Capítulo 3
José se recusava a acreditar e procurou todos os lugares onde Isabel poderia estar.

Do jardim aos escritórios, até mesmo ao cinema... Não apenas não encontrou vestígios de Isabel, mas até mesmo as coisas dela desapareceram.

Nas prateleiras do escritório, os livros de medicina que Isabel costumava ler foram todos removidos.

Ele raramente vinha aqui e agora, sem Isabel, a casa parecia como se nunca tivesse sido habitada, sem nenhum calor.

José desceu as escadas pesadamente, notando o espaço vazio no sofá. Quando viu a pintura danificada que estava jogada no lixo, sua respiração ficou presa.

Depois de se casar com Isabel, ela sempre insistia em que ele a acompanhasse para fazer compras. Ele estava ocupado com o trabalho e detestava isso, então sempre dava desculpas.

Naquele dia era o aniversário de Isabel e ela o procurou na empresa, perguntando:

- Zé, você poderia passar meu aniversário comigo? Mesmo que você esteja ocupado, meia hora já está bom.

Ele a viu tão triste, então concordou em passar o aniversário com ela.

Pensou que ela pediria para ele comprar presentes para ela, jantar juntos ou fazer algumas demandas irracionais.

Mas ela só queria que ele a acompanhasse para fazer compras e, com muito cuidado, perguntou:

- Zé, posso segurar sua mão?

Ela sabia que ele estava ocupado e não queria ele ficar cansado, então escolheu uma pintura em uma loja de artesanato para que eles a completassem juntos.

Ele achou infantil, apenas ficou ao lado observando e, durante o caminho, recebeu algumas ligações de Carolina.

Isabel não disse nada e, quando voltaram para casa, pendurou o quadro na sala de estar, agindo como se estivesse muito feliz.

No entanto, depois disso, ela nunca mais o importunou para a acompanhar nas compras ou comemorar seu aniversário novamente.

José estava prestes a pegar a pintura quando, pelo canto do olho, avistou o acordo de divórcio que estava sobre a mesa de centro.

José sentiu um aperto no peito. Na página de assinatura, viu os nomes dele e dela.

José engoliu a seco, com perplexidade nos olhos.

Isabel realmente concordou com o divórcio!?

Seu celular tocou, José imediatamente o pegou, pensando que era Isabel, mas viu que era uma mensagem da família. "Zé, a festa de aniversário de setenta anos da vovó está quase pronta. A vovó é muito vaidosa e, desta vez, será uma grande festa. Todos os convites já foram enviados. A vovó enfatizou especialmente, você e Bela devem comparecer pontualmente, do contrário, será por sua conta e risco!"

José se sentiu incomodado.

Que inconveniente essa festa de aniversário chegava!

No centro da Cidade A, na mansão da família Castro.

O avô Henrique Castro, vestido com um terno, levantou seu copo na mesa e disse sorrindo:

- Parabéns à nossa Bela por sair de sofrimento!

- Bela, já que voltou para casa, por que não assume a empresa do papai? Eu quero me aposentar! - Hugo Castro implorou, fazendo beicinho para herdar a fortuna bilionária.

- Não, Bela precisa continuar acompanhando a avó no hospital, seu talento médico é muito valioso para ser desperdiçado! - Natacha Gonçalves falou com seriedade.

- E que tal Bela acompanhar a mamãe para aprender design de joias? - Rafaela Costa disse, segurando o rosto, com um sorriso radiante.

Isabel segurava o garfo, o prato à sua frente cheio de seus pratos favoritos.

Ela olhava para as pessoas à mesa, com um aperto no coração.

A família Castro continuava sendo a família Castro, sempre cheia de paixão e calor, com o ambiente mais acolhedor possível.

Mesmo que ela os tivesse magoado profundamente, eles nunca mencionavam isso.

Ela finalmente entendeu que só a família poderia aceitar incondicionalmente o seu imperfeito.

Pensando nisso, Isabel percebeu que ainda tinha muito o que aprender.

Ela nunca mais machucaria aqueles que a amavam por alguém que não a amava.

- Deixe Bela continuar na medicina!

- Não, nos negócios!

- Fazer design tem um futuro brilhante!

De repente, os três começaram a discutir e Isabel trocou olhares com Henrique, sem saber o que fazer.

- Bela, você decide, o que você escolhe?! - Três vozes soaram ao mesmo tempo.

Isabel forçou um sorriso, nervosa, segurando firme o garfo, sabendo que escolher qualquer opção iria desagradar alguém!

De repente, o som de uma moto veio de fora da mansão, e Isabel deu um sorriso, sua querida amiga Clara veio a buscar.

Ela limpou os cantos da boca e disse:

- Queridos familiares, eu vou sair para me divertir um pouco. Quando eu voltar, vou assumir cada uma dessas responsabilidades!

Com isso, Isabel saiu correndo, deixando os outros na mesa discutindo intensamente.

Uma fortuna bilionária e salvar vidas como médica eram ótimas opções, mas, para Isabel, a prioridade era a felicidade.

Ela estava determinada a recuperar os três anos de juventude que tinha desperdiçado!

Bar SK.

A música estava ensurdecedora e os holofotes iluminavam o centro da pista de dança.

Isabel estava vestindo uma minissaia vermelha justa, com um par de saltos altos de dez centímetros, exibindo suas longas pernas brancas e esbeltas. A saia delineava perfeitamente sua figura impecável.

