Ligação on:
— Emma onde você está? — Cris questionou o óbvio, já era para ele saber que estava na loja a essa hora em um sábado.
O dia já havia sido corrido e eu ter acordado atrasada foi a cereja do bolo, então tudo o que eu queria era fechar e me deitar de frente a televisão e dormir ali mesmo.
— Fechando a loja, por quê? — questionei rápido antes que me arrependesse de ter atendido.
— Deus, por que está trabalhando até essa hora? Mamãe e papai estão viajando, você deveria estar curtindo.
— Não vou mudar minha rotina só por isso. Vamos diga logo o que você quer! — ele estava estragando minha vibe fim de noite do sábado.
— Ok chatinha, Charles vai abrir uma nova boate e hoje é a inauguração. — Cris tagarelou e eu me perguntei porque ele estava falando aquilo comigo, ele sabia que eu não fazia esses programas há muito tempo. — É obvio que ele convidou você, então vamos?
— Sabe que minha resposta é não. — não era nenhuma novidade que eu não ia para boates, nem festinhas como costumávamos ir, a Emma festeira tinha ficado lá atrás. — Nem sei porque se deu o trabalho de ligar.
Sempre que Charles abria uma nova boate eu recebia um convite, era de praxe, mesmo que ele fizesse mais por amizade do que se realmente acreditasse que eu fosse aceitar.
— Você está parecendo a vovó e olhe que até ela sai.
— Estou cansada Cristian! Eu só quero deitar e comer alguma coisa, se não tem mais nada para falar então tenha uma ótima noite.
— Eu passo pra te buscar as 23:30, dá tempo de descansar e comer algo até lá. — ele insistiu e minha curiosidade aumentou.
Cristian não ficava batendo na mesma tecla, especialmente quando sabia meus motivos. Olhei para Lise que estava curiosa do meu lado, era só ouvir o nome dele paras as orelhas dela ficarem em pé, com certeza ela vibraria se eu a chamasse.
— Quer ir á uma boate nova hoje? — joguei a deixa, mas no fundo torcia para que ela não quisesse.
— Claro, bem melhor que comer e dormir. — falou debochando da minha ideia de um sábado a noite perfeito.
Suspirei vencida, pelo menos eu descobriria o porquê de Cris insistir que eu fosse e se desse sorte poderia me divertir um pouquinho. Sorte, era o que eu precisava para a noite não ser um total fracasso.
— Tudo bem, as onze na minha casa e não se atrase. Lise vai comigo.
— Ótimo pandinha. — escutei um sorriso na sua voz de quem havia conseguido o que queria e quase me arrependi de ter aceitado.
Desliguei rápido antes que desistisse da ideia e encarei minha amiga com uma cara de felicidade.
Pobre Lise se achava que indo até lá teria alguma chance de fisgar meu irmão, eu tinha quase certeza que o desgraçado sabia do interesse dela e por isso a evitava, afinal para um homem que ficava com mais mulheres do que podíamos contar não devia ser tão difícil notar o interesse.
— Nós vamos passar na sua casa pra te pegar. — avisei passando as chaves nas fechaduras, já pronta para ir.
Em casa bati a cabeça tentando achar algo bom o bastante para vestir, todas as casas noturnas que Charles abriam era um sucesso, então eu sabia que estaria lotada de pessoas bem vestidas, por isso não tinha ideia do que usar, se dependesse de mim iria de pijama direto para a cama.
— Quem mandou concordar com isso Emma! — gritei comigo mesma olhando a bagunça que havia se tornado meu guarda roupa.
Só esperava não me arrepender tanto.
Até que depois de muito pensar optei por um vestido rose, que não usava há um bom tempo. O decote dele era bem generoso o que me impediria de usar sutiã, a saia de tule rodada dele dava um ar fofo contrastando com a sensualidade da parte de cima. Estava ótimo.
— Olha só ela. Isso é porque não estava afim de vir hein gatinha. — Cris murmurou quando entrei no seu carro. não sabia se agradecia a massagem no ego ou o xingava para ir mais rápido.
