Eu sorri para ele, Lise tinha razão afinal, talvez ela pudesse ganhar dinheiro com esse negócio de prever o futuro das pessoas.
Aproximei meu rosto do seu, querendo beijar finalmente aquela boca espertinhas, mas de repente suas mãos não estavam mais em mim.
O encarei confusa enquanto ele se afastava indo embora como se nada tivesse acontecido. Ele simplesmente me deixou ali. Que merda tinha acabado de acontecer aqui?
Guilherme acabou de estragar minha dança com outro cara, acender todo meu corpo com seus toques e beijos para me deixar plantada no meio da pista de dança, com a maior cara de tacho da história.
A frustração se espalhou por meu corpo, mas foi rapidamente substituída por raiva assim que entendi tudo e me odiei por ter me deixado levar. Grande babaca!
Inferno, parte de mim continuou a negar a cena que tinha acabado de acontecer, eu não conseguia acreditar que ele tinha me deixado assim, toda entregue, um joguinho sujo e idiota que eu não estava nenhum pouco a fim de jogar.
Lise chegou me chamando, mas eu ainda estava olhando fixamente para o caminho que aquele tremendo imbecil tinha acabado de fazer. Como queria que olhares tivessem poderes, assim ele cairia estatelado no chão.
— Emma! — ela gritou puxando meu braço. Pisquei algumas vezes voltando finalmente para a terra. — Você está bem? — questionou preocupada enquanto me analisava.
— Estou ótima. — sei que não estava, mas iria ficar em dois minutos.
— Podemos ir embora se quiser? — ela ofereceu. Estava tentando ser legal comigo, eu sabia, mas não deixaria minha noite acabar assim. Não quando eu tinha decidido me divertir.
— Não mesmo. — falei já indo em direção ao bar, pronta para pedir qualquer coisa bem forte.
— Pensei que você não gostasse de beber. — seu comentário saiu mais como um lembrete do que um questionamento, mas eu podia sentir a preocupação na sua voz. — Você não vai resolver isso bebendo.
— Não, vamos resolver dançando. Vim aqui pra me divertir ou não? — murmurei batendo o copo já vazio e voltando para a pista.
Dançávamos enquanto eu sentia o álcool ingerido fazer efeito no meu corpo. Depois de tantos anos sem beber talvez não tivesse sido uma boa misturar vodka e tequila. Deixei ser levada pela vibe do lugar, das pessoas a nossa volta, do calor em meu corpo, música atrás de música acompanhei as batidas de olhos fechados, me sentindo levemente tonta pela bebida e rodopios, estava o que podíamos chamar de "alegrinha".
Fazia muito tempo desde o meu último porre e aquilo dizia que era hora de parar se não quisesse dar PT bem ali, por isso deixei que meu corpo se acabasse na pista de dança, me fazendo esquecer de qualquer outra coisa que não aquela sensação gostosa que eu tinha sentido tanta saudade.
Quando senti novamente mãos em meu quadril empurrei no mesmo momento, não queria nenhum homem novamente atrapalhando minha noite, seríamos apenas eu, Lise e a pista de dança até que nossos pés não aguentassem mais.
Mas as mãos seguraram as minhas com força, me girando no lugar e me fazendo encontrar os olhos azuis de Charles. Um sorriso brotou ao constatar quem era e bastou isso para que ele me puxasse para si.
— Posso dançar com você? — perguntou com a voz rouca em tom doce ao pé do ouvido.
— Claro que pode, mas cá entre nós acho que você ia preferir dançar com a Lise. — murmurei lembrando dos seus olhares assim que chegamos.
— Aquela Lise? — ele questionou me virando e deixando minhas costas coladas ao seu peito, enquanto seus braços fortes me rodeavam.
A cena que se desenrolava a minha frente era Lise aos beijos com um cara, que eu não fazia ideia quem era, nem de quando ele havia aparecido ali.
— Parece que só te sobrou eu. — brinquei com ele segurando suas mãos contra meu corpo.
— E eu adorei. — ele murmurou colocando o queixo no meu ombro me mantendo naquela posição.
