe é a dele? - é só um nome. - murmurei - e não é tão estranho assim,
Acordei tarde naquele dia, mamãe já estava fora, trabalhando... Desci para a cozinha, estava faminta. Acabei sentada nas banquetas comendo cereal. - Isso é bom? - Mike perguntou se sentando ao meu lado. - O que você está fazendo aqui?! - Gritei. Corri para o lado oposto do balcão, Mike me olhava satisfeito. - Desculpe, - ele sorriu - não quis te assustar. - eu não quero saber Mike, saia daqui... agora! - Por favor Analu, só quero conversar... - Seus olhos eram sinceros. - conversar? - falei pausadamente - e você não podia bater na porta? - Claro que não! - ele disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo. - não? - não... por que se eu tivesse batido na porta você se vestiria antes de abrir. - O quê? - perguntei confusa.
Acabamos por assistir à um filme sobre entidades que se apoderavam de outros corpos, e no final, eu sequer me lembrava do nome... - Está com medo? - Leinad perguntou assim que entramos no carro. Fiz que sim, ciente de que passaria a noite sozinha no meu enorme quarto. - acha mesmo que essas coisas podem acontecer? - questionou sorrindo. - o que? - o corpo ser de alguém, mas o que está dentro... de repente, não ser. Nós dois trememos. Ele ligou o carro. - não sei Leinad... - disse, há tempos que poucas coisas me surpreendem. Se eu acreditava nessas coisas? é claro que sim. - bom... - Leinad disse encerrando o assunto - vamos comer alguma coisa agora? Chequei rapidamente o visor do meu celular, eu ainda tinha uma hora e alguns minutos. &n