Lise sim sabia o que vestir para parecer poderosa e sexy, ela arrasou com um vestidinho preto justinho no corpo valorizando suas curvas, as pedrinhas brilhantes contornando os seios no formato de sutiã chamava atenção total para seu busto, mas era impossível não encarar todo o resto da obra. As madeixas soltas e uma maquiagem mais forte nos olhos ficava perfeita nela, marcando toda a sensualidade e beleza do seu rosto.
Quando finalmente chegamos o lugar já estava lotado, a fila para entrar estava dando a volta na esquina, e eu tinha certeza de que lá dentro estaria parecendo um formigueiro.
Cris se adiantou e mostrou ao segurança as pulseiras que Charles tinha dado e entramos ouvindo vaias e xingamentos de quem esperava na fila, mas rapidamente tudo foi ofuscado pelo clima dentro do lugar.
A boate era linda, como todas as outras dele, Charles adorava dar toques únicos a cada uma delas, como se fossem seus bebês.
As paredes desta eram de tijolos vermelhos, deixando-a com um ar rústico, mas o lustre enorme e luxuoso, que lembrava pequenos cristais, descia do segundo andar até o primeiro, dando um toque de modernidade e luxo, assim como a cabine do DJ suspensa no canto direito, toda de vidro o DJ parecia estar flutuando sobre as pessoas na pista.
Do lado esquerdo tinha estava a escada que nos levava ao segundo andar. A área Vip era enorme, com um bar, mesas, sofás e poltronas. Tanto o primeiro piso como o segundo estavam lotados, Charles sabia como atrair as pessoas. Ele era um verdadeiro sucesso!
Cris foi direto para uma mesa onde não me surpreendi ao ver Charles com duas garotas lindas a tira colo, mas o que me surpreendeu foi ver Guilherme sentado ali, como se todos eles fossem íntimos, amigos de longa data, quando não era verdade já que eu cresci no meio desses meninos.
Porque diabos Cris não me contou que ele viria? Olhei para meu irmão e pelo ar cínico que usava ao cumprimentar os amigos ele definitivamente sabia que o dito cujo estaria ali.
Revirei os olhos pedindo novamente para não me arrepender.
— Parece que estava certo em desejar que nos víssemos logo, afinal funcionou. — Guilherme murmurou muito próximo do meu ouvido assim que me sentei.
Poderia crer que a proximidade era por conta da música alta, mas onde estávamos eu conseguia ouvir sua voz perfeitamente a distância e se ele tinha mesmo convencido meu irmão a me arrastar até ali, que era o que eu desconfiava, a aproximação era só o começo da noite.
— Olá Guilherme. — respondi enquanto ele me dava um beijo no rosto, quase perto de mais dos meus lábios enquanto sua mão deslizava por meu braço em uma caricia deslavada. — Tenho quase certeza de que você mexeu alguns pauzinhos para que isso acontecesse.
Seu perfume me inundou de um jeito sedutor, como se ele fosse um predador que atraía a presa com seu cheiro e sorriso.
Céus aquilo não ia prestar! Eu podia estar querendo resistir ao homem, mas certas coisas eram de mais pra minha cabeça.
Com minha fala ele se moveu, afastando a cabeça o suficiente para que pudesse me olhar nos olhos, e lá estava a cara de pau com o sorriso sexy de lado me dizendo que eu tinha razão.
— Não me lembro de quando foi a última vez que você deu a honra de sua presença em uma de minhas boates. — Charles falou se afastando das mulheres e vindo em minha direção nos tirando da nossa bolha de sedução.
— Nem eu. — respondi sorrindo, agradecida por ser cortada da hipnose que Guilherme estava me mantendo.
Recebi seu abraço apertado que há muito tempo não sentia. Éramos velhos amigos, graças aos nossos pais, e senti uma pontada de culpa em não vê-lo com tanta frequência como costumava.