Estávamos quase parados em comparação com as pessoas a nossa volta, só nos balançávamos embalados em nossa bolha.
— Não venha, eu vi o jeito que você olhou pra ela quando apresentei vocês. — lembrei o fato de mais cedo.
— E eu o jeito que ela olhou para o seu irmão. — ele rebateu me deixando surpresa.
Claro que ele ia notar, Charles era um dos poucos homens observadores que eu conhecia, não havia muita coisa que passasse aos seus olhos. O que me fez pensar que ele provavelmente viu a ceninha com Cris e esse era o motivo dele estar aqui e não lá em cima com suas amigas.
— Oh, você não devia dizer isso em voz alta, nem eu a confronto sobre isso.
— Seu irmão é um cego por não perceber, mas não quero falar sobre eles. — disse me dando um beijo bem a baixo da orelha. — Vamos dançar! — exclamou me virando para ele.
Eu sei o que vocês podem estar pensando, mas não. Charles e eu já tentamos há muito tempo atrás, mas percebemos que éramos melhores como amigos.
Seus um e oitenta e cinco de altura me deixavam quase baixinha de mais perto dele, mas eu já estava acostumada a me sentir assim já que era rodeada de homens altos.
Charles com seu cabelo e a pele bronzeada parecia passar horas e horas na praia, mas eu sabia que aquilo era algo quase natural dele, assim como a gentileza que parecia brotar dele em todos os momentos.
Minhas mãos estavam em seu pescoço e as suas se moviam por todo meu corpo enquanto sorriamos, a felicidade de relembrar velhos tempos e passar um momento de olhares compreensivos entre dois ótimos amigos de anos, era o que preenchia o momento.
Seu rosto desceu até o nível do meu e ele me olhou sério mordendo o lábio inferior, eu não me aguentei e gargalhei de sua tentativa de sedução falha.
Mas assim que seu rosto afundou em meu pescoço me beijando meu sorriso foi sumindo aos poucos. Os beijos que ele espalhou na base do meu pescoço me fizeram arfar, e de novo e de novo, ele estava subindo, até que chegou a minha orelha e mordeu o lóbulo antes mesmo que eu pudesse esperar por aquilo, me fazendo morder os lábios para prender qualquer coisa que pudesse escapar.
Céus, e lá estávamos nós de novo. Eu não estava protestando, nem iria, se tinha alguém em quem eu confiava para deixar levar era ele.
Suas mãos me puxaram mais para si, quando ele trilhou um caminho por minha mandíbula até meus lábios e plantou um beijo ali. Eu não me fiz de rogada, abri meus lábios dando passagem para sua língua e envolvendo seus lábios com os meus.
Sua língua encontrou a minha, e corri as mãos até seus cabelos aprofundando o beijo, senti sua mão apertar mais forte meu quadril me fazendo mais quente e necessitada de contato.
Deus, eu não fazia ideia de que estava tão faminta assim por esse tipo de atenção! Não sei se por conta do que Guilherme fez ou era apenas a abstinência que me deixou sedenta.
Sua mão direita subiu por minha coluna até meu pescoço, segurando minha nuca com força, nossas línguas fazendo uma dança bem conhecida, cheia de promessas para o que poderia vir depois, mas eu me vi obrigada a parar para respirar, segurei os dois lados de seu rosto e o empurrei de leve para trás.
Tomei uma lufada de ar e ele abriu um sorriso enorme em minha direção. Éramos um desastre! As respirações descompassadas, os lábios vermelhos e levemente inchados, sem falar na cara escrita: desejo!
— Eu tinha me esquecido de como você é uma devoradora de homens. — eu gargalhei de sua velha piada.
— E eu havia me esquecido desse seu ótimo humor. — murmurei enquanto tentava voltar ao meu estado normal.
— Por um minuto achei que iria elogiar meu beijo. — ele resmungou — Mas vindo de você já me contento com essa declaração como elogio.
O puxei para outro beijo, eu queria tanto isso que me surpreendia. Talvez já tivesse passado tempo de mais em minha caverna.
Ele aprofundou o beijo e quando minhas unhas arranharam de leve seu pescoço ele virou o rosto se afastando do beijo e sorrindo de lado.
