DANNA PAOLA MADERODoía me mover ou até mesmo respirar. Mal podia fingir um sorriso, a dor do lábio cortado impedia.Eu não aguentaria mais. Me doía viver.Não ficarei mais nenhuma noite com aquele homem, nem que para isso eu mesma precise acabar de vez com meu sofrimento.Eu não queria demonstrar nada ao John. E no exato momento me arrependi do de tê-lo arrastado para meu inferno particular, eu não posso deixar que a vida dele seja destruída como a minha foi.— Quem não pode fazer isso com você é ele! Desgraçado. Maldito! — ele berrou ainda tentando me afastar da frente da porta segurando meus ombros, me obrigando a exercer força para ficar no lugar, a simples ação me causou uma dor enorme nas costelas e pernas. Cansada de lutar, cedi:— Eu estou cansada John, só queria passar alguns minutos com você... — Murmurei fitando seu rosto vermelho.Ao ouvir minhas palavras, ele pareceu se acalmar um pouco.Suspirou e sentou-se na cadeira. Com o olhar me chamou para sentar no seu colo, em
DANNA PAOLA MADEROA mulher parada no meio do cômodo, com os braços cruzados e a expressão fechada, pareceu relaxar um pouco os ombros tensos. Ela me fitou por alguns instantes, seus olhos varreram meu corpo, desde de a bochecha roxa, aos braços um pouco expostos, acho que queria se convencer se valeria a pena.— Muito bem, vamos repassar o que vocês já tinham em mente, vou apenas acrescentar minha participação. — Tudo bem. — Concordei ignorando a vontade louca de gritar de alegria.Depois de planejar todos os pontos e modificar alguns, enfim, parecia mais real pra mim.— Se você for pega...— Não se preocupe, nunca vou falar sobre você, morrei negando. — Interrompi, não podia deixar que duvidasse da minha lealdade, meu pai me ensinou muito disso, no cartel, quem não era leal de certo morreria. — Se prepare.Balancei a cabeça freneticamente em concordância, mal podendo conter o sorriso largo, mesmo com o lábio cortado.— Guarde esse sorriso para quando sair. Por enquanto, aja como s
DANNA PAOLA MADERO Os pelos do meu corpo se arrepiaram com a voz grossa e decidida. Contraria aos meus sentimentos, sacudi a cabeça em negação, tentei puxar meu braço dentre a mão dele. — John! Não. Eu não posso fazer isso com você. Eu preciso ir. Mais rápido do que pude evitar ele passou na minha frente e trancou a porta à chave e jogou-a no bolso da calça. Seus movimentos brutos me assustaram um pouco, acabei recuando até encostar na parede. Meus olhos não saiam de cada movimento que ele fazia, ainda não tinha visto esse seu lado, parecia um bicho enjaulado. Sem que esperasse, ele se aproximou e segurou os dois lados do meu rosto, com metade das mãos enfiadas entre meus cabelos e os polegares nas bochechas. Ergui a cabeça e seus olhos me estudavam confusos. Eu o amo tanto que chega a doer. — Eu vou com você. — Mas eu... — Nada de mas, — me interrompeu firme — me conta agora o que vocês planejaram e eu ligo agora para o Mike busca-la e levar para minha casa. Não fale
PAUL LINSE Aquela desgraçada tinha escapado por entre meus dedos como areia! E nada me tirava da cabeça que foi com um homem. No fim todas as mulheres são malditas manipuladoras. Danna Paola Madero virou minha obsessão desde de o dia em que a vi de longe com os braços dados ao meu inimigo na exportação de entorpecentes para os EUA. Antes dele eu quem era o Rei por aqui e ele quis mexer comigo e tirar milhões de dólares da minha conta bancaria. Só que eu tive uma ideia melhor: Tomei do Juan Madero algo que com certeza valia muito mais. Um mês depois, voltei para minha casa em Londres trazendo comigo a princesa mexicana de pele parda. Não foi a primeira vez que fiz algo assim, eu adorava ter mulheres a minha mercê para fazer todo e qualquer tipo de atrocidade que quisesse, algumas delas foram a Ashley, Chloé, Victoria, Aurora, Mina, Sam e etc. Perdi a conta de quantas estiveram no lugar da minha então adorável Danna. Todas tiveram o mesmo fim, depois de alguns meses me cansava
