— Vamos juntos à festa de comemoração à noite? A voz de Inácio soou perto do ouvido de Isabel. Ela se virou, encontrando o olhar radiante de Inácio, que sorria para ela com olhos brilhantes. Por um instante, Isabel ficou perdida, olhando para ele.Os homens com quem Isabel tinha interagido recentemente a faziam se sentir de maneiras distintas, cada um possuía suas próprias particularidades. Mas Inácio tinha algo diferente, uma sinceridade cristalina, quase pura. Ele lembrava um estudante universitário, como uma folha em branco, ainda não manchada pelo mundo. Se Inácio dissesse que estava interessado em Isabel, ela acreditaria que ele realmente estava.— Por que está me olhando assim, tão distraída?Inácio deu dois passos à frente, se inclinando ligeiramente para olhar Isabel mais de perto.Isabel desviou levemente o rosto, evitando o olhar de Inácio.Os olhos de Inácio eram realmente bonitos, tão claros. No entanto, ao olhar para ele, Isabel não podia deixar de pensar no José dos te
— É isso mesmo, você quer se casar com uma mulher que já foi casada? Se seu pai souber disso, ele vai morrer de raiva! — Comentou outro tio.— Acorda! A Isabel é a ex-mulher do José!Em três frases, duas delas repetiam a mesma coisa: "A Isabel é a ex-mulher do José."Aquilo soava extremamente irritante.— Caros tios, ela tem um nome. Ela se chama Isabel, não "ex-mulher do José". — Inácio sentiu que precisava defender Isabel.Os velhos se entreolharam, mas Inácio continuou falando:— Isabel é uma mulher incrível, uma excelente médica, com muita classe e educação, e atualmente é a responsável pela Base N. Eu não vejo nada de errado nela. Antes de menosprezarem Isabel, olhem para os seus próprios filhos e filhas. Aqueles que não têm qualquer ambição na vida, são eles que vocês deveriam desprezar.As palavras de Inácio fizeram com que os rostos dos velhos ficassem ainda mais sombrios.— Estamos fazendo isso para o seu bem, você...!— Se a forma de cuidarem de mim envolve ferir a pessoa que
— Srta. Isabel. — De repente, uma das responsáveis se aproximou de Isabel.Ela levantou os olhos e disse:— O que foi?— O Sr. Fernandes me pediu para cuidar da senhora. — A garota sorriu suavemente, demonstrando uma gentileza acolhedora.Isabel olhou novamente na direção de Inácio, que estava ocupado conversando com outras pessoas. "Coitado do Inácio, ainda se preocupa comigo", pensou.— Pode ir cuidar dos seus afazeres, não preciso que cuide de mim. Se eu ficar cansada, volto sozinha para descansar. Diga ao Sr. Fernandes que vou participar do banquete de comemoração. — respondeu Isabel com sinceridade.Ela não queria ser um incômodo para Inácio. Depois de dizer isso, Isabel decidiu sair por um tempo."Vou procurar uma cafeteria para me sentar um pouco, é melhor do que ficar aqui. Assim, Inácio pode se concentrar nas conversas sem se preocupar comigo."Inácio viu Isabel sair e, ao receber a mensagem da jovem funcionária, sentiu uma leve tristeza."Fazer com que Isabel me aceite parec
Isabel se aproximou do carro e estava prestes a abrir a porta quando, de repente, alguém a chamou pelas costas:— Srta. Isabel!Isabel se virou e viu que era o mesmo garçom de antes:— Olá.— Olá, Srta. Isabel. Aconteceu que uma mesa ficou vaga de repente. O que acha, você gostaria de experimentar os pratos do nosso restaurante?Isabel ficou um pouco surpresa.“Ele realmente veio atrás de mim para perguntar se quero experimentar a comida deste restaurante? Não foi ele quem disse antes, de maneira bem firme e decidida, que não era possível?”— Srta. Isabel? — O garçom, percebendo que Isabel não respondia, a chamou novamente.Isabel suspirou e perguntou:— Como você sabe que eu sou a Srta. Isabel?O garçom hesitou, como se quisesse dizer algo, mas por fim sorriu e respondeu:— Srta. Isabel, estou sinceramente te convidando para provar os pratos do nosso restaurante. Se você gostar da nossa comida, poderia nos ajudar a divulgá-la! Ah, e hoje estamos destacando o foie gras, que tem um sabo