Ela estava maquiada hoje, com os cachos caindo atrás de seus ombros, e seus olhos encantadores e cativantes.

A luz destacava a tatuagem de borboleta em suas costas, a tornando ainda mais deslumbrante e irresistível.

Clara olhava para Isabel, com uma pitada de pesar em seus olhos.

Embora Isabel aparentasse não se importar, Clara a conhecia desde criança, ela entendia Isabel.

Neste momento, Isabel estava sofrendo, mas tudo isso era culpa dela mesma. Ela não podia expressar seus sentimentos, só podia se entorpecer com álcool.

Ninguém amava José mais do que Isabel.

Se perdesse Isabel, José realmente não se arrependeria?

Os olhares cobiçosos de inúmeros homens se fixavam em Isabel, eles engoliam a seco e a elogiavam:

- A Sra. Isabel é realmente deslumbrante!

- José é realmente sortudo, tendo uma esposa tão linda!

A música parou abruptamente, Isabel jogou a garrafa de bebida vazia no sofá perto do palco, seu corpo balançava levemente e ela ouviu o nome de José.

Seus olhos varreram a multidão abaixo, sua voz soou:

- Em uma noite tão divertida, alguém mencionar José não te faz sentir enjoada? Esta noite eu reservei todo o lugar! Quem ousar mencionar José, saia agora!

A multidão aplaudiu, todos expressando sua concordância com a Sra. Isabel.

Ninguém percebeu que, em um canto discreto, um homem queria esmagar o copo de bebida em sua mão.

- Hahaha, José, sua esposa parece ter se libertado depois de pedir o divórcio, não é? Como eu não percebi antes que sua esposa tem uma tatuagem? É muito legal!

Enzo olhava fixamente para Isabel, mencionando "sua esposa" repetidamente, sem desviar o olhar por um momento sequer.

José permaneceu em silêncio, com uma expressão irritada.

Nos três anos de casamento, tanto na sua frente quanto em ocasiões importantes, ela sempre se vestia com modéstia e elegância, nunca assim.

Ele nem sabia que Isabel tinha uma tatuagem nas costas.

- A Sra. Isabel diz que não ama mais e é direta sobre isso. - Um brilho de admiração passou pelos olhos de Enzo.

José apenas tomava sua bebida, com uma expressão fria, sem dizer uma palavra.

Eram apenas alguns truques de Isabel, ele pensou. Em menos de três dias, Isabel certamente voltaria para ele.

José não podia deixar de olhar para Isabel, mas em apenas um momento, seu olhar se tornou gélido.

Isabel estava se apoiando em um homem, seus lábios roçando perto do ouvido dele, não se sabe o que ouviu, ela baixou os olhos e riu suavemente, sedutora.

Outros lhe ofereciam bebidas, e ela aceitava todas, com sorrisos e gestos provocantes.

José engoliu em seco, observando Isabel encostada no homem.

De repente, ao redor, as pessoas começaram a gritar, suas vozes estridentes:

- A Sra. Isabel e o Sr. Santos realmente fazem um belo par!

- Sr. Santos, eles dizem que nós combinamos bem, você é casado?

Isabel balançava o copo de bebida, os olhos ligeiramente cerrados, um pouco embriagada.

O homem ficou perdido com o flerte e perguntou:

- Sou solteiro, você teria coragem de se casar comigo?

- Eu não teria motivo para não me casar, para ser honesta, eu também sou solteira. - Isabel sorriu maliciosamente.

José ouvia as palavras de Isabel enquanto tomava um gole da bebida.

Ele queria fingir que não se importava, mas, inexplicavelmente, ele, que sempre conseguia se controlar, estava inquieto hoje, olhando repetidamente para Isabel.

- Você e Jo... - As palavras do homem foram interrompidas.

Isabel imediatamente levantou o dedo indicador e o colocou nos lábios do homem:

- Não mencione essa pessoa, estraga a diversão.

José apertou o copo com força, com uma leve raiva surgindo em seu coração.

Estraga a diversão?

Essa mulher, dizia que o amava tanto, agora flertava com outros por aí.

Ela não estava implorando para se casar com ele antes?

Isabel passou a língua nos lábios, desabotoando a camisa do homem com os dedos, cheia de sugestão:

- Quer se divertir de verdade?

- Como?

- Vamos para hotel. - Isabel foi direta.

A atmosfera de flerte esquentou e as pessoas na boate começaram a gritar e aplaudir.

Mas o rosto de José ficou imediatamente sombrio.

Enzo sentiu a pressão ao lado aumentar.

O homem sorriu:

- Sra. Isabel, eu levo a sério.

- Eu não estou brincando. - Isabel não se importou.

O homem imediatamente se levantou do sofá, olhando para Isabel, engolindo a seco, estendendo a mão para ela:

- Vamos?

Enzo estava quase explodindo de raiva:

- José, sua esposa, ela...

Enzo se virou, mas onde estava José?

Quando olhou de novo, ouviu os gritos das meninas na boate:

- José Silva?!

José segurava o pulso de Isabel, a puxando, e depois olhou para o homem, com um olhar ameaçador.

Ele a puxou em direção ao banheiro.

Clara, que estava no sofá, se levantou e, ao ver aquela figura, ficou completamente perplexa.

Como José estava ali?

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