Assim que as palavras foram ditas, os três ficaram surpresos. Desde quando Bruno se mostrava tão caloroso? Na memória de Gustavo, seu tio sempre foi uma pessoa fria e distante. Quando adulto, passou a maior parte do tempo no exterior, envolvido em pesquisas científicas, e nunca demonstrou nenhuma proximidade com ninguém. Agora, no entanto, ele estava oferecendo levar Juliana? Gustavo franziu a testa, sentindo uma estranha sensação de alerta. Ele disse: — Tio, eu posso levá-la sozinho. — Você tem muitas responsabilidades na festa de aniversário do vovô. Enquanto falava, o olhar de Bruno se alternava entre Gustavo e Viviane, com um leve sorriso nos lábios, frio e distante. Viviane apertou os dedos, sentindo-se extremamente desconfortável. A pressão que esse homem exalava era impressionante. Será que ele tinha uma relação tão próxima assim com Juliana? Involuntariamente, Viviane começou a se perder em pensamentos, mas o que mais sentia era uma onda crescente de ciúmes d
— Me solta! Vou chamar a polícia! Sua louca! — Gritava Viviane, com lágrimas escorrendo pelo rosto, enquanto seus cabelos estavam completamente desarrumados.Maia deu uma risada fria, puxando-a ainda mais, forçando-a a levantar o rosto. Em seguida, um tapa estrondoso ecoou pela sala, deixando uma marca vermelha no rosto de Viviane. Os outros presentes, surpresos com a atitude de Maia, demoraram para reagir. Quando finalmente tentaram intervir, o outro lado do rosto de Viviane já havia recebido um segundo tapa.— E aí? O ombro do meu marido é confortável? — Disparou Maia, sarcástica.Viviane, atordoada, não conseguia entender o que estava acontecendo. Para ela, Maia parecia completamente insana: invadira a sala, puxava seus cabelos e dava a ela tapas sem explicação.— Maia! Pare com isso agora! A voz furiosa de um homem ecoou na sala. Ele se colocou entre Maia e Viviane, separando as duas, com o rosto carregado de raiva. Viviane, chorando desesperadamente, foi consolada pelos outro
Gustavo sentiu uma sensação ruim se espalhando pelo seu coração.Na Cidade A, pessoas com o sobrenome Mendes eram poucas, praticamente contáveis nos dedos de uma mão. E alguém chamado de “Sr. Mendes” só poderia ser seu tio, Bruno. A porta da sala de interrogatório abriu-se novamente. E, como Gustavo temia, quem entrou foi Bruno. Vestindo uma camisa branca abotoada até o colarinho, colete cinza e calças pretas que destacavam suas longas pernas, Bruno exalava elegância. Seus traços eram profundos, a beleza impecável, e o cabelo preto, curto e bem penteado, completava a imagem. Os olhos, por trás das lentes, refletiam uma frieza cortante. Sua presença era autoritária e austera, quase intimidadora. — Sr. Bruno.O policial Elder foi o primeiro a cumprimentá-lo. Bruno respondeu com um breve “Sr. Elder” e entregou a sacola de presentes que carregava. — Isto é de Isaac. Ele pediu que eu entregasse pessoalmente. Isaac, um jovem gênio científico, era um de seus funcionários
O gesto atencioso de Bruno deixou Juliana um pouco sem saber como reagir.Ela trocou de roupa. Era uma camiseta larga e uma calça clara, peças simples que se alinhavam perfeitamente ao seu estilo. Ao abrir a cortina, Juliana disse: — Sr. Bruno, eu vou transferir o dinheiro para você. Nos últimos anos, ela mal havia trabalhado. Tudo o que fizera fora tentar consolidar seu noivado com Gustavo, enfrentando uma pressão insuportável. Na família Rodrigues, todos torciam para que ela rompesse o compromisso. Na família Costa, havia quem a tratasse como uma inimiga. Não importava o quanto se esforçasse, parecia que forças invisíveis agiam constantemente para atrapalhar sua vida. Bruno desbloqueou o QR Code no celular e o estendeu para ela. — Adicione meu contato novamente. O rosto de Juliana congelou por um instante. Quando descobriu que ele era tio de Gustavo, a primeira coisa que fez foi excluí-lo da lista de contatos. Ela acreditava que poderia apagar qualquer vínculo, m
