Juliana nem sequer mudou a expressão.— Não quero, não me importa.Ela achava que estar sozinha era ótimo. Poder fazer o que quisesse, sem se preocupar com as consequências, era uma liberdade que ela apreciava.Se Sarah achava que aquilo poderia ameaçá-la, estava redondamente enganada.Juliana, que não seguia as regras, deixou Sarah sem palavras.Olhou ao redor e sentiu-se satisfeita com o estado caótico da sala de estar. Pegou o celular e exibiu o código de pagamento. — Taxa de limpeza.O lixo na entrada do apartamento precisaria ser removido, e ela teria que pagar alguém para fazer isso. Quem causou o problema, deveria arcar com os custos.De qualquer forma, era impossível que a família Rodrigues não estivesse envolvida.Raul fez uma careta, o rosto carregado de irritação.— Que taxa de limpeza? Juliana! Nossa família Rodrigues pode ter dinheiro, mas não somos idiotas!Para ele, aquilo era um completo absurdo, um sinal de desespero financeiro.Viviane, por outro lado, sentiu-se ine
— O Sr. Bruno quer conquistar quem, exatamente?Juliana perguntou, surpresa, fixando os olhos de Bruno.Os óculos que ele usava escondiam parcialmente sua expressão, tornando difícil entender o que ele realmente pensava. Mas, honestamente, ela estava curiosa. Que tipo de mulher seria capaz de fazer um homem como Bruno querer conquistá-la?— Quer saber?Bruno devolveu a pergunta com outra.Por alguma razão, o coração de Juliana deu um salto inesperado. Ela desviou o olhar rapidamente, concentrando-se no copo em suas mãos.— Se o Sr. Bruno não quiser falar, pode me ignorar.Bruno soube a hora de parar.Com uma voz grave e controlada, ele respondeu: — Um dia você vai descobrir.Mudando de assunto, ele fez alguns comentários casuais e sugeriu que Juliana descansasse cedo.Do lado de fora, a chuva fina voltou a cair, produzindo um som constante e suave.Depois de organizar suas coisas, Juliana finalmente se deitou. Quando relaxou completamente, a exaustão tomou conta de seu corpo.No cel
Quando Gustavo fez a pergunta, seu olhar incisivo e investigativo estava fixo no rosto impecavelmente bonito de Bruno. Ele tentava, em vão, entrar em contato com Juliana. A família Rodrigues também parecia ter seguido o mesmo caminho, o que o levou até Bruno, na esperança de encontrá-la.Na noite anterior, Juliana havia deixado o local acompanhada de seu tio, e aquele simples fato já era o suficiente para deixar Gustavo furioso.Ele não conseguia entender. Juliana não sabia evitar situações complicadas? Mesmo separados, ela se aproximar tanto de Bruno era como um golpe direto em seu orgulho.Ela sabia o quanto Gustavo detestava Bruno.O ressentimento e a hostilidade de Gustavo eram evidentes, e Bruno pôde sentir isso claramente. Mas, com sua habitual indiferença, manteve a postura relaxada, os olhos frios e calmos. Diante da pergunta direta de seu sobrinho, ele respondeu:— Com quem eu me relaciono não é algo que precise ser reportado a você.Não importava se fosse pela hierarquia
Gustavo olhou atentamente para o nome salvo em seus contatos e, com um brilho leve nos olhos, se levantou. — Se o tio conseguir falar com ela, avise-me, por favor. Certas coisas não se resolvem fugindo delas.Alexandre era o segundo filho da família Souza. Após ser ferido e hospitalizado, era impossível que a família Souza deixasse o caso passar despercebido. Esse, aliás, era o principal motivo de Gustavo tentar se comunicar com Juliana. Se ela estivesse disposta a ceder, ele poderia ajudá-la a resolver o problema.Quando a porta da entrada se fechou, Juliana saiu do quarto. Bruno, com a expressão ainda fria, perguntou: — Você ouviu tudo?— Desculpe, não foi minha intenção escutar escondida."Juliana o olhou com sinceridade e acrescentou: — No futuro, se o Gustavo perguntar algo sobre mim, Sr. Bruno, pode simplesmente dizer que não me conhece bem.Ao ouvir isso, Bruno estreitou os olhos, um pouco descontente. Sua voz era baixa, sem revelar emoções: — Mas eu não gosto de
