DANNA PAOLA MADEROInexplicavelmente, tive uma crise de riso das boas, as gargalhadas histéricas e estranhas. Não era possível!Na verdade, era sim. Meu sorriso foi morrendo na boca, à medida que me dei conta de que era casada, e tinha uma vida sexual ativa, então poderia ser verdade, agora eu precisava confirmar.Os dois me olhavam como se eu fosse louca. Caindo em si, voltei a seriedade e tentei convencer Rose do pouco que sabia sobre gravidez, que aquilo não me parecia uma doença, eu ainda poderia ficar.— Rose, se for verdade, eu não vejo problema nenhum eu continuar a trabalhar. — Mas eu vejo. Você é fraca demais, com um filho na barriga então... — Bela desculpa. — Murmurei e passei por eles magoada. Já ia pisar o pé na calçada quando a senti segurar meu braço. Sem dizer nada mirei seu rosto mais vermelho que o normal, os olhos marejados. Foi a primeira vez que a vi assim. Enfiou a mão no bolso e depositou na minha um maço de dinheiro. — Não preciso...— Precisa. Não é c
ESME BACKER No mundo, só havia duas coisas que amava mais que eu mesma: Elise e John. Eu tinha tudo que uma garotinha poderia sonhar em ter: uma família que me amava e venerava. Meu pai era um pouco duro conosco, mas entendiamos sua caranca de sempre, era por causa das dores crônicas nos joelhos, isso não o deixava mais correr pelo jardim brincando comigo, John e nossos primos. Minha mãe era minha fada madrinha, uma mãe e dona de casa exemplar. Porém ela destruiu tudo quando decidiu que seria uma boa ideia tranzar com o irmão do próprio marido. E tem meu irmão mais velho, John. Eu o amo tanto que chega a doer. Não quero que nada e nem ninguém o tire de mim! Ele sempre me protegeu, esteve comigo em todos os momentos da minha vida. E quando Elise nasceu, o apego com John triplicou. O pai dela quando soube da gravidez quis assumir a menina, mas eu preferi afasta-lo mentindo que a criança havia morrido ainda no útero. Eu queria que o meu John fosse o pai dela, que a amasse e c
JOHN BACKER Minha vida estava mudada não dava para negar. Se alguém, quem quer que fosse ou sei lá, uma vidente, tivesse me dito que aconteceria essas coisas comigo, eu riria na cara dela. Pois bem, estou eu aqui casado e prestes a ser pai! Depois que saímos de solo inglês, notei que a sombra de tensão que estava sempre sobre os ombros da Paola, finalmente se foi. Deixando apenas uma jovem cheia de alegria. Eu a amava muito. Faria loucuras por ela, inclusive deixaria minha irmã para seguir a vida sozinho em paz com ela e meu filho (a). Esme havia se tornado insuportável, e depois do dia que me descontrolei e lhe dei um tapa no rosto, ela passou a tratar a cunhada melhor, ou pelo menos fingia na minha presença. Por sorte, assim que cheguei na cidade nova, consegui arranjar um emprego numa área que gostava e entendia o suficiente para ser facilmente contratado. Depois de três meses de trabalho na oficina mecânica como ajudante, fui promovido a mecânico. Meu salário triplicou
"Dedico esse livro para aqueles que tiveram um amor que é como uma flor nascendo em meio aos espinhos." DANNA PAOLA MADERO 18 anos, é a idade dos sonhos de todos os jovens cheios de energia e coisas a realizar, e também era o meu caso. Meu aniversário havia sido comemorado pela minha família e amigos com uma grande festa há mais ou menos dois meses, foi a primeira vez que meu pai deixou que eu tomasse alguma bebida com álcool, confesso que depois do segundo copinho de tequila, eu já estava zonza e sorridente, mas que se dane, eu estava feliz! Aquele era o dia da minha formatura no ensino médio. Eu estava eufórica, em fevereiro do próximo ano, meu pai me mandaria para cursar administração em Harvard, nos Estados Unidos. Por isso meu inglês era impecável, mal via a hora de poder sair da minha cidade em que nasci, cresci e nunca tinha botado os pés para fora. Meu pai era maravilhoso comigo, arrisco dizer que o melhor do mundo, mesmo sendo um narcotraficante, o El Rey del trá
