Amor proibido: casada com o tio do meu ex
Amor proibido: casada com o tio do meu ex
Por: Isabela Costa
Capítulo 0001
No sétimo ano ao lado de Gustavo Costa, Juliana Oliveira tomou a decisão de romper o noivado.

A mensagem que enviou levou duas horas para receber uma resposta.

“Podemos cancelar o noivado, mas precisamos conversar pessoalmente.”

Juliana apenas enviou a localização de onde estava.

O ar-condicionado do café estava no máximo, enquanto lá fora o sol já começava a se pôr e o céu escurecia aos poucos.

Ela estava pálida. Ao fechar os olhos, não conseguia afastar as imagens de Gustavo e Viviane Rodrigues juntos. Tão próximos, tão íntimos.

Um era seu noivo.

A outra, a filha biológica que os pais adotivos de Juliana haviam acabado de reencontrar.

E ela? Estava sozinha, enfrentando dores intensas devido ao período menstrual e recebendo soro no hospital.

Jamais imaginou que, naquele mesmo lugar, veria Gustavo segurando Viviane de maneira tão carinhosa.

Quem, afinal, era Gustavo?

O herdeiro de uma das famílias mais influentes da Cidade A e presidente do Grupo Costa.

Um homem tão ocupado que seu tempo parecia ser medido em minutos e segundos. Para encontrá-lo, Juliana sempre precisava marcar com dias de antecedência. Ainda assim, ele havia largado tudo durante o expediente para acompanhar outra pessoa em uma consulta médica.

O mais irônico era que, naquela mesma manhã, Juliana havia perguntado cuidadosamente se Gustavo teria algum tempo livre à tarde.

Ele respondeu friamente que não.

Agora, estava claro que não se tratava de falta de tempo, mas de falta de interesse por ela, Juliana.

Ela esboçou um sorriso amargo, incapaz de esconder a dor que se refletia nos olhos.

O tempo de espera parecia interminável.

Com a mão no abdômen, ainda latejando de dor, Juliana rolava a timeline do Instagram no celular.

De repente, ao passar por uma postagem marcada com “mãe”, ela sentiu seu corpo se retesar, enquanto seus dedos se curvaram involuntariamente.

Três minutos antes, Sarah Ferreira, mãe biológica de Viviane, havia postado uma foto acompanhada de três emojis de joinha.

Com a mão tremendo, Juliana clicou na postagem.

Na foto, Viviane estava deitada na cama do hospital, com uma aparência frágil. À sua direita, um homem se inclinava em sua direção, a proximidade evidenciando uma intimidade inegável.

Embora só fosse possível ver as costas do homem, Juliana não tinha dúvidas: mesmo que virasse pó, ainda o reconheceria.

Era Gustavo.

Ele ainda estava no hospital com Viviane.

Essa constatação apertou o coração de Juliana de tal forma que parecia sufocá-la.

O céu lá fora já estava completamente escuro.

Os clientes do café saíam aos poucos, enquanto Juliana, imóvel, enviava diversas mensagens para Gustavo.

Mas todas foram lidas sem resposta.

Ela começou a rolar para cima na conversa, revisitando o histórico de mensagens. Não sabia exatamente quando começou, mas as respostas de Gustavo haviam se tornado cada vez mais frias, até chegarem a um ponto onde pareciam monólogos dela mesma.

Será que alguém poderia estar tão ocupado a ponto de não olhar o celular durante um dia inteiro?

Juliana não sabia.

O que ela sabia era que aquele homem, que antes respondia suas mensagens até no banho, parecia ter desaparecido.

Cinco minutos antes de o café fechar, Gustavo finalmente chegou.

Alto, com ombros largos e cintura estreita, ele caminhava com a elegância de sempre.

A camisa social que usava tinha os dois primeiros botões abertos, revelando parcialmente sua clavícula, criando uma aura de descuido irresistível.

Com traços marcantes e profundos, os olhos de Gustavo mostravam um leve cansaço sob as pálpebras.

Ele se sentou à frente de Juliana, encarando-a diretamente.

— Por que quer romper o noivado?

— Por que chegou tão tarde?

Os dois falaram ao mesmo tempo.

Gustavo ficou surpreso, mas logo massageou as têmporas, visivelmente exausto.

— Tenho trabalhado muito ultimamente. Fiquei até tarde no escritório.

A mentira saiu com facilidade, sem alterar sua expressão.

Se Juliana não tivesse visto ele e Viviane juntos no hospital, talvez até acreditasse.

Ela respondeu com uma risada fria.

Seu rosto era bonito, com feições delicadas e uma frieza natural, que raramente transparecia agressividade.

Mas naquele momento, cada centímetro de sua postura exalava hostilidade.

Gustavo sentiu como se estivesse diante de uma pessoa completamente diferente.

Suprimindo a irritação crescente, ele tentou manter a calma.

— Ju, realmente estou muito ocupado. Vamos deixar esse assunto para depois, quando minha agenda aliviar, pode ser?

Eles estavam juntos há sete anos. Enquanto amigos da mesma idade já haviam se casado e formado famílias, o relacionamento deles permanecia estagnado no noivado.