— Desculpe não ter aparecido na sua casa no aniversário, estava cuidando para que tudo ficasse pronto a tempo. — ele murmurou se virando e me indicando o lugar a nossa volta. — O que achou?
— Está maravilhoso, como tudo que você faz da pra ver que se dedicou. E sua mãe já se desculpou por você na festa.
— Deixa eu te dar mais um abraço porque isso é quase um feito milagroso você estar aqui. — Charles me apertou novamente contra seu corpo me mantendo no abraço gostoso.
— Não se acostume muito, não vai voltar a ser um habito. — resmunguei me afastando e antes que continuássemos conversando me virei puxando Lise apresentando a ele.
Ficou explicito na hora, quando vi seus olhinhos brilhando em direção a minha amiga, seu interesse. Se não fosse ela babando no meu irmão eu poderia apostar nos dois como um belo casal.
Enquanto conversávamos percebi o quanto Lise estava louca para dançar, mesmo assim ela não me chamou nenhuma vez, continuou ali como uma das ricas mimadas em volta conversando enquanto bebíamos.
Quer dizer eles bebiam, eu fugia de qualquer coisa alcoólica ou poderia ter problemas mais tarde com a quantidade de remédios que eu tomava.
Mas não demorou muito para que nós duas começássemos a nos incomodar, eles estavam rodeados de mulheres e era tanta monopolização de atenção com toques, bebidas na boca, sentadas em colo e passadas de mãos não tão discretas.
Eles estavam tão atraídos que nem ao menos perceberam quando chamei Lise para o banheiro.
E eu não culpava as garotas, se elas os queriam estavam certas. Os babacas da história eram os três palermas, em especial meu irmão que fez questão de me trazer por capricho do seu amiguinho.
— Amiga, eu acho que você devia olhar o Guilherme. Ele estava te secando desde que chegamos, disso eu não tenho dúvidas. — Lise soltou assim que entramos no banheiro lotado.
— Por mais que eu pudesse ser sua ideia inicial da noite ele acabou de mudar de planos com a loira sentada no seu colo. E se tem uma coisa que não aturo é ser segunda opção.
O homem nem ao menos deve ter notado minha ausência disso eu tinha certeza, afinal com várias mulheres loucas se jogando no seu colo seria bem difícil notar a que o estava evitando.
— Você está mais que certa, segunda opção é fim de carreira. Mas eu acho que já passou da hora de você deixar seus problemas de lado e se dar o prazer de aproveitar a vida, pelo menos um pouco.
— Sabe que não quero me envolver com ninguém...
— Não estou te falando pra casar, só... deixa fluir, vive um pouco!
Talvez ela estivesse certa, e eu devesse deixar a acontecer e voltar a curtir a vida, mesmo que uma parte de mim quisesse permanecer na zona de conforto que criei e não arriscar colocar ninguém na minha vida.
Talvez, só por essa noite eu poderia considerar a ideia, já estava aqui afinal curtir não iria fazer mal.
— Quem sabe...
A quem eu queria enganar, eu queria que algo de bom acontecesse e mexesse na minha vida que havia se tornado pacata. Mas ao mesmo tempo um frio na barriga me tomava só de pensar em mudar.
Isso era estar viva?
— Espere e veja, vai rolar sim. — ela murmurou com aquele tom de mãe Diná que sabe sobre seu futuro e com um sorriso enorme no rosto.
Quando voltamos à mesa algumas garotas haviam sumido e meu irmão parecia ter seguido o rastro delas. Parei antes de sentarmos quando notei a loira sentada no colo de Guilherme cochichando algo em seu ouvido, e ele parecia estar gostando.
O que ele estava querendo afinal?
Lise olhou deles para mim antes de me puxar pelo braço.
— Vamos dançar amiga? Por favor. — ela pediu fazendo biquinho e eu concordei rindo, seria bom me divertir afinal de contas mesmo que o pensamento de que Guilherme fosse louco não parasse de passar por minha cabeça.