— Nós devíamos sair daqui. Isso vai ficar bem inapropriado. — o ouvi sussurrar conta meu ouvido arrepiando minha pele.
— Eu tenho que ir embora com a Lise. — respondi já me afastando para procurá-la.
— Ela está no bar Emma. — ele falou localizando-a antes que eu o fizesse e me puxando para lá.
Foi só chegar perto para ver seu rosto vermelho e as bochechas molhadas. Ela estava chorando?
— Lise, você está bem? O que aconteceu?
— Estou ótima. — respondeu e seu tom de voz choroso só me comprovou que havia algo errado.
Lancei um olhar para Charles, e não precisei dizer nada, ele sumiu no mesmo segundo. Minha amiga com certeza não estava no seu normal, algo entre o beijo que ela dava há minutos atrás e sua carranca de agora, tinha acontecido.
— O que aconteceu? — perguntei assim que ele se afastou. Ela estava tão animada há minutos atrás, então algo tinha acontecido para ela estar aquele jeito.
— Eu estou bem, juro, só detesto quando me b**e essa culpa na consciência por achar que pegar todos os caras é errado.
Isso acontecia com mais frequência do que ela gostaria, e quando acontecia Lise ficava realmente mal, se julgando uma qualquer e coisas piores. Isso era graças aos julgamentos que sua mãe tratou de enfiar no profundo de sua mente, nada como uma infância cheia de ideais distorcidos da igreja.
— Ora Lise não seja boba. Você é livre e pode fazer o que quiser com quem quiser, não fique se julgando! — falei sendo incisiva e pegando suas mãos. Se eu pudesse faria qualquer coisa pra ela entender que isso não a definia em nada. — Sabe que detesto isso que está fazendo com você mesma, não é? Às vezes eu desejo ser muito mais parecida com você, o ter toda essa sua autoconfiança. Você é sempre tão segura de si Lise, se arrisca, você é feliz minha amiga! Não deixe que um pouco de álcool e algumas ideias erradas estraguem sua noite te fazendo pensar besteiras.
— Você é uma vaca que eu adoro, sabia? — ela resmungou com os olhos vermelhos, que agora brilhavam e fungou de uma forma bem nojenta me fazendo rir.
— Você também é minha favorita! — afirmei agarrando seus corpo e tentando esmagar qualquer resquício de tristeza de seu olhar.
Quando me afastei encarei ela voltando a si aos poucos, essa era minha amiga, com os olhos castanhos enormes e lindos que pareciam hipnotizar todos a sua volta e a empolgação que parecia eletrificar qualquer lugar em que Elizabete colocasse os pés.
— E eu te amo minha vaquinha. — ela falou me abraçando.
— Eu também te amo sua grande vaca boba. Agora vamos pra casa. — passei meu braço esquerdo por sua cintura enquanto andamos para a porta de saída. — Essa noite já deu tudo o que tinha de dar.
— Eu estraguei sua noite não foi? — Lise perguntou fazendo um biquinho engraçado, provavelmente lembrando-se de momentos atrás quando eu estava aos beijos com Charles na pista de dança.
— Você nunca estraga nada, Charles e eu somos só amigos. — expliquei pra ela.
Afinal era a pura verdade, mesmo se saíssemos juntos daqui essa noite não seríamos mais que apenas bons amigos, já tínhamos passado por essa fase de confundir sentimentos com tesão aos dezesseis, não voltaríamos pra lá agora. Claro que isso não impedia que rolasse alguns amassos ocasionais.
— Hummm eu vi bem que amizade a de vocês, queria amigos assim. — ela gargalhou com insinuações cutucando minha cintura e me fazendo cócegas.
— Pois ele é todinho seu se quiser! — assim que terminei a frase encontramos Charles apareceu com meu irmão.
Charles tinha sido um amor indo buscar nossas coisas e avisar a Cris que queríamos ir embora, mas até aí não era nenhuma novidade, ele sempre era um fofo.
Antes que saíssemos minha curiosidade venceu meu orgulho, então me virei antes que cruzássemos as portas na esperança de ver, mesmo que por relance, Guilherme mais uma vez, mas não obtive sucesso.