Não era que Gustavo não quisesse avançar.

Mas toda vez que pensava nisso, sua mente era invadida por imagens de uma vida monótona e previsível, o que o fazia sentir-se sufocado.

Sete anos ao lado de Juliana, e qualquer traço de novidade entre eles já havia desaparecido.

— Ocupado? Está ocupado no hospital, trocando carícias com a Viviane?

Juliana jogou o celular sobre a mesa, bem na frente de Gustavo.

A foto postada por Sarah, mãe de Viviane, era uma evidência inegável e uma afronta direta.

A expressão de Gustavo escureceu imediatamente.

— Juliana! Já disse inúmeras vezes que Viviane e eu somos apenas amigos. Será que você pode parar com essas paranoias?

Antes, Gustavo a olhava sempre com ternura. Nunca havia levantado a voz ou usado esse tom com ela.

Mas agora...

Juliana curvou os lábios em um sorriso sarcástico.

— Se vocês são “só amigos”, por que mentiu dizendo que estava trabalhando?

Ela não sabia quantas vezes Gustavo já havia mentido para ela.

Será que todas aquelas desculpas esfarrapadas no passado também eram para esconder momentos ao lado de Viviane?

Provavelmente.

Mas, no fim, isso já não fazia diferença.

— Eu sei que você não gosta dela e não queria que ficasse pensando besteira.

Veja só. Gustavo sempre soube de tudo.

Sabia que Juliana não gostava de Viviane, mas ainda assim escolheu manter uma amizade que ultrapassava os limites.

E para isso, não hesitava em mentir para ela.

Juliana piscou, se esforçando para não chorar.

— Gustavo, sempre tive curiosidade sobre uma coisa: por que você decidiu ajudá-la naquela época?

Viviane frequentava a mesma universidade que eles.

Naquele tempo, era apenas uma estudante pobre, sem nenhuma conexão com Gustavo.

Mas, quando Juliana retornou de um intercâmbio, ele anunciou que apoiaria Viviane financeiramente em nome da família Costa.

Depois de se formar, Viviane foi reconhecida e acolhida pela família Rodrigues, sua família biológica.

Enquanto isso, Juliana passou de ser admirada como a filha verdadeira da família Rodrigues a ser ridicularizada como a impostora que ocupava o lugar de outra.

Inúmeras pessoas riam dela pelas costas.

Gustavo não respondeu diretamente à pergunta.

Limitou-se a repetir, mais uma vez, que ele e Viviane eram apenas amigos.

No fundo, ele não sabia explicar exatamente o que sentia por Viviane.

Só sabia que a presença dela despertava algo diferente, algo que Juliana já não conseguia provocar nele.

Pedir para ele abrir mão de Viviane?

Simplesmente não conseguia.

Juliana suspirou, achando tudo aquilo um grande desperdício de tempo.

— Gustavo, estou falando sério. Vamos terminar nosso noivado.

O assunto voltou ao ponto inicial, e de repente, o ambiente ficou pesado, imerso em um silêncio prolongado.

Gustavo fixou seu olhar frio e penetrante em Juliana. Seus punhos estavam cerrados com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.

Depois de um longo silêncio, ele falou, a voz carregada de ameaça:

— Juliana, até mesmo para fazer drama, você precisa saber quando parar.

— Estou sendo sincera. — Juliana balançou a cabeça, firme.

Inicialmente, ainda hesitava. Mas, depois que Gustavo chegou, sua decisão se tornou definitiva.

Ela já havia experimentado como era o amor ardente de Gustavo por ela. Agora que esse amor não existia mais, a ausência era tão óbvia que não havia como continuar se enganando.

— A família Rodrigues nunca vai abrir mão de se associar à família Costa. — Ele afirmou, frio, deixando claro que o noivado era estratégico.

— Eu não me chamo Rodrigues. — Respondeu Juliana, firme. — E, para ser sincera, eles já querem que eu rompa o noivado há muito tempo.

No passado, ela havia suportado a pressão da família Rodrigues por causa do amor que sentia por Gustavo.

Mas agora estava exausta.

Se Gustavo realmente a amasse, teria se casado com ela logo após a formatura. Em vez disso, ele arrastou esse noivado até ela completar 25 anos, sem nenhuma perspectiva de mudança.

— Juliana, vou perguntar uma última vez: você realmente quer romper o noivado? — A voz dele estava gelada, carregada de raiva.

Diante dessa pergunta, Juliana abaixou a cabeça e tirou o anel do dedo anelar.

Era o anel de noivado que Gustavo mandara fazer sob medida por um designer famoso, com as iniciais dos dois gravadas na parte interna.

A cena fez com que Gustavo sentisse um aperto repentino no peito, uma sensação de pânico inexplicável.

Antes que pudesse reagir, Juliana, com uma decisão firme, jogou o anel dentro do café que já havia esfriado. O anel afundou lentamente na bebida, como um gesto símbolo do fim definitivo entre eles.

— Juliana! — Ele gritou, furioso.

Sob o olhar cheio de fúria de Gustavo, Juliana o encarou com firmeza.

— Entre nós, acabou.
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