— Preciso de uma coisa antes. — passamos no bar e eu pedi duas doses de tequila, aquele álcool iria me ajudar a me soltar depois de tanto tempo com toda certeza.
Olhei para Lise que me encarava com os olhos arregalados, lambi o sal que coloquei na mão, virei meu copo e chupei o limão seguindo o ritual.
Deus, há quanto tempo não fazia isso. Senti o álcool descer queimando tudo e me dando uma alegria bem vinda, Lise faz a mesma coisa, sacudi a cabeça rindo alto com ela antes de descermos para a pista de dança.
Começamos a nos soltar dando alguns passos, entrando em ritmo com a batida alta que ressoava dentro de nossos corpos, de repente já não sabia há quanto tempo estávamos lá dançando, também não me importava se estava lotado de pessoas esbarrando em mim o tempo todo, eu enfim estava aproveitando a noite.
A euforia correndo em minhas veias, a alegria, a leveza simples e quase mágica de estar dançando com minha amiga sem me preocupar ou pensar em nada. Apenas deixando a música me levar enquanto meu corpo parecia saber exatamente o que fazer.
Quando o DJ colocou Hey Mama, da Nick Minaj, comecei a seguir os passos de Lise, que colou seu corpo com o meu e começou a me guiar de forma sexy passando suas mãos pelo meu corpo, de repente tudo parecia estar em sincronia sensual, a musica, as luzes, nossos movimentos, até que senti mãos bem maiores que a dela no meu quadril.
Um homem se colou ao meu corpo seguindo os nossos movimentos, os braços dele e de Lise me prendendo entre os dois, fazendo um sanduiche de Emma. Era sexy, quente e estava me deixando excitada, mesmo que eu estivesse de frente para ela e meu interesse maior fosse o corpo másculo colado as minhas costas.
Quando eu me virei para vê-lo tive uma visão gloriosa, alto, cabelos pretos e com uma barba cheia, bem no estilo lenhador. Fora o sorriso imenso que me lançava, continuamos dançando mesmo quando outra música começou, como se fossemos íntimos, suas mãos corriam pela lateral do meu corpo enquanto as minhas estavam para o alto curtindo ainda a vibe da batida.
Mas antes que eu pudesse assimilar outras duas mãos agarraram minha cintura e me puxaram com força colando minhas costas contra um corpo forte. Eu nem ao menos tinha reparado Lise se afastar e agora já sentia o calor dos lábios de alguém roçando meu pescoço.
Involuntariamente tombei a cabeça para o lado dando mais espaço para quem quer que fosse aumentasse a caricia, ele aproveitou a chance e plantou um beijo na base da minha orelha me arrepiando inteira.
Aquilo era bom, fechei meus olhos me deixando levar pelos lábios contra meu pescoço, escovando minha nuca, as mãos fortes me segurando com possessividade. Foi ai que me dei conta que o lenhador que estava ali minutos atrás havia sumido, então tentei me virar e ver o homem misterioso que havia me arrancado dos braços do outro, só que as mãos espalmadas em minha barriga me mantiveram firme no lugar, colada à ele enquanto ele atacava minha pele sensível me fazendo esquecer tudo a nossa volta.
Movi uma de minhas mãos até seu cabelo, os fios grandes e macios me fizeram não resistir a puxá-los, o homem respondeu com uma mordida no lóbulo da minha orelha, me fazendo arfar e empurrar o corpo em sua direção.
Precisava de mais!
Assim que a música acabou ele me girou me virando para encontrá-lo. Eu fiquei com uma expressão presa entre o sorriso, tesão e a surpresa. Guilherme me olhava de forma sedutora com aquele sorriso de lado sacana que eu estava começando a adorar.