Depois de assistir às imagens da câmera de segurança com a equipe da administração do condomínio, Bruno tinha uma compreensão clara do ocorrido. Alguém havia jogado ovos podres e lixo na porta de Juliana.Seu olhar ficou gélido, enquanto Juliana permanecia surpreendentemente tranquila. — Srta. Juliana, acha que devemos chamar a polícia? A câmera capturou o rosto da pessoa claramente. Com certeza podemos identificá-la. — Sugeriu o responsável pela administração. Juliana, no entanto, recusou. Discretamente, apertou os dedos, controlando as emoções que ameaçavam transbordar. — Eu já sei quem foi. Enquanto algumas pessoas fazem coisas ruins e ao menos tentam se disfarçar, esse, por outro lado, estava bem na frente da câmera de segurança provocando. Estava claro que ele não tinha medo de nada nem de ninguém, provavelmente porque tinha alguém poderoso por trás dele. — Precisa de ajuda? — Perguntou Bruno, direto.— Não precisa. Embora o rosto de Juliana continuasse sereno,
Juliana nem sequer mudou a expressão.— Não quero, não me importa.Ela achava que estar sozinha era ótimo. Poder fazer o que quisesse, sem se preocupar com as consequências, era uma liberdade que ela apreciava.Se Sarah achava que aquilo poderia ameaçá-la, estava redondamente enganada.Juliana, que não seguia as regras, deixou Sarah sem palavras.Olhou ao redor e sentiu-se satisfeita com o estado caótico da sala de estar. Pegou o celular e exibiu o código de pagamento. — Taxa de limpeza.O lixo na entrada do apartamento precisaria ser removido, e ela teria que pagar alguém para fazer isso. Quem causou o problema, deveria arcar com os custos.De qualquer forma, era impossível que a família Rodrigues não estivesse envolvida.Raul fez uma careta, o rosto carregado de irritação.— Que taxa de limpeza? Juliana! Nossa família Rodrigues pode ter dinheiro, mas não somos idiotas!Para ele, aquilo era um completo absurdo, um sinal de desespero financeiro.Viviane, por outro lado, sentiu-se ine
— O Sr. Bruno quer conquistar quem, exatamente?Juliana perguntou, surpresa, fixando os olhos de Bruno.Os óculos que ele usava escondiam parcialmente sua expressão, tornando difícil entender o que ele realmente pensava. Mas, honestamente, ela estava curiosa. Que tipo de mulher seria capaz de fazer um homem como Bruno querer conquistá-la?— Quer saber?Bruno devolveu a pergunta com outra.Por alguma razão, o coração de Juliana deu um salto inesperado. Ela desviou o olhar rapidamente, concentrando-se no copo em suas mãos.— Se o Sr. Bruno não quiser falar, pode me ignorar.Bruno soube a hora de parar.Com uma voz grave e controlada, ele respondeu: — Um dia você vai descobrir.Mudando de assunto, ele fez alguns comentários casuais e sugeriu que Juliana descansasse cedo.Do lado de fora, a chuva fina voltou a cair, produzindo um som constante e suave.Depois de organizar suas coisas, Juliana finalmente se deitou. Quando relaxou completamente, a exaustão tomou conta de seu corpo.No cel
Quando Gustavo fez a pergunta, seu olhar incisivo e investigativo estava fixo no rosto impecavelmente bonito de Bruno. Ele tentava, em vão, entrar em contato com Juliana. A família Rodrigues também parecia ter seguido o mesmo caminho, o que o levou até Bruno, na esperança de encontrá-la.Na noite anterior, Juliana havia deixado o local acompanhada de seu tio, e aquele simples fato já era o suficiente para deixar Gustavo furioso.Ele não conseguia entender. Juliana não sabia evitar situações complicadas? Mesmo separados, ela se aproximar tanto de Bruno era como um golpe direto em seu orgulho.Ela sabia o quanto Gustavo detestava Bruno.O ressentimento e a hostilidade de Gustavo eram evidentes, e Bruno pôde sentir isso claramente. Mas, com sua habitual indiferença, manteve a postura relaxada, os olhos frios e calmos. Diante da pergunta direta de seu sobrinho, ele respondeu:— Com quem eu me relaciono não é algo que precise ser reportado a você.Não importava se fosse pela hierarquia