Caminhamos em silêncio pela calçada até onde Cris tinha deixado o carro estacionado, Charles com seu braço em volta de meus ombros me perguntando como as coisas iam enquanto Lise era escoltada por meu irmão, com certeza ela estava aproveitando a atenção.
Pena que assim que nos deixasse em casa ele correria de volta para terminar o que quer que tenha começado com as meninas lá dentro.
Estava com os braços pendurados nos ombros de Charles me despedindo quando Cris passou com o braço agarrado a cintura da loira, na mesma hora Charles me deu um beijo, não um beijo qualquer, um daqueles de cinema com direito a deitar o corpo como uma dança e tudo, pegando-me de surpresa e me deixando sem ar como sempre.
Assim que ele se afastou fazendo seus lábios diminuírem a abordagem entendi o que ele tinha feito. Sem sombra de dúvida ele havia visto o que o amigo tinha feito na pista de dança e quis causar.
Charles deu uma piscadinha acompanhada do seu sorriso mais safado, confirmando minhas suspeitas, esse sacana era de longe o melhor amigo que uma mulher podia ter.
— Obrigada pela noite adorável. — disse me beijando no rosto por fim. — Lise está mesmo bem? — ele realmente tinha se importado com ela.
Aquilo quase me fez rugir de raiva por saber que nesse momento ela estava dentro do carro usando suas melhores estratégias para ter a atenção de Cris enquanto tinha um boy maravilindo que queria conhecê-la bem ali.
Um homem doce desses e eu não sabia como ainda estava solteiro, era quase uma blasfêmia as solteiras que estavam em busca de um homem lindo, safado, CEO, festeiro, com pegada, e ele que tinha tudo isso continuava ali.
Os cupidos do mundo com certeza não estavam fazendo o trabalho direito.
— Ela vai ficar, vou cuidar direitinho da minha amiga, pode ficar despreocupado e obrigada, você como sempre maravilhoso. — agradeci o puxando para apertá-lo mais um pouco, já ficando com saudades do abraço amigável e confortável.
— Oh Deus, um elogio! — comecei a gargalhar de seu teatro fingindo espanto, Charles me abraçou mais apertado. — Vou usar isso contra você até o dia de sua morte.
— Melhor se contentar porque vai ser o único que vai conseguir de mim. Boa noite seu convencido. — respondi já o empurrando para longe e entrando finalmente no carro.
Observei o homem se abaixando na janela do passageiro e jogando um beijo para Lise que antes encarava nossa cena com um sorriso divertido.
— Boa noite linda. — ele murmurou dando uma piscadela antes de sair.
Cris me deixou na casa de Lise já saindo as pressas como previ. Não queria nem pensar nas burradas dele agora, tudo o que eu precisava era me jogar na cama e dormir até não querer mais. Meus pés estavam me matando, meu estômago roncando... Mas assim que entramos na porta logo estancamos diante da bagunça.
Parecia que um furacão tinha passado pelo apartamento e agora o furacãozinho estava caído no sofá, dormindo de barriga para cima, enquanto papéis, flores e ração estavam espalhados por toda a sala. Marcas de pequenas patinhas marcavam tanto o chão quanto o sofá e quase morri ao ver um montante de cocô bem em cima do seu tapete. A cereja em cima do bolo.
— Eu vou limpar. — resmunguei já me sentindo o dobro de cansada.
— Deixa isso ai. — rosnou pegando o pequeno Tom adormecido no sofá e levando-o com ela para o quarto. — Vêm dormir logo Emma! — gritou enquanto eu ainda encarava a bagunça.
Aquilo ia dar trabalho amanhã. Lise com certeza já estava acostumada a esse tipo de coisa, ou Tom havia feito isso desde que ficou aqui, ou ela já tinha experiência com pestinhas.
Fosse o que fosse eu agradeci por não ter que limpar tudo agora e corri em direção ao quarto, joguei meu vestido no chão já caindo na cama, com uma Lise quase adormecida ao lado, assim como Tom em sua caminha ao pé da cama.
