O gesto atencioso de Bruno deixou Juliana um pouco sem saber como reagir.Ela trocou de roupa. Era uma camiseta larga e uma calça clara, peças simples que se alinhavam perfeitamente ao seu estilo. Ao abrir a cortina, Juliana disse: — Sr. Bruno, eu vou transferir o dinheiro para você. Nos últimos anos, ela mal havia trabalhado. Tudo o que fizera fora tentar consolidar seu noivado com Gustavo, enfrentando uma pressão insuportável. Na família Rodrigues, todos torciam para que ela rompesse o compromisso. Na família Costa, havia quem a tratasse como uma inimiga. Não importava o quanto se esforçasse, parecia que forças invisíveis agiam constantemente para atrapalhar sua vida. Bruno desbloqueou o QR Code no celular e o estendeu para ela. — Adicione meu contato novamente. O rosto de Juliana congelou por um instante. Quando descobriu que ele era tio de Gustavo, a primeira coisa que fez foi excluí-lo da lista de contatos. Ela acreditava que poderia apagar qualquer vínculo, m
Depois de assistir às imagens da câmera de segurança com a equipe da administração do condomínio, Bruno tinha uma compreensão clara do ocorrido. Alguém havia jogado ovos podres e lixo na porta de Juliana.Seu olhar ficou gélido, enquanto Juliana permanecia surpreendentemente tranquila. — Srta. Juliana, acha que devemos chamar a polícia? A câmera capturou o rosto da pessoa claramente. Com certeza podemos identificá-la. — Sugeriu o responsável pela administração. Juliana, no entanto, recusou. Discretamente, apertou os dedos, controlando as emoções que ameaçavam transbordar. — Eu já sei quem foi. Enquanto algumas pessoas fazem coisas ruins e ao menos tentam se disfarçar, esse, por outro lado, estava bem na frente da câmera de segurança provocando. Estava claro que ele não tinha medo de nada nem de ninguém, provavelmente porque tinha alguém poderoso por trás dele. — Precisa de ajuda? — Perguntou Bruno, direto.— Não precisa. Embora o rosto de Juliana continuasse sereno,
Juliana nem sequer mudou a expressão.— Não quero, não me importa.Ela achava que estar sozinha era ótimo. Poder fazer o que quisesse, sem se preocupar com as consequências, era uma liberdade que ela apreciava.Se Sarah achava que aquilo poderia ameaçá-la, estava redondamente enganada.Juliana, que não seguia as regras, deixou Sarah sem palavras.Olhou ao redor e sentiu-se satisfeita com o estado caótico da sala de estar. Pegou o celular e exibiu o código de pagamento. — Taxa de limpeza.O lixo na entrada do apartamento precisaria ser removido, e ela teria que pagar alguém para fazer isso. Quem causou o problema, deveria arcar com os custos.De qualquer forma, era impossível que a família Rodrigues não estivesse envolvida.Raul fez uma careta, o rosto carregado de irritação.— Que taxa de limpeza? Juliana! Nossa família Rodrigues pode ter dinheiro, mas não somos idiotas!Para ele, aquilo era um completo absurdo, um sinal de desespero financeiro.Viviane, por outro lado, sentiu-se ine
— O Sr. Bruno quer conquistar quem, exatamente?Juliana perguntou, surpresa, fixando os olhos de Bruno.Os óculos que ele usava escondiam parcialmente sua expressão, tornando difícil entender o que ele realmente pensava. Mas, honestamente, ela estava curiosa. Que tipo de mulher seria capaz de fazer um homem como Bruno querer conquistá-la?— Quer saber?Bruno devolveu a pergunta com outra.Por alguma razão, o coração de Juliana deu um salto inesperado. Ela desviou o olhar rapidamente, concentrando-se no copo em suas mãos.— Se o Sr. Bruno não quiser falar, pode me ignorar.Bruno soube a hora de parar.Com uma voz grave e controlada, ele respondeu: — Um dia você vai descobrir.Mudando de assunto, ele fez alguns comentários casuais e sugeriu que Juliana descansasse cedo.Do lado de fora, a chuva fina voltou a cair, produzindo um som constante e suave.Depois de organizar suas coisas, Juliana finalmente se deitou. Quando relaxou completamente, a exaustão tomou conta de seu corpo.No cel
