Isabel se aproximou do carro e estava prestes a abrir a porta quando, de repente, alguém a chamou pelas costas:— Srta. Isabel!Isabel se virou e viu que era o mesmo garçom de antes:— Olá.— Olá, Srta. Isabel. Aconteceu que uma mesa ficou vaga de repente. O que acha, você gostaria de experimentar os pratos do nosso restaurante?Isabel ficou um pouco surpresa.“Ele realmente veio atrás de mim para perguntar se quero experimentar a comida deste restaurante? Não foi ele quem disse antes, de maneira bem firme e decidida, que não era possível?”— Srta. Isabel? — O garçom, percebendo que Isabel não respondia, a chamou novamente.Isabel suspirou e perguntou:— Como você sabe que eu sou a Srta. Isabel?O garçom hesitou, como se quisesse dizer algo, mas por fim sorriu e respondeu:— Srta. Isabel, estou sinceramente te convidando para provar os pratos do nosso restaurante. Se você gostar da nossa comida, poderia nos ajudar a divulgá-la! Ah, e hoje estamos destacando o foie gras, que tem um sabo
Na sala de descanso ao lado, o garçom avisou em voz baixa:— Sr. Silva, conforme suas instruções, já acomodei a Srta. Isabel.Diante da janela panorâmica, José abotoou os punhos da camisa. Ele se virou e, com um tom indiferente, disse ao garçom:— Da próxima vez que ela vier, reserve uma mesa para ela no restaurante.O garçom acenou imediatamente com a cabeça:— Certo, Sr. Silva. E o senhor...Aquela mesa originalmente pertencia a José, mas ele a cedeu para Isabel.— Marquei outro restaurante para jantar. Não precisa contar isso para Isabel, apenas a atenda bem.Após terminar, José saiu.Ao passar pela porta do camarote de Isabel, José espiou lá dentro através da tela. Isabel estava ao telefone com Clara:— Clara, eu preciso te contar, tive muita sorte hoje. Quase fui embora, mas alguém cedeu a mesa para mim! Adivinha quem foi? Vou te contar, você nunca vai adivinhar!José esboçou um leve sorriso, balançando a cabeça."Isabel ainda é como uma criança, tão feliz por algo tão simples. Ce
- Isabel, não pense que vou te amar! - O homem segurou o pescoço dela, a pressionando contra o sofá, seu rosto cheio de repulsa, insultou. - Minha paciência com você chegou ao limite, é melhor você se comportar, daqui a seis meses estaremos divorciados!- Eu realmente não empurrei a Carolina... Foi ela mesma que caiu na piscina!A voz de Isabel estava fraca, ela estava toda molhada, seu corpo fraco tremia incessantemente, ainda não conseguira se libertar do medo de ter caído na água momentos antes.- Pare de argumentar, você e a Carol são amigas há muitos anos, você sabe melhor do que ninguém que ela tem medo de água!A ação do homem se tornou mais agressiva, com uma expressão feroz como se estivesse dizendo "Se algo acontecer com a Carolina, você pagará por isso".Uma simples menção à sua amizade de muitos anos a condenou. Isabel olhava com neblina nos olhos, uma lágrima escorreu lentamente de seu canto dos olhos, o som do seu coração partido era especialmente claro. Era difícil ima
- Papai, tem razão. Nunca conseguirei aquecer o coração do José. Eu sei que errei, quero voltar para casa. - A voz rouca de Isabel ecoou na sala vazia. A família Castro era a mais rica da cidade B, uma família de médicos. O avô era um comerciante, a avó era uma renomada professora de cirurgia cardíaca, ambos considerados uma combinação perfeita. Desde pequena, Isabel foi influenciada pela medicina pela avó, ela dizia que Isabel era um gênio destinado a seguir essa profissão. O avô e a avó abriram caminho para o seu futuro, o pai preparou inúmeras propriedades para ela herdar, a mãe dizia que ela poderia ser para sempre uma menina. Mas ela renunciou a tudo por José, se rebaixando a esta situação miserável. Na época, ela pensava que era uma guerreira, destemida. Agora, olhando para trás, percebeu que estava louca. Isabel respirou fundo, subiu as escadas, tomou um banho e trocou de roupa, se maquiou levemente. Ela limpou tudo relacionado a si mesma. Na parede atrás do sofá da sa