JOHN BACKER Vê-la daquele jeito foi a gota d’agua. O covarde a espancou muito. Aquilo não era vida, nem para ela ou para qualquer mulher. Mas ele não perdia por esperar. O plano que ela me contou não tinha como dar errado. Agnes cuidaria do táxi para leva-la até o aeroporto para despistar quem quer que fosse atras dela. Dali em diante seria eu que tomaria a frente das coisas. Pedi ao meu único amigo que a buscasse na parte detrás do aeroporto e que a levasse para Esme. Estava louco para chegar em casa e vê-la me esperando. Estou fudido mesmo! Não é como se a gente tivesse alguma coisa séria. Eu apenas estava a ajudando e iria com ela sim, por que sabia dos riscos que minha família corria caso continuasse por aqui. Sou homem o suficiente para proteger a mim mesmo e as três mulheres, mas sei que Paola não pode ficar, então vamos juntos. Não temos nada a ganhar ficando em Londres, preciso ir com ela e descobrir se o que eu sinto é real e se ela sente o mesmo, se não sent
DANNA PAOLA MADERO A água escorria lenta e quente pelo meu corpo trêmulo. Eu não sei por que tremia, talvez por que eu sentisse que uma guerra poderia acontecer por minha causa e minha curta liberdade logo chegaria ao fim. Do banheiro, podia ouvir Esme e Mike ligando desesperadamente para John há quase meia hora e ele não atendia. Temíamos os três pela vida dele, eu mais ainda. Eles não sabem exatamente do que Paul é capaz. A essa altura já deve ter se dado conta de que eu fugi, e agora estar descontando nos outros. Segundo a irmã, ele deveria ter chegado em casa há mais de uma hora atrás e tinha algo de errado acontecendo. Sentia que os dois me encaravam com um olhar acusatório. Desliguei o chuveiro e me aproximei da pequena bancada com um espelho levemente trincado e embaçado pelo vapor da água quente. Aproveitei para fazer um rápido curativo na mão machucada com o kit de primeiros socorros que encontrei em cima de um armário. Estudei minha própria imagem meio borrad
DANNA PAOLA MADERO Meu corpo esquentou quando senti sua mão entrar entre os fios de cabelos, os segurando sem machucar. Fez minha cabeça levantar para que tivesse acesso fácil aos meus lábios. O ar quente que saia da sua boca entre aberta batia como uma brisa de verão contra minha pele em contraste ao ar frio a nossa volta. — Eu preciso disso... — Sussurrou rouco enquanto aproximava o rosto. As pernas ficaram moles e eu me agarrei com mais força em John buscando não sei se por apoio para não cair ou por maior contato corporal que meu ser almejava. Sentia os dedos apertarem minha cintura de forma quase dolorosa me puxando mais para si, como se quisesse fundir nossos corpos. Quando finalmente nossos lábios se tocaram em um beijo calmo e lento. Parecia uma cena de filme, eu e ele de pé no meio de um terraço em um quase nascer do sol. Nossas bocas se moviam juntos, na mesma sintonia gostosa. Acariciei timidamente sua língua, provando do seu gosto que vicia. As respirações mi
DANNA PAOLA MADERO Minha barriga roncava de fome. A cabeça e o coração doíam também, mas era de ouvir as vozes altas vindas do quarto. Se tornou um emaranhado de vozes, mesmo sendo apenas duas pessoas. Não conseguia entender com clareza nenhuma palavra. Talvez eu não quisesse saber o que diziam sobre mim e isso era um mecanismo de defesa do meu cérebro, sabia que era a culpada do desentendimento entre irmãos. — Tia, você é a nova namorada do meu titio? Fui tirada dos meus devaneios com a vozinha doce da pequena Elise. Sorri triste para ela. A menina me olhava curiosa com grandes olhos verdes enquanto balançava distraidamente uma boneca de cabelos longos em uma das mãos. — Não querida... — Cheguei mais perto e cochichei no ouvido dela como se fosse um grande segredo: — Mas gostaria de ser. Ela gargalhou com a mão pequenina na boca para conter parte do som. — É um segredo nosso tudo bem? — Sim! Sentei no chão junto com ela e comecei a brincar para não desabar no