Depois de passar a noite com Alonso, acordar no dia seguinte ao seu lado na cama e tomar café com ele e a filha, Diana estava decidida a aceitar o casamento. Mas quando chegou em sua casa, a resolução sofreu um grande baque.
Larissa, ex-mulher de Alonso, a esperava. As duas tiveram uma longa conversa, na qual a mulher contou sua versão distorcida dos fatos, retratando Alonso como vilão, e Elisa como uma criança sem uma mãe.
Diana decidiu recuar, dar espaço para a mulher criar sua filha e prometeu ajudá-la, já que daria tudo na vida pela chance de ter sido criada pela mãe. Quando encaminhava Larissa para saída, Tereza estava chegando, Diana precisava dar sua resposta. Ou aceitava o casamento ou voltava para organização, assumindo seu posto de superiora.
— Ora, ora, ora — Tereza disse ao avistar as mulheres. — Lariss
Mandy se jogou no sofá de sua sala, as lágrimas teimosas escorrendo por seu rosto. Em seu íntimo, um caldeirão de emoções borbulhava: magoa, raiva, frustação, medo, amor e tristeza. Olhou ao seu redor, para o lugar preenchido de boas recordações. Como em um filme, podia ver ecos de um casal se divertindo, rindo e se amando em uma época feliz.Em uma mesinha ao lado do sofá, encontrou algumas canetas coloridas e papéis de cartas que sua sobrinha deixara na última visita. Tomada por um impulso, resolveu desabafar. Com o cheiro de morango enfestando suas narinas, começou uma carta:“Meu querido Thiago,Acabei de chegar da base. Advinha? Você não estava lá mais uma vez. Thi, estou cansada, estou tão cansada desta situação... De ter que dar desculpas por você não estar
Estou bêbada, pensei ao me escorar na parede ao lado do banheiro e esperar Luci vomitar. Ou não estou? Minha mente está confusa. Passei meus dedos pelas mechas grudentas do meu cabelo ruivo. Estava um calor dos infernos, e considerei por uns instantes me jogar na piscina.Olhei para lado e vi Júlio vindo em minha direção. Acho que meu cérebro mergulhado em álcool me fazia ver coisas.Nossa, como ele está gatinho, pensei enquanto admirava seu corpo de cima a baixo em interesse.Ana para com isso, ele é o melhor amigo do seu irmão.Eu e meu irmão temos uma diferença de idade de seis anos. Sou a mais velha, temos vinte e sete e vinte e um anos, respectivamente. Se nos damos bem? Sim. Como quaisquer irmãos, brigamos por qualquer coisa, mas sempre nos apoiamos e brigamos com qualquer pessoal que mexer com o outro.
A noite foi extremamente tensa, tive um paciente com um problema cardíaco que me levou a fazer uma cirurgia de emergência. Doze horas depois, finalmente conseguimos salvá-lo. Resultado: eu estava acabado. Eu não sabia o que queria mais, se era comer ou dormir.Eu me olhei no espelho do banheiro do vestiário dos médicos do hospital Memorial Esperança. Desde minhas duas residências, não saí mais de lá. Minha aparência era péssima. Meus cabelos pretos estavam molhados do banho tomado uns minutos antes e, se eu virasse a cabeça, poderia notar alguns fios brancos. Eu estava ficando velho. Meus trinta e cinco anos estavam pesando nos ombros. Vi pequenas ruguinhas ao redor dos meus olhos pretos e da minha boca.Eu realmente deveria estar muito cansando para notar isso tudo, pensei ao dar as costas para o espelho e ir me vestir. Peguei uma blusa polo preta e a coloque