Eu sorri para ele, Lise tinha razão afinal, talvez ela pudesse ganhar dinheiro com esse negócio de prever o futuro das pessoas. Aproximei meu rosto do seu, querendo beijar finalmente aquela boca espertinhas, mas de repente suas mãos não estavam mais em mim. O encarei confusa enquanto ele se afastava indo embora como se nada tivesse acontecido. Ele simplesmente me deixou ali. Que merda tinha acabado de acontecer aqui? Guilherme acabou de estragar minha dança com outro cara, acender todo meu corpo com seus toques e beijos para me deixar plantada no meio da pista de dança, com a maior cara de tacho da história. A frustração se espalhou por meu corpo, mas foi rapidamente substituída por raiva assim que entendi tudo e me odiei por ter me deixado levar. Grande babaca! Inferno, parte de mim continuou a negar a cena que tinha acabado de acontecer, eu não conseguia acreditar que ele tinha me deixado assim, toda entregue, um joguinho sujo e idiota que eu não estava nenhum pouco a fim de jo
Acordei com uma escola de samba na minha cabeça, tudo parecia claro de mais ou barulhento de mais, isso sem falar da boca seca, como se estivesse há dez dias no deserto sem água. Me arrastei para fora da cama quase me arrependendo de levantar. — Deus, não bebi quase nada e estou me sentindo horrível. — resmunguei entrando na cozinha e indo em direção a cafeteira. Tudo o que eu queria era tomar um café, um remédio para dor de cabeça e voltar a dormir o restante do dia. Lise estava sentada já a mesa com uma cara bem melhor do que a minha, mesmo ela tendo bebido muito mais do que eu ainda parecia que tinha passado a noite no spa. Queria voltar aos meus dias de glória. Quando estávamos no carro voltando para casa ela me confidenciou o motivo de ter ficado tão transtornada a noite passada. Assim que o homem que ela estava beijando a chamou para ir a um lugar mais privado ela surtou, o dispensou e foi para o bar. Me indignava que as vezes qualquer coisinha pudesse desencadear nela ess
Eu estava tentando alcançar algumas garrafas de cervejas que estavam bem no fundo da geladeira e distraída como estava deixei minha bunda para o alto, dando uma bela visão do meu traseiro para o desgraçado. Me ergui respirando fundo tentando manter a compostura, mas assim que meu corpo se alinhou senti o calor de seu corpo próximo ao meu. Deus, porque ele estava tão perto, tinha perdido totalmente a noção de espaço? — Eu não me lembro de ter perguntado nada. — resmunguei irritada finalmente me virando para encará-lo. — Ui, porque está nervosinha? — Guilherme questionou me lançando um sorriso sacana de lado. — Adorei a cor do seu biquíni. — era preto, com tiras de amarrar dos lados, uma peça mais do que comum. — Tenho certeza que aqui tem outras duas meninas usando igual. E não estou com raiva, não se de tanta importância. — Mas as outras não são você. Não tem seu corpo. — Guilherme me olhou de cima a baixo, esquadrinhando cada pedacinho, como se me desenhasse em sua mente com o
Sai da casa de Emma pisando duro, não me despedi de ninguém e ainda esbarrei em um casal que se pegava na entrada onde os carros estavam estacionados. Perfeito! Eu estava puto da vida comigo mesmo, não tinha como fingir que era com outra pessoa. Não podia nem culpar aquela diaba, mesmo que fosse ela a maior responsável por eu ter me deixado enganar, com aqueles olhos doces e inocentes, aquela voz suave e o sorriso que me desarmou. A culpa no fim de tudo era minha por ser tão burro em me deixar levar por esses detalhes, é claro que ela era uma bruxa na arte do engano. Eu finalmente tinha encontrado uma jogadora a altura. Quando a vi dançando na boate com um cara aleatório que a avistou na pista de dança fiquei inquieto, ela estava feliz, parecendo livre enquanto dançava com sua amiga. Um belo show para se assistir, mas então aquele idiota entrou no meio, tentando seduzi-la. Eu a queria então porque não ir até lá mostrar pra ela? Foi o que pensei. Mas não sei o que me deu quando a