DANNA PAOLA MADERO Senti uma dor aguda na cabeça, e a escuridão vazia me tomou. Tenho certeza que tudo não passou de um ou dois minutos, mas eu me lembro dessa parte como se fosse um filme. Recobrei a consciência não sei quanto tempo depois parecendo que dormi por dias. Abri devagar os olhos. O corpo inteiro doída. Especialmente minha cabeça e intimidade que latejavam quase no mesmo ritmo. O frio se alojou em meus ossos e os pelos se arrepiaram. Percebi nesse momento que estava nua deitada no chão e com correntes pesadas e grosseiras nos pulsos e tornozelos. Olhei em volta com o coração batendo em câmera lenta. Por quê estou nua? Que lugar é esse? Por que minha intimidade dói tanto? A cabeça dava voltas sem chegar a uma clara conclusão. O lugar era pequeno, claustrofóbico e escuro, apenas parcialmente iluminado por uma luz que vinha de fora pelas frestas da porta fechada. Ai minha Santa Guadalupe que lugar é esse?! — Papi? Miguel? — a voz saiu como um ba
DANNA PAOLA MADERO O ar faltou e minha mente se tornou enevoada. Levantei um pouco a cabeça para o lado a tempo de não sufocar com o próprio vômito. Queria que a imundice do meu corpo saísse toda assim. — M-meu pai... Meu pai pode dar o dinheiro que você quiser. — Consegui dizer com a voz rouca enquanto tentava limpar a boca do liquido fétido e azedo. O homem riu alto. — Eu quem dei o dinheiro que ele queria. — O que quer... — não consegui terminar a frase. O que ele insinuava era impossível. Simplesmente impossível. Eu não ia acreditar em um qualquer, e sim nos 18 anos de vida que tive ao lado do meu pai. — Ah por favor, não se assuste, é da natureza da sua família. — Não! É mentira! — balbuciei várias vezes como uma louca. — Acha que eu conseguiria tira-la dele assim tão fácil? Se ele mesmo não facilitasse o serviço? — Pensei nos muitos homens que me protegiam, lembrei do carro que vinha sempre atrás de nós quando saíamos de casa, e dessa vez, não sei
JOHN BACKER Eu havia acabado de conseguir um emprego como segurança em uma boate londrina: Luxury Hell. Pertencente à Paul Linse. Não sei muito sobre o cara, o que de verdade, não me importa, nunca tinha ido àquela boate, nem se quisesse, era uma das mais famosas da cidade, contendo prostitutas de luxo com direito e suíte master, bebidas e entorpecentes dos melhores. Contudo, nada disso me deixava animado a ir trabalhar naquele lugar. Mentira. Imagina viver dentro do "inferno de luxo"? Eu vou me esbaldar de sexo, modéstia à parte, sei que não preciso de dinheiro para conseguir isso de qualquer mulher, sempre me considerei expertise em conquista, nenhuma resistia a mim e ao meu charme bruto. Às vezes era difícil conseguir um emprego bom por conta de ter uma ficha criminal nada bonita de se ver, não que eu seja um criminoso, mas tenho duas ou três passagens pela polícia: uma apreensão de roubo em flagrante e uma tentativa de homicídio, e a outra nem lembro já que estava chapado
JOHN BACKER 10 da noite, e a boate começava a encher. Meu serviço consistia em ficar parado, feito um poste, vestido de terno preto, gravata e calça social, em um canto qualquer e expulsar clientes que começassem a fazer bagunça ou briga. A Luxury Hell era uma boate normal, a não ser pelo fato de não ser permitido a entrada de pessoas que não tenham uma renda mensal de menos que 2 milhões. Pista de dança cheia de gente suada e bêbada, que mesmo sendo pessoas ricas e "finas", também mereciam se divertir. Porém, o maior espetáculo era uma piscina gigantesca muito bem iluminada quase no meio do recinto, com mulheres que só vestiam uma mini calcinha se exibindo para os homens. Homens esses que entravam na piscina e comia quantas quisesse ali para todos verem. E também tinha o segundo piso, onde os milionários, e até algumas milionárias, assistiam mulheres quase nuas dando um verdadeiro show no polidance, ou iam até lá para beber e fumar. Enfim, o lugar é um enorme antro