Maia levou Juliana até o bar mais renomado da Cidade A. Era evidente que Maia era uma frequentadora assídua do local. Assim que entraram no camarote reservado, uma fila de rapazes de estilos variados já os aguardava. Sem exceção, todos eram notavelmente atraentes. Juliana permaneceu em silêncio. Maia, por outro lado, demonstrou sua ousadia habitual e deu liberdade a Juliana para escolher. — Srta. Juliana, somos almas que compartilham o mesmo destino. Não há razão para se prender a uma única pessoa. Veja se gosta de algum deles. Fique à vontade! A conta de hoje é por minha conta.Com a declaração de Maia, os rapazes começaram a se esforçar para chamar a atenção. Juliana apenas suspirou e, segurando a testa, respondeu: — Srta. Maia, eu não faço isso. — Sem problemas! É só para beber e te distrair. Mesmo assim, Juliana recusou. Vendo sua postura firme, Maia não insistiu. Quando os rapazes foram dispensados, o camarote se tornou subitamente vazio e silencioso. Julia
Alguém perguntou o que fariam em relação ao caso de Alexandre.Gustavo estreitou os olhos e respondeu, com frieza:— Quem bateu, que resolva.Ele estava curioso para ver até onde Juliana conseguiria sustentar sua teimosia. Na Cidade A, ela estava sozinha, sem ninguém em quem confiar. Se ela se comportasse, Gustavo ainda acreditava que poderia cuidar dela. Afinal, eram sete anos de relacionamento. Ele simplesmente não acreditava que Juliana seria capaz de romper com ele de forma tão definitiva. A menos que...Gustavo voltou a pensar na roupa que Juliana usou na festa de aniversário. Uma irritação crescente tomou conta dele. Quem, afinal, havia presenteado Juliana com aquele vestido? O clima no ambiente ficou mais tenso, e as pessoas ao redor perceberam, caindo em um silêncio súbito.Do lado de fora, Juliana estava encostada na parede gelada, ouvindo as conversas que vinham de dentro. Pessoas com quem ela já havia se divertido agora a atacavam com palavras tão cruéis. Era simpl
Os olhares carregados de intenção recaíram sobre Juliana. A voz que a provocava era inconfundível: George Valente, um dos amigos mais próximos de Gustavo.Ao ouvir o tom e as palavras de George, memórias indesejadas emergiram na mente de Juliana, lembranças que ela havia tentado enterrar, mas agora voltavam com nitidez. George sempre teve segundas intenções em relação a ela. No entanto, por respeito a Gustavo, manteve seus desejos ocultos a maior parte do tempo.A única vez que ele se permitiu ser franco foi durante um evento beneficente, onde Gustavo havia levado Viviane como acompanhante. Naquela ocasião, George comentou que Gustavo não a amava mais e sugeriu que ela ficasse com outra pessoa.Ele próprio se ofereceu como opção, deixando claro que, embora fosse noivo, não se importaria em mantê-la como amante.Juliana rejeitou a proposta com firmeza, rompendo qualquer vestígio de cordialidade entre eles.Agora, diante da ameaça que se desenrolava à sua frente, ela permaneceu calma
Os olhares de George eram carregados de desdém enquanto ele encarava Juliana, com um sorriso satisfeito e cheio de arrogância.— Juliana, é melhor você economizar suas forças, porque essa coisa, até as pessoas mais orgulhosas acabam se sujeitando e se tornando como cães!Ela se sentia completamente desconfortável, como se seu próprio corpo estivesse se rebelando contra ela.— George, isso é um crime! — Sua voz estava trêmula, mas ela ainda tentou se manter firme.Ao ouvir aquilo, George riu, como se tivesse escutado a piada mais engraçada de sua vida. Ele gargalhou alto, sem vergonha. Só depois de alguns segundos conseguiu se controlar.— Crime? Juliana, que provas você tem para me acusar de algo? Eu não fiz nada, absolutamente nada.Ele sabia que o que havia dado a ela era uma substância que, após oito horas, não deixaria vestígios, nem mesmo com os equipamentos mais sofisticados. Caso ela tentasse denunciá-lo por estupro, ele já tinha tudo planejado. Havia gravado o momento e, no v