Sabe aquela história da nerd e o popular que a Disney nos faz engolir? Bem, é só filme, a realidade é bem diferente. Eu era a nerd do colégio, a garota quietinha, que vivia com um livro grudado na cara, com camisetas de bandas e de animes e que não casou com o cara popular. Essa nerd se tornou uma neurologista muito boa e vivia sozinha em um apartamento com um gato que se achava o rei.Por que eu estou contando tudo isso? Por causa de uma noite qualquer que fui chamada no quarto de sobreaviso para atender um paciente. Era três horas da manhã de um dia chuvoso e frio, estava dormindo enrolada nos meus cobertores quentinhos, quando Ana, a enfermeira do pronto-socorro, veio me chamar.— Doutora Melinda! — olhei entre as dobras do cobertor para a cabecinha loira que me chamava. — Temos um paciente grave chegando em dois minutos, acidente de carro.Resmunguei um OK, levantei da cam
A cabeça estava zunindo depois de ontem. Vanessa se recriminou por dentro. Ela e as amigas saíram em plena quarta-feira para comemorar sua promoção. Saiu de secretária para secretária executiva de, nada mais, nada menos, que um dos donos da companhia de seguros para qual trabalhava.Estou tão contente que meu patrão esteja de férias, pensou, desanimada, ao chegar no escritório e desabar em sua cadeira. A ressaca a estava matando. Abriu sua bolsa vermelha, que fazia conjunto com seu terninho de corte reto preto, e vasculhou tudo atrás de um comprimido de analgésico.Com o comprimido na mão, lançou na boca e tomou um gole de seu café da Starbucks. Sorriu ao apreciar a bebida quente. Com o novo emprego, ela poderia se dar ao luxo de vez em quando de tomar a iguaria.Seu celular em cima da mesa vibrou com alerta de mensagem. Pegando, desblo
Olá, meu nome é Melissa, tenho vinte e seis anos e resolvi morar sozinha. Aí você pensa: já estava na hora, minha filha. Bem, bem, bem, tem toda a razão, mas a situação é outra. Consegui um emprego fabuloso na capital de São Paulo, zona sul. Virei burguesa, #sóquenão.Eu trabalho com design gráfico. — Sou a mais nova contrata da Editora Globo!Dancinha da vitória, vamos lá, galera, mãos para cima, uuuh!!!Por isso, sair da casinha dos meus pais e me aventurar na grande selva de pedra foi quando minha história realmente começou.***— Este é o último, senhorita — olhei para o entregador gordinho.Senti pena dele, alcancei minha carteira e depois senti pena de mim ao olhar para ela e contatar os meus baixos rendimentos.Final do mê
Abrindo a bolsa, Lárisa caçou entre as quinquilharias desnecessárias seu maço de cigarros. Achou lá no fundo, ao lado de uma embalagem de preservativo, e pegou os dois na mão. A embalagem de cigarros estava vazia, o que era uma completa droga no ponto de vista dela, e a segunda, olhando bem, estava vencida.Aquilo só poderia ser um sinal divino, pensou Lárisa com amargura. Naquela noite, tinha marcado de sair com o Hugo, da contabilidade. O carinha vinha insistindo em sair com ela havia meses. Quando finalmente cedeu à insistência, foi a pior decisão que teve em muito tempo. E olha que era a rainha das más decisões.Saiu da estação Brigadeiro, tremendo de frio, pois o que estava vestindo — um vestido preto na altura das coxas, meia arrastão e um salto altíssimo azul-escuro para combinar com a bolsa e os detalhes do casaco — não era um
Droga! Droga! Droga!, pensou Marcia ao sair na plataforma de metrô na Paulista. Em uma mão, levava uma grande e muito pesada mala sem rodinhas. Na outra mão apertava firmemente a pequena mãozinha de sua filha menor, enquanto a alça de sua bolsa escorregava pelo ombro.— Não vamos chegar — Ana Clara, a filha mais velha, mordeu os lábios, segurando firmemente as lágrimas teimosas que queriam cair por seu rostinho pálido. — E a culpa é sua — cruzou os braços e encarou a irmã.— Ana — suspirou Marcia. — Nada de drama, vamos conseguir se formos correndo — a loira olhou para aquele monte de pessoas subindo as escadas, parecia um formigueiro. Eram oito horas da manhã, um dos horários mais movimentados da linha amarela do metrô.Enfrentando a multidão e puxando a mala e as meninas, s