José se recusava a acreditar e procurou todos os lugares onde Isabel poderia estar. Do jardim aos escritórios, até mesmo ao cinema... Não apenas não encontrou vestígios de Isabel, mas até mesmo as coisas dela desapareceram. Nas prateleiras do escritório, os livros de medicina que Isabel costumava ler foram todos removidos. Ele raramente vinha aqui e agora, sem Isabel, a casa parecia como se nunca tivesse sido habitada, sem nenhum calor. José desceu as escadas pesadamente, notando o espaço vazio no sofá. Quando viu a pintura danificada que estava jogada no lixo, sua respiração ficou presa. Depois de se casar com Isabel, ela sempre insistia em que ele a acompanhasse para fazer compras. Ele estava ocupado com o trabalho e detestava isso, então sempre dava desculpas.Naquele dia era o aniversário de Isabel e ela o procurou na empresa, perguntando: - Zé, você poderia passar meu aniversário comigo? Mesmo que você esteja ocupado, meia hora já está bom.Ele a viu tão triste, então concor
Isabel olhou para o homem que a puxava à frente, se sentindo um pouco atordoada. Naquele ano, ele também agiu assim, segurando sua mão enquanto fugiam da perseguição daqueles homens. Se naquela época José tivesse sido um pouco pior com ela, talvez ela não o amasse tão profundamente, mesmo que isso significasse romper com sua família. Mas, como é que ele estava aqui? O que ele estava fazendo agora?Será que ele estava com ciúmes de ver ela flertando com outro homem?Mas logo em seguida, Isabel deixou esse pensamento. José, um homem que não tinha coração, nunca a amou, como poderia estar com ciúmes? Isabel foi empurrada para dentro do banheiro, um pouco tonta devido ao álcool. José a empurrou para a beira da pia, seu rosto estava contra a luz do banheiro, fazendo seus contornos faciais parecerem borrados, mas ainda assim belos.- Isabel, nós ainda não nos divorciamos! - Ele disse entre os dentes.Isabel, com as costas contra a pia, viu seu belo desenho de borboleta nas costas refle
Noite, Hotel Estrela do Mar, 33º andar. Um banquete estava em curso, e através das amplas janelas, a paisagem noturna movimentada da Cidade A se estendia infinitamente. Uma suave melodia de piano ecoava no ar, enquanto Isabel se apoiava preguiçosamente no balcão, balançando desinteressadamente sua taça de vinho tinto, com seus olhos vagando pelo ambiente de maneira negligente. Os olhares ávidos dos homens presentes se fixavam nela, desejosos de se aproximar, mas sem coragem. Ela usava um longo vestido preto de alças finas, com algumas pregas no decote, revelando suas belas pernas de pele clara. O vestido caía folgadamente em seu corpo, realçando perfeitamente suas curvas. Seus cachos caíam sobre os ombros, a tatuagem de borboleta à mostra, um pouco chamativa demais. Seu celular tocou, Isabel baixou os olhos, era uma mensagem.Hugo: "Você foi para o banquete?"Isabel suspirou e respondeu à mensagem: "Sim."Na noite anterior, Hugo a havia levado para casa e, enquanto ela estava bêb
O salão estava um caos, as pessoas largaram seus copos de bebida e se aproximaram para ver o que estava acontecendo.- Já chamaram o 192?- Quando é que o 192 vai chegar? Se o Sr. Mateus tiver algum problema aqui, a família Mello não vai nos perdoar!Isabel levantou os olhos e viu um homem de cerca de cinquenta anos de idade deitado no chão, com o rosto pálido. Isabel verificou as horas. O hospital da cidade ficava a quinze minutos de carro daqui e nesta hora o trânsito costumava ser intenso. Se esperassem pela ambulância, talvez fosse tarde demais. Enquanto ninguém no hotel se mexia para resolver a situação, Isabel viu o estado do homem piorar cada vez mais. Como alguém que estudou medicina na escola, Isabel começou a se preocupar.Isabel franziu o cenho e se aproximou. - Me deixe ver.Todos os olhares se voltaram imediatamente para Isabel.Isabel Castro?- Você sabe o que está fazendo? Todo mundo sabe que você é da família Castro, uma família de médicos, mas você, você não aprend