Na sala de descanso ao lado, o garçom avisou em voz baixa:— Sr. Silva, conforme suas instruções, já acomodei a Srta. Isabel.Diante da janela panorâmica, José abotoou os punhos da camisa. Ele se virou e, com um tom indiferente, disse ao garçom:— Da próxima vez que ela vier, reserve uma mesa para ela no restaurante.O garçom acenou imediatamente com a cabeça:— Certo, Sr. Silva. E o senhor...Aquela mesa originalmente pertencia a José, mas ele a cedeu para Isabel.— Marquei outro restaurante para jantar. Não precisa contar isso para Isabel, apenas a atenda bem.Após terminar, José saiu.Ao passar pela porta do camarote de Isabel, José espiou lá dentro através da tela. Isabel estava ao telefone com Clara:— Clara, eu preciso te contar, tive muita sorte hoje. Quase fui embora, mas alguém cedeu a mesa para mim! Adivinha quem foi? Vou te contar, você nunca vai adivinhar!José esboçou um leve sorriso, balançando a cabeça."Isabel ainda é como uma criança, tão feliz por algo tão simples. Ce
- Isabel, não pense que vou te amar! - O homem segurou o pescoço dela, a pressionando contra o sofá, seu rosto cheio de repulsa, insultou. - Minha paciência com você chegou ao limite, é melhor você se comportar, daqui a seis meses estaremos divorciados!- Eu realmente não empurrei a Carolina... Foi ela mesma que caiu na piscina!A voz de Isabel estava fraca, ela estava toda molhada, seu corpo fraco tremia incessantemente, ainda não conseguira se libertar do medo de ter caído na água momentos antes.- Pare de argumentar, você e a Carol são amigas há muitos anos, você sabe melhor do que ninguém que ela tem medo de água!A ação do homem se tornou mais agressiva, com uma expressão feroz como se estivesse dizendo "Se algo acontecer com a Carolina, você pagará por isso".Uma simples menção à sua amizade de muitos anos a condenou. Isabel olhava com neblina nos olhos, uma lágrima escorreu lentamente de seu canto dos olhos, o som do seu coração partido era especialmente claro. Era difícil ima
- Papai, tem razão. Nunca conseguirei aquecer o coração do José. Eu sei que errei, quero voltar para casa. - A voz rouca de Isabel ecoou na sala vazia. A família Castro era a mais rica da cidade B, uma família de médicos. O avô era um comerciante, a avó era uma renomada professora de cirurgia cardíaca, ambos considerados uma combinação perfeita. Desde pequena, Isabel foi influenciada pela medicina pela avó, ela dizia que Isabel era um gênio destinado a seguir essa profissão. O avô e a avó abriram caminho para o seu futuro, o pai preparou inúmeras propriedades para ela herdar, a mãe dizia que ela poderia ser para sempre uma menina. Mas ela renunciou a tudo por José, se rebaixando a esta situação miserável. Na época, ela pensava que era uma guerreira, destemida. Agora, olhando para trás, percebeu que estava louca. Isabel respirou fundo, subiu as escadas, tomou um banho e trocou de roupa, se maquiou levemente. Ela limpou tudo relacionado a si mesma. Na parede atrás do sofá da sa
José se recusava a acreditar e procurou todos os lugares onde Isabel poderia estar. Do jardim aos escritórios, até mesmo ao cinema... Não apenas não encontrou vestígios de Isabel, mas até mesmo as coisas dela desapareceram. Nas prateleiras do escritório, os livros de medicina que Isabel costumava ler foram todos removidos. Ele raramente vinha aqui e agora, sem Isabel, a casa parecia como se nunca tivesse sido habitada, sem nenhum calor. José desceu as escadas pesadamente, notando o espaço vazio no sofá. Quando viu a pintura danificada que estava jogada no lixo, sua respiração ficou presa. Depois de se casar com Isabel, ela sempre insistia em que ele a acompanhasse para fazer compras. Ele estava ocupado com o trabalho e detestava isso, então sempre dava desculpas.Naquele dia era o aniversário de Isabel e ela o procurou na empresa, perguntando: - Zé, você poderia passar meu aniversário comigo? Mesmo que você esteja ocupado, meia hora já está bom.Ele a viu tão triste, então concor