Eu estava na cozinha, não estava conseguindo dormir e desci para tomar um copo de leite quente, com sorte o sono voltaria. Tinha passado boa parte da noite pensando em Guilherme e aquilo estava me irritando, perder o sono por causa dele era o fim. Mas quando eu estava subindo as escadas de volta para o quarto a campainha tocou me assustando. — Deus, quem pode ser a essa hora? — espiei pela janela ao lado da porta e me surpreendi ainda mais. — Guilherme? O que ele estava fazendo ali aquela hora da madrugada? Abri a porta e fiquei o encarando confusa. Os cabelos castanhos estavam bagunçados e ele vestia uma calça jeans, com uma blusa de malha com mangas longas, que se moldava aos seus músculos, o tom azul da blusa realçando ainda mais os seus olhos claros. Ele era um colírio para os olhos, mas ainda sim eu estava confusa. — O que aconteceu... — não consegui terminar de falar, pois ele veio sobre mim. Seus lábios em cima dos meus eram macios, mas exigentes, não facilitando nenhum
Quando estávamos quase terminando de fechar um carro preto maravilhoso, parou em frente à floricultura. Lise que estava pegando às flores do lado de fora entrou gritando empolgada. — Ele chegou! Seu Deus grego veio de carruagem e tudo. — O que? — olhei no relógio 20:30, pontual de mais. — Não acredito que ele dirige um carro desses. — Porque não? Ele é rico, ele pode. — ela riu babando no carrão pela janela. — É praticamente uma obrigação que ele ande em algo assim. — Por isso mesmo, é o puro estereótipo do filhinho de papai, esbanjando a grana suada que ele não derramou uma gota para conseguir. Ainda não acredito que vou sair com um cara assim. — resmunguei revirando os olhos para mim mesma por ter aceitado sair com o senhor babaca. — Eu acho que vocês formam um belo par. — ela gargalhou claramente me insultando. A sineta tocou nos tirando o foco. Guilherme entrou com aquele ar imponente e soberbo, claramente tinha acabado de vir do escritório ainda vestido com o terno preto e
Ele passou as mãos no cabelo de forma impaciente, bagunçando os fios, e me encarou bufando. — Tudo bem então. — resmungou antes de começar a atacar o prato. — Qual outro ponto a esclarecer senhor Monteiro. — Você é frustrante, Emma! — ele praticamente rosnou, me encarando um segundo antes de levar o garfo até a boca. — Pensei que me achasse excitante. — provoquei para tirar com a cara dele, mas o feitiço foi lançado de volta. — Isso não precisa ser discutido, concordamos totalmente que sim! — Você é louco. — murmurei abaixando a cabeça parecendo concentrada de mais em minha comida, quando na verdade fugia de seu olhar para que ele não visse meu rosto pegando fogo. — Não vejo a hora de transar com você. — ouvir aquilo me fez arfar justo na hora que colocava uma garfada de minha lasanha na boca. — Você não tem ideia do quanto estou ansioso para me enterrar em você e ouvir essa boquinha esperta não conseguir dizer nada, além do meu nome entre os gemidos. Meus olhos parecia
Minha semana não estava fácil e eu comecei a me perguntar onde estava me metendo e o porquê de eu ter aceitado ter algo, seja lá como vamos chamar, com Guilherme. Mesmo já sabendo a pergunta.Para melhorar minha vida e aumentar minhas dúvidas, tinha chegado o dia dos meus exames, os exames de rotina, apenas para me certificar de que tudo continuava bem, mas que sempre me deixavam apavorada, quando se esteve doente uma vez o medo de voltar a estar é uma sombra que nos persegue, e eu não era a única a ficar assim.A única coisa boa da semana foi Guilherme não ter me mandado mensagem ou ligado, assim eu tive a certeza que ele era o tipo de cara desencanado, eu não precisaria me preocupar que ele se apegasse e decidisse ficar na minha vida.Seria apenas sexo, e se gostássemos poderíamos ter mais disso. Desde que nos mantivéssemos fora da vida pessoal um do outro não deveria haver problemas.Escutei as risadas de Lise e sai do meu mundinho, tentando captar o que eu tinha perdido ali na loj