— Eu achei que seu quarto seria diferente — ele me disse quando entramos no quarto de hóspedes que eu estava usando.
— Carlos ficou com o meu quarto quando veio para cá — dei de ombros enquanto o observava sentar na minha cama desfeita.
— Por quê?
Suspirei.
— Não conseguir dizer não para minha mãe. Meu quarto é suíte, fica mais fácil para ele à noite.
Toni balançou a cabeça em desaprovação. Com um dedo, ele me chamou. Caminhei até onde estava e entrei no meio das suas pernas. Não fez nada por vários minutos, só ficou ali me olhando, com aqueles olhos de gato.
***
Linda. Simplesmente linda. Comecei a subir minhas mãos por suas panturrilhas, centímetro por centímetro, nunca deixando seu olhar. Quando cheguei na barra da camisola,
Observei o ambiente ao meu redor, todas as mesas do barzinho ao lado da faculdade estavam cheias de gente se divertindo em uma sexta-feira à noite. A diversidade de pessoas ali dentro era incrível, e eu adorava todo o movimento, o comportamento, as atitudes. Lamentei não estar com meu caderno de desenho, mas Paula não me deixou levar nada, quase não consegui trazer o celular, e ele ainda ficou na bolsa dela.Sinceramente, eu não gostava e não sabia interagir com as pessoas, fui criada em um ambiente que a interação era malvista. Poderia escutar minha mãe dizendo, “observe e aprenda, Munique”, “Fique quieta, Munique”, “Fale só o necessário”, além de muitas outras coisas. Porém, naquela noite não tive muita escolha. Paula me deu um ultimato, ou eu saía ou ela iria vender meu livro de antropologia forense, que deixava na cabeceira da
— Papai, por que tenho que ficar aqui? — Diana, aos cinco anos de idade, perguntou ao seu pai quando chegou em frente à grande escola de pedra. Era um complexo de vários edifícios de pedra, muitas árvores e vegetação para todos os lados. A pequena Diana viu quadras esportivas, um lago e várias mulheres andando por todos os lados vestidas com a mesma roupa. Seu pai disse que ela teria que ficar ali a partir daquele dia, o que deixou a menina triste. Ganhara uma mãe nova e duas irmãs, mas teria que ficar longe delas. — Já conversamos sobre isso, querida. Deixar sua filha naquele lugar austero estava apertando o coração de Santiago. Ele tinha relutado com Açucena em levar Diana para aquele colégio, mas entendia que cuidar de três meninas pequenas seria muito. Entendia que sua filha teria a melhor educação que o dinheiro poderia pagar, porém não entendia o porquê de levá-la a uma escola no meio do pacífico, em uma minúscula ilha. A diretora que atendeu Sa
Parte IIIO vestido de um tom azul claro assim como o céu em um dia de verão caiu como uma luva em Diana. Ela se olhou no espelho e admirava o caimento do tecido diáfano. O decote princesa deixava ver a curva dos seus seios no corpete justo. Na bainha, pequenas flores de um outro tipo de tecido se destacavam e deixavam tudo ainda mais bonito e delicado.— Achei essa máscara veneziana... — Maria parou de falar quando a avistou. — Nossa, como você está linda — a cor do vestido se destacava sobre o tom de pele dourada dela. — Parece uma princesa — Diana prendeu seu cabelo de lado e fez uma trança.— Obrigado, Maria — caminhando até a mulher mais velha, Diana pegou a máscara de suas mãos. — Antes de sair, eu quero passar e ver o meu pai, fiz um xarope para ele com algumas ervas que darão forças para ele.&mda