Quando Gustavo fez a pergunta, seu olhar incisivo e investigativo estava fixo no rosto impecavelmente bonito de Bruno. Ele tentava, em vão, entrar em contato com Juliana. A família Rodrigues também parecia ter seguido o mesmo caminho, o que o levou até Bruno, na esperança de encontrá-la.Na noite anterior, Juliana havia deixado o local acompanhada de seu tio, e aquele simples fato já era o suficiente para deixar Gustavo furioso.Ele não conseguia entender. Juliana não sabia evitar situações complicadas? Mesmo separados, ela se aproximar tanto de Bruno era como um golpe direto em seu orgulho.Ela sabia o quanto Gustavo detestava Bruno.O ressentimento e a hostilidade de Gustavo eram evidentes, e Bruno pôde sentir isso claramente. Mas, com sua habitual indiferença, manteve a postura relaxada, os olhos frios e calmos. Diante da pergunta direta de seu sobrinho, ele respondeu:— Com quem eu me relaciono não é algo que precise ser reportado a você.Não importava se fosse pela hierarquia
Gustavo olhou atentamente para o nome salvo em seus contatos e, com um brilho leve nos olhos, se levantou. — Se o tio conseguir falar com ela, avise-me, por favor. Certas coisas não se resolvem fugindo delas.Alexandre era o segundo filho da família Souza. Após ser ferido e hospitalizado, era impossível que a família Souza deixasse o caso passar despercebido. Esse, aliás, era o principal motivo de Gustavo tentar se comunicar com Juliana. Se ela estivesse disposta a ceder, ele poderia ajudá-la a resolver o problema.Quando a porta da entrada se fechou, Juliana saiu do quarto. Bruno, com a expressão ainda fria, perguntou: — Você ouviu tudo?— Desculpe, não foi minha intenção escutar escondida."Juliana o olhou com sinceridade e acrescentou: — No futuro, se o Gustavo perguntar algo sobre mim, Sr. Bruno, pode simplesmente dizer que não me conhece bem.Ao ouvir isso, Bruno estreitou os olhos, um pouco descontente. Sua voz era baixa, sem revelar emoções: — Mas eu não gosto de
Maia levou Juliana até o bar mais renomado da Cidade A. Era evidente que Maia era uma frequentadora assídua do local. Assim que entraram no camarote reservado, uma fila de rapazes de estilos variados já os aguardava. Sem exceção, todos eram notavelmente atraentes. Juliana permaneceu em silêncio. Maia, por outro lado, demonstrou sua ousadia habitual e deu liberdade a Juliana para escolher. — Srta. Juliana, somos almas que compartilham o mesmo destino. Não há razão para se prender a uma única pessoa. Veja se gosta de algum deles. Fique à vontade! A conta de hoje é por minha conta.Com a declaração de Maia, os rapazes começaram a se esforçar para chamar a atenção. Juliana apenas suspirou e, segurando a testa, respondeu: — Srta. Maia, eu não faço isso. — Sem problemas! É só para beber e te distrair. Mesmo assim, Juliana recusou. Vendo sua postura firme, Maia não insistiu. Quando os rapazes foram dispensados, o camarote se tornou subitamente vazio e silencioso. Julia
Alguém perguntou o que fariam em relação ao caso de Alexandre.Gustavo estreitou os olhos e respondeu, com frieza:— Quem bateu, que resolva.Ele estava curioso para ver até onde Juliana conseguiria sustentar sua teimosia. Na Cidade A, ela estava sozinha, sem ninguém em quem confiar. Se ela se comportasse, Gustavo ainda acreditava que poderia cuidar dela. Afinal, eram sete anos de relacionamento. Ele simplesmente não acreditava que Juliana seria capaz de romper com ele de forma tão definitiva. A menos que...Gustavo voltou a pensar na roupa que Juliana usou na festa de aniversário. Uma irritação crescente tomou conta dele. Quem, afinal, havia presenteado Juliana com aquele vestido? O clima no ambiente ficou mais tenso, e as pessoas ao redor perceberam, caindo em um silêncio súbito.Do lado de fora, Juliana estava encostada na parede gelada, ouvindo as conversas que vinham de dentro. Pessoas com quem ela já havia se divertido agora a atacavam com palavras tão cruéis. Era simpl