Acordei com uma escola de samba na minha cabeça, tudo parecia claro de mais ou barulhento de mais, isso sem falar da boca seca, como se estivesse há dez dias no deserto sem água. Me arrastei para fora da cama quase me arrependendo de levantar. — Deus, não bebi quase nada e estou me sentindo horrível. — resmunguei entrando na cozinha e indo em direção a cafeteira. Tudo o que eu queria era tomar um café, um remédio para dor de cabeça e voltar a dormir o restante do dia. Lise estava sentada já a mesa com uma cara bem melhor do que a minha, mesmo ela tendo bebido muito mais do que eu ainda parecia que tinha passado a noite no spa. Queria voltar aos meus dias de glória. Quando estávamos no carro voltando para casa ela me confidenciou o motivo de ter ficado tão transtornada a noite passada. Assim que o homem que ela estava beijando a chamou para ir a um lugar mais privado ela surtou, o dispensou e foi para o bar. Me indignava que as vezes qualquer coisinha pudesse desencadear nela ess
Eu estava tentando alcançar algumas garrafas de cervejas que estavam bem no fundo da geladeira e distraída como estava deixei minha bunda para o alto, dando uma bela visão do meu traseiro para o desgraçado. Me ergui respirando fundo tentando manter a compostura, mas assim que meu corpo se alinhou senti o calor de seu corpo próximo ao meu. Deus, porque ele estava tão perto, tinha perdido totalmente a noção de espaço? — Eu não me lembro de ter perguntado nada. — resmunguei irritada finalmente me virando para encará-lo. — Ui, porque está nervosinha? — Guilherme questionou me lançando um sorriso sacana de lado. — Adorei a cor do seu biquíni. — era preto, com tiras de amarrar dos lados, uma peça mais do que comum. — Tenho certeza que aqui tem outras duas meninas usando igual. E não estou com raiva, não se de tanta importância. — Mas as outras não são você. Não tem seu corpo. — Guilherme me olhou de cima a baixo, esquadrinhando cada pedacinho, como se me desenhasse em sua mente com o
Sai da casa de Emma pisando duro, não me despedi de ninguém e ainda esbarrei em um casal que se pegava na entrada onde os carros estavam estacionados. Perfeito! Eu estava puto da vida comigo mesmo, não tinha como fingir que era com outra pessoa. Não podia nem culpar aquela diaba, mesmo que fosse ela a maior responsável por eu ter me deixado enganar, com aqueles olhos doces e inocentes, aquela voz suave e o sorriso que me desarmou. A culpa no fim de tudo era minha por ser tão burro em me deixar levar por esses detalhes, é claro que ela era uma bruxa na arte do engano. Eu finalmente tinha encontrado uma jogadora a altura. Quando a vi dançando na boate com um cara aleatório que a avistou na pista de dança fiquei inquieto, ela estava feliz, parecendo livre enquanto dançava com sua amiga. Um belo show para se assistir, mas então aquele idiota entrou no meio, tentando seduzi-la. Eu a queria então porque não ir até lá mostrar pra ela? Foi o que pensei. Mas não sei o que me deu quando a
Eu estava na cozinha, não estava conseguindo dormir e desci para tomar um copo de leite quente, com sorte o sono voltaria. Tinha passado boa parte da noite pensando em Guilherme e aquilo estava me irritando, perder o sono por causa dele era o fim. Mas quando eu estava subindo as escadas de volta para o quarto a campainha tocou me assustando. — Deus, quem pode ser a essa hora? — espiei pela janela ao lado da porta e me surpreendi ainda mais. — Guilherme? O que ele estava fazendo ali aquela hora da madrugada? Abri a porta e fiquei o encarando confusa. Os cabelos castanhos estavam bagunçados e ele vestia uma calça jeans, com uma blusa de malha com mangas longas, que se moldava aos seus músculos, o tom azul da blusa realçando ainda mais os seus olhos claros. Ele era um colírio para os olhos, mas ainda sim eu estava confusa. — O que aconteceu... — não consegui terminar de falar, pois ele veio sobre mim. Seus lábios em cima dos meus eram macios, mas exigentes, não facilitando nenhum