Os dias seguintes foram recheados de brigas entre Angélica, Açucena e Diana e um grande progresso na saúde de Santiago. Ninguém acreditava na rápida recuperação dele, Maria se vangloriava, afirmando que a culpa daquela melhora era de Diana. Já Açucena, tentava de todas as maneiras parar de dar o tal xarope para Santiago.Um dia, depois de um mês que Diana tinha chegado na casa do pai, seu telefone tocou, era Helena com notícias curiosas. Alguém estava à sua procura. Um investigador particular procurava informações sobre ela. Uma das Amazonas que monitorava este tipo de coisa deu o alerta.— Você sabe quem está me procurando? — perguntou Diana, intrigada. Tinha ido para seu quarto para atender a ligação. Da janela, observou seu pai caminhando ao lado de Maria no jardim.— O investigador foi contratado por algué
Quando Diana entrou na casa de Alonso, estava tão distraída com os pensamentos, que não viu uma bola de pelos gigante se lançando contra ela. Não teve tempo de desviar, caiu no chão, sendo atacada por lambidas animadas.— Sansão! — gritou Alonso, tentando tirar o cachorro de cima da moça. — Comporte-se, rapaz — o cachorro sentou no chão e latiu animado para a visita, e Alonso deu a mão para Diana levantar. — Sinto muito.Diana gargalhou e foi até o cachorro, dando uma coçadinha atrás da orelha do cão.— Prazer em te conhecer, Sansão — com o canto dos olhos, ela viu uma cabecinha morena escondida atrás de uma parede. — Ei, amiguinho, estou procurando uma menina que me disseram que estava doente. Você pode me ajudar a achá-la.O cachorro latiu, animado, e Elisa saiu de trás da par
Parte VIIIDepois de passar a noite com Alonso, acordar no dia seguinte ao seu lado na cama e tomar café com ele e a filha, Diana estava decidida a aceitar o casamento. Mas quando chegou em sua casa, a resolução sofreu um grande baque.Larissa, ex-mulher de Alonso, a esperava. As duas tiveram uma longa conversa, na qual a mulher contou sua versão distorcida dos fatos, retratando Alonso como vilão, e Elisa como uma criança sem uma mãe.Diana decidiu recuar, dar espaço para a mulher criar sua filha e prometeu ajudá-la, já que daria tudo na vida pela chance de ter sido criada pela mãe. Quando encaminhava Larissa para saída, Tereza estava chegando, Diana precisava dar sua resposta. Ou aceitava o casamento ou voltava para organização, assumindo seu posto de superiora.— Ora, ora, ora — Tereza disse ao avistar as mulheres. — Lariss
Mandy se jogou no sofá de sua sala, as lágrimas teimosas escorrendo por seu rosto. Em seu íntimo, um caldeirão de emoções borbulhava: magoa, raiva, frustação, medo, amor e tristeza. Olhou ao seu redor, para o lugar preenchido de boas recordações. Como em um filme, podia ver ecos de um casal se divertindo, rindo e se amando em uma época feliz.Em uma mesinha ao lado do sofá, encontrou algumas canetas coloridas e papéis de cartas que sua sobrinha deixara na última visita. Tomada por um impulso, resolveu desabafar. Com o cheiro de morango enfestando suas narinas, começou uma carta:“Meu querido Thiago,Acabei de chegar da base. Advinha? Você não estava lá mais uma vez. Thi, estou cansada, estou tão cansada desta situação... De ter que dar desculpas por você não estar
Estou bêbada, pensei ao me escorar na parede ao lado do banheiro e esperar Luci vomitar. Ou não estou? Minha mente está confusa. Passei meus dedos pelas mechas grudentas do meu cabelo ruivo. Estava um calor dos infernos, e considerei por uns instantes me jogar na piscina.Olhei para lado e vi Júlio vindo em minha direção. Acho que meu cérebro mergulhado em álcool me fazia ver coisas.Nossa, como ele está gatinho, pensei enquanto admirava seu corpo de cima a baixo em interesse.Ana para com isso, ele é o melhor amigo do seu irmão.Eu e meu irmão temos uma diferença de idade de seis anos. Sou a mais velha, temos vinte e sete e vinte e um anos, respectivamente. Se nos damos bem? Sim. Como quaisquer irmãos, brigamos por qualquer coisa, mas sempre nos apoiamos e brigamos com qualquer pessoal que mexer com o outro.