Quando estávamos quase terminando de fechar um carro preto maravilhoso, parou em frente à floricultura. Lise que estava pegando às flores do lado de fora entrou gritando empolgada. — Ele chegou! Seu Deus grego veio de carruagem e tudo. — O que? — olhei no relógio 20:30, pontual de mais. — Não acredito que ele dirige um carro desses. — Porque não? Ele é rico, ele pode. — ela riu babando no carrão pela janela. — É praticamente uma obrigação que ele ande em algo assim. — Por isso mesmo, é o puro estereótipo do filhinho de papai, esbanjando a grana suada que ele não derramou uma gota para conseguir. Ainda não acredito que vou sair com um cara assim. — resmunguei revirando os olhos para mim mesma por ter aceitado sair com o senhor babaca. — Eu acho que vocês formam um belo par. — ela gargalhou claramente me insultando. A sineta tocou nos tirando o foco. Guilherme entrou com aquele ar imponente e soberbo, claramente tinha acabado de vir do escritório ainda vestido com o terno preto e
Ele passou as mãos no cabelo de forma impaciente, bagunçando os fios, e me encarou bufando. — Tudo bem então. — resmungou antes de começar a atacar o prato. — Qual outro ponto a esclarecer senhor Monteiro. — Você é frustrante, Emma! — ele praticamente rosnou, me encarando um segundo antes de levar o garfo até a boca. — Pensei que me achasse excitante. — provoquei para tirar com a cara dele, mas o feitiço foi lançado de volta. — Isso não precisa ser discutido, concordamos totalmente que sim! — Você é louco. — murmurei abaixando a cabeça parecendo concentrada de mais em minha comida, quando na verdade fugia de seu olhar para que ele não visse meu rosto pegando fogo. — Não vejo a hora de transar com você. — ouvir aquilo me fez arfar justo na hora que colocava uma garfada de minha lasanha na boca. — Você não tem ideia do quanto estou ansioso para me enterrar em você e ouvir essa boquinha esperta não conseguir dizer nada, além do meu nome entre os gemidos. Meus olhos parecia
Minha semana não estava fácil e eu comecei a me perguntar onde estava me metendo e o porquê de eu ter aceitado ter algo, seja lá como vamos chamar, com Guilherme. Mesmo já sabendo a pergunta.Para melhorar minha vida e aumentar minhas dúvidas, tinha chegado o dia dos meus exames, os exames de rotina, apenas para me certificar de que tudo continuava bem, mas que sempre me deixavam apavorada, quando se esteve doente uma vez o medo de voltar a estar é uma sombra que nos persegue, e eu não era a única a ficar assim.A única coisa boa da semana foi Guilherme não ter me mandado mensagem ou ligado, assim eu tive a certeza que ele era o tipo de cara desencanado, eu não precisaria me preocupar que ele se apegasse e decidisse ficar na minha vida.Seria apenas sexo, e se gostássemos poderíamos ter mais disso. Desde que nos mantivéssemos fora da vida pessoal um do outro não deveria haver problemas.Escutei as risadas de Lise e sai do meu mundinho, tentando captar o que eu tinha perdido ali na loj
Eles tinham mesmo que entrar aqui e estragar nossa noite depois de dar aquele showzinho ridículo?Guilherme deveria estar pensando que seria muito fácil chegar aqui e jogar uma conversa no meu ouvido, a fim de me levar pra casa e aproveitar a sua noite de sexta.E Deus me ajudasse se meu irmão tentasse algo com Lise, ela já estava fragilizada de mais para que ele viesse com seus jogos pra cima dela.— Sempre mal educada. — Guilherme falou, enquanto meu irmão já puxava uma cadeira e se sentava ao lado de Lise.Eu ia matá-lo!— Que merda pensa que está fazendo Cristian? Levanta dessa cadeira agora, isso aqui é uma noite só de garotas! Então chispa.Guilherme aproveitou minha distração e acabou se sentando ao meu lado, enquanto me encarava descaradamente com o dedo indicador sobre os lábios, como se estivesse maquinando algo com aquela mente perversa.— Sumam! — eu falei mais alto sentindo minha carranca crescer. Não estava falando grego para que aquelas duas mulas se fizessem de desente